CURSO DE
METODOLOGIAS
ATIVAS NA
EDUCAÇÃO
Professora Responsável:
Psicopedagoga Jéssica Cavalcante
www.neurodidatica.com.br
Curso com carga horária de horas.
Elaborado e ministrado por Jéssica
Cavalcante.
Disponível em:
www.neurodidatica.com.br
Todo o conteúdo apresentado nesse documento
foi baseado em livros renomados e artigos científicos.
Algumas citações são feitas ao longo do documento,
outras estão apresentadas na seção de Referências, no
final do mesmo.
A autora reserva-se no
direito de proibir o
compartilhamento e distribuição
desse documento.
Protegido por direitos
autorais. Manuseio exclusivo dos
alunos do curso, vinculados no site
do Neurodidática.
www.neurodidatica.com.br
O objetivo desse curso é trazer o aprofundamento em cada um dos
respectivos tópicos aqui descritos para utilizá-los em práticas e buscar novas
metodologias ativas, com o objetivo de possibilitar alunos a tornarem-se os
principais protagonistas do processo de aprendizagem, como é atualmente
proposto pela nova Base Nacional Comum Curricular – BNCC .
Independente se você atuar na Educação Básica ou Superior, em cursos
de extensão, cursos livres, ou até mesmo na educação empresarial, este curso
irá contribuir para o seu aprendizado.
Em resumo, será visto o contexto histórico, a definição de metodologias
ativas, o porquê se utilizar, as vantagens, a pirâmide de aprendizado, as
principais características de um bom método ativo, as bases cognitivas e
afetivas, a representação da construção dos métodos de ensino, os tipos de
metodologias, a problematização, ensino híbrido, sala invertida, gamificação,
tecnologias digitais de informação e comunicação, dentre outros, avaliação,
metodologias ativas no ensino superior e contextos de práticas.
http://aprenderaser.com.br/wp-content/uploads/2019/05/palestra-Prof-claudio-c-sanches-xi-
coloquio.pdf
Introdução
As metodologias ativas estão cada vez mais na pauta de discussão de eventos,
encontros e materiais publicados na área de educação. Nunca se falou tanto em inovar
processos educacionais, rever práticas, formar professores para uma educação
transformadora e considerar os estudantes como protagonistas, desenvolvendo sua
autonomia no decorrer da escolaridade. Nesse caso, especificamente, não há nada de
novo.
Os estudos de John Dewey (1959), pautados pelo aprender fazendo (learning
by doing) em experiências com potencial educacional, convergem com as ideias de
Paulo Freire (1996), em que as experiências de aprendizagem devem despertar a
curiosidade do aluno, permitindo que, ao pensar o concreto, conscientize-se da
realidade, possa questioná-la e, assim, a construção de conhecimentos possa ser
realmente transformadora.
Em tempos de tecnologias digitais essas premissas tornam-se ainda mais
urgentes, pois o concreto envolve uma ampla gama de informações, disponíveis na
palma da mão, e que podem ser bem ou mal utilizadas, dependendo do contexto em
que estão inseridas.
Teaching and learning are correlative or corresponding processes, as much so as selling and
buying. One might as well say he has sold when no one has bought, as to say that he has taught
when no one has learned (DEWEY, 1910, p. 29)
Para Dewey, então, não podemos dizer que ensinamos algo se ninguém aprendeu,
assim como não podemos dizer que vendemos se ninguém comprou. Nesse aspecto, podemos
diferenciar duas formas de análise para “ensinar”. Se ensinar está centrado em apresentar algo,
explicar, transmitir e, por outro lado, se ensinar está centrado em levar o outro a aprender. No
primeiro caso, se tudo o que os alunos devem aprender em um curso está contemplado nas
palestras, leituras, conteúdos que deveriam ser transmitidos e se o professor transmitiu tudo,
então, o professor ensinou.
Agora, se tivermos como base o pensamento de Dewey, mesmo que o professor tenha
apresentado tudo, se os alunos não aprenderam, o professor não ensinou… John Dewey
defendia algo que pode ser chamado de “ensino centrado no aluno”, que considera o estudante
no centro do processo. Mesmo sabendo que isso significa sua relação com outros estudantes,
com o docente e com diferentes fontes de informação ou conteúdo, considerar o estudante no
centro do processo significa entender que os estudantes não são receptores passivos, mas que
assumem responsabilidade pela construção de conhecimentos e, para isso, precisam ser
estimulados, por meio de experiências de aprendizagem significativas, a terem um papel ativo.
Aprender e ensinar, em tempos de tecnologias digitais, envolvem a reflexão sobre a
utilização de estratégias que inovam ao associar o interesse dos estudantes pela descoberta com
a possibilidade de colocá-los no centro do processo. Considera-se que esses são desafios
constantes na educação. Refletir sobre a implementação de propostas que envolvam os
estudantes como protagonistas e que possam, de alguma forma, vivenciar experiências em que
as ações de ensino e aprendizagem são personalizadas torna-se um caminho possível para a
utilização, em sala de aula, de abordagens que valorizam a autonomia dos estudantes e que,
consequentemente, estão inseridas no bojo das Metodologias Ativas.
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Por quê mudar?
a produção de conhecimento é extremamente veloz,
tornando provisórias as verdades construídas no saber-
fazer científico;
reflexão sobre a inserção do profissional de saúde no
contexto atual;
a inequívoca influência dos meios de comunicação na
construção/formatação do homem/profissional;
a configuração de uma nova modalidade de
organização - as sociedades de controle - o que torna
necessária a adoção de uma postura crítica sobre a
inscrição do sujeito no mundo
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Quais as vantagens das metodologias
ativas na prática escolar?
Motivação.
Conhecimento de novas áreas do saber.
Estimula a criatividade.
Desenvolve o pensamento crítico.
Desenvolve as capacidades de tomadas de decisão.
Desenvolve as capacidades de analise, reflexão e julgamento.
Desenvolve a capacidade de trabalhar em grupo.
Desenvolve hábitos de compartilhar.
Desenvolve o cooperativismo.
Desenvolve a capacidade de argumentar e dialogar.
Desenvolve a percepção de potencial.
Desenvolve a capacidade de planejar, organizar e desenvolver projetos.
Desenvolve senso de justiça, de moral, de respeito.
Como os alunos geralmente aprendem?
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Características de bons
métodos ativos:
• Crítico – estimular o educando a buscar
aprofundamento de modo a entender as limitações
das informações que chegam até ele;
• Investigativo – despertar a curiosidade e a autonomia,
possibilitando ao educando a oportunidade de
aprender a aprender;
• Humanista – ser preocupado e integrado ao contexto
social;
• Motivador – trabalhar e valorizar a emoção;
• Desafiador – estimular o estudante a buscar soluções.
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O Papel da Educação
Bases Cognitivas
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Metodologias Ativas
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Construção dos Métodos de
Ensino: Representação
Construção
dos
Métodos
Metodologia Metodologia
Tradicional Ativa
Aulas
Problemati-
Expositivas ABP/PBL TBL
zação
Magistrais
Grupos de Grupo
Grandes Grupos
Problemati- de
Grupos Tutoriais
zação Discussão
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Problematização:
Momentos do Processo
1. Observação;
2. Identificação de pontos
chave;
3. Teorização;
4. Hipóteses de solução;
5. Aplicação à realidade.
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Aprendizagem Baseada em
Problemas (ABP): Momentos do
Processo
1. Apresentação do PROBLEMA;
3. ANÁLISE do problema;
4. HIPÓTESES explicativas;
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Farias et al, 2015
Sala de aula invertida no apoio
às práticas pedagógicas
Pode-se destacar a “sala de aula invertida” – em inglês, flipped classroom –
como um método ativo bastante atual e que, inclusive, pode ser o que dominará em
um futuro próximo. Sendo assim, esse método tem por objetivo substituir a maioria
das aulas expositivas por conteúdos virtuais.
Ademais, nesse modelo o aluno tem acesso aos conteúdos on-line, para que o
tempo em sala seja otimizado. Isso faz com que ele chegue com um conhecimento
prévio e apenas tire dúvidas com os professores e interaja com os colegas para fazer
projetos, resolver problemas ou analisar estudos de caso. Tal fato incentiva o interesse
das turmas nas aulas, fazendo com que a classe se torne mais participativa.
Já os discentes se beneficiam com um melhor planejamento de aula e com a
utilização de recursos variados, como vídeos, imagens e textos nos mais diversos
formatos. Afinal, cada um tem um jeito de aprender. Dessa forma, é possível melhorar
a concentração e dedicação dos alunos também nos encontros presenciais, sem que os
professores se desgastem.
Ensino híbrido e
metodologias ativas
O ensino híbrido (blended learning, em inglês) combina
atividades com e sem o professor com o uso de tecnologia.
Dessa forma, possibilita que o aluno estude sozinho, com o
apoio da internet, e em sala de aula, seja em grupo ou com o
professor.
Dessa forma, o ensino híbrido abre um espaço para o
pensamento crítico, afinal os estudantes têm a oportunidade
de compreender os assuntos de maneira mais aprofundada e,
ainda, levar questões e curiosidades para os encontros
presenciais.
Qual é a relação entre a sala de aula
invertida e o ensino híbrido na prática?
Como a sala de aula invertida, por sua essência, abarca diversas ações
pedagógicas, cujos conteúdos atingem o aluno a partir de diferentes ferramentas e
canais, existe uma personalização do processo de ensino-aprendizagem. Em outras
palavras, significa que a individualidade é levada em conta para que todos os alunos
tenham condições de aprender de forma equilibrada.
Em toda sala de aula existe um sem-número de personalidades diferentes, o
que implica um desafio para que o professor consiga alcançar todos os alunos. Sendo
assim, questões comportamentais, preferências e habilidades precisam ser levadas em
consideração para que cada estudante tenha condições de aprender da melhor forma
― algo muito mais tangível com a utilização de metodologias como a sala de aula
invertida.
3. Melhoria no desempenho dos alunos
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Limites e Possibilidades das
Metodologias: Ensino Ativo
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Avaliação
Qualquer estratégia de inovação deve levar em
conta suas práticas de avaliação, integrá-las à
reflexão, para transformá-las.
A avaliação precisa ser, antes de tudo, processual e
formativa para a inclusão, autonomia, diálogo e
reflexões coletivas, na busca de respostas e
caminhos para os problemas detectados.
Não punir, nem estigmatizar, mas oferecer diretrizes
para se tomar decisões e definir prioridades.
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Metodologias ativas e o
ensino superior
• geração de estudantes nativos/sábios digitais e
professores imigrantes digitais (Marc Prensky)
• alunos presentes somente para cumprir o requisito
da frequência mínima, mas com atenção dispersa
• Incapacidade em atender os academicamente
excluídos
Modelo tradicional de universidade que
produz conhecimento e reproduz para poucos
não se sustenta na contemporaneidade
Urge reinvenção da
universidade
• Abordagem pedagógica
• Conceito de sala de aula
• Infraestrutura física e tecnológica
http://web.mit.edu/physics/news/physicsatmit/physicsatmit_01_teal.pdf
Exemplo: Peer Instruction
Harvard
• Metodologia desenvolvida por Eric Mazur para o componente
Introdução à Física
• Alunos estudam antes da aula e desenvolvem testes online
• Professor verifica o nível de desempenho nos testes
• Aula presencial para sanar dúvidas, por meio de discussão com
professor e colegas
• Uso de ferramentas interativas online para averiguar a compreensão
dos alunos
http://www.youtube.com/watch?v=wont2v_LZ1E
Metodologia ativa não é tão
somente ...
BACICH, Lilian; MORAN, José M. Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma aborda-gem
teórico-prática. Porto Alegre: Penso, 2017.
DEWEY, J. Democracia e educação. 3. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1959.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. Rio de Janeiro/São Paulo: Paz e
Terra, 1996.
BORGES, T.S.; ALENCAR, G. Metodologias ativas na promoção da formação crítica do estudante: o uso das
metodologias ativas como recurso didático na formação crítica do estudante do ensino superior. Cairu em Revista,
Salvador, v. 4, n. 3, p.119-143, jul. 2014.
BRASIL. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais (Ensino Médio).
Brasília: MEC, 2000.
BUSARELLO, R. I. Gamification: princípios e estratégias. São Paulo: Pimenta Cultural, 2016. 126 p. Disponível
em: <https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4455428/mod_resource/content/1/Gamification.pdf>.
LIRA, K. C. de. G.et al.A Importância da Motivação para o Processo de Ensino. Publicado por: Editora Realize.
2015. Disponível em:
<http://www.editorarealize.com.br/revistas/conedu/trabalhos/TRABALHO_EV045_MD1_SA2_ID3669_1208201516
5843.pdf>.
MORAN, J. M. Mudando a educação com metodologias ativas. In: SOUZA, C. A. de; MORALES, O.
E. T. (Org.). Convergências Midiáticas, Educação e Cidadania: aproximações jovens. Ponta Grossa:
UEPG/PROEX, 2015b, 2 v. cap. 2, p. 15-33. (Coleção Mídias Contemporâneas). Disponível em:
<http://www2.eca.usp.br/moran/wp-content/uploads/2013/12/mudando_moran.pdf>.
MORAN, J. M. Metodologias ativas para uma aprendizagem mais profunda. In: BACICH, Lilian;
MORAN, José (Org.). Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico-
prática. Porto Alegre: Penso, 2018. Disponível em: <http://www2.eca.usp.br/moran/wp-
content/uploads/2013/12/metodologias_moran1.pdf>.