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Análise de Redações

( Guia do Estudante )
Tema 1: O CULTO À PADRONIZAÇÃO DO CORPO NO BRASIL

Busca pelo prazer, autoafirmação, período de descobertas. Muitos fatores


tornam os jovens mais suscetíveis a experimentar substancias psicoativas.
Concomitantemente, a falta de ações efetivas para [3]alterar e prevenir essa realidade
provoca o aumento do consumo de álcool e drogas entre os adolescentes no Brasil.
Com isso, a integridade física, mental e social desses indivíduos encontra-se em risco.
Sendo assim, é válido analisar as motivações e os corolários da problemática.

[8]A princípio, ressalta-se que a pressão dos pares[5] em consonância com a


cultura de valorização de bebidas alcoólicas contribuem para o agravamento desse
fenômeno nocivo. Afinal, de acordo com o filósofo Rousseau, o ser humano é um
produto do ambiente em que vive. Sob esse aspecto, o incentivo dos amigos, o fácil
acesso, a exposição e a exaltação da cerveja, por exemplo, realizada pela mídia e a
ausência dos familiares respaldam e encorajam a ingestão de entorpecentes
precocemente e, por vezes, de maneira excessiva.[6]

[9]Outrossim, segundo Mahatma Gandhi, o futuro dependerá dos atos


perpetrados no presente. De forma análoga, os efeitos dos maus hábitos relacionados
aos tóxicos são extensos e podem perdurar por toda a vida. Biologicamente, o cérebro,
até os 21 anos, ainda está em processo de desenvolvimento[1], assim[2] a memória e a
cognição podem ser prejudicadas. Ademais, tais compostos, após o uso, reduzem o
senso crítico. Por conseguinte, os usuários tendem a ser mais vulneráveis à gravidez,
doenças sexualmente transmissíveis, violência, acidentes de trânsito e dependência
química.[7]

Torna-se evidente, portanto, a premência por medidas a fim de prezar pelo


bem-estar dessa geração. Logo, as emissoras de TV aberta poderiam incluir a questão
em novelas por meio de personagens fictícios com o fito de estimular o debate e
alertar, sobretudo, os responsáveis. Paralelamente, os pais são encarregados de
dialogar e transmitir bons valores e, se necessário, monitorar, proibir comportamentos
que comprometam a saúde dos filhos. O poder legislativo, por sua vez, poderia
restringir as propagandas de bebidas leves nos moldes da lei a qual se aplica,
atualmente, as fortes, como a vodka. Além disso, cabe ao governo disponibilizar um
maior contingente de funcionários para fiscalizar os bares. A partir de tais posturas,
seria viável impedir o estímulo e a venda de álcool para menores de idade.

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Análise da redação do aluno

Boa redação, mas fique atento à relação entre o desenvolvimento e a tese.

Competência I – Demonstrar domínio da norma culta:

[1] Ponto final.


[2] Vírgula.

Competência II – Compreender a proposta:

[3] Muito bom. Tese definida.


[4] Você pode melhorar sua contextualização. Explore seus conhecimentos adquiridos
sobre o assunto, buscando relações dentro do tema.

Competência III – Selecionar, relacionar argumentos:

[5] Esclareça esta expressão.


[6] Insira em seu desenvolvimento aquilo que sua tese abarca: a falta de ações
efetivas. Conclua este parágrafo voltando-se para o seu ponto de vista.
[7] Note que os temas abordados em seu desenvolvimento não estão relacionados à
sua afirmação inicial. Ou você reformula a tese, ou a insere. É importante a coerência
ao longo do texto.

Competência IV – Conhecer os mecanismos linguísticos para a construção da


argumentação:

[8] Ótima articulação coesiva.

Competência V – Elaborar a proposta de solução para o problema:

Muito bom. Sua proposta está bem detalhada, especificando objetivamente ações e
agentes de variados níveis sociais.

Nota: 880

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Tema 2: MUROS EM UM MUNDO GLOBALIZADO
A maldição histórica

“Make America great again!” [1] foi o lema da campanha política de Donald
Trump, ao lado de propostas xenofóbicas e protecionistas, para se tornar o presidente
do país que, ironicamente, sempre apoiou o liberalismo, a democracia e a liberdade.
Tal cenário se mostra evidente também na Europa, berço do Iluminismo, que [2] revive
o nacionalismo [3] e o Darwinismo Social [4] frente à [5] crise dos refugiados e ao
terrorismo.

“…que esta cerimônia resulte num mundo melhor, baseado nos princípios
fundamentais da liberdade, tolerância e justiça.” Apesar do discurso de Douglas
MacArthur e o de Charlie Chaplin no filme O Grande Ditador [6] representarem a
esperança do pós 2ª Guerra, ainda é possível perceber ideais nacionalistas e
preconceituosos na época atual, que, tal como ocorreu no século passado, acabam
ganhando mais força em momentos de crise econômica. Atualmente, porém, a repulsa
pelo estrangeiro se dá [7] de forma mais discreta, pela burocracia e pelo argumento da
logística de Estado, já que um imigrante possui necessidades básicas e pode concorrer
no mercado de trabalho. No caso da Europa, soma-se a preocupação com o
terrorismo, [8] atribuído aos refugiados do Oriente Médio.

Entretanto, tais visões desprezam os princípios iluministas que, atualmente, são


representados pelos direitos humanos: a liberdade individual e o igualitarismo,
nascidos na Europa e fermentados nos EUA. [9] Além disso, desprezam o fato de que,
no caso dos imigrantes ilegais, há uma maior tendência de ocupar postos de trabalho
desinteressantes aos nativos, como empregado doméstico, fato inclusive satirizado
pela mídia, como pode ser observado no jogo eletrônico Grand Theft Auto V. [10] No
caso de imigrantes legais, geralmente são indivíduos bem qualificados e com emprego
garantido, gerando benefícios à economia no mesmo patamar de um nativo do país
em questão, além de comportarem um número bem pequeno de indivíduos, na
maioria dos casos, por conta do rigor das fronteiras atuais.

Os Estados [11] então teriam de tomar uma postura mais tolerante e, aliados à
iniciativa privada, organizar programas de acolhimento a refugiados e imigrantes, com
postos de trabalho aos mesmos. Também é importante a mobilização de ONGs e de
grupos populares, como a que ocorreu num aeroporto dos EUA, em simpatia a
muçulmanos que tiveram o visto de entrada negado sem justificativa. Enquanto
houver vestígios de ideologias preconceituosas do século XX, a frase de Edmund Burke
continuará funcionando como uma profecia: “Um povo que não conhece sua História
está fadado a repeti-la”.

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A correção e os comentários
[1] Tal slogan de campanha originou-se com Ronald Reagan na eleição de 1980 e foi
retomado em outras campanhas presidenciais nos EUA. Tal informação é apenas para
você pensar que talvez possa aprimorar ainda mais a sua pertinente contextualização
do tema.
[2] Prefira “a qual” para retomar Europa.
[3] Converse mais com seus professores de História e de Geografia a respeito deste
conceito, problematizando a diferença entre Europa e União Europeia.
[4] Quando apresentar um conceito tão específico, procure defini-lo ou explicitá-lo na
argumentação (seu texto não o retoma em nenhum outro momento).
[5] Alguns gramáticos costumam censurar tal locução neológica. Sugerem “ante a”,
“perante a” ou ainda “diante de”. Entretanto, muitos outros já a aceitam devido ao
uso frequente dela em jornais e na literatura.
[6] Há problemas na sua citação:
– evite iniciar parágrafo com uma citação “em andamento”, porque, neste caso,
prejudicou a coesão entre o primeiro e o segundo parágrafo;
– de quem é a voz da citação? O encadeamento dentro do parágrafo também pode ser
aprimorado (entre a citação e o que é mencionado posteriormente);
– apresente nome de obras entre aspas: “O Grande Ditador”.
[7] Procure um vocábulo mais específico, preciso. O verbo “dar” confere tom informal
ao texto.
[8] Procure um tom mais teórico e reflexivo para o gênero textual solicitado. Sugestão:
“também está protegido pelo princípio da dignidade humana”.
[9] Tal proposição é a delimitação da sua tese (ponto de vista)? Procure usar o modelo
tradicional e apresentá-la no primeiro parágrafo para facilitar o encadeamento e
organização textual. Ademais, converse com seu professor de História ou Geografia a
respeito da afirmação de que os Direitos Humanos (use maiúsculas) são a
representação de ideais iluministas e de que foram “fermentados” nos EUA (seu texto
afirma isso porque a sede da ONU é lá?).
[10] Títulos devem ser apresentados entre aspas.
[11] Há argumentação que problematiza a questão do nacionalismo em seu texto.
Sendo assim, usar os Estados Nacionais como agentes de intervenções é o mais
estratégico? A razão econômica da xenofobia, também mencionada, vai de encontro à
escolha do agente “iniciativa privada”, concorda? Ou seja, faltou um pouco de
criatividade entre o detalhamento da primeira proposta e a argumentação
desenvolvida pelo texto. Por fim, por que você não mencionou organizações
intergovernamentais, como a Organização das Nações Unidas (ONU), ou instituições
supranacionais, União Europeia, por exemplo, em nenhum momento do texto?
Avaliação final Nota: 840

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Tema 3: MUROS EM UM MUNDO GLOBALIZADO

Os limites geográficos entre os países estão deixando de ser imaginários e


tornando-se reais. A existência de conflitos mundiais e de interesses econômicos tem
estimulado a criação de barreiras físicas entre os países, além de dificultar o trânsito
de pessoas pelo planeta. Nesse sentido, cabe discutirmos os efeitos dessas ações em
um mundo globalizado.

Em primeiro lugar, as sociedades que enfrentam rivalidades e guerras históricas


são um exemplo de como o ser humano sobrepõe suas diferenças sobre o direito de ir
e vir, garantido pelo Artigo 13º da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Assim
sendo, países como Israel criam muros que delimitam territórios no estado [1] para
dividir terras com a Palestina e, desse modo, impedir simbolicamente o trânsito de
cidadãos desses locais.

Além disso, os Estados Unidos também estão incorporando em suas políticas


imigratórias a construção de um muro que impossibilite a entrada de estrangeiros pelo
México. Posturas como essa evidenciam as diferenças e interesses de países líderes em
economia e países em desenvolvimento que se sujeitam às imposições da conjuntura
exterior. Em vista disso, as potências mundiais apenas utilizam mão de obra
estrangeira quando lhe é conveniente, no entanto, quando esta representa um risco à
empregabilidade nacional, as poderosas nações implementam políticas imigratórias
restritivas.

Enquanto isso, no Brasil, houve um aumento de 23,6% de imigrantes entre


2015 e 2016. Esses dados, disponibilizados pelo Comitê Nacional para Refugiados,
indicam que o país tem sido destino alvo de pessoas que procuram melhores
oportunidades de sobrevivência. Vindos de países de [2] conflito, estes cidadãos
necessitam de amparo e políticas específicas a sua condição. Sob essa perspectiva, o
Brasil estabelece uma condição de ponte entre países e não de muro que os separam.

Destarte, medidas podem ser tomadas para superar esta problemática. [3] O
governo brasileiro pode criar fundações de amparo ao imigrante, por meio de
parcerias entre a ONU e os países dos refugiados, para que estes sejam auxiliados em
sua chegada ao Brasil. Junto a isso, o cidadão comum pode oferecer estadia provisória
para essas pessoas, com o intuito de ajudá-los [4] na difícil adaptação em uma cultura
diversa da sua. Dessa forma, o mundo pode caminhar para a conquista do cerne que
os une e não do que os separa. [5]
A análise e a correção

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A correção e os comentários

[1] “Estado”, no trecho, é com letra maiúscula.

[2] O “em” parece mais adequado ao trecho.

[3] A problemática não foi muito bem delimitada. O texto apenas aponta que há vinda
de refugiados de países em conflito, as necessidades deles e que o Brasil estabelece
uma condição de ponte entre os países. Ou seja, parece que faltou explicitar as
dificuldades enfrentadas pelo Brasil nessa tarefa de receber bem os refugiados.

[4] O adequado é “ajudá-las”, porque retoma pessoas.

[5] Os dois “os” no trecho retomam o quê? Seriam “pessoas”, mencionado


anteriormente?
Avaliação final

Nota: 920

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Tema 4: MUROS EM UM MUNDO GLOBALIZADO

O conceito de globalização implica a livre troca de culturas, [1] informações e


dinheiro [2] entre [3] de maneira diplomática, entre os países. Contudo, a adoção de
práticas protecionistas no mercado somada ao bloqueio imigratório cria [4] barreiras
ideológicas [5] para a consumação da harmonia entre as nações. Sendo assim, urge a
intervenção dos representantes políticos sobre esses problemas.

No que diz respeito à economia, a aplicação de elevadas taxas alfandegárias por


blocos econômicos em produtos que vêm [6] de outros países limita a liberdade de
comércio entre os povos. Se por um lado a formação de mercados comuns, como o
Mercosul, gera lucros para as nações participantes; [7] por outro há desvantagem
entre as demais, uma vez que a imposição de políticas de compra e venda entre [8] os
que não fazem parte da união impede a plenitude nas relações de troca. Assim,
percebe-se a distância entre o sistema [9] vigente e o mundo globalizado ideal, visto
que tais ações geram diferenças entre o crescimento econômico de cada país.

Além disso, o movimento imigratório, uma das consequências da globalização,


também é prejudicado pela existência de fronteiras. [10] Segundo dados da ONU, mais
de 240 milhões de pessoas vivem atualmente fora do seu país de origem, embora a
cota de recepção de imigrantes imposta em muitos territórios seja de apenas 10 mil.
Esse limite, apesar de necessário, [11] não é compatível com as necessidades dos
imigrantes legais em estado de fragilidade, [12] como os refugiados, por exemplo. [13]

A imposição excessiva de limites sobre a liberdade econômica e individual é,


portanto, uma mazela a ser combatida. Aos representantes dos países que aplicam o
protecionismo é cabível a adoção de um comércio mais liberal, [14] [15] uma vez que o
primeiro gera a deslealdade [16] nas relações econômicas por minar o crescimento de
outros territórios. Finalmente, cabe à Organização das Nações Unidas convocar os
representantes de cada país para debater sobre as atuais limitações para a imigração
com o intuito de flexibilizá-las ou criar acordos entre as áreas mais vulneráveis para
cessar conflitos [17] e com isso [18] reduzir a necessidade dos [19] habitantes saírem
do seu país de origem.

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A correção e os comentários

[1] Ao menos esse aspecto poderia ter sido discutido no terceiro parágrafo a fim de
que o argumento nele desenvolvido ficasse mais persuasivo.

[2] Melhor seria “capital financeiro”.

[3] Excluir.

[4] “criam”.

[5] Note que, ao longo do texto, você não trata de barreiras ideológicas, mas sim
econômicas e físicas. Por isso, suprima o adjetivo.

[6] Atente à concisão: a oração adjetiva é desnecessária aqui.

[7] Explique minimamente de que forma esses lucros são gerados: há acordos
bilaterais que diminuem os encargos sobre os produtos?

[9] “entre o sistema de globalização vigente…”

[10] “pela existência de obstáculos oriundos das fronteiras territoriais”. Atente à


precisão conceitual. É preciso especificar de que tipo de fronteira você trata.

[11] Por que ele seria necessário? Há o risco de o Estado não ser capaz de suprir as
necessidades dos imigrantes? Explique brevemente ou suprima essa ressalva.
Avaliação final

Nota: 840

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Tema 5: CAMINHOS PARA UMA SOCIEDADE ÉTICA

Um caminho construído desde cedo

Optar por atitudes éticas significa, por vezes, abrir mão [1] de vantagens
pessoais imediatas. Significa escolher passar mais tempo em pé em uma fila,
esperando a sua [2] vez para ser atendido. Significa pagar mais por um produto
original, vendido de acordo com as normas legais. Significa não omitir dados na
declaração do imposto de renda para pagar menos imposto. Construir uma sociedade
com indivíduos que façam escolhas como essas demanda uma conscientização precoce
e um esforço sistêmico para mudar condutas antiéticas já enraizadas.

Nos anos iniciais da vida de um indivíduo, é natural que muitas das suas
vontades sejam satisfeitas. E não deveria deixar de sê-las [3] já que, em geral, essas
vontades envolvem necessidades básicas (como dormir, ser alimentado, receber
afeto). Mas, a partir de um certo do [4] ponto do desenvolvimento do indivíduo, as
suas demandas começam a entrar em conflito com os interesses de outras pessoas, e é
compreensível que, considerando suas experiências anteriores, este [5] acredite que
seus interesses deverão prevalecer. É neste momento que, além de estabelecer
limites, se torna fundamental ensinar à criança os conceitos mais básicos de ética. A
verdade é que, [6] a principal mola propulsora para comportamentos moralmente
condenáveis é justamente uma dificuldade em abdicar dos próprios interesses (e,
como já foi dito, [7] agir eticamente constantemente [8] depende dessa renúncia).
Além desse aspecto, a percepção da criança sobre como uma atitude errada repercute
no meio no qual ela está inserida deve ser estimulada. Ela deve entender que a sua
vantagem não pode ser obtida com o prejuízo alheio.

Uma vez já consolidadas na rotina do sujeito, as posturas antiéticas exigem


uma ação da sociedade para serem corrigidas. É preciso um empenho coletivo em
recriminar tais posturas para que o indivíduo se sinta impedido de adotá-las. O
problema é que certas condutas se tornam parte da cultura de alguns grupos, o que
legitimiza [9] o comportamento errado. Neste cenário, infelizmente, apenas os
resultados negativos decorrentes desses comportamentos perpetuados poderão
despertar a consciência da comunidade para a necessidade de uma mudança em seus
valores.

Um indivíduo que comete desvios éticos certamente não é irrecuperável. Mas


[10] os danos causados por esses desvios podem não ser. E é por isso que a sociedade
precisa enxergar o mais rápido possível onde estão as suas falhas no desenvolvimento
de cidadãos alinhados com os princípios éticos.

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A correção e os comentários

[1] Muito coloquial: que tal “recusar” ou “declinar”, já que você usa “abdicar” ao final
do segundo parágrafo?
[2] Evite o uso da 2ª pessoa no gênero textual solicitado. Percebe que tal palavra é
desnecessária ao trecho?
[3] Faltou uma vírgula aqui.
[4] Esse “do” é desnecessário.
[5] O “ele” seria mais adequado aqui para retomar a referência porque “indivíduo”
está muito distante.
[6] Essa vírgula é desnecessária.
[7] Que tal “como mencionado anteriormente”?
[8] Que tal: “agir constantemente de forma ética”?
[9] O adequado é “legitima”. “Legitimizar” não existe no vocabulário oficial.
[10] Prefira o “no entanto” em início de períodos.
Avaliação do texto

Nota: 880

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Tema 6: EDUCAÇÃO NA RESSOCIALIZAÇÃO DE DETENTOS

Desde os mais remotos tempos, a privação de liberdade é uma real punição


para crimes cometidos contra a sociedade e seus patrimônios. [5]Dessa maneira, a
ressocialização dos detentos apresenta-se como uma inquietante problemática que
vem tentando ser resolvida por meio de medidas educativas.[1] No entanto, essas
medidas não têm sido, até o momento, reais e efetivas.[2]

O sistema carcerário brasileiro, ainda hoje, é considerado “medieval”, uma vez


que, não acompanha a evolução da tecnologia e a passagem dos anos. Somente em
2010, foi criada a Lei 12.245, que determina a oferta de educação básica e profissional
em todas as unidades prisionais. O descumprimento dessa lei, haja vista que 40% dos
presídios ainda não tem sala de aula, vai ao encontro de outro problema: a falta de
estrutura.

[4]A ideia de que a educação é um privilégio e os presos não a merecem é


assumida por grande parcela da sociedade. Em contrapartida, especialistas afirmam
que o investimento em educação prisional é essencial para a ressocialização dos
detentos. [3]Além disso, se caracteriza como uma possível maneira de evitar a sua
volta à criminalidade e um modo de garantir o seu direito à educação previstos na
Constituição Federal.

Ao contrário do mito que se instaurou, estudos da Ação Educativa verificaram


que 86% da população carcerária gostaria de estudar. Assim, a orientação educacional
pode apresentá-los, jovens ou adultos, a novas perspectivas não antes consideradas
sobre o futuro longe da criminalidade. Por conseguinte, o cumprimento da Lei 12.245
e a sua fiscalização efetiva por parte de agentes de segurança e professores da rede
pública podem ser eficazes. As instituições privadas poderiam orientar familiares para
o incentivo à uma vida reta e oferecer empregos aos que se destaquem.

Análise de Redações Página 12


A correção e os comentários

Seu texto é bom, particularmente no que se refere à estrutura de uma dissertação-


argumentativa. Está bem escrito, bem estruturado, sem quaisquer desvios gramaticais.
Você sabe articular muito bem as ideias, procure apenas não limitar-se às informações
dos textos motivacionais. Sua proposta de intervenção é adequada, detalhada e
totalmente possível de ser realizada, não esqueça, apenas, de que você deve
mencionar os resultados dessas ações. Parabéns e continue praticando.

Competência I – Demonstrar domínio da norma culta: Não há desvios gramaticais


graves e há ocorrência de vocabulário mais formal.

Competência II – Compreender a proposta:

[1] Ótimo! Você aponta logo no início o tema que o seu texto abordará.

Competência III – Selecionar, relacionar argumentos:

[2] Muito bom! Você deixa claro para o leitor qual é o seu ponto de vista sobre o
assunto tratado.
[3] Nesse parágrafo, em específico, senti falta de argumentos além dos já mencionados
nos textos motivacionais.
[4] Essas informações estão contidas nos textos motivacionais, procure ir além deles.

Competência IV – Conhecer os mecanismos linguísticos para a construção da


argumentação:

[5] Você utiliza perfeitamente os conectivos.

Competência V – Elaborar a proposta de solução para o problema: Proposta de


intervenção claramente possível de ser executada. Faltou apenas mencionar apenas
qual será o resultado disso para a sociedade.

Nota: 920

Análise de Redações Página 13


Tema 7: CULTURA POPULAR NA HISTÓRIA BRASILEIRA

Dona Benta, Emília, Narizinho, Cuca, Saci Pererê. O enredo e os personagens da


história de Monteiro Lobato estão cercados por elementos da cultura popular – da
gastronomia aos trejeitos dos personagens. A cultura popular, composta pelo conjunto
de costumes, crenças e valores de um povo, é fundamental para a construção e
transmissão de sua história. [6]Desse modo, o folclore, a culinária e a religião carregam
importantes traços do miscigenado povo brasileiro.

[4]A priori, através da cultura popular é possível ter registros dos pensamentos
e valores dos diversos grupos ancestrais que compuseram o Brasil. O mito, a mais
primitiva forma de explicar a natureza, reflete os pensamentos e medos do povo que o
conta. O conto folclórico do Curupira – menino com cabelo em chamas que protegia a
mata e os animais selvagens, por exemplo, expressa o temor, bem como a crença
indígena,[2] quanto à natureza e o avanço do colonizador. Portanto, por meio de
histórias, danças e cantigas, a cultura popular transmite e valoriza as diversas visões
que, juntas, formam a história brasileira.

[7]Além disso, a cultura popular é a base para a formação da identidade


nacional. Tendo em vista que a identidade de um povo é composta por seus hábitos e
por produções passadas e atuais, a cultura popular é essencial neste processo por
disseminar as criações dos grupos que compõem o miscigenado povo brasileiro. Prova
disso são as festas e a culinária, que apesar de origens étnicas diversas, foram
incorporadas e tornaram-se a própria identidade do Brasil. Assim, as raízes, os
fundamentos e os valores do povo brasileiro estão na cultura popular.[5]

Portanto, o papel da cultura popular deve ser valorizado e ampliado. Para isso,
o Estado deve fornecer incentivos fiscais às publicações sobre a cultura popular, de
modo a impulsionar o ensino e o estudo desses elementos culturais. Ademais, a mídia
pode divulgar minisséries sobre os aspectos culturais e suas origens em cada grupo
étnico que [1]contribuíram para a cultura brasileira, atentando[3] a sociedade para a
importância do folclore, da gastronomia, das festas e dos ritos na construção da
história e do povo brasileiro.

Análise de Redações Página 14


Análise da redação do aluno

Competência I – Demonstrar domínio da norma culta:

[1] Erro de concordância verbal.


[2] Erro de pontuação.

Competência II – Compreender a proposta: A proposta foi compreendida pelo


estudante.

Competência III – Selecionar, relacionar argumentos:

[3] Inadequação vocabular.


[4] Argumentos bem selecionados e desenvolvidos.
[5] Mereceria melhor desenvolvimento na argumentação.

Competência IV – Conhecer os mecanismos linguísticos para a construção da


argumentação:

[6] Elemento coesivo indevido.


[7]Parágrafos bem estruturados e concatenados.

Competência V – Elaborar a proposta de solução para o problema:

Proposta de intervenção bem elaborada. Seu texto está encaminhando para o sucesso!

Nota: 920

Análise de Redações Página 15


Tema 8: TECNOLOGIA E SEU IMPACTO NA DEMOCRACIA BRASILEIRA

[4]O desenvolvimento dos recursos tecnológicos possibilitou a ocorrência de


diversos fluxos de pessoas, serviços e informações no mundo globalizado. Além de
encurtar as distâncias e facilitar a integração entre os indivíduos, a [6]internet é
responsável por uma maciça circulação de ideias e opiniões. Tal fato tem possibilitado
a elaboração de estratégias para a tomada de decisões que envolvam a sociedade
como um todo, fortalecendo, assim, os ideais democráticos. [7]Nesse sentido, analisar
as vertentes que englobam essa temática é imprescindível.

[5]Claramente, é perceptível que o acesso fácil [1]a informações de cunho


político disponibilizadas pela internet aos seus usuários [2]exerce papel preponderante
nesse incentivo à participação popular nas decisões nacionais, o que promove o
aperfeiçoamento da democracia. Seja por plataformas online que expõem os gastos de
verbas públicas e permitem que estes sejam fiscalizados pelos internautas ou pelos
debates virtuais sobre os projetos de lei que tramitam no Senado, a esfera digital
contribui grandemente para o engajamento coletivo. [8]Com isso, os preceitos
democráticos acabam sendo reafirmados pela soberania da vontade do povo.

É crucial destacar, ainda, que as tecnologias possibilitam a organização de


movimentos sociais em prol da garantia de direitos básicos da sociedade civil, sendo,
portanto, instrumentos valiosos para a democracia. Os protestos ocorridos em
diversos estados brasileiros no ano de 2013, por exemplo, tiveram origem nas redes
sociais e reivindicaram inúmeras melhorias na realidade nacional. Entretanto, quando
esse ativismo [3]na internet causa a sensação de total cumprimento dos deveres
cidadãos e passa a transparecer somente no espaço virtual em detrimento das diversas
dimensões da vida dos indivíduos, torna-se um problema.

Destarte, diretrizes que formulem mudanças são essenciais para assegurar o


bom uso das tecnologias no âmbito democrático. Assim, as próprias corporações
virtuais devem veicular informativos que explicitem os benefícios da conciliação
cuidadosa do mundo cibernético com a democracia, estimulando-a.
[9]Concomitantemente, as escolas devem criar palestras e fóruns de debate a serem
ministrados por professores, a fim de incentivar o senso crítico e a participação política
dos alunos não apenas na internet, mas no cotidiano. Afinal, como disse o filósofo
Pierre Bourdieu, “não há democracia efetiva sem um verdadeiro crítico”.

Análise de Redações Página 16


Análise da redação do aluno

Competência I – Demonstrar domínio da norma culta:


[1]Adequação do uso da preposição: o acesso fácil as informações (…) exercem papel =
(função) preponderante…
[2]Flexão verbal: o acesso fácil as informações (…) exercem papel = (função)
preponderante…
[3]Adequação do uso da preposição: “…esse ativismo pela internet…”

Competência II – Compreender a proposta:


[4] Como a tecnologia impacta/influencia a democracia brasileira? Você acredita que a
tecnologia pode influenciar no sistema democrático? Como isso é possível?
Concorda/discorda? No caso, essas questões foram apresentadas pelo autor em sua
introdução.

Competência III – Selecionar, relacionar argumentos:


[5]Ao construir o desenvolvimento pense nas seguintes questões: Como a tecnologia
pode auxiliar o sistema democrático? Há justificativas? Como provar? Como isso
acontece? Essas questões também foram apresentadas pelo autor.

Competência IV – Conhecer os mecanismos linguísticos para a construção da


argumentação:
[6]Colocar um conector de inclusão. Veja: “…a internet também é responsável…”
[7]Bom uso do conector.
[8]Bom uso do conector.
[9]Bom uso do conector.

Competência V – Elaborar a proposta de solução para o problema:


[10]Como tirar o melhor proveito da tecnologia em prol da democracia? O que precisa
ser feito para alcançar esse objetivo? Como vai ser feito? Para quem vai ser feito? Nem
todas as questões foram apresentadas pelo autor. Quem vai garantir o acesso a todos?
(Três agentes, no mínimo).

Nota: 920

Análise de Redações Página 17


Tema 9: DEBATE SOBRE DOENÇAS MENTAIS

No início do século XVIII, o ultrarromantismo representado na segunda geração,


foi caracterizada pelo [2]pessimismo extremo, conhecido como mal do século.
Qualificado por sentimentos de ódio, melancolia e defasagem da autoestima. Nesse
âmbito, pode-se analisar que essa problemática dos transtornos mentais tem
ampliado, tornando necessárias medidas que resolvam a questão.

Durante a Idade Média, indivíduos que apresentavam doenças mentais


eram,[1] deixados de lado pela sociedade. Dessa forma, [3]cidadãos ainda julgam ser
correto tratá-los de maneira diferenciada e até desrespeitosa. Nesse sentido, por meio
dos avanços na medicina, começou-se a perceber que os indícios das patologias se
repetiam em várias pessoas, fazendo com que fossem estudados e colaboraram para a
descoberta de tratamentos.

Outrossim, é válido salientar que apesar de formas de intervenção médica,


múltiplos sintomas dos distúrbios são confundidos com fatores cotidianos como a
sudorese, ansiedade e baixa autoestima. Assim sendo, por falta de orientações de
como diferenciar as suspeitas e receber os cuidados adequados, as enfermidades
continuam sendo uma realidade, perpetuando a inércia diante de tais situações,
cedendo espaço para o crescimento da questão.

[4]A psicopatologia é um problema que persiste na sociedade. Desse modo, o


Ministério da Educação em parceria com o Ministério da Saúde deve investir em
centros de apoio em todas as redes de saúde, apresentando palestras com psicólogos
para auxílio no tratamento. Para esse fim, é necessário que o Estado disponibilize mais
verbas para o setor da saúde promovendo mais acessibilidade às medicações. Além
disso, a mídia, por meio de ficções engajadas, deve abordar os principais sintomas para
que os indivíduos que possuírem quaisquer sinais consigam procurar assistência.
Assim, será possível medidas definitivas para o amparo de todos os casos na
sociedade.

Análise de Redações Página 18


Análise da redação do aluno

Uma sugestão para o aluno é que ele leia mais textos argumentativos para adquirir
novas estratégias de argumentação.

Competência I – Demonstrar domínio da norma culta:


[1] Não é necessário o uso da vírgula.

Competência II – Compreender a proposta:


[2] Apresente mais argumentos que colaborem para defesa do seu ponto de vista.

Competência III – Selecionar, relacionar argumentos:


[3] Aponte um olhar mais crítico sobre o assunto e desenvolva mais os argumentos.

Competência IV – Conhecer os mecanismos linguísticos para a construção da


argumentação: O aluno faz bom uso dos conectivos no texto.

Competência V – Elaborar a proposta de solução para o problema:


[4] Elabore uma proposta que fuja do senso comum.

Nota: 880

Análise de Redações Página 19


Tema 10: DEBATE SOBRE DOENÇAS MENTAIS

[1]Segundo Émile Durkheim, um dos célebres teóricos do Período Oitocentista,


a sociedade pode ser comparada a um “organismo vivo” por apresentar mecanismos
funcionais integrados. Hodiernamente, contudo, a banalização das relações humanas
construídas ao longo da consolidação do capitalismo moderno atua como um
catalisador do aparecimento de psicopatologias, modificando a concepção
contemporânea de saúde pública. Destarte, a integração entre os segmentos do
“organismo biológico” não é realizada e, consequentemente, não apenas os índices de
enfermidade são afetados, mas também o aprimoramento social.

A priori, é fundamental pontuar que a intensificação da ocorrência de agravos


mentais é um fator histórico e conjuntural. Isso ocorre em função das modificações
socioculturais emergidas pela globalização e com a ratificação do sistema econômico
neoliberalista. Nesse contexto, seguindo conceitos do falecido sociólogo polonês
Zygmunt Bauman sobre a liquidez da modernidade, as interações dos indivíduos com
seus semelhantes e o ambiente tornaram-se mais fluidas e menos concretas. Como
resultado, a ausência de profundidade no contato interpessoal cria um extremo vazio
íntimo e emotivo, tornando mais frequente a assiduidade das psicopatologias.

[5]A posteriori, é indispensável destacar, ainda, que,[3] o agravamento das


mazelas psíquicas causa uma enorme disfunção da saúde pública. Isso decorre da
facilidade com que agentes externos conseguem impactar a estabilidade fisiológica
humana. Em vista disso, o atual padrão de vida pautado na busca incansável por uma
melhor colocação no mercado de trabalho e promoção pessoal propicia à população
um ideal nunca alcançável. Por conseguinte, transtornos de ansiedade, distúrbios de
pânico e depressão fazem-se presentes em um extrato social significativo, como ilustra
os dados da Organização Mundial da Saúde, que mostram que, somente no Brasil,
aproximadamente 20 milhões sofrem com tais disfunções, exemplificando a
desarticulação entre integridade do trabalhador e as atividades exercidas.

Fica evidente, portanto, que,[4] o fortalecimento das patologias mentais nos


dias recentes é fruto das mudanças socioculturais no estilo de vida dos indivíduos. [6]A
fim de que essa situação seja revertida, o Executivo Federal, por meio do Ministério da
Saúde, deve criar núcleos de atenção psicológica primária, fornecendo profissionais
qualificados e estimulando um tratamento baseado na comunicação entre pacientes
diagnosticado com quadro semelhantes, favorecendo a desconstrução da ideia de
superficialidade de relações. Ademais, é necessário que os grandes postos de trabalho
disponibilizem aos seus empregados espaços de eliminação do estresse cotidiano, o
que poderia ser realizado com o estabelecimento de salas de descanso, locais

Análise de Redações Página 20


especializados de descontração e com o uso de palestras de conscientização
psicossocial, atenuando a gênese de novos problemas nos funcionários. Em síntese,
materializando tais medidas, o “corpo orgânico” de Durkheim estará sendo integrado e
pautado em um ambiente muito mais coeso e saudável.[2]

Análise da redação do aluno

O aluno escreveu um ótimo texto. Apresentou bom entendimento sobre o tema, boas
ideias, argumentos bem estruturados, além de trazer referências para o texto.

Competência I – Demonstrar domínio da norma culta: A redação está muito bem


escrita e a pontuação correta.

Competência II – Compreender a proposta: O aluno compreendeu muito bem a


proposta.

Competência III – Selecionar, relacionar argumentos:

[1] Ótimo parágrafo introdutório.


[2] A redação está muito boa. Está conexa com os argumentos, todos relacionados. Vê-
se que o aluno entende do assunto e estudou para isso.

Competência IV – Conhecer os mecanismos linguísticos para a construção da


argumentação:

[3] Eu retiraria essa vírgula, essa pausa é desnecessária.


[4] Igualmente, essa vírgula não é necessária.
[5] Os conectivos são muito bons. O aluno utiliza vários e não faz uso do mesmo
sempre.

Competência V – Elaborar a proposta de solução para o problema:

[6] Ótima solução para o problema. Coerente com o que foi abordado ao longo do
texto.

Nota: 960

Análise de Redações Página 21


Tema 11: VIOLÊNCIA CONTRA A CRIANÇA

[1]A incidência da violência infantil não é algo restrito à atualidade, desde a


Revolução Industrial,[4] ela já existia na forma de trabalho compulsivo. Hoje, apesar do
Estatuto da Criança e do Adolescente garantir leis que os protegem, agressões físicas,
sexuais e emocionais ainda ocorrem devido à ineficácia da fiscalização. Por
conseguinte, graves problemas são condicionados, como o risco à saúde corporal e
psicológica desses alvos.

[3]Em primeira instância, a exposição a traumas físicos contínuos é inaceitável


independente das circunstâncias, uma vez que acarreta graves sequelas aos mais
jovens e, em situações extremas, pode levar à morte. A exemplo do caso de Isabela
Nardoni, a qual, possuindo apenas cinco anos, faleceu após sofrer agressão e ser
jogada pela janela de um edifício.

Ademais, as consequências psicológicas desse problema devem ser ressaltadas,


já que crianças violentadas apresentam maior tendência à depressão e criminalidade,
o que gera uma cadeia de dificuldades sociais.[2]

Contudo, a efetividade do combate à violência infantil é impossibilitada em


razão da escassez de denúncias para que essas ações sejam punidas. Somando a isso,
de acordo com o filósofo Immanuel Kant, o ser humano é aquilo que a educação faz
dele; logo, ao crescer em um ambiente onde atos violentos são vistos como normais, a
criança torna-se suscetível a ser uma agressora no futuro, o que fomenta esses atos na
sociedade.

Faz-se evidente, portanto, um ciclo de irregularidades o qual necessita de uma


intervenção. Para isso, cabe ao Estatuto da Criança e do Adolescente, em parceria com
a mídia, a promoção de campanhas que incentivem a realização de denúncias a fim de
que esses crimes sejam punidos e minimizados. Como também, as prefeituras devem
disponibilizar acompanhamento psicológico gratuito em postos de saúde para vítimas
de agressões, visando a redução dos traumas advindos dessas experiências. Desse
modo, a integridade e os direitos infantis serão mais respeitados.[5]

Análise de Redações Página 22


Análise da redação do aluno

O aluno escreveu um ótimo texto. Apresentou bom entendimento sobre o tema, boas
ideias e argumentos bem estruturados.

Competência I – Demonstrar domínio da norma culta: O texto apresenta bom


domínio da normal culta padrão.

Competência II – Compreender a proposta:

[1] Ótimo parágrafo introdutório, apresentando o tema e sua problemática de forma


clara e objetiva.
[2] Bom parágrafo de desenvolvimento, com argumentação lógica e objetiva.
Competência III – Selecionar, relacionar argumentos:
[3] Ótimo parágrafo de desenvolvimento, com linha argumentativa completa.

Competência IV – Conhecer os mecanismos linguísticos para a construção da


argumentação:

[4] Eliminar a vírgula para melhor fluidez do texto.


[5] Texto com ótimo domínio dos mecanismos linguísticos.

Competência V – Elaborar a proposta de solução para o problema:

[6] A proposta de solução se apresentou coerente e bem estruturada ao tema.

Nota: 960

Análise de Redações Página 23


Tema: 12 VIOLÊNCIA CONTRA A CRIANÇA
Ataque ao Cândido

[9]A violência, [1]em suas variadas formas, é a submissão de uma pessoa e a


violação de seus direitos [2]como ser humano perante [3]a sociedade. Sustentando
esse conceito, [8]observamos [4]atualmente um assíduo debate sobre a violência
praticada contra crianças e adolescentes, de uma forma que não era vista
antigamente. Essa nova forma consiste em uma discussão enfática, não só moral, mas
também judicial [5]de como garantir os direitos desse grupo tão vulnerável.

[10]As questões de como assegurar o direito do menor vêm atreladas a um


pensamento histórico que existe no senso comum das famílias brasileiras. Esse
pensamento consiste na ideia de que as crianças são “propriedades” da família, sendo
obrigadas a acatar e se submeter a qualquer decisão que os familiares achem que
[6]lhe compete.[13] Concomitantemente[12], existe a prática generalizada de castigos
físicos, que [7]sob pretexto de educar e repreender, colocam o jovem em uma situação
de extrema vulnerabilidade, tendo como mediador apenas o discernimento e o bom
senso do adulto em questão. Esses casos vão contra o estatuto da criança e do
adolescente, que diz que o direito ao respeito consiste na inviolabilidade física.[11]

Nesse cenário, pais e mães são os principais acusados nas denúncias (cerca de
53% do total), e cerca de 70% dos casos acontecem dentro das residências, segundo
dados da Secretaria de Direitos Humanos. A Unicef apresenta estatísticas desoladoras,
sendo 129 denúncias por dia, ou seja, 5 casos por hora de violência física, psicológica,
sexual ou negligência, isso unido ao pensamento de que a grande maioria dos casos
nem chegam a ser denunciados. Em detrimento das estatísticas, é evidente a falta de
estrutura por parte dos conselhos tutelares, a ineficiência das delegacias
especializadas para um efetivo acompanhamento da ocorrência, bem como o
despreparo de servidores e conselheiros tutelares.[14]

Visto isso, podemos concluir que há a necessidade de existir uma rede


articulada de serviços e programas com efetivas estratégias de prevenção. Os órgãos
públicos competentes precisam definir especificamente onde estão as principais falhas
na manutenção da apuração dos processos e, assim, repará-las. Incentivar a população
a denunciar, por meio de campanhas publicitárias e divulgação mais enfática do
cenário atual, também é uma forma de prevenção. Nessa conjuntura, adere-se
também a possibilidade de proporcionar ao próprio jovem uma circunstância favorável
para ele falar sobre o assunto, criando programas de debate sobre o tema nas escolas,
com o apoio psicológico e professores preparados para avistar qualquer tipo de indício
de maus tratos.

Análise de Redações Página 24


Análise da redação do aluno

O aluno precisa ficar atento à coesão e ao uso dos conectivos para uma melhor fluidez
do texto. Utilizar argumentos mais incisivos e ficar atento às regras gramaticais,
principalmente na pontuação, aposto e ortografia.

Competência I – Demonstrar domínio da norma culta:

[1]Bom uso do aposto.


[2] Faltou a vírgula.
[3] O “a” é craseado.
[4] Faltou a vírgula.
[5] Faltou a vírgula.
[6] O sujeito ainda é “crianças”, portanto, “lhes competem”.
[7] Aposto deve vir entre vírgulas.

Competência II – Compreender a proposta:

[8] Uso da primeira pessoa.


[9] Boa introdução.
[10] Boa forma de desenvolvimento.

Competência III – Selecionar, relacionar argumentos:

[11] Faltou um pouco de relação entre as ideias.

Competência IV – Conhecer os mecanismos linguísticos para a construção da


argumentação:

[12] Bom recurso conectivo.


[13] Procure utilizar períodos mais curtos.
[14] Continua usando períodos muito longos.

Competência V – Elaborar a proposta de solução para o problema:

[15] Apresentou boa conclusão.

Nota: 800

Análise de Redações Página 25


Tema 13: TRABALHO ESCRAVO NO SÉCULO XXI

No Brasil, a escravidão é um elemento que esteve presente desde a sua


formação, uma vez que esse foi o tipo de mão de obra utilizado durante o período
colonial. Todavia, apesar de sua abolição ter ocorrido em 1888 e as leis trabalhistas
terem surgido na década de 1930, tal exploração ainda é evidente em razão da
desigualdade social e insuficiência da fiscalização. [1]

[2]Em primeira instância, o baixo nível de escolaridade de populações carentes


impede que pessoas possuidoras dessa realidade econômica adquiram trabalhos de
qualidade; segundo o IBGE, a taxa de desemprego nacional chegou a 11,8%. Com isso,
essa população sujeita-se a atividades mal remuneradas e cargas horárias excessivas
para garantir o sustento familiar. Como também, as crianças que fazem parte dessas
residências são exploradas e privadas do acesso à educação, o que torna essa situação
um ciclo e impede a ascensão social dessa classe.

Ademais, o combate à escravidão na atualidade dificulta-se pela baixa


fiscalização existente e irregularidade da mesma. Isso porque, a maior parte da
população desconhece esse problema brasileiro e, como consequência, o número de
denúncias realizadas é muito baixo. Bem como, à corrupção dos fiscais por donos de
médias ou grandes empresas, o não cumprimento das leis fomenta-se.

Faz-se premente, portanto, medidas para que os direitos dos trabalhadores


sejam respeitados. Nesse sentido, de acordo com o educador Paulo Freire, a educação
é o principal fator que muda a sociedade. Logo, cabe à mídia, por meio de publicidade,
a promoção de campanhas educativas que incentivam a realização de denúncias
contra o trabalho escravo e irregularidades fiscais para que a população auxilie esse
combate. Além disso, o Ministério do Trabalho e Emprego, em parceria com grandes
empresas, deve fornecer curso técnicos gratuitos em regiões carentes a fim de
qualificar a mão de obra e garantir oportunidades a essa população. Dessa maneira, a
exploração trabalhista irá minimizar-se.

Análise de Redações Página 26


Análise da redação do aluno

O texto é bem escrito, organizado e com bons argumentos. Além disso, o estudante
apresenta bom domínio da norma culta.

Competência I – Demonstrar domínio da norma culta: Demonstra excelente domínio


da modalidade escrita formal da Língua Portuguesa e de escolha de registro.

Competência II – Compreender a proposta:

[1] Desenvolve o tema por meio de argumentação consistente e apresenta bom


domínio do texto dissertativo-argumentativo, com proposição, argumentação e
conclusão.

Competência III – Selecionar, relacionar argumentos:

[2] Apresenta informações, fatos e opiniões relacionados ao tema, de forma


organizada, com indícios de autoria, em defesa de um ponto de vista.

Competência IV – Conhecer os mecanismos linguísticos para a construção da


argumentação: Articula bem as partes do texto e apresenta repertório diversificado de
recursos coesivos.

Competência V – Elaborar a proposta de solução para o problema: Elabora muito


bem a proposta de intervenção, detalhada, relacionada ao tema e articulada à
discussão desenvolvida no texto.

Nota: 920

Análise de Redações Página 27


Tema 14: INCLUSÃO SOCIAL

[3]O conceito de acessibilidade engloba o direito de ir e vir do cidadão e


relaciona-se com a inclusão social dos portadores de necessidades especiais. Nesse
contexto, o Princípio da Isonomia, representado pelo artigo 5º da Constituição Federal,
garante igualdade a todos perante a lei. No entanto, ainda existem no Brasil o
preconceito e a discriminação [7]daqueles que possuem deficiências físicas ou
mentais.[4]

[6]Nesse cenário, conforme o princípio da coercitividade defendido pelo


sociólogo Émile Durkheim, o meio social determina as condutas do indivíduo. Dessa
forma, ao se deparar com alguém que a sociedade considera diferente, a maioria das
pessoas tende a ignorá-lo e menosprezá-lo. Portanto, ocorre a [2]imuzibilização dos
deficientes, o que resulta em descaso com seus direitos e desrespeito às normas que o
protegem. A precariedade ou [1]até mesmo a inexistência de sistemas de piso tátil,
semáforo sonoro ou rampas de acesso são fatores que manifestam esse descaso.

Além disso, há a discriminação dos portadores de necessidades especiais, que


são vistos como incapazes em razão de a deficiência [5]ser comumente associada à
doença. Assim, é perceptível a ocorrência da exclusão dessa parcela da população.
Essa exclusão está enraizada na cultura do Brasil, visto que as populações indígenas
nativas abandonavam aqueles que possuíam algum tipo de deficiência. O desrespeito
as vagas próprias para cadeirantes também é um exemplo desse processo.

[8]Diante do apresentado, é imprescindível que o governo invista na construção


de sistemas de acesso próprios para deficientes visuais, físicos e auditivos nas cidades,
de modo a minimizar as limitações impostas a eles em seu cotidiano. [9]Outrossim, é
essencial que haja nas escolas maneiras de incluir crianças e jovens portadores de
necessidades especiais, por meio de palestras gratuitas, esportes e utilização de
materiais adaptados às suas necessidades.

Análise de Redações Página 28


Análise da redação do aluno
Competência I – Demonstrar domínio da norma culta:
[1] A vírgula deve ser usada para marcar intercalação de um termo que não é parte essencial da oração.
Trata-se de uma expressão que indica inclusão. Veja como você poderia escrever: “(…)ou, até mesmo,
inexistência (…)”. Pesquise a respeito de do uso de vírgula para melhorar nesse aspecto.
[2] O correto, segundo a norma padrão da língua portuguesa, é escrever dessa forma: “imobilização “.
Supõe-se que o que aconteceu foi, apenas, um descuido. Para evitar isso, leia o texto, cuidadosamente,
antes de considerá-lo definitivo, corrigindo-o, quando necessário.
[3] Parabéns! Você apresenta domínio quanto a modalidade da língua portuguesa, cometendo um ou
outro erro gramatical, o que é aceitável. Uma dica para aprimorar o texto, nesse aspecto, é ter um
hábito de leitura.

Competência II – Compreender a proposta:


[4] Você apresenta muito bem a tese, deixando o tema bem explícito e claro. Parabéns! Para você
continuar acertando nisso, uma dica é verificar as palavras que compõem a proposta e explorá-las,
apresentando o assunto a ser abordado, como um todo.

Competência III – Selecionar, relacionar argumentos:


[5] Atenção! Esse argumento foi equivocado. A deficiência não é comumente associada à doença, mas
sempre. Uma boa dica para melhorar a argumentação é criar um hábito de leitura, além de ler o
rascunho cuidadosamente, antes de reescrever o texto.
[6] Esse argumento é suficiente para defender a tese apresentada. Trata-se de um argumento
consistente, portanto. Você apresenta um argumento e o defende por meio de fontes, o que funciona
bem para convencer o leitor. Parabéns!

Competência IV – Conhecer os mecanismos linguísticos para a construção da argumentação:


[7] Nesse caso, houve um problema de escolha de conectivo. O “daqueles que”” deixou a oração
confusa. O correto seria substituí-la por “em relação os que”. Uma boa dica é fazer um rascunho e, em
seguida, ler o texto por completo antes de reescrevê-lo, a fim de corrigir equívocos como esse.
[8] Você demonstra habilidade ao usar conectivos, com um ou outro problema. Esses mecanismos
contribuem para que o texto esteja muito bem articulado, de modo que apresenta um todo coerente.
Nesse caso, “Diante do apresentado” funcionou muito bem para dar ao texto uma ideia de conclusão.
Parabéns!

Competência V – Elaborar a proposta de solução para o problema:


[9] Faltou explicar a relevância dessa proposta. De que maneira as palestras e o esporte poderiam
contribuir para a solução do problema? Uma dica para elaborar uma proposta de intervenção é fornecer
explicações do que fazer para solucionar o problema, de como fazer, dos meios e dos agentes
envolvidos.

Nota: 920

Análise de Redações Página 29


Tema 15: COMPARTILHAMENTO DE BOATOS NA INTERNET

A incerteza das informações virtuais

[1]Segundo o filósofo Habermas, os meios de comunicação seriam


fundamentais para a conquista da razão comunicativa. De fato, com o advento de
aparatos de tecnologia sofisticada, como os telefones móveis, em conjunto com a
internet, foi possível a comunicação atravessar fronteiras, sem a necessidade de
deslocamento humano. Contudo, todo esse desenvolvimento nem sempre é bem
utilizado, visto que muitos indivíduos têm feito do “mundo virtual” um palco de boatos
e mentiras, o que pode trazer más consequências para a sociedade.

Não obstante Sócrates tenha afirmado, em uma de suas parábolas, que uma
informação deve passar pelas “três peneiras”, sendo a primeira a da verdade, a
sociedade não tem feito isso. [2]Em virtude do compartilhamento de falsas notícias,
muitos mal-entendidos sérios têm sido gerados. Foi o que aconteceu recentemente
com o médico Dráuzio Varella. Ele foi vítima da mentira de uma internauta, que o
acusou de afirmar que o exame de mamografia poderia gerar câncer. Essa informação
errônea pode induzir a não realização do exame.

[2]Ademais, muitas pessoas, sobretudo artistas, são vítimas dos falsos óbitos.
No início deste ano, por exemplo, a atriz Laura Cardoso foi dada como morta nas redes
sociais, de forma que familiares e amigos sofreram pela suposta morte, até que a
verdade foi descoberta. Além do desconforto gerado, alguém com problemas
cardiovasculares poderia ter sido hospitalizado. Isso evidencia a gravidade dos boatos.

[3]Por conseguinte, o fator crucial para inibir a propagação de falsas notícias é a


construção de uma sociedade mais crítica, capaz de investigar as fontes das notícias
que lê, e mais disposta a denunciar autores de mentiras na internet. Para isso, os entes
do governo devem investir, nas instituições que lhes conferem, em folhetos e
palestras, que visem a conscientizar sobre os riscos de divulgar informações não
verídicas. E é importante que as consequências jurídicas sociais sejam explicitadas.

Análise de Redações Página 30


Análise da redação do aluno

O texto foi bem escrito e o aluno soube discutir o tema com um bom vocabulário e
argumentos sólidos.

Competência I – Demonstrar domínio da norma culta: Mostrou domínio da norma


culta e não cometeu desvio grave.

Competência II – Compreender a proposta:

[1] Compreendeu a proposta de forma satisfatória e desenvolveu bem o texto,


contextualizando o tema e o ponto de vista.

Competência III – Selecionar, relacionar argumentos:

[2] Soube selecionar os argumentos e fatos relacionados ao tema, citando um


importante filósofo, assim como o médico Dráuzio Varella em defesa de seu ponto de
vista.

Competência IV – Conhecer os mecanismos linguísticos para a construção da


argumentação: Articula o texto de forma satisfatória e usa conectivos diversificados.

Competência V – Elaborar a proposta de solução para o problema:

[3] Elabora bem a proposta de intervenção, possível de ser realizada e que respeita os
direitos humanos. Porém, poderia ser mais detalhada e incluir outros agentes e ações.
A proposta de intervenção precisa ser mais desenvolvida e detalhada, para aumentar a
nota na competência V.

Nota: 920

Análise de Redações Página 31


Tema 16: MAIORIDADE PENAL

[2] Embora o Estatuto da Criança e do Adolescente represente um marco


jurídico importante na defesa da cidadania infantil, o crescente número de crimes
graves cometidos por menores infratores requer novas discussões acerca da redução
da maioridade penal no país. Nesse sentido, o fortalecimento do papel escolar na
formação civil e a reestruturação do sistema de reabilitação socioeducativa são
potenciais alternativas no combate à violência nos grandes centros urbanos do país.

[3] A violência praticada por menores infratores é resultado de uma política


educacional frágil que não corresponde às reais necessidades da população. Sob esse
aspecto, o relatório produzido pelo Conselho Nacional do Ministério Público revela que
internos com idades entre 16 e 18 anos são aqueles que apresentam os maiores
índices de evasão escolar. Nesse contexto, o fortalecimento da escola integral garante
o acesso a projetos sociais que, por sua vez, reduzem as possibilidades de
envolvimento de menores com o tráfico de drogas.

[4] Some-se a isso o ineficiente sistema de reabilitação socioeducativa que se


detém a punir em detrimento de qualificar para o mercado trabalho. Nesse sentido, a
ausência de formação profissional adequada reduz as chances de conquista do
primeiro emprego e, consequentemente, aumentam os índices de reincidência em
crimes. Assim sendo, é necessário reformar as medidas socioeducativas garantindo,
dessa forma, maior projeção social e inserção profissional.

[6] Diante disso, cabe ao Governo Federal e ao [5] Terceiro [1] setor reverter
esse quadro. As organizações não governamentais devem oferecer serviços de
qualificação aos menores infratores, por meio de cursos profissionalizantes, nas áreas
de maior demanda conforme a região onde reside o reabilitando. Por fim, o Estado
deve investir na reestruturação inovadora das escolas públicas, por meio do
direcionamento de recursos arrecadados com os royalties do petróleo, oferecendo
alimentação, práticas esportivas, acesso à cultura e ao ensino médio técnico integral
em todo território nacional.

Análise de Redações Página 32


Análise da redação do aluno

O texto do estudante está bem escrito e estruturado. Mostrou bom domínio do tema,
construindo bons argumentos. Além disso, o texto está coeso e o estudante apresenta
bom domínio da norma culta.

Competência I – Demonstrar domínio da norma culta: O estudante cometeu poucos


erros e demonstra bom conhecimento da norma culta da língua.

[1] Utilizar a primeira letra maiúscula também na palavra “setor”.

Competência II – Compreender a proposta:

[2] Boa introdução. Apresentou a proposta e os argumentos que irão nortear a


redação.

Competência III – Selecionar, relacionar argumentos: Os argumentos foram bem


selecionados.

[3] Argumento retorna à introdução. Além disso, o posicionamento possui dados e


fontes comprovatórias.
[5] Explicar, sucintamente, o que é o Terceiro Setor.

Competência IV – Conhecer os mecanismos linguísticos para a construção da


argumentação:

[4] Boa utilização de retomadas (pronomes e /ou conjunções).

Competência V – Elaborar a proposta de solução para o problema:

[6] Apresenta proposta de intervenção bem fundamentada e detalhada.

Nota: 920

Análise de Redações Página 33


Tema 17: IMPACTOS AMBIENTAIS DO CONSUMO

Natureza Hobbesiana

A sociedade vem evoluindo e buscando novos meios de tecnologia e inovação


constantemente. Entretanto, ao passo que a evolução por meio da globalização chega,
o consumismo e os diversos impactos causados por ele ganham maior espaço. Dessa
maneira, percebe-se que o descaso da maior parte das corporações, e grande parte da
sociedade, em ter um modo de produção e vida mais sustentável, dificulta a não
ocorrência desses abalos no meio ambiente.

Uma das consequências imediatas da falta de sustentabilidade das empresas é


o aumento de produtos de obsolescência rápida. Nesse sentido, por ser de curto
prazo, os itens tornam-se sem utilidade mais rápido, o que dificulta o menor consumo
e o fim no qual o artefato terá, que é um dos grandes fatores responsáveis pelos
negativos impactos ambientais. Como resultado, a natureza é amplamente prejudicada
e responsiva com desastres naturais que afetam milhares de pessoas.

Além disso, a noção de sustentabilidade em uma sociedade altamente


consumista ainda não foi plenamente alcançada. Isso ocorre, em grande parte, devido
à falta de uma educação ambiental mais ampla, que possa demonstrar o quanto o
consumo [4] desenfreado pode gerar males ao meio ambiente. Analogamente à frase
de [6] Thomas Hobbes, a qual ele diz que o homem é o lobo do homem, pode-se
associá-la ao ser humano e o prejuízo de suas ações que retornarão a ele mesmo, por
meio de enchentes, deslizamentos, contaminações e outros. Por conseguinte, a
harmonia social e ambiental, afetada pela [5] globalização desenfreada e alienação
ecológica, perpetua a vigência de desastres naturais.

Pode-se dizer, portanto, que o estilo de vida que as empresas e a sociedade


têm, são causadores de abalos ambientais extremamente perigosos à humanidade. É
necessário que as empresas em parceria com o [1] Ministério do meio ambiente [2]
torne sua produção cem por cento sustentáveis e [3] divulgue, por meio de campanhas
midiáticas, a importância de um consumo mais consciente. Tais medidas ajudarão
também a sociedade a ser menos consumista e a desenvolver uma educação
ambiental efetiva, à medida que reduz seus dispêndios. Assim, será possível, que o
homem deixe de ser o lobo de si próprio e da natureza, para vir a ser o salvador desse
bem que possui.

Análise de Redações Página 34


Análise da redação do aluno:

Competência I – Demonstrar domínio da norma culta: O estudante cometeu poucos


erros e demonstra bom conhecimento da norma culta da língua. Além disso, o
vocabulário apresentado é amplo e bem selecionado.

[1] Nesse caso, como você está falando de um ministério em específico, deve-se usar
letra maiúscula em seu nome todo. No caso: Ministério do Meio Ambiente.
[2] Nesse caso é necessário que o verbo concorde no plural. “É necessário que as
empresas em parceria com o Ministério do meio ambiente tornem […].”
[3] Nesse caso é necessário que o verbo concorde no plural, pois você fala de
empresas em parceria com o Ministério. “[…] sua produção cem por cento
sustentáveis e divulguem, por meio de campanhas midiáticas, a importância de um
consumo mais consciente.”

Competência II – Compreender a proposta: Boa forma de iniciar o texto. Apresentou


o tema e preparou o leitor para o desenvolvimento.

Competência III – Selecionar, relacionar argumentos: Os argumentos foram bem


selecionados.
[4] Argumento eficiente e completo.
[5] Existe um problema com esse argumento. O que seria a globalização desenfreada e
por quais razões ela afetaria a harmonia social e ambiental? Não ficou claro. É
importante explicar melhor.

Competência IV – Conhecer os mecanismos linguísticos para a construção da


argumentação:

[6] Trazer referências filosóficas, políticas e literárias auxilia na elaboração de um texto


bem embasado e sólido.

Competência V – Elaborar a proposta de solução para o problema: O estudante


elaborou uma boa proposta de intervenção, mas esqueceu de detalhá-la. É importante
fornecer mais informações sobre como colocar as ideias em prática.

Nota: 880

Análise de Redações Página 35

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