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PROFESSOR WESLEY SANTOS

ATUALIDADES
O QUE GERALMENTE AS BANCAS COBRAM:
Não importa se o seu concurso é da área jurídica, policial ou educacional:
cobrar atualidades é uma forma que as bancas estão usando para filtrar
a concorrência. No entanto, por se tratar de um conteúdo sem escopo,
amplo e dinâmico, muitos concursandos têm dúvidas sobre como
estudar atualidades para concurso público.
ENTÃO VAMOS CRIAR UMA CRONOLOGIA PARA ESTUDAR?
1º- Compreender a importância de estudar atualidades.
2º- Compreender a importância das fontes.
3º- Temas.
4º- O que devo saber?
5º- Brainstorming.
6º- Pesquisas
7º- Quantas notícias ler por dia?

1º PONTO: COMPREENDER A IMPORTÂNCIA DE ESTUDAR ATUALIDADES.


O conteúdo de Atualidades para concurso se difere muito das demais matérias tradicionais
e corriqueiras. A primeira impressão é de que não há um programa de prova tão bem definido, o
que dá a muitos candidatos a sensação de que qualquer coisa pode aparecer na prova. Depois,
com um conteúdo tão amplo, naturalmente surge a pergunta: E agora? Como estudar atualidades
para concursos?
A primeira compreensão que se deve ter é de que nem tudo cai numa prova de Atualidades.
Comumente, as provas de atualidades têm certa recorrência de tratar dos principais temas
nacionais e internacionais em debate, ou seja, dos temas mais relevantes para o debate público,
ocupando importante espaço midiático. Dessa forma, fofocas, vida de personalidades e
curiosidades têm pouco valor de prova.
Costumeiramente, afirmo que até existe uma recorrência de conteúdos em prova. Assim,
com alguma segurança, pode-se afirmar que certos conteúdos são frequentes em provas e isso
não desabona em nada seu valor como Atualidades. Afinal, as atualidades não são apenas as
últimas notícias, mas, principalmente, os seus porquês, os seus desdobramentos e os seus
desencadeamentos. A última notícia não vale de nada sem uma compreensão profunda de onde
ela se insere como valor histórico, político e sociológico.
2º PONTO: COMPREENDER A IMPORTÂNCIA DAS FONTES.
O novo problema que se abre diz respeito às fontes, e daí a questão se torna mais complexa
e requer um grande cuidado. As fontes são apenas a matéria-prima para a interpretação e a
compreensão da realidade, e não a realidade em si. Portanto, não se deve tomar a fonte como
conteúdo acabado, como é uma legislação, um cálculo, ou uma apostila de Português. Deve-se
atentar para o fato de que a fonte tem seu crivo ideológico, interpretativo, buscando imprimir uma
visão, uma imagem da realidade, o que pode atrapalhar ao chocar e/ou consolidar suas
interpretações pessoais com o possível conteúdo de prova.
Que tal algumas fontes.
g1.globo.com
Virou costume no Brasil falar mal da Globo. É importante estar atento a isto, porém, não se pode
desprezar que a Globo é a maior produtora de conteúdo em português do mundo.
Rádio CBN: cbn.globoradio.globo.com
A CBN também faz parte do conglomerado Globo – e fazemos as mesmas ressalvas feitas ao G1.
A vantagem oferecida pelo site é a possibilidade de ouvir o conteúdo.
Le Monde Brasil: diplomatique.org.br
Em termos de aprofundamento temático, certamente a Le Monde é uma das mais importantes
publicações produzidas no Brasil atualmente. Embora a edição tenha restrições de visibilidade e
forte apelo a questões de minoria.
Revista Piauí: piaui.folha.uol.com.br
Juntamente com a Le Monde, a Revista Piauí é uma riqueza de aprofundamento qualificado. Uma
linguagem de contraponto as notícias tradicionais.
Correio Braziliense: www.correiobraziliense.com.br
Junto com a Globo, o Correio é uma publicação bastante criticada por quem tem apuro crítico. Mas
é uma das principais fontes de notícias sobre o DF, por isso, indispensável como fonte sobre o
Distrito Federal.
ONU NEWS: news.un.org/pt
Não dá para deixar de fora desta lista uma das principais fontes de informação do mundo, a ONU
(Organização das Nações Unidas), tem o seu próprio canal de notícias, trazendo um contexto bem
abrangente de temas de relevância mundial.
BBC: www.bbc.com/portuguese
Não dá para deixar de fora desta lista um dos maiores produtores de conteúdo do mundo. É bom
ficar de olho na BBC.
CNN BRASIL: www.cnnbrasil.com.br
Assim como a BBC, não dá para deixar de fora desta lista um dos mais importantes geradores de
notícias do mundo. É bom ficar de olho na CNN.
Carta Capital: www.cartacapital.com.br
Como ficar alheio ao que publica um dos mais tradicionais editoriais do Brasil. É bom ficar de olho
na Carta Capital, uma importante forte de notícias, mas com claro ideal de esquerda em suas
publicações. Tem que ficar atento.
Google Notícias: news.google.com.br
Não dá para deixar de fora desta lista o maior agregador de conteúdo do mundo, o Google. A
versão do buscador para notícias é uma enxurrada de indicações de variados veículos.
Agência Brasília: www.agenciabrasilia.df.gov.br
Em termos de aprofundamento a respeito do que acontece no governo do Distrito Federal,
certamente a Agência Brasília é uma das mais importantes publicações a respeito do DF. Daí sua
importância em relação a dados da cidade.
Outras fontes como: Uol, Terra, O globo, Estadão e Folha de São Paulo, também são importantes
fontes de notícias.

3º PONTO: TEMAS
O novo problema que se abre diz respeito aos Temas, e daí a questão se torna mais
complexa é quais temas estudar. O QUE A BANCA QUADRIX VAI COBRAR: Tópicos atuais e
relevantes de diversas áreas, tais como:

1. Economia.
2. Sociedade.
3. Educação.
4. Tecnologia.
5. Energia.
6. Relações internacionais.
7. Desenvolvimento sustentável.
8. Segurança.
9. Cultura.
10. Saúde.
11. Ecologia.
12. Transportes.
13. Política.

E QUAIS ASSUNTOS DEVO ESTUDAR?

EDUCAÇÃO
 A educação como instrumento transformador da sociedade.
 Educação e isolamento social: desafios para garantir educação para todos durante a pandemia.
 A evasão escolar em questão no Brasil
 Os desafios do homeschooling no ensino brasileiro
VIOLÊNCIA
 A violência escolar
 Feminicídios no Brasil.
 A violência contra a mulher.
SOCIEDADE
 Direito das minorias.
 Racismo e o movimento vidas negras importam.
ECONOMIA
 O aumento da desigualdade no Brasil.
TECNOLOGIA
 A importância da tecnologia na educação durante e depois da pandemia
ENERGIA
 A crise do petróleo e a necessidade de novas fontes energéticas.
RELAÇÕES INTERNACIONAIS
 Conflito entre Rússia e Ucrânia.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
 Desmatamento e meio ambiente no Brasil
 O impacto causado pelas mudanças climática e os eventos climáticos extremos.
 30 anos da RIO 92.
SEGURANÇA
 Violência urbana e os seus impactos na sociedade.
CULTURA
 Centenário da semana de arte moderna.
SAÚDE
 Movimento Antivacina e a volta de doenças erradicadas no Brasil.
 O crescente descrédito na ciência e suas implicações.
ECOLOGIA
 Queimadas e desmatamento na Amazônia.
 O cerrado em risco de extinção.
TRANSPORTES
 Urbanização e mobilidade urbana.
POLÍTICA
 Fake News e sua influência nas eleições.
4º PONTO: O QUE DEVO SABER?
Para formular uma boa pesquisa de atualidades, não esqueça de utilizar das nossas 3
perguntas básicas.
O QUE DEVO SABER SOBRE UM TEMA?
 O QUE É? É necessário sempre saber a origem do seu tema. Saber o que ele é, por que foi
criado, qual a sua função e sua finalidade.
 QUAL SUA IMPORTÂNCIA E SEUS MOTIVOS? Após saber a origem do meu tema, o
caminho que se abre é saber qual a importância ou relevância que esse tema tem na
sociedade. Ou, saber quais os motivos para que ele esteja acontecendo.
 QUAIS SÃO OS IMPACTOS, SUAS CONSEQUÊNCIAS E SOLUÇÕES? Por fim, é
necessário compreender qual são os impactos que esse tema tem dentro do contexto de
discussão proposto. Assim como as suas consequências quando ocorre, ou quais as
soluções para acabar com o problema.
5º PONTO: BRAINSTORMING.
O RACISMO EM DEBATE NO BRASIL.

RACISMO: ATO OU AÇÃO DE PRECONCEITO POR RAÇA, COR OU ETNIA.

FATORES HISTÓRICOS: ESCRAVIDÃO: PERDUROU POR + DE 300 ANOS


(LEI ÁUREA: 1888)

PRINCIPAIS PRÁTICAS DE RACISMO:


ESTRUTURAL:
INSTITUCIONAL:
RECREATIVO:
RELIGIOSO:
CULTURAL:

IMPACTOS:
DESIGUALDADE: SOCIAL, FINANCEIRA, CULTURAL, RELIGIOSA,
EDUCACIONAL E POLÍTICA.
VIOLÊNCIA:
BAIXA REPRESENTATIVIDADE:
SOLUÇÕES: POLÍTICAS PÚBLICAS (AÇÕES DO GOVERNO QUE VISAM
GARANTIR DIREITOS CONSTITUCIONAIS).
LEI DO RACISMO: 7.716/89: HEDIONDO, INAFIANÇÁVEL, IMPRESCRITÍVEL E TEM
PENA DE ATÉ 5 ANOS.
LEI DE COTAS: Lei Nº 11.645/08: INGRESSO NO ENSINO SUPERIOR, INGRESSO EM
CONCURSOS PÚBLICOS.
EDUCAÇÃO INCLUSIVA: ENSINO DA CULTURA E HISTÓRIA AFRO-BRASILEIRA.

A VIOLÊNCIA ESCOLAR NO BRASIL.


TÓPICOS PARA REDAÇÃO.

O aumento da violência escolar pós - pandemia

1. Causas da violência escolar.

2. Efeitos da violência nas escolas.

3. Soluções.
VIOLÊNCIA ESCOLAR: TODO ATO OU AÇÃO DE VIOLÊNCIA OU CONFLITO

INTERPESSOAL PRATICADO NO AMBIENTE ESCOLAR.

FATORES:
SOCIAIS: MEIOS DE COMUNIÇÃO (CELULAR, VIDEOGAME, TELEVISÃO, DESENHOS)
PSICOLÓGICOS: PRESENÇA DE DISCUSSÕES, VIOLÊNCIA SEXUAL.
AFETIVOS: FALTA DE AFETO, AUSÊNCIA DOS PAIS.
FINANCEIROS: DESEMPREGO, POBREZA, FALTA DE POLÍTICAS PÚBLICAS.

PRINCIPAIS PRÁTICAS DE VIOLÊNCIA ESCOLAR:


BULLYING, AGRESSÕES FÍSICAS, AGRESSÕES VERBAIS, AGRESSÕES PSICOLÓGICAS E
VANDALISMO.

IMPACTOS:
QUALIDADE DE VIDA, DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM, EVASÃO ESCOLAR, MALES A
SAÚDE FÍSICA OU MENTAL, AUTOESTIMA, DIFICULDADE DE INTERAÇÃO SOCIAL.
SOLUÇÕES: POLÍTICAS PÚBLICAS (AÇÕES DO GOVERNO QUE VISAM
GARANTIR DIREITOS CONSTITUCIONAIS).
 LDB: ART. 12: COMBATE A VIOLÊNCIA E AO BULLYING E A PROMOÇÃO DA CULTURA
DE PAZ.
 CAMPANHAS DE CONSCIENTIZAÇÃO, PALESTRAS, ESPORTES, ATIVIDADES
PREVENTIVAS, DEBATES.
 ESCOLAS CÍVICO-MILITARES

FEMINICÍDIO NO BRASIL
FEMINICÍDIO: ASSASSINATO DE MULHER COMETIDO EM RAZÃO DE GÊNERO. OU

SEJA, QUANDO A VÍTIMA É MORTA POR SER MULHER.

PERFIL: MULHERES NEGRAS, BAIXA RENDA E BAIXA ESCOLARIDADE.


FATORES HISTÓRICOS: (PATRIARCAL- (SISTEMA SOCIAL EM QUE O HOMEM SÃO
OS ÚNICOS CAPAZES DE CONDUZIR AS RELAÇÕES POLÍTICAS, ECONÔMICAS E
SOCIAIS.) E MACHISTA).

MANIFESTA-SE: VIOLÊNCIA DOMÉSTICA, VIOLÊNCIA SEXUAL, VIOLÊNCIA

FAMILIAR, MISOGINIA (ÓDIO ÀS MULHERES).

FATORES:
SOCIAIS: MACHISMO, FALTA DE POLÍTICAS PÚBLICAS, FALTA DE QUALIFICAÇÃO.
PSICOLÓGICOS: RELACIONAMENTOS ABUSIVOS.
AFETIVOS: DEPENDÊNCIA AFETIVA.
FINANCEIROS: DESEMPREGO, POBREZA, DEPENDÊNCIA FINANCEIRA.
CULTURAIS: BAIXA REPRESENTATIVIDADE (POLÍTICA), DESIGUALDADE.

SOLUÇÕES: POLÍTICAS PÚBLICAS (AÇÕES DO GOVERNO QUE VISAM


GARANTIR DIREITOS CONSTITUCIONAIS).
AMPLIAÇÃO DE REDES DE PROTEÇÃO DAS VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. (A CASA
DA MULHER).
EDUCAÇÃO: LEI 14.164/22 (INCLUIU O COMBATE A VIOLÊNCIA CONTRA A
MULHER NO CURRÍCULO ESCOLAR).
A LEI 14.330/2022 QUE INCLUI O PLANO NACIONAL DE PREVENÇÃO E ENFRENTAMENTO
À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER.

CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL.

PLANO DISTRITAL DE POLÍTICAS PARA MULHERES PDPM.

EVASÃO ESCOLAR NO BRASIL

EVASÃO ESCOLAR: ATO DE ABANDONAR OU DEIXAR DE FREQUENTAR AS AULAS


POR DECORRÊNCIA DE QUALQUER MOTIVO.

PERFIL: CONCENTRAM MAIOR NÚMERO NAS REGIÕES NORTE (10,1%) E NORDESTE.


SÃO EM MAIORIA NEGROS E INDÍGENAS OU PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS. GESTAÇÃO
PRECOCE.

FATORES:
SOCIAIS: DISTÂNCIA DA ESCOLA, FALTA DE TRANSPORTE, FALTA DE
INFRESTRUTURA, PANDEMIA, VIOLÊNCIA.
FINANCEIROS: DESEMPREGO, POBREZA, TRABALHO, BAIXA NUTRIÇÃO.
PSICOLÓGICOS: FALTA DE INTERESSE, BULLYING, DEPRESSÃO, TRANSTORNOS
EMOCIONAIS, ANSIEDADE.
AFETIVOS: AUSÊNCIA DOS PAIS.

IMPACTOS:
BAIXO NÍVEL DE INSTRUÇÃO, DESIGUALDADE, BAIXA AUTOESTIMA, DIFICULDADE DE
RELAÇÕES SOCIAIS E PROFISSIONAL, BAIXA RENDA, BAIXA REMUNEREÇÃO E
PRECARIZAÇÃO DAS RELAÇÕES DE TRABALHO.

DADOS: A EVASÃO ESCOLAR QUASE DOBROU NA PANDEMIA


2019: 2,0%
2021: 3,8%
NO ENSINO MÉDIO:
2020: 2,3%
2021: 5,6%
NO ENSINO FUNDAMENTAL:
2020: 1,0%
2021: 1,2%
NO DF AUMENTOU 16,29% NAS ESCOLAS PÚBLICAS.

SOLUÇÕES: POLÍTICAS PÚBLICAS (AÇÕES DO GOVERNO QUE VISAM


GARANTIR DIREITOS CONSTITUCIONAIS).
Nome do Programa Referência Objetivo do Programa Programa Caminhos da Escola (BRASIL,
2019a) Renovar e equipar a frota de veículos escolares. Programa Saúde na Escola (BRASIL,
2019b) Oferecimento de serviços de saúde integrado com os registros escolares. Saúde e
Prevenção nas Escolas (BRASIL, 2019c) Inclusão de pautas de saúde pública (prevenção sexual)
à aprendizagem escolar. Programa Bolsa Família (BRASIL, 2019d) Incentivo financeiro para a
permanência escolar por meio de transferência de renda. Programa Nacional de Alimentação
Escolar (BRASIL, 2019e) Investimentos na alimentação escolar e qualidade nutricional. Programa
Nacional do Livro Didático (BRASIL, 2019f) Oferecimento de livros didáticos gratuitos para os
alunos. Escola que Protege (BRASIL, 2019g) Defesa os direitos das crianças e adolescentes contra
a violência. Programa Brasil Alfabetizado (BRASIL, 2019h) Elevação da escolaridade para jovens
e adultos. Programa Ensino Médio Inovador (BRASIL, 2017) Diversificação e incrementação
interdisciplinar na base curricular. Programa Mais Educação (BRASIL, 2020) Aumento da jornada
escolar e diversificação do ensino.
MELHORIA NO CURRÍCULO
RELACIONAMENTO ESCOLA E FAMÍLIA
AMPLIAÇÃO DE PROGRAMAS SOCIAIS COMO O AUXILIO BRASIL.
CONSTRUÇÃO DE NOVAS ESCOLAS

6º PONTO: TEMAS
Agora que você já sabe como fazer uma brainstorming e sabe quais perguntas fazer em uma
pesquisa, que tal aplicarmos isso com os nossos temas propostos para nossa primeira semana.

1. EDUCAÇÃO NO BRASIL
Infelizmente, os resultados da educação brasileira são bens ruins – as avaliações
nacionais e internacionais mostram isso: nossos estudantes possuem dificuldades de
interpretação e de abstração. Assim, ficam alguns desafios: são necessárias novas
metodologias para ensinar e aprender, valorização dos profissionais, aumento de
investimentos, diminuição das desigualdades socioeconômicas, etc.
No contexto de pandemia, ficou notório as desigualdades educacionais, uma vez que a
maioria dos alunos de escolas públicas não possuíam acesso à internet e às tecnologias
necessárias para continuarem seus estudos. Já os alunos de escolas privadas, rapidamente,
tiveram assegurados a continuidade dos estudos, o que agravou ainda mais as disparidades.
Temas relevantes dentro da educação são:
 A educação como instrumento transformador da sociedade.
 Educação e isolamento social: desafios para garantir educação para todos
durante a pandemia.
 Desafios da pandemia no sistema educacional.
A importância da tecnologia na educação durante e depois da pandemia
As tecnologias estão cada vez mais frequentes na nossa vida e estamos cada vez mais
próximos do mundo online. Durante a pandemia da covid-19, o uso de tecnologia na educação
ganhou destaque após as suspensões das aulas com a exigência de distanciamento social.
Apesar dos desafios impostos pela pandemia, as instituições de ensino ganharam a
oportunidade de transformar o método tradicional ao adotar soluções tecnológicas. Relevante saber
as formas de tecnologia empregadas na educação durante a pandemia, entender a importância e
o papel da tecnologia na educação, ficar pode dentro de exemplos de soluções inovadoras e
conhecer um pouco mais sobre ensino híbrido.
A evasão escolar em questão no Brasil
A evasão pode estar associada a falta de escolas, bullying, falta de condições econômicas
dos alunos, dentre outros. O último Censo Escolar, divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), mostra que ainda há 2 milhões de crianças e
adolescentes fora da escola.

Os desafios do ingresso no ensino superior brasileiro


Apesar do Enem, programas como Sisu, Prouni e Fies e plataformas que oferecem bolsa,
como o Quero Bolsa, o acesso ao ensino superior ainda é um desafio para milhões de brasileiros.
De acordo com a Pesquisa Anual por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-Contínua) de 2018,
apenas 16,5% pessoas com 25 anos ou mais de idade têm ensino superior completo no país.

O QUE É EDUCAÇÃO?
De acordo com o Dicionário Aurélio, um dos mais importantes dicionários da Língua
Portuguesa, que se tornou padrão e referência no Brasil, a Educação é definida da seguinte
maneira:
 Ato ou efeito de educar, ou educar-se;
 Processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral, com o Intuito de
promover a integração individual e social;
 Meio pelo qual se adquire conhecimentos e aptidões;
 Aperfeiçoamento integral de todas as faculdades humanas;
 Arte de ensinar os conhecimentos e práticas usadas na sociedade para desenvolver a
civilidade.
Em outras palavras, educação é o processo facilitador da aprendizagem na aquisição de
conhecimentos, habilidades, valores, senso moral, hábitos, crenças, entre outros.
A educação costuma ocorrer sob orientação de educadores, que possuem conhecimentos
prévios e são a ponte entre o saber e os alunos. Essa forma de educar ocorre em instituições de
ensino e é conhecida como educação escolar, uma educação formal.
Além de instituições de ensino, é possível receber educação no ambiente familiar, em que
os pais ou responsáveis compartilham o conhecimento com os filhos. É possível também se
autoeducar, ou seja, buscar por si só o aprendizado. Essas situações configuram uma educação
informal.

QUAL A SUA IMPORTÂNCIA OU RELEVÂNCIA?


A importância da Educação vai além daquilo que é aprendido na escola, em que o indivíduo
adquire conhecimentos sobre diversas áreas do conhecimento. A Educação é o exercício do
conhecimento estabelecida por meio das interações sociais, fundamentais para a vida em
sociedade
Ela é uma prática existente em qualquer sociedade ou cultura, desde os primórdios da
humanidade, uma vez que é responsável pela manutenção, organização, perpetuação,
transformação e evolução da sociedade.
Isso porque a instrução, a disciplina ou a doutrinação, mediante a transmissão de
conhecimento de geração em geração, permite que os indivíduos se integrem ao modo de viver do
grupo a que pertencem e que haja condições favoráveis à convivência em sociedade.
Podemos dizer então que a Educação é um processo de socialização que visa aprimorar a
integração do indivíduo na sociedade ou em seu próprio grupo, promovendo melhor qualidade de
vida.
A Educação Escolar, o método formal de educação, tornou-se um direito fundamental em
muitas sociedades e é reconhecido pela Organização das Nações Unidas
No Brasil, esse direito é reconhecido pela Constituição Federal, em seu artigo 205, que diz:
“A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada
com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para
o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” (BRASIL, 1988).

QUAIS SÃO OS IMPACTOS E SUAS CONSEQUÊNCIAS?


A educação é uma arma poderosa. Através dela, um cidadão se torna mais crítico, tem mais
oportunidades de emprego e melhoria na sua própria qualidade de vida. A importância de aprender
para si mesmo é compartilhar os conhecimentos com os outros. É através desse compartilhamento
que a educação atua diretamente no desenvolvimento econômico, social e cultural.
Sem acesso ao conhecimento, ficamos sem saber de temas como direitos, meio ambiente,
condições adequadas de trabalho e respeito.
PRINCIPAIS IMPACTOS E CONSEQUÊNCIAS DA EDUCAÇÃO.

LUTA CONTRA A POBREZA


Quanto mais se conhece, mais oportunidades surgem no mercado de trabalho. Uma pessoa
que se qualifica e se especializa tem mais possibilidades de obter um emprego do que alguém que
não estudou nada.
É o que acontece em vários países: quem estuda ganha mais do que quem não é
alfabetizado. Esse impacto é explícito em todos os graus de escolaridade. Pessoas que buscam
educação podem sair da pobreza com mais facilidade.

AUXILIA NA PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE


Quando os indivíduos se tornam mais conscientes sobre os impactos das nossas atividades
sobre a natureza, ele ajuda a preservar o meio ambiente. A educação ensina as pessoas a
decidirem sustentavelmente e satisfazem os deveres presentes sem afetar as próximas gerações.
Um mundo educado corretamente sobre a natureza e seus impactos é mais sustentável.

AMENIZA A VIOLÊNCIA
A desigualdade social está diretamente associada à falta de educação de qualidade, e isso
se relaciona diretamente com o aumento da violência. A educação pode diminuir essa
desigualdade, superar a intolerância e também ajudar a sociedade se tornar menos agressiva.
Educação é fundamental para lidar com a ignorância e a lutar contra estereótipos.

DÁ ACESSO A DIREITOS
A educação permite que as pessoas tenham conhecimento de que elas têm direitos
garantidos por lei e que podem exigir isso. É com a educação que aprendemos sobre os direitos
humanos e nossas liberdades essenciais.

PERMITE A COMPREENSÃO DO MUNDO


A importância de compreender o mundo é para qualquer ser humano. A educação torna as
pessoas mais críticas e conscientes, colabora no crescimento econômico do país e promove a
igualdade social.
2. VIOLÊNCIA ESCOLAR
O QUE É VIOLÊNCIA?
De acordo com o Dicionário Aurélio, um dos mais importantes dicionários da Língua
Portuguesa, que se tornou padrão e referência no Brasil, violência é definido da seguinte maneira:
 Qualidade ou caráter de violento, do que age com força, ímpeto.
 Ação violenta, agressiva, que faz uso da força bruta: cometer violências.
[Jurídico] Constrangimento físico ou moral exercido sobre alguém, que obriga essa pessoa
a fazer o que lhe é imposto: violência física, violência psicológica.
 Ato de crueldade, de perversidade, de tirania: regime de violência.
 Ato de oprimir, de sujeitar alguém a fazer alguma coisa pelo uso da força; opressão, tirania:
violência contra a mulher.
A violência contempla os atos que se exercem para impor ou obter algo através da força.
Trata-se de ações deliberadas que podem causar danos físicos ou psíquicos à outra pessoa.
Noutros termos, a violência também é aquilo que está fora do seu estado natural, fora do controlo
próprio de quem a exerce.
Existem distintos tipos de violência, como a violência familiar (ou conjugal) e a violência de
gênero.
Encontramos diferentes tipos de características e formas de apresentação de violência.
Entre estas está a violência escolar. Um problema atual para a sociedade. Esse problema centra-
se nas proporções inéditas que o fenômeno vem assumindo e, se lançam na forma de
preocupações e insegurança aos diretores, alunos, professores, pais e sociedade.
Denominamos violência escolar: todos os atos ou ações de violência comportamentos
agressivos e anti-sociais, incluindo conflitos interpessoais, danos ao patrimônio, atos criminosos,
marginalizações, discriminações, dentre outros praticados por entre a comunidade escolar (alunos,
professores, funcionários, familiares e estranhos a escola) no ambiente escolar.

QUAL A SUA IMPORTÂNCIA OU RELEVÂNCIA?


A violência escolar é um fenômeno preocupante no Brasil, tem-se agregado e assumido
diversas formas nas escolas, fazendo-se necessária uma investigação das perspectivas sociais,
políticas e psicológicas, para que se possa ampliar a compreensão e fazer-se uso do pensamento
crítico sobre essas questões.
A escola é vista como um centro de formação intelectual, de desenvolvimento e
aprendizagem, um espaço constituído por segurança e proteção. Entretanto, atualmente, situações
de violência e desrespeito nas instituições ganham cada vez mais destaque nas mídias e
pesquisas, como dito por Debarbieux (2001), o enfoque da mídia no assunto contribuiu para que
os acontecimentos tivessem mais visibilidade. As agressões nem sempre são físicas, casos de
violência psicológica são bem mais comuns e menosprezados, pois constantemente são julgados
como brincadeira.
O índice de violência nas escolas é alarmante. De acordo com pesquisa realizada pela USP
na região metropolitana de São Paulo em 2021, 81% dos estudantes e 90% dos professores
souberam de casos de violência em suas escolas estaduais no último ano. Ocorrências mais
frequentes de violência nas escolas estaduais envolveram bullying, agressão verbal, agressão
física e vandalismo.
Um dos apontamentos que mais chamam a atenção de especialistas é o da alta incidência
de casos de violência em ambiente escolar. “Infelizmente, pela falta de estrutura, a escola, em vez
de ajudar a reduzir os impactos que essa violência teria sobre os adolescentes, acaba
potencializando, exatamente porque não é um ambiente adequado”, aponta o professor Dácar
lembrando de casos de bullying e brigas.
A hostilidade é comumente estimulada por meio do convívio em ambientes violentos, os
alunos absorvem para si a atmosfera ali presente e o único modo que encontram de se expressar
é por meio da agressividade, ofensas e humilhações contra os colegas, professores e os
funcionários da instituição. Sendo assim, os alunos apenas reproduzem a violência, não a
aprendem, pois, para aprender deve-se abrir espaço para questionamento, ao qual não ocorre.

QUAIS SÃO OS IMPACTOS E SUAS CONSEQUÊNCIAS?


A violência no âmbito escolar tem influência sob todos, visto que tem se instalado de diversas
formas, afetando a qualidade de vida pessoal e social, além de ocasionar males a saúde física e
psicológica.
Uma das principais causas da violência nas escolas são reproduções de ambientes
violentos, como por exemplo: presença de discussões familiares, ausência dos pais ou
responsáveis, falta de afeto, desemprego, pobreza, falta das políticas públicas, violência presentes
nos meios de comunicação (televisão, celular, filmes, desenhos, redes sociais e até mesmo nos
videogames), violência sexual, falta de empatia, entre outros. São formas que encontram de
manifestar, uma vez que as crianças reproduzem o que veem ou o que lhes é ensinado (Peçanha,
2013, p. 15):
“o agressor por vezes vem de convívios familiares perturbados e/ou desestruturados, e é
frequente que tenha sido submetido à violência doméstica, acaba reproduzindo na escola o uso de
forças e da intimidação, sob a qual é sujeitado em seu meio familiar”. A violência doméstica pode
estar relacionada a vários fatores, conforme Lourenço e Senra (2014, p. 45):
Tais fatores podem ser socioeconômicos, culturais, o temperamento do indivíduo e as
influências de familiares, colegas e da comunidade. Além desses, sobretudo, as relações de
desigualdade de poder em casa/família e na escola, a ausência de coesão, a ambivalência no
envolvimento emocional com pais, irmãos e colegas, com clima emocional frio e assimétrico. As
relações de desigualdade de poder na família revelam um lar com cotidiano hostil e permissivo em
que há uso de violência como forma de disciplina, sem quaisquer habilidades para resolução de
conflitos, o que leva as crianças e adolescentes reproduzirem tais condutas com colegas e
professores.
Portanto, o que se passa no ambiente escolar é reflexo de suas vivências familiares ou do
ambiente socioeconômico em que se encontram. Entretanto, a falta de afeto e ausência dos pais
também influencia o comportamento dos filhos.
3. O MOVIMENTO ANTIVACINA E A VOLTA DE DOENÇAS ERRADICADAS
O QUE É MOVIMENTO ANTIVACINA?
De acordo com o Dicionário Aurélio, um dos mais importantes dicionários da Língua
Portuguesa, que se tornou padrão e referência no Brasil, o movimento antivacina é definido da
seguinte maneira:
 Contrário à vacina, ao processo de vacinação através do qual é possível atribuir uma imunidade
específica a determinada doença: movimento antivacina.
 Algo ou alguém que se declara contrário às vacinas: os antivacinas já estão em várias partes
do mundo.
O movimento antivacina é uma oposição mais ou menos organizada à vacinação pública,
oriunda de uma ampla gama de críticos de vacinas, algo que existe desde as primeiras campanhas
de vacinação. O movimento antivacina moderno, de natureza quase mundial, faz uso dos recursos
da internet e se baseia em ideias sem comprovação científica e em teorias da conspiração.
Há consenso científico generalizado de que vacinas são seguras e efetivas, e portanto
a Organização Mundial da Saúde caracteriza a hesitação em vacinar como uma das dez maiores
ameaças para a saúde mundial. Relatório do Unicef, órgão da ONU para a infância, cravou que
98% dos países reportaram aumento nos casos de sarampo, doença que ressurgiu em locais que
até pouco tempo atrás estavam perto de erradicá-la. Os três piores do ranking (que compara 2017
com 2018), respectivamente, foram Ucrânia, Filipinas e Brasil. A organização alertou: “A verdadeira
infecção é a desinformação”.
A recusa da vacinação primariamente resulta de debates públicos acerca de problemas
médicos, éticos e legais relacionados a vacinas. Ela pode surgir de muitos favores incluindo a falta
de confiança de uma pessoa (desconfiança na vacina e/ou no provedor de saúde), complacência
(a pessoa não vê uma necessidade para a vacina ou não vê o valor da vacina), e conveniência
(acesso a vacinas). As hipóteses específicas levantadas por ativistas antivacinas têm mudado ao
longo do tempo. A não vacinação frequentemente resulta em surtos de doenças e mortes em
decorrência de doenças que podem ser evitadas com a toma de vacinas.

QUAL A SUA IMPORTÂNCIA OU RELEVÂNCIA?


O ano de 2018 marcou a volta de uma doença que já era considerada erradicada no Brasil:
o sarampo. Foram 1673 novos casos confirmados até setembro do ano em questão, com 8
mortes. Na Europa, a ocorrência da enfermidade aumentou em cerca de 400%, apenas em 2017,
com mais de 20 mil casos e 35 mortes.
Outra doença que ameaça voltar a aparecer, depois de ser erradicada em 1990, é a
poliomielite, que causa paralisia infantil. De acordo com o Ministério da Saúde, mais de 300 cidades
brasileiras estão com cobertura vacinal abaixo de 50% — visto que o recomendado
pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é 95%.
Os pais adeptos do movimento, e que se recusam a vacinar as suas crianças, pensam que
estão tomando uma decisão individual, mas a verdade é que acabam afetando todo o mundo. Com
cada vez mais pessoas vulneráveis, mais chances os agentes invasores têm de causar doenças.
Assim, as famílias voltam a correr os mesmos riscos de séculos atrás, quando condições "simples"
causavam milhares de mortes.
No Brasil, a vacinação de crianças é obrigatória desde 1975, com a criação do Programa
Nacional de Imunização, sendo o caráter obrigatório tornado lei em 1990 no Estatuto da Criança e
do Adolescente (Art. 14 § 1). Pais ou responsáveis que não levarem suas crianças para a vacinação
obrigatória podem ser incriminados por negligência e maus tratos. Em outros países, entretanto,
leis propostas para tornar a vacinação obrigatória já foram atacadas por ativistas e organizações
antivacinas. A oposição à vacinação obrigatória pode ser baseada em um sentimento antivacina,
preocupação que ela viola liberdades civis ou reduz a confiança na vacinação, ou suspeição de
enriquecimento da indústria farmacêutica.
Mas, como em todo movimento, nele há subdivisões e divergências: uns pregam a liberdade
vacinal e outros rejeitam todo e qualquer tipo de vacina. E não é uma pauta somente da direita
populista em ascensão. Há entre os adeptos muitos naturalistas que sempre votaram na esquerda
e que veem com desconfiança o sistema de vacinação “massificado”, como dizem. Eles também
replicam falsificações sobre uma suposta conspiração global entre governos e a indústria
farmacêutica.

QUAIS SÃO OS IMPACTOS E SUAS CONSEQUÊNCIAS?


Como apontamos, a desinformação pode trazer consequências graves à sociedade, como a
vulnerabilidade e, até mesmo, mortes que poderiam ser evitadas.
É preciso ter em mente que, ao vacinar, as pessoas não estão apenas se protegendo.
Quando os agentes infecciosos se multiplicam, eles não afetam somente quem escolheu não tomar
vacina, mas também aqueles que por vários motivos não podem ser imunizados: por sofrerem de
alguma alteração imunológica, não terem idade suficiente, ou porque onde moram não têm acesso
à vacina na rede pública, por exemplo.
Viu só como o movimento antivacina deve ser um assunto de saúde pública, pois traz riscos
sérios às famílias? Nesse contexto, é fundamental impedir que a desinformação gere
consequências graves. Em caso de dúvidas sobre a imunização, procure sempre o auxílio e a
opinião de um profissional especializado.
Ao longo dos últimos anos, o Brasil percebeu uma queda de cobertura vacinal do calendário
básico de imunização. No ano passado, nenhuma das vacinas básicas teve meta alcançada pela
primeira vez. Especialistas apontam que há vários motivos para isso. Um deles é a disseminação
de informações falsas pelo movimento antivacina —e que vem ganhando força no país. Uma prova
disso é que 75% das pessoas afirmaram na última pesquisa Datafolha, que queriam se vacinar
contra a covid-19. Ou seja, um em cada quatro brasileiros não sabe se vai ou não quer tomar a
imunização.
INFLUENCIADORES
Um dos mais famosos disseminadores desse movimento no Brasil, é, Olavo de Carvalho.
Em 2016, o guru de Bolsonaro publicou: “O falecido Dr. Carlos Armando de Moura Ribeiro dizia
explicitamente: ‘Vacinas matam ou endoidam. Nunca dê uma a um filho seu. Se houver algum
problema, venha aqui que eu resolvo.’”
Para tentar reverter a queda da cobertura vacinal nos últimos anos, o Ministério da Saúde
estabeleceu a vacinação como meta prioritária da gestão — são 19 as vacinas que integram o
Calendário Nacional de Vacinação, que abrangem todas as faixas etárias e vão da gripe ao HPV.
A pasta discute internamente uma lei que tornaria a vacinação obrigatória, como na Itália, mas a
proposta dependerá de aprovação do Congresso.
INTERNET
Como acontece com os terraplanistas, os descrentes do aquecimento global e os que
acreditam que o nazismo era de esquerda, o principal canal difusor das (des)informações é a
internet, especialmente redes sociais como o Facebook. Pressionada, a plataforma criada por Mark
Zuckerberg desativou recentemente anúncios com conteúdos contra a imunização nos Estados
Unidos, onde estima-se que esse tipo de publicidade atingia quase 1 milhão de pessoas.
4. QUEIMADAS E DESMATAMENTO NA AMAZÔNIA
O QUE É QUEIMADA E DESMATAMENTO?
De acordo com o Dicionário Aurélio, um dos mais importantes dicionários da Língua
Portuguesa, que se tornou padrão e referência no Brasil, o queimada e desmatamento é definido
da seguinte maneira:
 Incêndio de mato, de arvoredo; queima propositada ou acidental de parte de uma floresta ou
de um campo.
 Ação ou efeito de desmatar; ato que consiste na retirada do mato; desflorestamento.
As queimadas na Amazônia tiveram sua origem ligada às práticas econômicas desenvolvidas na
região, motivadas pelo cenário político brasileiro e sem controle por parte das entidades
governamentais. Seu crescimento dá-se a partir da década de 1930, ficado mais intenso após a
década de 1970.
Agricultura e pecuária são as principais motivadoras do processo, pois são atividades que
necessitam de grandes áreas de terras para acontecerem, por isso, entende-se que o
desmatamento é necessário e está ligado ao processo das queimadas na região. Os efeitos do
desmatamento e das consequentes queimadas são muitas, as alterações da condição climática
e perda da biodiversidade configuram-se como os mais preocupantes e de maior impacto na
região.

QUAL A SUA IMPORTÂNCIA OU RELEVÂNCIA?


A origem das queimadas na Amazônia teve seu início com o avanço da fronteira agrícola
nacional, que expandiu as áreas de produção e uso do território brasileiro. Algumas políticas
governamentais contribuíram para esse processo, como a Marcha para o Oeste, implementada
no governo de Getúlio Vargas, a partir de 1930. Essa política contribuiu para o povoamento das
regiões Norte e Centro-Oeste, com o surgimento de cidades, a abertura de estradas e o
desenvolvimento econômico dessas regiões, favorecendo assim a ocorrência maior da prática de
queimadas.
No governo de Juscelino Kubitschek, em 1956, o Plano de Metas também contribuiu com
o processo sendo o primeiro passo para a industrialização de todas as áreas do país e para o
investimento de capital externo, sendo efetivado no Governo Militar. A criação do Polo Industrial
de Manaus (1967) foi o fato de maior impacto na região da Amazônia, pois, para a indústria
funcionar, precisa-se de matéria-prima, energia e recursos, e a região da Amazônia conta com
bastante recursos disponíveis.
Com a retirada de cobertura vegetal, tanto para o avanço da indústria, quanto para o avanço
da fronteira agrícola da região e povoamento, a Amazônia vem sofrendo, ao longo dos anos,
com o aumento dos focos de incêndio. Atualmente, tais focos são monitorados e podem ser
controlados pela aplicabilidade de políticas públicas ambientais, capazes de propor soluções para
tal problemática.
O desmatamento e as queimadas são práticas humanas muito ligadas e consequentes
uma da outra. De modo geral, entende-se que, ao realizar-se a retirada da cobertura vegetal,
ocorrem as queimadas, pois queima-se as plantas menores para usufruto da madeira de maior
porte. No caso da Amazônia, essa lógica é aplicada.
O uso da madeira como matéria-prima (da indústria e da construção civil) e como fonte
de energia, e estando associado à técnica da queimada, é algo comum. Atualmente, grandes áreas
dos principais biomas do mundo sofrem essas ações desenfreadamente, como é o caso das
florestas tropicais e equatoriais (a exemplo da Amazônia e do Cerrado). A Floresta Amazônica vem
sofrendo com essas ações de maneira agressiva nos últimos anos.
QUAIS SÃO OS IMPACTOS E SUAS CONSEQUÊNCIAS?
De acordo com os Relatórios de Ocorrência de Incêndios (ROI) do Núcleo de Prevenção e
Combate aos Incêndios Florestais do Prevfogo, existem inúmeras causas para as queimadas e
incêndios florestais. A primeira delas é o analfabetismo ambiental, que expressa o
desconhecimento sobre os sistemas, as interrelações e interdependências dos processos que
asseguram a vida na Terra. O analfabetismo ambiental é tido como a maior ameaça à
sustentabilidade socioambiental do planeta.
A segunda causa apontada está relacionada à expansão das fronteiras agropastoris.
Segundo o relatório, a preparação de áreas desmatadas para atividades agropastoris é a principal
causa das queimadas na Amazônia. Durante essa prática, o desconhecimento das técnicas de
prevenção e dos fatores que influenciam o comportamento do fogo é responsável pela dispersão
descontrolada das chamas por toda a região. Além do analfabetismo ambiental e da expansão de
fronteiras, causas naturais e comportamentais também são evidenciadas. Porém, sabe-se que a
intensidade desses incêndios é menor e que eles geram poucos impactos para a Amazônia.
Já segundo o estudo “Esclarecendo a crise das queimadas na Amazônia”, as principais
causas dos incêndios florestais ligados ao desmatamento são a falta de governança local e a
especulação da terra. A subsistência de agricultores e o manejo do gado de forma extensiva
também aparecem como fatores que levam à queima da biomassa.
Fatores que contribuem para os incêndios florestais
O RISCO E A FACILIDADE DE PROPAGAÇÃO DO FOGO SÃO INFLUENCIADOS PELOS
SEGUINTES FATORES:
CLIMÁTICOS
As baixas precipitação e umidade relativa do ar e ventos fortes favorecem o início e a
propagação do fogo na vegetação. A baixa pluviosidade na região durante o inverno resseca as
coberturas vegetais, facilitando a dispersão de chamas. Altas temperaturas também aumentam os
riscos de combustão. Ventos fortes e constantes, por sua vez, aumentam a evapotranspiração e
diminuem a umidade relativa do ar, favorecendo a propagação do fogo na vegetação.
TOPOGRÁFICOS
A declividade de um local também favorece a dispersão das chamas na vegetação. O fogo
se alastra mais rápido quanto mais acidentado for o terreno. Além disso, regiões com inclinações
acentuadas contribuem para regimes específicos de movimentação do ar, que também auxiliam na
propagação do fogo.
CAUSAS DAS QUEIMADAS DA AMAZÔNIA
Nos últimos anos, as queimadas na região da Amazônia ganharam um maior destaque, pois
trata-se de centenas de milhares de focos de incêndio ao ano, e as motivações para tal ato são
bastante diversificadas. Destacam-se três motivos centrais para a realização das queimadas na
Amazônia.
O primeiro motivo diz respeito à realização de incêndios ligada ao desmatamento. Retira-
se a vegetação considerada boa para uso em outras atividades econômicas, em seguida, faz-se
uso do fogo para eliminação dos arbustos que sobram, técnica executada para preparo
do solo para a agricultura ou pecuária.
O segundo motivo fica por conta das queimadas realizadas em áreas de agricultura que já
existem, que foram desmatadas anteriormente. Elas ocorrem para o preparo do solo, com
eliminação de ervas daninhas e fertilização do solo para o desenvolvimento agrícola. O incêndio é
uma técnica primitiva bastante eficiente, rápida e barata, esses fatores motivam os grandes
proprietários de terra a promovê-lo.
O terceiro e último motivo são os incêndios florestais. Eles podem ser iniciados de maneira
acidental, principalmente no período da estiagem, e podem afetar áreas gigantescas de coberturas
vegetais, ocasionando impacto direto aos animais, rios e sociedades tradicionais e ribeirinhas. Em
alguns casos, eles podem ser considerados criminosos, quando indivíduos realizam-nos de
maneira indiscriminada, e acabam com grandes áreas verdes.
IMPACTOS DAS QUEIMADAS NA AMAZÔNIA
As queimadas são responsáveis por liberar gás carbônico (CO2) e metano (CH4) na
atmosfera. Esses gases contribuem para o aquecimento global e podem mudar o clima da
Amazônia, criando o ambiente propício para que outros grandes incêndios ocorram com mais
frequência. Trata-se de um ciclo vicioso. A perda da maior reserva de biodiversidade do planeta e
a poluição do solo e de ambientes aquáticos também são graves consequências geradas pelas
queimadas.
Além disso, o desmatamento é responsável por aumentar o escoamento da água e,
consequentemente, a descarga dos rios. Isso acontece porque a redução da cobertura vegetal
diminui a infiltração da água no solo e as taxas de evapotranspiração. Esse processo altera as
condições morfológicas e biogeoquímicas dos ecossistemas aquáticos, já que causa a exportação
de sedimentos terrestres para os córregos.
As queimadas também contribuem para o aumento de casos de doenças respiratórias, já
que afetam a qualidade do ar. A Organização Mundial de Saúde (OMS), em documento elaborado
para eventos relacionados a incêndios florestais, destaca a saúde como dependente de um
ambiente saudável, evidenciando a necessidade em direcionar o problema das queimadas a um
contexto global de mudanças.
Além do gás carbônico, outras espécies químicas são produzidas e liberadas para a
atmosfera durante as queimadas, como monóxido de carbono (CO), óxidos nitrosos (NO3) e
hidrocarbonetos. Esses elementos sofrem reações fotoquímicas que auxiliam na formação de
poluentes secundários, os quais atuam como gases do efeito estufa e intensificam o aquecimento
global.
Além disso, o fim das queimadas está diretamente relacionado com a interrupção nos
desmatamentos. Para isso, são necessárias quatro linhas de atuação que incluem:
10 AÇÕES PRÁTICAS PARA AJUDAR A SALVAR A AMAZÔNIA
1. Contribuir com doações de bens e tempo em instituições a favor da preservação;
2. Participar de ativações, mobilizações e campanhas;
3. Assinar e divulgar petições com foco em políticas públicas;
4. Cobrar posicionamento de marcas e pessoas que têm relevância para a causa;
5. Eliminar ou reduzir o consumo de carne. O consumo de carne no Brasil é o dobro do sugerido
pela OMS;
6. Introduzir uma dieta vegana. Segundo a ONU, uma mudança global para uma dieta vegana
é vital para salvar o mundo da fome, da escassez dos combustíveis e dos piores impactos das
mudanças climáticas;
7. Consumir madeiras e papéis certificados;
8. Apoiar marcas que produzem de forma sustentável;
9. Auxiliar a resistência dos povos indígenas;
10. Amparar projetos de agrofloresta e outros de impacto socioambiental positivo.
 Implementação de políticas públicas ambientais efetivas e perenes;
 Apoio a usos sustentáveis da floresta e melhores práticas agropecuárias;
 Restrição drástica do mercado para produtos associados a novos desmatamentos;
 Engajamento de eleitores, consumidores e investidores nos esforços de zerar o
desmatamento.
5. DIREITO DAS MINORIAS.
O QUE É MINORIAS?
Logo de início, temos de esclarecer um ponto de confusão: uma minoria não está sempre
em menor número na sociedade.
COMO ASSIM? ENTÃO POR QUE É CHAMADA DE MINORIA?
Porque a palavra “minoria”, nesse caso, não se refere a um número menor de pessoas, à
sua quantidade, mas sim a uma situação de desvantagem social. Ou seja, apesar de muitas vezes
coincidir de um grupo minoritário ser realmente a menor parte da população, não é o fator numérico
o essencial para que uma população possa ser considerada uma minoria. São as relações de
dominação entre os diferentes subgrupos na sociedade e o que os grupos dominantes determinam
como padrão que delineiam o que se entende por minoria em cada lugar. Comportamentos
discriminatórios e preconceituosos também costumam afetar os grupos minoritários.
É importante frisar que não há consenso absoluto quanto ao conceito de minorias. Alguns
teóricos estreitam a definição, ao reduzir os tipos de características que podem definir uma minoria,
por exemplo. Outros afirmam que o termo não possui uma definição única e que sua intenção
sempre dependerá do autor que o estar utilizando. Conforme a definição abaixo, do sociólogo
Mendes Chaves:
“[A palavra minoria se refere a] um grupo de pessoas que de algum modo e em algum setor
das relações sociais se encontra numa situação de dependência ou desvantagem em relação a um
outro grupo, “maioritário”, ambos integrando uma sociedade mais ampla. As minorias recebem
quase sempre um tratamento discriminatório por parte da maioria.”
QUAL A SUA IMPORTÂNCIA OU RELEVÂNCIA?
A fala comum de que a democracia é o governo da maioria nem sempre é ou deve ser
verdade. Os direitos humanos, como direitos fundamentais, devem ser considerados pela
legislação de uma nação e garantidos a todos os indivíduos. No caso das minorias, tal consideração
é especialmente importante, posto que se tratam de grupos já discriminados e tratados de modo
desigual pela parte maioritária.
Assim, é imprescindível que a democracia não considere somente o princípio da maioria,
mas também princípios de justiça social, concedendo espaços de fala para as minorias e realizando
leis e políticas públicas que atendam aos seus interesses e necessidades, mesmo que estes não
correspondam aos desejos da maior parte da população. Ao agir desse modo, o Estado colabora
para a diminuição da discriminação contra esses grupos minoritários e garante que toda sua
população seja contemplada com direitos fundamentais, como estabelecido na Constituição
Brasileira.
Como exemplo, pode-se citar o direito ao casamento entre pessoas do mesmo sexo. Mesmo
que a maior parte da população de determinado país não concorde com esse tipo de união, o
Estado pode interceder em favor dessa minoria – no caso, a população LGBTQI – e conceder o
direito, sem que tal ato consista em uma violação da democracia.
COMO RECONHECER UMA MINORIA?
As características podem variar para cada grupo minoritário, mas alguns elementos
costumam ser comuns às minorias, como:
• Vulnerabilidade: os grupos minoritários, em geral, não encontram amparo suficiente na
legislação vigente, ou, se o amparo legal existe, não é implementado de modo eficaz. Por isso, é
comum a luta desses grupos por terem sua voz mais escutada nos meios institucionais. Exemplo:
transgêneros;
• Identidade em formação: mesmo que exista há muito tempo e que tenha tradições sólidas e
estabelecidas, a minoria vive em um estado de ânimo de constante recomeço de sua identificação
social, por ter de se afirmar a todo momento perante a sociedade e suas instituições, reivindicando
seus direitos. Exemplo: negros;
• Luta contra privilégios de grupos dominantes: Por serem grupos não-dominantes e, muitas
vezes, discriminados, as minorias lutam contra o padrão vigente estabelecido. Essa luta, na
atualidade, tem como grande marca a utilização das mídias, para expor a situação dessas minorias
e levar conhecimento para a população em geral. Exemplo: mulheres;
• Estratégias discursivas: As minorias organizadas, em geral, realizam ações públicas e
estratégias de discurso para aumentar a consciência coletiva quanto a seu estado de
vulnerabilidade na sociedade. Além das mídias já citadas, passeatas e manifestos também podem
são frequentemente utilizados. Exemplo: movimento LGBTQIA.
EXEMPLOS DE GRUPOS MINORITÁRIOS
As minorias podem ser discriminadas por diversos motivos. Alguns exemplos são: étnicos,
religiosos, de gênero, de sexualidade, linguísticos, físicos e culturais.
Em cada país ou região, diferentes populações podem ser consideradas minoritárias, a
depender dos grupos que dominam as instituições do local, sendo que um mesmo grupo pode ser
dominante em um lugar e minoritário em outro.
Os judeus, por exemplo, são o grupo hegemônico em Israel, mas podem ser considerados
minoritários em outros países, como nos que há predominância católica. Os curdos são
considerados minoria na Turquia, enquanto os descendentes de turcos são considerados um grupo
minoritário na Alemanha. No Brasil, podemos citar como exemplos de minorias mais conhecidas as
populações negra, LGBTQIA, de mulheres, indígenas e de deficientes.
QUAIS SÃO OS IMPACTOS E SUAS CONSEQUÊNCIAS?
Falar de minorias é falar da multiplicidade de existências possíveis. É permitir que a diferença
seja reconhecida e possa ser manifesta no espaço público. É tratar o direito à diferença no princípio
da igualdade, em que os membros de um grupo minoritário sejam igualmente respeitados. O direito
das minorias, de origem internacional, envolve complexidades inerentes à sociedade plural e
multicultural como a brasileira, cuja alteridade encontra guarida nos valores democráticos,
presentes na Constituição Federal de 1988.
Então, proteger e ressaltar os direitos das minorias faz parte do processo de efetivação de
sociedades baseadas no multiculturalismo, as quais defendem tanto os direitos à igualdade, quanto
a convivência respeitosa entre os mais variados grupos sociais, garantindo espaço para a
preservação da diversidade e da diferença
TRATAMENTO DAS MINORIAS NO ÂMBITO INTERNACIONAL
Não só no âmbito nacional há preocupação com os direitos das minorias. Há uma variedade
de Pactos, Declarações e Convenções internacionais que tratam dos direitos desses grupos.
Citaremos alguns instrumentos da ONU (Organização das Nações Unidas) para ilustrar os
instrumentos internacionais existentes sobre o assunto:
• Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948: dispõe que “toda pessoa tem
capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção
de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza,
origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição”, assim estabelecendo
a igualdade formal e os direitos fundamentais para todas as pessoas;
• Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio, de 1948: apesar de
não citar diretamente a proteção a grupos minoritários, entende-se que, historicamente, foram eles
os mais afetados por ações de extermínio e genocídio. Assim, a Convenção representou um grande
avanço na proteção dessas populações;
• Convenção da UNESCO para Eliminação da Discriminação na Educação, de 1960: dispõe
que os membros das minorias nacionais devem ter o direito de exercer as atividades educativas
que lhe sejam próprias, inclusive o uso ou ensino de sua própria língua, garantindo a preservação
de sua cultura;
• Declaração dos Direitos das Pessoas pertencentes a Minorias Nacionais ou Étnicas,
Religiosas e Linguísticas, de 1992: dispõe que “Pessoas pertencentes a minorias nacionais,
étnicas, religiosas e linguísticas têm o direito de desfrutar de sua própria cultura, de professar e
praticar sua própria religião, de fazer uso de seu idioma próprio, em ambientes privados ou públicos,
livremente e sem interferência de nenhuma forma de discriminação”, colaborando para a garantia
dos direitos de minorias étnicas, religiosas e linguísticas.
MINORIAS NA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA
A legislação brasileira raramente utiliza o termo “minorias” para caracterizar a situação de
vulnerabilidade de grupos minoritários no Brasil. Na Constituição Federal, por exemplo, o termo
não aparece em nenhum momento com esse significado. Entretanto, na própria Constituição e em
outras leis infraconstitucionais, são encontrados artigos que colaboram para que os direitos
fundamentais das minorias brasileiras, de modo geral, sejam assegurados. Citaremos alguns
exemplos:
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da
cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais.
Parágrafo 1º: O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas e afro-
brasileiras, e das de outros grupos participantes do processo civilizatório nacional. […]
Art. 216: Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados
individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos
diferentes grupos formadores da sociedade brasileira.
Desse modo, a Constituição brasileira protege os direitos, principalmente, das minorias étnicas
existentes em seu território, garantindo seu apoio à cultura dessas populações.
LEI 2889/56
Essa lei, ao buscar prevenir o genocídio, colabora para a proteção das minorias, que, como já
citado, são as maiores vítimas desse crime. Ela estabelece punições para aquele que com intenção
de destruir no todo ou em parte, grupo nacional, étnico, racial ou religioso, como tal: a) Matar
membros do grupo; b) Causar lesão grave à integridade física ou mental de membros do grupo; c)
Submeter intencionalmente o grupo a condições de existência capazes de ocasionar-lhe a
destruição física total ou parcial ; d) Adotar medidas destinadas a impedir os nascimentos no seio
do grupo; e) Efetuar a transferência forçada de crianças de um grupo para outro grupo.
LEI 7716/89
Essa lei estabelece punições para crimes resultantes de discriminação relacionada a raça, cor,
etnia, religião ou procedência nacional. Alguns dos crimes são: impedir acesso a serviços públicos,
negar contratação, impedir acesso a cargos públicos, deixar de atender cliente, impedir acesso a
transportes públicos, entre outros, por motivo de discriminação já citados. Como já foi comentado,
as minorias são alvos de discriminação e preconceito, portanto, ao buscar punir esses crimes, o
Estado protege os grupos minoritários.
EXEMPLOS DE POLÍTICAS PÚBLICAS PARA MINORIAS NO BRASIL
Apesar de ainda termos um longo caminho em direção à efetivação dos direitos das minorias no
Brasil, algumas políticas públicas com esse propósito já foram realizadas no país, visando à
proteção de grupos minoritários específicos. Alguns exemplos são:
• As ações afirmativas para o acesso ao ensino superior, que possibilitam uma menor
desigualdade de oportunidades a negros, grupos étnicos e sociais minoritários;
• O Programa Nacional de Reforma Agrária, que, dentre outras ações, garantiu direitos mais
amplos às mulheres na titulação da terra, que passaram a ter preferência no recebimento dos lotes;
• As ações afirmativas para maior participação feminina na política, estabelecendo, por
exemplo, a porcentagem mínima de 30% para candidaturas femininas em cada partido;
• As ações afirmativas que asseguram 20% dos cargos públicos a pessoas portadoras de
deficiência;
• Leis que propõem viabilizar o livre acesso de pessoas com deficiência a edificações e vias
públicas;
• As ações para reconhecimento da união entre casais homoafetivos, dentre elas: a Resolução
número 175/2013 da CNJ, que passou a permitir o casamento civil entre casais do mesmo sexo e
a aprovação recente, pela CCJ, do projeto de lei que reconheceu sua união civil, garantindo
inclusive os direitos civis de sucessão ao companheiro. O projeto segue em trâmite no Congresso;
• Entre outras.
6. DESMATAMENTO NO BRASIL: QUAL A SITUAÇÃO?

O QUE É DESMATAMENTO?
De acordo com o Dicionário Aurélio, um dos mais importantes dicionários da Língua
Portuguesa, que se tornou padrão e referência no Brasil, o desmatamento é definida da seguinte
maneira:
 Ação ou efeito de desmatar; ato que consiste na retirada do mato; desflorestamento.
 Ação de limpar as impurezas de um terreno através da remoção do mato que o recobre.
O desmatamento, também chamado de desflorestação ou desflorestamento, consiste na
retirada total ou parcial das árvores, florestas e demais vegetações de uma determinada região.
Como não poderia deixar de ser, essa prática causa danos, muitas vezes irreversíveis, às
populações que ali habitam, comprometendo a biodiversidade.

QUAL A SUA IMPORTÂNCIA OU RELEVÂNCIA?

O desmatamento é um dos mais graves problemas ambientais do Brasil. Além de devastar


as florestas e os recursos naturais, ele compromete o equilíbrio do planeta em seus diversos
elementos, incluindo os ecossistemas, afetando gravemente também a economia e a sociedade.
No Brasil, existe uma preocupação crescente quanto ao desmatamento na Amazônia, que bateu
recordes nos últimos anos.
O ano de 2020 registrou um recorde no desmatamento na Amazônia. Entre janeiro e
dezembro do ano passado, a floresta perdeu 8.058 km² de área verde. É a maior dos últimos dez
anos. Houve um aumento de 30% em comparação com 2019, quando foram derrubados 6.200 km².
Os dados são do Sistema de Alerta de Desmatamento do Imazon. Em dezembro, os satélites
registraram 276 km² de devastação, também um recorde de dez anos.
No ranking dos estados que mais desmataram a Amazônia no ano passado, o Pará aparece
em primeiro lugar, com 42% de todo o desmatamento registrado em doze meses. Em seguida vem
Amazonas (17,2%), Mato Grosso (13,4%), Rondônia (12,9%), Acre (8.5%), Maranhão (2,9%),
Roraima (2,5%) e, por último, Amapá (0,3%) e Tocantins (0,3%).
Seis dos dez municípios que mais foram alvos do desmatamento entre janeiro e dezembro
de 2020 estão localizados no estado do Pará. Altamira (575 km²) e São Félix do Xingu (447 km²)
encabeçam a lista.
A Unidade de Conservação Florex Rio Preto-Jacundá, em Rondônia, foi a mais desmatada
no ano passado, com 321 km² de área verde derrubada. A terra indígena Apyterewa, no Pará, foi
a TI com mais alertas de desmatamento detectados pelo sistema de monitoramento, com 82 km²
de área total desmatada.
As causas do desmatamento são diversas e, em sua maior parte, compostas por atividades
humanas que provocam ou intensificam a ocorrência desse problema.
Alguns exemplos são expansão agropecuária, atividade mineradora, aumento da exploração
dos recursos naturais pela procura por matéria-prima, intensa urbanização e aumento das
queimadas, acidentais ou intencionais, entre outros.

QUAIS SÃO OS IMPACTOS E SUAS CONSEQUÊNCIAS?


As consequências provocadas pelo desmatamento são devastadoras. E a primeira afetada
é a biodiversidade local.
Uma vez que há a destruição das florestas, perde-se o habitat natural de muitas espécies,
contribuindo para a morte de animais e até mesmo a extinção dos tipos endêmicos.
Daí derivam problemas também para a cadeia alimentar e para os ecossistemas locais. Essa
perda pode impactar até as atividades econômicas, como a caça e a pesca.
ÁGUA E SOLO
O desmatamento gera consequências negativas também sobre a água e os solos. Como
as florestas são responsáveis pela regulação de cerca de 57% das águas doces superficiais do
mundo, elas contribuem fornecendo umidade para o ambiente.
Ou seja, a retirada delas implica a alteração do equilíbrio climático de muitas regiões, sem
falar na intensificação do efeito estufa.
Além disso, as florestas melhoram a drenagem dos terrenos, e sua ausência intensifica os
deslizamentos de terra em áreas de grande inclinação, acentua as inundações, facilita a erosão do
solo e a desertificação.
DOENÇAS E OUTROS DANOS AO SER HUMANO
O ser humano é outro que sofre as consequências das próprias ações. Hoje, 1,6 bilhão de
pessoas dependem hoje, direta ou indiretamente, das atividades ligadas às florestas.
Com o desmatamento, as pessoas se privam não só de uma potencial produção contínua
de madeira, como também de muitos outros produtos naturais valiosos, como frutos, amêndoas,
fibras, resinas, óleos e substâncias medicinais.
Ademais, um artigo publicado na Frontiers in Veterinary Science estabeleceu que há uma
conexão entre o desmatamento e a ocorrência de doenças zoonóticas e transmitidas por vetores.
O estudo indica que o desmatamento levou ao aumento de surtos de vírus semelhantes a
COVID-19 e também facilita a propagação de doenças transmitidas por vetores, como a malária.
No Brasil, uma das maiores preocupações é com a Amazônia. Com seus 6,9 milhões de
quilômetros quadrados, a floresta sofre com o desmatamento, que, desde 1970, já atingiu 18% de
seu território, área que equivale aos territórios do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Rio
de Janeiro e Espírito Santo.
7. FEMINICÍDIOS NO BRASIL.

O QUE É FEMINICÍDIOS?

Feminicídio é o termo usado para denominar assassinatos de mulheres cometidos em razão


do gênero. Ou seja, quando a vítima é morta por ser mulher. No Brasil, a Lei do Feminicídio, de
2015, estabelece que, quando o homicídio é cometido contra uma mulher, a pena é maior. De
acordo com o Mapa da Violência de 2015, último levantamento quantitativo nacional sobre o
assunto, o Brasil é considerado o 5º país do mundo com maior número de feminicídios. Segundo
dados divulgados pela Organização das Nações Unidas (ONU), só em 2017, foram 4.600 casos,
ou seja, entre 12 e 13 mulheres são mortas todos os dias.

QUAL A SUA IMPORTÂNCIA OU RELEVÂNCIA?


A palavra feminicídio vem do termo femicídio, cunhado pela socióloga sul-africana Diana
Russell em 1976 em um simpósio chamado Tribunal Internacional de Crimes contra Mulheres, em
Bruxelas, na Bélgica. Vinha da ideia de que a palavra homicídio tem um conceito geral e que seria
preciso criar uma definição específica para mulheres a partir da palavra "fêmea". Homicídio de
fêmeas virou, então, femicídio. Diana explicou que optou pela palavra fêmea e não mulher uma vez
que o femicídio é cometido também contra crianças e idosas. A análise tinha um viés sociológico
e, naquela época, ainda não havia atingido o âmbito da lei. Em 1992, Diana escreveu o livro
"Femicídio: a Política de Matar Mulheres". A obra inspirou a antropóloga e ex-deputada mexicana
Marcela Lagarde a criar uma mobilização contra assassinatos de mulheres no México. Mas Marcela
modificou o termo: disse que ao traduzir para o espanhol, a palavra perdia a força e propôs o uso
de feminicídio que, segundo ela, o "conjunto de delitos de lesa humanidade que contém os crimes
e os desaparecimentos de mulheres". Ela também pontuava a negligência do Estado em permitir
que esses crimes acontecessem. O Brasil seguiu Lagarde e adotou essa versão do termo. Por aqui,
a palavra apareceu pela primeira vez em âmbito legislativo nos resultados da CPMI (Comissão
Parlamentar Mista de Inquérito) da Violência contra a Mulher, de 2012. O relatório final da comissão
propôs o projeto de lei 292/2013, do Senado Federal, que alterava o código penal para inserir o
feminicídio como circunstância qualificadora do crime de homicídio.
O QUE DIZ A LEI DO FEMINICÍDIO?
O Brasil institui o crime de feminicídio com a Lei nº 13.104, conhecida como Lei do
Feminicídio, promulgada pela presidente Dilma Rousseff em 9 de março de 2015. Tornou o
feminicídio um homicídio qualificado e o colocou na lista de crimes hediondos, com penas mais
altas. Assim, para um homicídio simples, a pena varia entre 6 e 20 anos. Para o feminicídio, de 12
a 30 anos. Um crime é considerado feminicídio quando for cometido contra uma vítima por ela ser
do sexo feminino. Segundo a lei, para ser considerado feminicídio, as situações devem envolver
violência doméstica e familiar ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher. Mas o que
isso significa exatamente? Significa que houve uma situação de dominação ou humilhação, sendo
o autor do crime conhecido ou não da vítima.
FEMINICÍDIO SÓ VALE QUANDO O CRIME É COMETIDO PELO MARIDO OU NAMORADO?
Não. Também é considerado feminicídio se o criminoso for desconhecido, embora a grande
maioria seja cometido por parceiro ou ex-parceiro (96% dos feminicídios no Estado de São Paulo).
A lei pode abarcar diferentes circunstâncias. Por exemplo: um homem que mata uma prostituta
porque ela não aceitou sua oferta, um indivíduo que assassina uma vítima após estuprá-la, um
homem que mata uma mulher depois que ela rejeita um convite para sair. Todos esses são
exemplos reais e são considerados feminicídio pela Justiça, mesmo que o agressor não tenha
relação com a vítima.

QUAIS SÃO OS IMPACTOS E SUAS CONSEQUÊNCIAS?


Por que uma lei específica para mortes de mulheres é importante? A criação de uma lei
específica para mortes de vítimas do sexo feminino é uma maneira de sistematizar e evidenciar a
violência contra mulher. Abordá-la pela perspectiva de gênero é um esforço para evitar que novos
crimes aconteçam. Também é uma maneira de discutir a violência machista que culmina no
feminicídio. Ou seja, falar sobre esses crimes é uma maneira de debater as agressões sofridas por
mulheres que podem resultar em assassinato.
Um dos pontos mais importantes é quebrar o silêncio que envolve esses crimes. "Sabemos
que as mulheres que morrem são as que não procuram ajuda. E não o fazem por saberem que
serão responsabilizadas e criticadas pelas agressões que sofrem", afirma Valéria Scarance, do MP-
SP. Quando uma pessoa critica uma mulher perguntando o que ela faz para provocar o homem,
está calando a vítima. Esse pensamento está presente, inclusive, nas justificativas dos feminicidas.
Em regra, eles justificam seus atos ou declarando seu amor ou dizendo que foram provocados pela
vítima ou por um fator externo. "Por não entendermos o que é violência contra a mulher é que a
vítima é responsabilizada. Precisamos falar sobre isso para mudar a mentalidade social.".
CONSEQUÊNCIAS
O Brasil registrou oficialmente em 2020 a morte de 1.338 mulheres por sua condição de
gênero, assassinatos praticados em sua maioria por companheiros, ex-companheiros ou pretensos
companheiros. Os dados consolidados do ano passado, que tiveram 10 de seus 12 meses sob o
efeito da pandemia da Covid-19, foram colhidos pela Folha nas secretarias de Segurança Pública
dos 26 estados e do Distrito Federal. Em relação a 2019 houve uma alta de 2%, mas a violência
contra as mulheres cresceu em níveis mais alarmantes no Centro-Oeste (14%) e no Norte (37%).
Nordeste (+3) e Sudeste (-3) apresentaram pequenas variações. No Sul, houve queda de 14%.
Os números mostram que a violência contra a mulher tem trilhado uma trajetória de alta —o
feminicídio cresceu 8% de 2018 para 2019, de acordo com dados atualizados—, apesar do
endurecimento da legislação em anos recentes.
SULUÇÕES
– Capacitação de profissionais: É preciso sensibilizar os profissionais que atuam no atendimento
e acolhimento das mulheres vítimas de violência e dar a eles condições estruturais para realizar o
seu trabalho, por meio do investimento massivo na criação e melhoria dos serviços. A humanização
do atendimento é essencial, pois somente ela permitirá à mulher ter o apoio e a força necessários
para seguir adiante com a denúncia. Uma mulher que é mal atendida e não volta a procurar o
serviço é uma mulher que muito provavelmente entrará para as estatísticas.
– Amparo às sobreviventes e suas famílias: a vítima não pode ser esquecida neste processo,
tampouco sua família e sua comunidade. Não bastam as leis e o combate aos crimes se os afetados
pela violência são desamparados pelo Estado e pela sociedade. Neste processo, a vítima não pode
ser apenas um número e um meio de prova. A valorização da memória das vítimas e a reparação
a quem foi afetado também devem ser levadas em conta no enfrentamento da violência. Também
é preciso investir em apoio psicológico e social e em programas de geração de renda para que a
vítima tenha direito a recomeçar sua vida.
– Educação e conscientização da população: numa sociedade em que o machismo e a misoginia
são fundantes e estruturantes das nossas relações e experiências, a violência contra a mulher é
algo naturalizado no cotidiano. Para romper com essa mentalidade, é preciso desaprender a
misoginia e se educar para a equidade e a justiça. Isso envolve desde a abordagem do tema em
sala de aula até a produção de estatísticas que fundamentem as políticas públicas e a realização
de campanhas voltadas à população como um todo.
– Uma mídia consciente e responsável: culpabilização da vítima, adoção de termos impróprios
que naturalizam e até romantizam a agressão, viés puramente policial e sem contextualização. As
reportagens sobre feminicídio no Brasil são um exemplo cruel de como a imprensa pode ajudar a
reproduzir a violência contra a mulher. É urgente a capacitação dos profissionais de imprensa sobre
a violência contra a mulher, assim como a responsabilização legal dos meios de comunicação que
reiterem a violência.
8. FAKE NEWS E SUA INFLUÊNCIA NAS ELEIÇÕES.
O QUE É FAKE NEWS?
A expressão fake news ganhou as páginas dos jornais e a internet nos últimos anos. No
entanto, nem todos sabem ao certo o que significa fake news. O termo vem do inglês fake
(falsa/falso) e news (notícias). Dessa forma, em português, a palavra significa notícias falsas.
Apesar de ter se destacado recentemente, a expressão é bem mais antiga e data do final do século
XIX. Fake News são as informações falsas que viralizam entre a população como se fosse verdade.
Atualmente, elas estão, principalmente, relacionadas às redes sociais.
O QUE SIGNIFICA FAKE NEWS?
A internet possibilita que as notícias se espalhem em uma velocidade cada vez mais rápida. E as
redes sociais aceleraram ainda mais esse processo. Entretanto, o espaço também é propício para
que as notícias falsas também sejam facilmente divulgadas. Além disso, outro fator importante é
que as pessoas perderam o costume de verificar as fontes de um dado. Quando algo é publicado,
automaticamente há centenas de compartilhamentos sem nem ao menos chegar de onde partiu
aquela notícia.
O período das eleições tem levantado o debate sobre o perigo das fake news. Ultimamente criou-
se uma espécie de guerra entre os envolvidos no processo eleitoral para derrubar os candidatos
adversários com a divulgação de notícias falas na internet. Escândalos de criação de
departamentos especializados na criação e propagação de informações inverídicas ganhou as
manchetes em todo o mundo.

QUAL A SUA IMPORTÂNCIA OU RELEVÂNCIA?


COMO AS FAKE NEWS SÃO CRIADAS?
Existem diferentes formas de criar fake news. Desde uma simples publicação nas redes
sociais a empresas que são especialistas em viralizar informações falsas. Os objetivos também
variam e podem ter o intuito de atrair visualizações para páginas nas mídias sociais ou até mesmo
disseminar o ódio contra pessoas, instituições, empresas, governos, etc. As empresas
especializadas estão presentes na chamada deep web, uma parte mais restrita e oculta ao grande
público, pois não aparece nos motores de busca.
De modo geral, é criada uma página na internet e um robô responsável por espalhar o link
da fake news em diferentes redes, de forma bastante maçante. A informação pode chegar a ser
replicada até mesmo a cada dois segundos pelos robôs. É dessa forma que os boatos ganham
proporções inimagináveis.

QUAIS SÃO OS IMPACTOS E SUAS CONSEQUÊNCIAS?


Com a proximidade das eleições municipais, uma enxurrada de informações sobre os
candidatos começam a circular nos veículos de comunicação, nas redes sociais e no boca a boca.
No momento em que estas informações contribuem na disseminação de propostas e verdades
acerca do processo eleitoral, elas colaboram para a democracia. Contudo, a realidade atual no
contexto nacional e até internacional, é um enxame de desinformação e fake news, que, por meio
das tecnologias e meios digitais, chegam com muita facilidade aos cidadãos.
O jornalista e professor universitário, Roberto Mancuzo, destaca que as fake news não são
novidade no campo de estudos da comunicação, mas o avanço da humanidade na capacidade de
transmitir uma informação em grande velocidade as tornaram presença constante na vida social.
“Uma informação falsa pode se espalhar em segundos e o maior prejuízo, na minha visão, é para
a população, que acaba tomando decisões erradas com base nas informações falsas, e as pessoas
que as repassam, acabam sendo cúmplices”, enfatiza Mancuzo.
Entre estas decisões está aquela que influirá por quatro anos na vida da população: a que
se refere ao voto. “A disseminação das notícias falsas sempre foi uma realidade em todos os
tempos e em todas as eleições. Claro que em ambientes menores, municípios menores, a
verificação da veracidade ou não de uma informação seria em tese mais fácil, por conta da
proximidade com os candidatos e com os fatos, do que no âmbito das eleições gerais e de
candidatos que estão mais distantes da população. Ocorre que, por meio da internet e das redes
sociais, existe um complicador no combate às fake news mesmo no âmbito municipal”.
A publicação de desinformações mais recorrentes em períodos eleitorais são aquelas que
falseiam propostas de candidatos, geralmente com apelos emocionais à população, e outras que
atentam contra a credibilidade da própria Justiça Eleitoral, das urnas eletrônicas e do sistema de
votação.
QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS DE DIVULGAR FAKE NEWS?
Uma notícia falsa, por mais ingênua que possa parecer, é sempre prejudicial, pois induz ao
erro e contribui para a desinformação da população.
Além disso, as fake news interferem na ação, na tomada de decisão e até mesmo no
posicionamento político das pessoas. Nesse aspecto, por exemplo, especialistas afirmam
que boatos ajudaram a eleger Donald Trump nos EUA e Bolsonaro no Brasil.
E as consequências das fake news são tão graves que podem inclusive colocar vidas em
risco ou prejudicar a saúde das pessoas, como no caso das notícias veiculadas a respeito do uso
de hidroxicloroquina no tratamento contra a Covid-19.
Nesse contexto, é importante reforçar que a internet e, sobretudo, as redes sociais têm um
importante papel na disseminação de fake news.
Isso porque, o meio online é propício para o rápido compartilhamento dos boatos e, devido
à facilidade de acesso, as notícias falsas conseguem alcançar um grande número de pessoas.
Para o combate às fake news, vale lembrar que existem alguns instrumentos jurídicos que
podem ser aplicados, como o Código Penal, a Lei das Contravenções Penais, o Código Civil,
o Marco Civil da Internet e a legislação eleitoral.
Contudo, a legislação brasileira ainda não tipifica esse crime, especialmente no caso da
internet. Além disso, sabe-se que o Poder Judiciário nem sempre se mostra eficaz em dar respostas
rápidas no combate à proliferação de fake news.
Por isso, uma das melhores formas da população contribuir é checar a veracidade das
informações, antes de considerá-las verdadeiras e, principalmente, antes de compartilhá-las.

DENÚNCIAS E PENALIDADES
Em relação às fake news praticadas contra candidatos, será possível entender a conjuntura
das eleições. A Lei 13834/2019 deu nova redação ao Código Eleitoral, prevendo como crime no
artigo 326-A, a denunciação caluniosa para fins eleitorais, com pena de 2 a 8 anos e multa,
incorrendo nas mesmas penas quem divulga e propaga o fato falsamente atribuído. Além disso, é
assegurado o direito de resposta ao ofendido nos termos do artigo 9º da Resolução do TSE
(Tribunal Superior Eleitoral) 23.610/19 e artigo 58 da Lei 9504/97.
“O TRE tem buscado enfrentamento à desinformação em duas frentes: a preventiva, através
de canais próprios, na página inicial há um link para um hotsite específico com o tema ‘Fato ou
Boato’, e ainda há divulgação de conteúdo pelo Facebook, Twitter, Instagram e no YouTube a série
‘Sabia, eleitor’. O ofendido deve solicitar o direito de resposta perante a Justiça Eleitoral. Denúncias
também podem ser dirigidas ao Ministério Público Eleitoral para eventual propositura de ação penal.
COMO DESCOBRIR UMA FAKE NEWS?
Com o impacto cada vez maior das fake news no cotidiano, algumas plataformas surgiram
com o intuito de verificar a veracidade das informações. Também conhecidas como fact-checking,
elas analisam as notícias mais compartilhadas e verificam se os dados condizem com a realidade.
Confira uma lista delas abaixo:
• Boatos.org
• Aos Fatos
• UOL Confere
• Truco
• E-farsas
• Agência Lupa
COMO COMBATER AS FAKE NEWS?
No Brasil a legislação ainda não trata especificamente da criação e compartilhamento de
notícias falsas. Os advogados têm buscado formas para lidar com as fake news. De modo geral,
os profissionais seguem o que está previsto no Código Penal para os casos de calúnia, injúria e
difamação.
Para além da legislação, é fundamental que haja políticas de conscientização da população
para o perigo de replicar as informações falsas. Cada cidadão também deve assumir o
compromisso de verificar os fatos antes de compartilhá-los na rede e até mesmo de acreditar em
tudo o que circula nas redes sociais.

COMO IDENTIFICAR AS FAKE NEWS?

Ao receber informações por redes sociais ou aplicativos de mensagens siga estes passos:
1° Passo: Identificar quem é a fonte das informações. “Quem disse tal informação?” é a
pergunta que se deve fazer. Se não encontrar resposta, descarte a informação imediatamente.
Caso descubra a fonte, siga para o próximo passo;
2° Passo: Pergunte a si mesmo: Quem é a fonte? Quais suas credenciais comprovadas? Afinal,
ela existe mesmo? O professor lembra que uma rápida busca no Google pelo nome já indica se tal
órgão ou pessoa é uma referência segura. Em se constatando que se trata de uma fonte com
credenciais, siga mais um passo;
3° Passo: Busque a informação nas agências de checagem. Elas fazem um trabalho
consistente de identificação de fake news. Nelas, pode-se fazer uma conferência segura. Um dos
exemplos é a agência “Lupa”. Não encontrou nada nestas plataformas, vá ao 4° passo;
4° Passo: Preste atenção na diferença que há entre notícia e opinião. O que chegou a você, é
mesmo uma notícia? Notícias são fatos objetivos e opiniões são pessoais. Mancuzo ressalta que
opiniões todos podem ter e podem, ainda, levá-las adiante. O que não se pode é “vesti-la” com
roupas de notícia, muitas vezes opiniões vêm em páginas falsas, com títulos que parecem de
jornais online... Está em dúvida? Vá ao último e derradeiro passo;
5° Passo: Cheque se a informação está nos principais veículos de jornalismo do país (para
fatos nacionais) ou da região (para fatos regionais). Informações bombásticas, como costumam ser
as fakes, serão sempre distribuídas ou repercutidas pela grande imprensa. São importantes portos
seguros. Não encontrou? Então, não acredite e não repasse.
7º PONTO: QUANTAS NOTÍCIAS LER POR DIA?

Não existe uma formula mágica para o conteúdo de atualidades, nem uma quantidade certa
ou errada de quantas notícias ler por dia, mas fica claro que, quanto mais bem informado você
estiver, melhor poderá argumentar em sua prova.

Pensando nisso, proponho para você que comece com a leitura de 5 notícias por dia.
E aí? Você consegue?

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