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Prof.

: Luciano Maia – Redação

Aluno: ______________________________________________________Turma: Treineiros

MÓDULO III – Argumentação I

OBJETOS DO CONHECIMENTO
 Conceito de argumento.
 Modos de aprofundamento de um argumento.

HABILIDADES
 Compreender o princípio básico da argumentação;
 Desenvolver ideias de maneira convincente;
 Estruturar a argumentação no modelo dissertativo-argumentativo;
 Conhecer e utilizar os métodos básicos da argumentativo.

Uma das competências essenciais para o século XXI é a de gerenciamento da informação por meio
da comunicação oral e escrita, ou seja, a capacidade de ler, falar, escrever e defender bem pontos de
vista.
A argumentação torna-se, então, uma prática recorrente e necessária. Escrever bem é saber
argumentar bem. Sabe-se que, nos dias de hoje, o mais importante é transformar as informações em
conhecimento, e não apenas na recepção de informações. As informações são os tijolos, e o
conhecimento é o edifício que construímos com eles.
Segundo o senso comum, argumentar é vencer alguém, forçá-lo a submeter-se à nossa vontade –
definição altamente equivocada. Talvez esta noção fosse mais pertinente para definir guerra, e não
argumentação. No trabalho, na família, no esporte, na política, saber argumentar é, em primeiro lugar,
saber se integrar ao universo do outro. É também obter aquilo que se deseja, mas de modo cooperativo e
construtivo, por meio da tradução da verdade pessoal para a verdade do outro.
Argumentar, em sua essência, significa “provar por meio de raciocínio”. Essa comprovação é
necessária porque todo argumento, necessariamente, está ligado a uma tese que se pretende reafirmar.
Trata-se, portanto, de uma forma de convencer o receptor (no caso de um texto escrito, o leitor) por meio
de um gerenciamento eficaz das informações.
Desta forma, fica claro que os princípios da lógica devem nortear a construção de um bom
argumento. Também é certo que uma argumentação eficiente se preocupa com a ordenação, a
consistência do raciocínio e as evidências das provas apresentadas.
Assim, ao dominar esta técnica, consegue-se cumprir parte da exigência da competência 3 do Enem,
a que afirma que o aluno deve “selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações fatos, opiniões
e argumentos em defesa de um ponto de vista”.

I – Princípio básico da argumentação

ARGUMENTO = TÓPICO FRASAL + APROFUNDAMENTO

Há diversas formas de criar este aprofundamento argumentativo, aqui chamado de ESTRATÉGIAS


ARGUMENTATIVAS, permitindo que o redator as detecte e as produza de maneira adequada. A partir
deste princípio básico da argumentação, constatam-se cinco estratégias que viabilizam a construção de
um argumento.

a) Relação causa e efeito;


b) Analogia;
c) Dedução;
d) Indução;
e) Contra-argumentação.

Neste módulo, serão trabalhados os dois primeiros procedimentos fundamentais, por serem os mais
recorrentes e usuais nas redações escolares e de vestibulares.

RELAÇÃO CAUSA E EFEITO

Vejamos como ocorre o fenômeno de causa e efeito na construção de um argumento:

Tema: “O homem contemporâneo não sabe ainda viver nas grandes cidades”.

“A vida agitada das grandes cidades brasileiras aumenta os índices de doenças do coração. Isso
ocorre em razão do forte desgaste físico e psicológico a que os habitantes dessas metrópoles estão
sujeitos. Sob essa perspectiva, houve uma intensificação dos problemas cardiovasculares, visto que o

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estresse é fator crucial para o desencadeamento dessas doenças, tornando crônicas enfermidades que
seriam facilmente sanadas”.

Com um tópico frasal bem claro e consistente, o autor explora, em seguida, a causa e a
consequência relacionadas a este tópico frasal. Embora correto, o parágrafo poderia ser melhor
explorado, caso viesse a articular (aprofundar) a ideia, através das “causas das causas”, bem como as
“consequências das consequências”, de modo a fornecer a consistência necessária à argumentação.
Deste modo, o parágrafo ficaria desta forma:

“A vida agitada das grandes cidades brasileiras aumenta os índices de doenças do coração. Isso
ocorre em razão de os habitantes dessas metrópoles estarem sujeitos a um forte desgaste físico e
psicológico. As demandas originárias pela sociedade consumista, que preza a competição acima de tudo,
são responsáveis por isso. Sob essa perspectiva, houve uma intensificação dos problemas
cardiovasculares, visto que o estresse é fator crucial para o desenvolvimento dessas doenças, tornando
crônicas as enfermidades que seriam facilmente sanadas. Isso, é claro, prejudica a visão que o homem
tem de si mesmo, reduzindo sua autonomia”.

Assim, o texto se torna mais consistente, já que todas as ideias necessárias ao embasamento do
tópico frasal foram explicitadas. O esquema da exploração das causas e consequências ficaria desta
forma:

TÓPICO FRASAL + CAUSA + CAUSA DA CAUSA + CONSEQUÊNCIA + CONSEQUÊNCIA DA


CONSEQUÊNCIA

ANALOGIA

Fundamento que requer bastante atenção porque:

a) A analogia não pode ser mais complexa que o tópico frasal, uma vez que sua função é elucidar,
e não confundir. Nisso está a sua força argumentativa;
b) Se for muito inusitada, a analogia precisará ser explicada em muitas linhas, o que a torna
improdutiva;
c) Por fim, a analogia deve sempre apresentar caráter argumentativo, mas ela não é o argumento
em si. Ela deve se conectar à explicação do tópico frasal, sustentando-a, para que o leitor se
convença da tese apresentada. A analogia é, portanto, acessória, e não principal.

Vejamos como ocorre o fenômeno da analogia na construção de um argumento.

Tema: “É possível acreditar no futuro do Brasil”

“O Brasil é a primeira grande experiência que a espécie humana faz, na história moderna, para
criar um grande país independente, abaixo dos trópicos. Desse modo, pode-se comparar essa conquista
de autonomia política à Revolução Francesa, que também inaugurou um novo momento ao romper com
antigos modelos”.

Também com um tópico frasal bem claro e objetivo, faz-se uma linha comparativa entre a ideia
de democracia do Brasil e da França. Embora o redator sustente a analogia com a explicação de que a
Revolução Francesa também teria inaugurado um novo momento ao romper com antigos modelos, o
argumento ainda é inconsistente. Isso porque falta a ele a relação direta da analogia com a tese, portanto
o argumento não possui o elemento que vai auxiliar no convencimento do leitor.
O parágrafo ficaria melhor redigido desta forma:

“O Brasil é a primeira grande experiência que a espécie humana faz, na história moderna, para
criar um grande país independente, abaixo dos trópicos. Desse modo, pode-se comparar essa conquista
de autonomia política à Revolução Francesa, que também inaugurou um novo momento ao romper com
antigos modelos. E se a História ainda ensina que a democracia francesa demorou a se consolidar, não
podemos nos condenar pelos erros de hoje: temos de aprender com eles para progredirmos como
sociedade. ”

O esquema da exploração da analogia como estratégia argumentativa ficaria desta forma:

TÓPICO FRASAL + ANALOGIA + EXPLICAÇÃO

No Enem, nem sempre quem apresenta as melhores ideias recebe as melhores notas. Não se
trata de um concurso que avalia apenas a criatividade, mas a forma como as ideias são estruturadas.

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Nesse sentido, dominar os princípios básicos de argumentação é um diferencial importante para seu
texto. Não basta ter ideias brilhantes, é preciso saber sustentá-las.

PROPOSTA DE REDAÇÃO II
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua
formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa
sobre o tema “Abandono de incapaz em questão no Brasil”, apresentando proposta de intervenção
que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa,
argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO I
Pais e mães que precisam sair de casa e acabam deixando o filho menor de 18 anos sozinho em
casa devem ficar atentos à lei. Abandono de incapaz é uma lei prevista no artigo 133 do Código Penal,
que consiste em abandonar uma pessoa que está sob seu cuidado, guarda ou vigilância, por qualquer
motivo.
Em entrevista ao NETV 1ª edição, a delegada Kelly Cristina Luna, da Delegacia de Proteção à
Criança e Adolescente (DPCA), explicou que o crime não está relacionado à idade, mas à capacidade
psíquica e motora do indivíduo de se defender de algum risco decorrente do abandono. “Pode ser um
idoso, deficiente físico ou mental e uma criança”, afirmou.
“O abandono só pode ser cometido por alguém que ficou com a obrigação de garantir os
cuidados para aquela pessoa”, reforça. A delegada disse ainda que os casos mais frequentes que
chegam à delegacia especializada são de pais que deixam seus filhos em casa, a sós. “A grande maioria
são decorrentes de pais que deixam principalmente seus filhos, crianças, sozinhos para se divertirem de
noite e só chegam no dia seguinte”, completou. A pena varia de seis meses a três anos de prisão. “No
decorrer do processo, se o juiz entender a gravidade desse abandono ou entender que os pais não têm
como ter responsabilidade de seus filhos, pode-se determinar a perda da guarda”, concluiu.

Disponível em: http://g1.globo.com/pernambuco/noticia/2013/10/delegada-da-dpca-explica-o-que-e-o-


crime-de-abandono-de-incapaz.html (Adaptado)

TEXTO II

Disponível em: https://amandanonn.wordpress.com/2013/03/05/cp-art-133-abandono-de-incapaz/

TEXTO III

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Disponível em: https://www.facebook.com/SenadoFederal/photos/abandono-de-incapaz-%C3%A9-


crimeconhe%C3%A7a-o-c%C3%B3digo-penal-httpbitly1puipgg/1414774011871783/

ORIENTAÇÕES PARA A ELABORAÇÃO DO TEXTO


Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:
- Tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “insuficiente”.
- A redação que fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo.

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