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Es c r e v e n d o

c o m a B e l l y
Eii, futuro roxinho!

Essa cartilha foi pensada com todo carinho para poder


te ajudar a vencer um dos maiores obstáculos da prova
do Enem: a redação. Com ela, eu quero poder me fazer
presente, direcionando seu passo a passo para alcançar
não só o 900+, mas o 900+ com estratégia e um bom
tempo de prova. A partir de agora, você vai ter contato
com a estratégia que vai te levar à escrita da redação
sem a necessidade de fazer rascunho e, ao final dessa
leitura, eu te convido a testar essa estratégia que
tanto pode te ajudar: o projeto de texto, orientado e
pensado, especificamente, para a sua evolução! Vou te
ensinar exatamente como pensar, organizar e planejar
os quatro parágrafos da sua redação: introdução,
desenvolvimento 1, desenvolvimento 2 e proposta de
intervenção.
Passo 1: Domine o tema
Leia o tema da redação com cuidado, você precisa se sentir confortável em relação a
ele. À primeira vista, tudo pode parecer assustador, por isso, pense no significado de
cada palavra em isolado, você vai perceber que sabe muito mais do que imaginava
no primeiro momento. Quando estamos tensos, tudo se embaralha em nossa mente,
então, se você se sentir assim, escreva o tema no topo da sua folha de projeto de
texto: colocar as informações no papel vai aliviar a sobrecarga pela qual seu cérebro
está passando.

Passo 2: Escolha sua estrategia


Existem vários caminhos possíveis para escrever o seu texto, você precisa escolher a
sua rota antes mesmo de chegar à introdução. Eu vou te apresentar três caminhos,
os quais podem ser preenchidos com argumentos lógicos (ou seja, maleáveis e
fáceis de aplicar), de acordo com o tema. Nesse ponto, quero que você tenha uma
regra em mente, que não pode, jamais, ser quebrada: escolha apenas um desses três
caminhos. Tentar seguir mais de uma rota vai comprometer seu texto por completo.

Caminho 1: Causa e consequência

No desenvolvimento 1, você abordará as causas do problema proposto no tema. No


desenvolvimento 2, as consequências geradas pelo problema temático.

Caminho 2: Desafio 1 e Desafio 2

No desenvolvimento 1, você abordará um obstáculo


social ligado ao tema; no desenvolvimento 2,
outro obstáculo.

Caminho 3: Entidade 1 e Entidade 2

No desenvolvimento 1, você culpará um agente


social pelo problema temático, no desenvolvimento
2, outro agente. As possibilidades de agentes são:
governo; família; escola; mídia; população.
Passo 3: Introducao
A sua introdução é composta por três partes:
contexto+tese+antecipação de argumentos.

Nós, roxinhos, chamamos essa estrutura de “esquema CTA”. Uma introdução de


sucesso sempre seguirá esses passos! Contexto: Primeira frase da sua introdução.
Nele, você situa o tema na problemática, ou seja, explica por que esse tema é
algo importante de ser abordado. Você pode fazer isso citando uma lei que não
está sendo cumprida; um acontecimento atual que se liga ao assunto; um filme
que reflete sobre o cenário… Tese: Frase que evidencia sua opinião sobre o tema,
marcada por termos que mostram posicionamento, como “infelizmente”, “grave”,
“urgente”... Antecipação de argumentos: Aqui, você mostra para o corretor que já
sabe o que vai fazer ao longo do texto, que pensou sobre isso, que tem um plano
e que ele pode confiar em você. Você cita, na ordem em que vão ser escritos, os
argumentos que você selecionou para o texto (exatamente os mesmos que você
escreveu no passo 2).

Passo 4: Desenvolvimento
Esse é o ponto central da sua redação. É justamente aqui que a maioria dos alunos
perde pontos justamente por não se planejarem da forma correta. Mas, após analisar
muuuitas redações nota 1000 e estudar a forma como os alunos processam os
pensamentos, cheguei ao modelo perfeito para otimizar seu raciocínio… então
muita atenção: Em seu desenvolvimento (tanto no desenvolvimento 1 quanto no
desenvolvimento 2) você deve responder a 4 perguntas:

1. o que eu vou falar sobre o tema neste parágrafo?


2. por que isso que eu escolhi falar ocorre?
3. como isso afeta a vida da população?
4. e daí? Qual o impacto disso às pessoas?

O “o que” deve ser respondido em uma frase curta; o “por que” e o “como” pedem
desenvolvimento de ideias, e costumam conter seu repertório socio cultural, e o
“e daí” abre duas possibilidades: ou você pode afirmar um impacto grave daquele
argumento, ou apenas fazer um breve resumo de seu parágrafo, em uma frase curta.

Agora, vou te contar um segredo: existem 5 argumentos lógicos que preenchem


essas perguntas de forma maleável, respeitando a dinâmica do tema. Para ficar
ainda melhor, cada um desses argumentos possui um repertório que se combina a
ele, garantindo o sucesso nas competências 2 e 3 ao mesmo tempo!

Eu vou te dar um presente - vou te apresentar um desses argumentos: A questão


cultural.
Temas cobrados na redação impactam diretamente a vida em sociedade, a dinâmica
dos acontecimentos modernos e, muitas vezes, podem ter sua origem nos primórdios
da história brasileira. Segundo o filósofo Ortega y Gasset, “Cultura é o sistema de
ideias vivas que sobrevive em determinada época”, pensando por esse ponto de
vista, podemos dizer que as ideias que sobrevivem em nosso tempo se configuram
como um fator cultural. Dito isso, analisar os temas afirmando que a problemática
em foco, apesar de grave, faz parte da cultura brasileira é um argumento forte, pois
explicita a complexidade do assunto analisado.

Para testar como esse argumento responde às 4 perguntas, vamos usar o tema
“O Culto à padronização corporal no Brasil”

O quê: A exaltação de padrões estéticos dos corpos é um problema que afeta


diretamente a vida atual e que está enraizado na sociedade atual, configurando-se
como uma cultura, com aspectos negativos, do povo brasileiro.

Porque: Essa cultura está enraizada na nação desde os primórdios, pois, tendo
em vista o processo de formação nacional, por meio da miscigenação, a diferença
estética entre os povos formou uma mentalidade de comparação que persiste até os
dias atuais, o que é visto, com frequência, em comportamentos de autodrepeciação
comuns nas redes sociais.

Como: Assim, para atingir um corpo padrão (magro e com traços finos), muitas
pessoas arriscam a saúde, com procedimentos estéticos cirúrgicos severos ou com
dietas e atividades arriscadas.

Fazer um link com o repertório Banalidade do Mal, da filósofa Hannah Arendt, a qual afirma
que, quando um comportamento maléfico passa a ser repetido de forma natural, a população
desconsidera seus riscos. É o que ocorre nesse caso, pois normalizou-se a busca desenfreada por
uma estética que desconsidera individualidades, banalizando-se os procedimentos invasivos.

E daí: A cultura de padronizar corpos age contra a realidade, pois desconsidera


fatores biológicos e tendências individuais, levando a problemas de saúde.

Ao usar a “cultura” como argumento lógico para preencher o “oque”, fica muito mais
simples pensar nas demais perguntas, pois elas se articulam de forma natural, à
medida que se pensa sobre o tema, ou seja, você não precisa decorar um modelo,
apenas conhecer um argumento lógico! Ahhhh, um detalhe muito importante,
o repertório que te apresentei sempre é uma combinação infalível com esse
argumento. Bom demais, né?

Agora, o que você precisa fazer no seu projeto, é preencher essas 4 perguntas para
o seu D1 e para o seu D2, simples assim!
Passo 5: pROPOSTA
Na proposta de intervenção, você deve resolver o problema elaborado ao longo do
texto. Para isso, vai responder 5 critérios, cada um com uma marca específica:

Agente - quem vai agir para solucionar o problema (DICA - Use o Governo Federal
ou algum Ministério)

Detalhamento - descreva a função do seu agente, entre travessões (-órgão


responsável por X-)

Ação - escreva a medida a ser tomada, usando verbos (deverá; fará; irá)

Meio - escreva como essa ação será executada, usando termos que explicitem isso
(por meio de; por intermédio de)

Detalhamento 2 - é sempre bom fazer mais de um detalhamento, para ter uma boa
garantia, por isso, recomendo dar um exemplo do meio, usando a expressão “por
exemplo” como marcador

Finalidade - escreva com qual objetivo essa ação será realizada, qual seu intuito
final. Marque com termos como “com o objetivo de”; “com o intuito de”; “a fim de”;
“com a finalidade de”.

Passo 6: ESCRITA
Deixa eu te falar uma coisa…eu sei que após o primeiro projeto você pode, ainda,
se sentir inseguro para escrever, direto, na folha oficial. Mas a questão é que fazer
o projeto é o primeiro passo para organizar seus pensamentos e aprender a
escrever. Muitos alunos decoram modelos de texto, e isso faz com que não tenham
o conhecimento básico sobre redação: isso te torna incapaz de saber modificar seu
texto às necessidades do tema.

Muitos alunos estudam por temas e não conhecem estruturas argumentativas: isso
te torna refém do tema. O que eu te proponho é a liberdade do projeto de texto…
assimile a estrutura de uma boa redação, veja o projeto (esquematizado em tópicos)
que literalmente desenha sua redação para você e se torne cada dia mais confiante
na sua escrita.

Preparado para usar a técnica que vai te levar aos 900+, fazendo da redação uma
das partes mais fáceis da sua prova?
Redação do projeto de texto com análise:

Caminhos para combater a cultura da pirataria no Brasil

De acordo com a Constituição Federal de 1988, todos os cidadãos devem ter seus direitos
básicos assegurados, como o direito à dignidade. Porém, o aumento dos casos de pirataria
no Brasil evidencia que, infelizmente, há uma falha na aplicação das leis. Nesse sentido, cabe
avaliar os aspectos culturais da nação e os impactos morais e econômicos dessa prática ilegal.

CONTEXTO
TESE
ANTECIPAÇÃO DE ARGUMENTOS

De início, é fato que o alto custo dos produtos originais, dadas as altas taxas de impostos,
gera o fomento à pirataria. Nesse sentido, sabe-se que a postura de alta cobrança de impostos
sobre produtos advém de um fator cultural, visto que, desde o período colonial, o Estado é
conhecido por buscar o lucro em arrecadações como “o quinto”, em que se determinava a
entrega de um quinto do ouro por parte de seu dono, e não por garantir o giro do capital por
meio de estratégias dinâmicas, como fomento ao comércio. Assim, tendo em vista que o Brasil
é um país com densa desigualdade social, nem todos os cidadãos têm acesso aos produtos de
alto valor agregado, como eletrônicos, e cedem a recursos ilegais, como os produtos piratas,
os quais, sem cobrança de impostos, mas também sem certificação de qualidade, chegam a
custar metade do preço original, sendo acessíveis às classes mais baixas. Portanto, ao visar à
alta arrecadação de impostos, o governo acaba diminuindo tal obtenção.

O QUE
POR QUE
COMO
E DAÍ
REPERTÓRIO

Além disso, consequentemente, o alto consumo de produtos piratas piora a efetividade dos
serviços públicos nacionais. Sob essa ótica, à medida que a população percebe um bom
custo benefício nos utensílios pirateados - visto que o abismo de qualidade é menor do que
o abismo de precificação - ela adota, culturalmente, a pirataria, banalizando-a por a ter como
hábito. Essa ideia é ilustrada pela teoria da banalidade do mal, de Hannah Arendt, segundo a
qual, quando uma atitude maléfica é banalizada - tal qual o consumo de bens piratas - tem-se
a tradicionalização de crimes. Assim, além da cristalização de uma falha moral, ocorre a perda
de acesso governamental aos impostos pretendidos, o que cria um déficit no planejamento
orçamentário. Essa lacuna, então, piora os serviços públicos, como os de educação e saúde, os
quais não têm verba para suprir a demanda, por exemplo de materiais, realidade que infringe
o status de cidadãos dos brasileiros.

O QUE
POR QUE
COMO
E DAÍ
REPERTÓRIO
Portanto, cabe ao Ministério da Educação - órgão responsável pela melhoria do ensino
nacional - incluir a abordagem do tema “combate à pirataria” no ensino básico. Isso será feito
por meio de palestras no horário da aula, com a participação de, por exemplo, sociólogos
e economistas. Tal medida tem o intuito de conscientizar os jovens para que eles cobrem
mudanças na postura governamental e popular, minorando o descaso à Constituição.

AGENTE
AÇÃO
MEIO
DETALHAMENTO
FINALIDADE

Redação do projeto de texto em branco

Caminhos para combater a cultura da pirataria no Brasil

De acordo com a Constituição Federal de 1988, todos os cidadãos devem ter seus direitos
básicos assegurados, como o direito à dignidade. Porém, o aumento dos casos de pirataria
no Brasil evidencia que, infelizmente, há uma falha na aplicação das leis. Nesse sentido, cabe
avaliar os aspectos culturais da nação e os impactos morais e econômicos dessa prática ilegal.

De início, é fato que o alto custo dos produtos originais, dadas as altas taxas de impostos,
gera o fomento à pirataria. Nesse sentido, sabe-se que a postura de alta cobrança de impostos
sobre produtos advém de um fator cultural, visto que, desde o período colonial, o Estado é
conhecido por buscar o lucro em arrecadações como “o quinto”, em que se determinava a
entrega de um quinto do ouro por parte de seu dono, e não por garantir o giro do capital por
meio de estratégias dinâmicas, como fomento ao comércio. Assim, tendo em vista que o Brasil
é um país com densa desigualdade social, nem todos os cidadãos têm acesso aos produtos de
alto valor agregado, como eletrônicos, e cedem a recursos ilegais, como os produtos piratas,
os quais, sem cobrança de impostos, mas também sem certificação de qualidade, chegam a
custar metade do preço original, sendo acessíveis às classes mais baixas. Portanto, ao visar à
alta arrecadação de impostos, o governo acaba diminuindo tal obtenção.

Além disso, consequentemente, o alto consumo de produtos piratas piora a efetividade dos
serviços públicos nacionais. Sob essa ótica, à medida que a população percebe um bom
custo benefício nos utensílios pirateados - visto que o abismo de qualidade é menor do que
o abismo de precificação - ela adota, culturalmente, a pirataria, banalizando-a por a ter como
hábito. Essa ideia é ilustrada pela teoria da banalidade do mal, de Hannah Arendt, segundo a
qual, quando uma atitude maléfica é banalizada - tal qual o consumo de bens piratas - tem-
se a
tradicionalização de crimes. Assim, além da cristalização de uma falha moral, ocorre a perda
de acesso governamental aos impostos pretendidos, o que cria um déficit no planejamento
orçamentário. Essa lacuna, então, piora os serviços públicos, como os de educação e saúde, os
quais não têm verba para suprir a demanda, por exemplo de materiais, realidade que infringe
o status de cidadãos dos brasileiros.

Portanto, cabe ao Ministério da Educação - órgão responsável pela melhoria do ensino


nacional - incluir a abordagem do tema “combate à pirataria” no ensino básico. Isso será feito
por meio de palestras no horário da aula, com a participação de, por exemplo, sociólogos
e economistas. Tal medida tem o intuito de conscientizar os jovens para que eles cobrem
mudanças na postura governamental e popular, minorando o descaso à Constituição.
@xequematredação

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