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Departamento de Psicologia 

Licenciatura em Psicologia

Unidade Curricular - Seminário de Desenvolvimento Pessoal e Académico

Ano Letivo 2022/2023- 1º ano, 1º Semestre

Docente:

Prof. Dra. Maria Elisa Chaleta

Seminário de Desenvolvimento Pessoal e Académico

Discente:

Cristiana Rosa (l54591)

11 novembro de 2022

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Índice

1.Introdução

…………………………………………………………………………...…..3

2. Desenvolvimento ……………………………………………………….……………..3

2.1. Integração na universidade- fatores pessoais, sociais e académicos ………4-5

2.2. Planeamento, organização e gestão de tempo ……………………………….….5

2.3. Emoções e sentimentos nas experiências de aprendizagem ……………..…5-6

2.4. Regulação emocional em contexto académico (definição e objetivos) .…….6-7

3. Conclusão e reflexão pessoal ………………………………………….................7-8

4. Bibliografia/Webgrafia .........................................................................................9

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Introdução

Este trabalho foi desenvolvido no âmbito da disciplina de Seminário de


Desenvolvimento Pessoal e Académico, cadeira do primeiro ano do curso de Psicologia
na Universidade de Évora, que apresenta como principal objetivo ajudar os alunos que
ingressaram no primeiro ano do ensino superior. Nesta disciplina são abordados inúmeros
assuntos, nomeadamente: a integração dos alunos de primeiro ano no ensino superior; o
planeamento e gestão do tempo; as emoções e sentimentos nas experiências de
aprendizagem e a regulação emocional em contexto académico.

A abordagem destes conteúdos visa orientar os alunos a nível académico e a nível


pessoal, de modo a facilitar a integração dos alunos no contexto académico, que pode ser
desafiante a diferentes níveis. Estes são os conteúdos que irei explorar neste trabalho,
para cada um deles farei uma breve descrição do assunto e o que absorvi sobre o
mesmo, no final irei fazer uma análise reflexiva dos conteúdos mencionado assim como a
conclusão, sempre com os artigos disponibilizados em mente.

Em suma, com a realização deste trabalho espero reter conhecimento relevante


sobre estas temáticas que me serão úteis durante todo o meu percurso académico.

Desenvolvimento

A transição do ensino secundário para o ensino superior é desafiante para muitos


alunos, nesta fase da vida os jovens são confrontados com desafios e tarefas novas, e
como qualquer mudança gera sempre algum tipo de desconforto e insegurança, os jovens
podem não se conseguir adaptar corretamente aos vários aspetos da vida académica.
Competências como a gestão de tempo e regulação emocional são essenciais
neste período da vida, muitas vezes adquiridas com o passar do tempo e com a
experiência pessoal, a importância desta disciplina reside exatamente no facto de desde o
início vai orientar os alunos em todos estes aspetos.

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Integração na universidade- fatores pessoais, sociais e académicos

A integração na vida social e académica é essencial para a adaptação e para o


sucesso no ensino superior, o autor Tinto (Cabrera, Castañeda, Nora, & Hengstler, 1992)
indica que a integração académica e a integração social estão relacionadas com as
decisões de permanecer ou abandonar um curso, verificou-se que estudantes que se
integram académica e socialmente desde o início de seus cursos têm possivelmente mais
chances de crescerem intelectual e pessoalmente do que aqueles que enfrentam mais
dificuldades na transição à universidade (Pascarella & Terenzini, 2005).

Entre os diversos fatores que compõem a integração do aluno no ensino superior,


destacam-se os fatores académicos, os sociais e os pessoais.

Primeiramente, os fatores académicos, por vezes os mais desafiantes para muitos


alunos, pois a grandes diferenças entre o ensino secundário e o ensino superior verificam-
se principalmente a nível académico. O ambiente universitário é muito diferente daquele
a que o aluno está habituado, a monitoração e o interesse que a instituição tem pelo aluno
diminui significativamente, isto faz com que a responsabilidade da aprendizagem, antes
uma prioridade da instituição, agora é deslocada para o aluno, sendo ele responsável por
aplicar novas estratégias e ritmos de aprendizagem de forma a se adaptar aos novos
métodos de ensino e de avaliação. Esperasse assim por parte do aluno, autonomia na
aprendizagem, na administração do tempo e na definição de metas e estratégias para os
estudos.

Apesar deste aumento na expectativa de responsabilidade individual por parte do


aluno em sua formação, verifica-se que certas características do ambiente universitário,
tais como a oportunidade de interação com professores e de envolvimento em atividades
fora das aulas, favorecem a integração do aluno ao contexto universitário 

Em segundo lugar entram as exigências a nível social, estas são importantes pois
para muitos alunos entrar na universidade significa sair da sua zona de residência, deixar
a sua família, amigos e morar sozinho ou com desconhecidos, o que implica a
necessidade de se estabelecerem novos vínculos de amizade, para muitos dá-se mesmo
a restruturação de todo o ciclo social e profissional. Enquanto não se formarem novos
vínculos de amizade, o jovem conta apenas com seus próprios recursos psicológicos e
com o apoio dos amigos e família, muitas vezes à distância, para enfrentar eventuais
dificuldades que possam surgir na trajetória académica. Ajustar-se à universidade implica,
assim, integrar-se socialmente com as pessoas desse novo contexto, participando de
atividades sociais e desenvolvendo relações interpessoais que aumentem o grau de
satisfação pessoal do aluno. 

Por último lugar temos as exigências a nível pessoal, que muitas vezes entram em
esquecimento em detrimento das exigências mencionadas anteriormente, no entanto é

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importante lembrar que o fortalecimento da identidade pessoal e a nossa visão pessoal do
mundo são construídos principalmente nesta fase da vida. Reforço ainda que muitos dos
alunos que entram no primeiro ano do ensino superior são jovens-adultos entre 18 e 20
anos, muitos deles ainda no processo de construção da sua identidade pessoal
(identidade sexual, relacionamento interpessoal, sistema de valores) e no processo de
conquista da sua autonomia, seja ela pessoal ou económica.

Planeamento, organização e gestão de tempo

Como já foi mencionado, a aprendizagem no ensino superior depende muito mais


do estudante do que dependia no ensino secundário, tendo em conta este fator, é
necessário para os alunos fazerem uma organização e gestão do tempo adequadas. Os
alunos devem planear e organizar o seu tempo em função de todas as atividades que
deve realizar sejam elas de carácter pessoal, social ou académico, esta pode ser uma
tarefa difícil para os alunos do primeiro ano visto que a gestão de tempo no ensino
secundário é completamente diferente aquela que é necessária fazer na universidade.

Neste novo ambiente, as horas de trabalho do estudante incluem as horas das


aulas, as horas dedicadas ao estudo e à realização de trabalhos, assim como as horas de
realização da avaliação, as gestões destas horas dependem unicamente da capacidade
do aluno de organizar e planear, daí ser importante desde o início adquirir esta
competência. Elaborar objetivos a curto e a longo prazo e cumprir com estes objetivos são
apenas alguns dos desafios que os alunos enfrentam, a autonomia recém-adquirida para
muitos ainda é estranha, o que dificulta o processo de autogestão do tempo.

Uma das primeiras tarefas que realizamos foi o planeamento semanal: a


distribuição das tarefas, o tempo necessário para a realização de cada tarefa e a
necessidade de atribuir tempo suficiente para a realização das tarefas, tendo sempre em
conta os fatores pessoais, as possíveis distrações e as dificuldades no cumprimento
destas tarefas. De seguida, agendamos as avaliações do semestre e verificamos se
existia tempo para estudar entre as várias avaliações, e consequentemente, delimitando
datas e horários de estudo para cada disciplina de modo a estarmos aptos para a
avaliação.

Emoções e sentimentos nas experiências de aprendizagem

A entrada na Universidade envolve, como já foi estabelecido, mudanças a vários


níveis, estas geram desafios que o jovem deve enfrentar. No entanto, o início desta
jornada marcada pela mudança envolve emoções e sentimentos que podem influenciar de

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forma negativa ou positiva desempenho académico. Por vezes torna-se complicado
conseguir gerir a ansiedade, o orgulho ou o tédio, é comum para os alunos do primeiro
ano não estarem preparados para lidar com estas emoções inesperadas. Os alunos que
conseguem descobrir e aplicar estratégias de aprendizagem e que pensam numa forma
de lidar com os desafios universitários, possuem um melhor desempenho académico e
adquirem resultados positivos. Pelo contrário, a ausência do uso de estratégias
reguladoras das emoções provoca efeitos negativos nos resultados académicos e
reduzem a atenção e motivação de cada aluno.

O modelo cognitivo motivacional das emoções considera que as emoções


influenciam a aprendizagem através de mediadores como os mecanismos cognitivos e
motivacionais. A investigação realizada por Pekrun, Goetz, Titz e Perry (2002) encontrou
quatro tipos de emoções: as emoções positivas ativantes, como a alegria, o orgulho e a
esperança, que podem aumentar a motivação do aluno; as emoções positivas
desativantes, como o alívio, que podem diminuir a motivação ou podem conservar o
esforço; as emoções negativas ativantes, sendo as mais comuns, a raiva, a ansiedade, o
tédio e a desesperança, que podem reduzir a motivação ou estimular a motivação
extrínseca (eventos externos); as emoções negativas desativantes, como o desespero e o
aborrecimento, que são prejudiciais a aprendizagem (Perkun, 1992, 2002).

As emoções influenciam também o interesse e a curiosidade que alunos têm pela


aprendizagem, e a obtenção de resultados positivos, ou seja, a motivação intrínseca e
extrínseca. As emoções positivas ativantes podem influenciar ambos os tipos de
motivação e facilitam o uso de estratégias de aprendizagem, levando o aluno a alcançar
metas e objetivos estabelecidos, afetando positivamente o desempenho académico do
aluno.

Por outro lado, as emoções negativas desativantes reduzem a motivação e o


esforço no processamento de informação, emoções como a ansiedade excessiva podem
levar a comportamentos de fuga e desistência, conduzindo a efeitos negativos no
desempenho (Pekrun, 2018).

Regulação emocional em contexto académico

Ficou assim definido que as emoções desempenham um papel fundamental no


processo de autorregulação da aprendizagem. Um estudante autorregulado é ativo, capaz
de planear, controlar e regular os seus pensamentos, a sua motivação, os seus
sentimentos, as suas ações e possui a capacidade de ajustar estes aspetos sempre que
necessário, de forma a melhorar o seu desempenho académico. (Zimmerman, 2002,
2015). O ambiente educativo é propicio ao surgimento de diversas emoções,
denominadas como emoções académicas, Pekrun (2006) denominou as emoções
académicas ou de realização como experiências emocionais que envolvem competências
pessoais relacionadas com as atividades de aprendizagem e com os contextos

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académicos como a sala de aula ou a realização de provas de avaliação. As emoções
académicas podem afetar positiva ou negativamente o desempenho académico dos
alunos, dessa forma, a capacidade de autorregulação emocional torna-se essencial
quando estas emoções podem vir a prejudicar a aprendizagem (Harley. J. M. et al., 2019).

A regulação das emoções é definida como as tentativas dos indivíduos para


influenciar as emoções que têm, quando as têm e como eles as expressam (Gross, 1998,
2015). O processo de regulação emocional passa por identificar a emoção, selecionar
uma estratégia e implementar a estratégia escolhida. No contexto educacional, o uso de
estratégias de regulação da emoção pode auxiliar o estudante a melhorar seu
desempenho escolar, daí ser importante auxiliar os estudantes apresentando-lhes quais
as estratégias de regulação emocional que podem utilizar.

O objetivo dos indivíduos para a regulação de emoções pode ser baseado na


redução dos estados desagradáveis e o aumento dos estados agradáveis (hedónicos)
(Larsen, 2000) ou pode ter em vista objetivos associados ao sucesso académico
(instrumental). Por exemplo, um estudante pode ter em mente a importância de que um
exame lhe corra bem, para o qual ela deve continuar a estudar (instrumental) em vez de
ceder à frustração e ansiedade, e estragar a sessão de estudo para uma festa que lhe
tiraria a mente do exame (hedónico).

Conclusão e reflexão pessoal

A realização deste trabalho permitiu-me consolidar os temas abordados nas aulas,


permitiu-me adquirir novos conceitos e aprender sobre a sua importância, sendo um
deles, por exemplo, as emoções académicas, um termo que desconhecia antes da
elaboração do trabalho.

Com a aprendizagem destes conteúdos, apliquei também o conhecimento que me


foi passado, de forma a melhorara o meu desempenho académico, no entanto, tenho
como objetivo conseguir aplicar aprendizagens de todos os conteúdos ate ao final deste
ano letivo. Por agora, comecei com a definição de objetivos e a gestão de tempo, aprendi
que é imprescindível traçar objetivos, uma vez que são estes que dão rumo à nossa vida
e nos direcionam pata o que é realmente importante, o resultado final. No entanto, de
forma a serem cumpridos, estes objetivos devem ser acompanhados por uma boa gestão
de tempo, definindo prioridades e uma duração adequada para a realização de cada
tarefa, desse modo, conseguirei organizar e estruturar de forma correta a minha vida
pessoal, social e académica. O primeiro passo para este objetivo foi o planeamento
pessoal, elaborando um horário semanal tendo em conta, não só o horário escolar e as
horas de estudo, mas também as atividades sociais e o tempo dedicado às tarefas
domésticas.

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Adicionando uma nota pessoal, acho que a aplicação prática deste trabalho nas
aulas foi deveras útil e ajudou-me a organizar o meu tempo de modo a evitar horas de
pouca produtividade, ainda não consigo seguir de modo fiel o horário que estabeleci, mas
esta é uma tarefa de ajustamento que espero conseguir alcançar sucesso dentro dos
próximos meses.

Para além da gestão de tempo, existe outro tema que despertou o meu interesse,
“O que é que eu sinto quando estou a estudar?”, foi uma questão colocada numa das
aulas que me deixou a refletir sobre a importância que as nossas emoções e sentimentos
realmente têm no processo de aprendizagem. Foi deveras interessante abordar neste
trabalho a influência dos sentimentos negativos e como estes podem direcionar as nossas
ações e frustrar a gestão de tempo que fazemos previamente.

Este trabalho foi também o primeiro que envolveu a aplicação da leitura critica da
informação e a seleção dos seus conteúdos relevantes para o trabalho, pessoalmente,
não tenho a certeza se consegui de facto selecionar e resumir corretamente a informação,
mas fiz o meu melhor para explicar por palavras minhas e interiorizar o que estava a
escrever e a ler.

Decidi também juntar os tópicos da conclusão e da reflexão pessoal porque penso


que, no fim, eles complementam-se e é-me difícil separar os dois. Concluo este trabalho
adicionando que apesar do facto da integração na Universidade ser um processo exigente
e desafiante, a disciplina de Seminário do Desenvolvimento Pessoal e Académico, é uma
ótima oportunidade para os alunos e devia de ser acessível a todos os estudantes
universitários, pois é uma mais valia e com ela adquirimos conhecimento e competências
que, caso não existisse, poderia levar meses ou anos a adquirir, deste modo, não posso
duvidar da sua utilidade.

Educar é semear com sabedoria e colher com paciência

-Augusto Cury

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Webgrafia

Almeida, L. S. & Cruz, J. F. A. (2010) Transição e Adaptação Académica: reflexões


em torno dos alunos do 1º ano da Universidade do Minho. In: Ensino Superior em
Mudança: Tensões e Possibilidades. UM. CIEd. Actas do Congresso Ibérico, Braga,
Portugal.

Chaleta, M.E. & Grácio, M.L. (s.d) Tutoria por pares. Adaptação e integração na
universidade. GPSA – Gabinete para a Promoção do Sucesso Académico – Universidade
de Évora.

Chaleta, M.E. (s.d). Emoções e sentimentos académicos. Seminário de


desenvolvimento pessoal e académico. Texto de apoio.

Chaleta, E. (2013). Emoções e sentimentos nas experiências de aprendizagem no


Ensino Superior – IESEA. Universidade de Évora.

Chaleta, E. (2021). SENTIR ou a outra face do aprender no Ensino Superior.

Boruchovitch, E. & Pellisson, S. (2022) Estratégias de regulação emocional de


estudantes universitários: uma revisão sistemática da literatura. Educação & Formação,
vol. 7, núm. 1, e7152, 2022. Universidade Estadual do Ceará.
https://www.redalyc.org/journal/5858/585869643004/html/#B20

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