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ENCONTRO PEDAGÓGICO

JULHO / 2022

 
ENTENDER COMO SE APRENDE, PARA SE APRENDER COMO SE ENSINA NO
NOVO ENSINO MÉDIO

A princípio, essa afirmativa óbvia e despretensiosa contém reflexões essenciais para a


compreensão de como se aprende. Para começo de conversa, temos duas importantes conclusões
que resultam dessa afirmação: a primeira é que, sendo um processo, a aprendizagem não ocorre
de uma hora para outra, não se realiza de forma imediata. É processual, precisa de tempo de
maturação, tempo esse que não se mede pelo nosso relógio e sim pelo relógio de quem aprende.
Aprendizagem não se resume à mudança de comportamentos observáveis, o que torna a
avaliação dessa aprendizagem algo, no mínimo, subjetivo. Esse problema teria fim se, por
exemplo, nossos alunos ficassem com a testa verde toda vez que aprendessem o conteúdo dado.
Imagine a cena: “coordenadora, dei uma aula fenomenal! Todos os alunos estavam com a testa
verde ao final da aula!”. Na ausência desse sinal objetivo que nos autorizaria a seguir em frente,
temos que buscar compreender os sinais subjetivos para que possamos “enxergar” a
aprendizagem do outro.
Para isso, temos a nossa disposição os instrumentos de avaliação, cujo objetivo é externar
sinais que indiquem que houve ou não a aprendizagem.
Logo, dizer que a aprendizagem é um processo interno encerra duas questões essenciais para
a compreensão do processo: aprender é fenômeno processual e subjetivo.
Assim, como professores, precisamos estar atentos as formas que os estudantes aprendem,
para que possamos pensar num planejamento que dê conta das necessidades da turma, que nunca
será homogênea.
Nessa perspectiva, o papel do professor é fundamental, ele deve despertar em seus alunos a
vontade para aprender. Para facilitar o desenvolvimento da aprendizagem a disposição para
aprender, um estado emocional que pode estar favorável ou desfavorável para a atividade, é um
elemento de extrema relevância que deve ser entendida pelo professor para que melhor possa
mediar o processo, superando assim os obstáculos e atingindo eficácia com seus alunos.
Ele deve ser um mediador, facilitador e articulador do conhecimento e não apenas aquele que
detém a informação. Deve atuar como um pesquisador, que provoca o aluno a ser também
curioso e descobrir a partir de seus próprios questionamentos. Deve convidar o estudante a ver a
realidade como seu objeto de estudo. E como isso acontece no Novo Ensino Médio?

O que é o Novo Ensino Médio?


 

O Novo Ensino Médio é um modelo de aprendizagem por áreas de conhecimento que permitirá
ao jovem optar por uma formação técnica e profissionalizante. Ao final do ensino médio o aluno
receberá além do certificado do ensino médio regular também o certificado do curso técnico ou
profissionalizante que cursou.

Quais são os novos componentes curriculares do ensino médio?

O novo currículo do Ensino Médio é organizado por áreas de conhecimento e não por matérias e
será composta por 4 áreas de conhecimento mais 1 de Itinerário Formativo.

Na nova estrutura, até 1.800 horas da carga horária contemplam habilidades e competências
relacionadas às 04 áreas do conhecimento. São eles: Matemáticas e suas Tecnologias;
Linguagens e suas Tecnologias; Ciências da Natureza e suas Tecnologias; Ciências Humanas e
Sociais Aplicadas; E, no mínimo, 1.200 horas são flexíveis e ficarão reservados para a Itinerário
Formativo.

As principais mudanças do Novo Ensino Médio são o aumento da carga horária dos estudantes, a
adoção de uma base comum curricular e a escolha dos itinerários formativos por parte do aluno.

O que muda com o Novo Ensino Médio?

As principais mudanças do Novo Ensino Médio são o aumento da carga horária dos estudantes, a
adoção de uma base comum curricular e a escolha dos itinerários formativos por parte do aluno. 

Como deve acontecer o novo ensino médio?

O Novo ensino médio entrou em vigor em 2022 para os alunos do primeiro ano e até 2024 estará
em todas as turmas do país. A mudança vai aumentar a carga horária total ao longo dos três anos
que vai passar de 2400 horas para 3 mil horas. Das 3 mil horas, 1800 horas serão destinadas para
as disciplinas obrigatórias da base Nacional Comum Curricular e 1200 horas para os itinerários
formativos. Cada escola terá que oferecer pelo menos uma opção complementar a formação dos
alunos são elas:

- Linguagens e suas Tecnologias

- Matemática e suas Tecnologias

- Ciências da Natureza e suas Tecnologias ciências

- Humanas e sociais aplicadas

- Itinerário Formativo
O Novo Ensino Médio propõe uma reforma matriz de referência curricular dos alunos do 1º, 2º e
3º ano dessa etapa escolar. A Lei nº 13.415/2017, que institui as alterações, estabelece maior
integração e flexibilidade curricular e a oferta de itinerários formativos.

São cinco itinerários que a escola pode ofertar – entre eles, o de formação técnica e profissional –
e os alunos escolherão qual cursar de acordo com as áreas de seu interesse e projetos de vida e de
carreira.

Como deve acontecer a avaliação?

A avaliação da aprendizagem é um processo complexo que envolve a verificação do


desenvolvimento dos estudantes. Por se tratar de um momento marcado pelos medos,
inseguranças e pela falta de critérios claramente estabelecidos, os estudantes tendem a uma
apresentação pouco fidedigna do conhecimento que dominam efetivamente e os docentes nem
sempre conseguem precisar os diferentes níveis de aprendizagem desenvolvidos. Para isso, os
instrumentos construídos devem ser capazes de garantir que a avaliação seja uma fotografia do
conhecimento de cada um e da turma como um todo.

A definição dos instrumentos e atividades será demandada no planejamento docente, levando em


consideração o perfil da turma, a sequência didática em questão, as intervenções necessárias para
a aprendizagem com sucesso, dentre outros aspectos, ampliando-se, assim, a sugestão indicada
abaixo. Ressalta-se que o objetivo da atividade de avaliação definirá a qual conjunto pertencerá.

Nesse sentido, serão utilizados múltiplos instrumentos e formas em diferentes momentos da


ação, planejados e articulados por área de conhecimento e entre áreas, podendo contemplar:

• Portfólios que reúnam evidências da construção dos planos de estudo individuais;


• Autoria de textos, desenhos ou resenhas que mostrem a inter-relação dos saberes básicos com
os técnicos e profissionais;
• Resolução de situações-problema;
• Estudos de caso;
• Práticas de leitura e escrita de diferentes linguagens e gêneros textuais, verbais e imagéticos;
• Desenvolvimento de projetos de aprendizagem, por área de conhecimento ou articulando áreas,
integrados com o itinerário de formação técnica e profissional;
• Provas e testes ao longo do processo.

Esses instrumentos podem ter diferentes pesos de acordo com os objetivos e critérios de cada
momento de aprendizagem a ser avaliado, a saber:
autoria (20%)
resolução de problemas (20%)
diagnósticos (25%)
projetos de aprendizagem (25%)
atividades orientadas (10%).

Pensando nessas necessidades e olhar rebuscado para as ações do Novo Ensino Médio, sobretudo
a avaliação, não podemos perder de vista s aprendizagens essenciais definidas na Base Nacional
Comum Curricular (BNCC) devem concorrer para assegurar aos estudantes o desenvolvimento
de dez competências gerais no decorrer da educação básica que, diz o documento,
“consubstanciam, no âmbito pedagógico, os direitos de aprendizagem e desenvolvimento”.

Competência é definida na BNCC como a mobilização de conhecimentos (conceitos e


procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para
resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do
trabalho.

Saiba, agora, quais são as 10 competências gerais da Base Nacional Curricular Comum e como
os alunos podem se desenvolver em todas as etapas do Ensino Médio de forma significativa: 

1 - Conhecimento
Essa competência é o pilar de tudo, pois o aluno vai se familiarizar com o conhecimento e
aprender a utilizar tudo de forma construtiva, aplicando e compreendendo organicamente, em
contextos sociais, físicos, culturais e digitais.

2- Pensamento científico, crítico e criativo

Essa competência visa a fornecer ao aluno as ferramentas culturais e metodológicas para que ele
possa enfrentar situações, fenômenos e problemas de forma racional, criativa, planejada e crítica,
criando teses, hipóteses e investigando causas por meio da criatividade, da imaginação, do olhar
científico, da investigação, da reflexão e da análise crítica dos fatos. 

3. Repertório cultural

A finalidade principal dessa competência é o desenvolvimento harmonioso e integral do aluno. A


promoção do conhecimento cultural visa a despertar no aluno o respeito e a valorização da
diversidade cultural, seja ela nacional, seja estrangeira. 

4. Comunicação

Essa competência visa a ampliar o leque de possibilidades expressivas do aluno para que possa
se expressar de forma adequada e satisfatória em diversos âmbitos, utilizando diferentes meios
de comunicação verbais e não verbais: linguagem científica, artística, matemática etc. 

5. Cultura digital
As ferramentas digitais são bastante poderosas quando utilizadas sabiamente para o
desenvolvimento cognitivo pleno; elas podem tornar o conhecimento mais acessível e ajudar a
desenvolver competências e habilidades de autonomia nos alunos, bem como educar em novas
linguagens e na interpretação da informação.

6. Trabalho e projeto de vida

A escola deve direcionar os alunos para que possam explorar, valorizar e adquirir habilidades
fundamentais para o entendimento do universo do mercado de trabalho e a identificação das
escolhas do futuro por meio do exercício da cidadania, iniciando a construção da própria
identidade a partir das competências adquiridas.

7. Argumentação

Os alunos precisam aprender a habilidade de argumentar coerentemente, com base em fatos e


dados científicos, organizando e criando teses, ideias e pontos de vista que respeitem os direitos
humanos e o meio ambiente, bem como estimulem o consumo responsável em âmbito local,
regional e global, sempre respeitando a si mesmos, o próximo e o planeta. 

8. Autoconhecimento e autocuidado

O autoconhecimento e o autocuidado influenciam o crescimento saudável do aluno, promovem


um ambiente positivo nas escolas e contribui para o desenvolvimento de um currículo integrado,
incluindo os aspectos emocionais e sociais. Essa competência visa a estimular o aluno a aprender
a cuidar de si mesmo, mas também a acolher o sentimento do outro e a senti-lo, reconhecendo
essas emoções com autocrítica e capacidade para lidar com elas.

9. Empatia e cooperação

A escola deve ser um ambiente de aprendizagem cooperativa e não apenas o lugar onde se
aprende e adquire conhecimento. Essa competência tem como propósito estimular a empatia e a
resolução de conflitos com respeito ao outro e aos direitos humanos, incentivando, também, a
valorização da diversidade das pessoas e dos grupos sociais. 

10. Responsabilidade e cidadania

O objetivo dessa competência nas escolas é fazer com que os alunos pensem na cidadania como
uma responsabilidade pessoal, principalmente de forma envolvente, desde a infância até o Ensino
Médio. Para isso, é preciso encorajá-los a identificar as causas do mal-estar na comunidade em
que vivem a partir do pensamento crítico, a fim de que possam resolver problemas sistêmicos ou,
até mesmo, questões graves de políticas públicas.

Uma reflexão importante...

Qual é a relação entre as 10 competências gerais definidas na BNCC e o cidadão que queremos
formar?

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