Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PLANO EDUCACIONAL
INDIVIDUALIZADO
Como elaborar um PEI?
Agora vamos aprender o passo a passo de como construir o PEI.
"O PEI é considerado uma proposta de organização curricular que norteia a mediação
pedagógica do professor, assim como desenvolve os potenciais ainda não consolidados
do aluno. O registro ou mapeamento do que o sujeito já alcançou e o que ainda
necessita alcançar é fundamental para que se possa pensar o que vai ser feito para que
ele atinja os objetivos traçados." Débora Pereira
Profissional
mediador
O mediador tem um papel muito importante no processo de inclusão do aluno com TEA,
pois ele ajuda em diversas situações no ambiente escolar.
Vale ressaltar: auxiliar na percepção por meio da distinção das informações
sensoriais, auditivas e visuais; ajudar a detectar possíveis obstáculos, identificar o
problema e buscar as soluções, isso contribui para o aluno ser mais ativo e que tome
iniciativas.
O mediador precisa ser flexível e criativo, precisa incentivar a criança
encorajando nas mais variadas e pequenas conquistas do dia a dia de sua rotina,
contribuindo para que ela se conheça, tome iniciativas e aprenda a ser mais tolerante e
lidar com as emoções.
A principal função do mediador é assumir o papel de porta voz entre aluno e as
várias situações da rotina escolar. Eles podem atuar em outros ambientes além da sala
de aula, como as dependências da escola, pátio, passeios pedagógicos e etc, sempre
auxiliando na geração de independência e autonomia, acompanhando a criança na
realização das atividades propostas e as atividades de necessidades pessoais da
criança.
De acordo com Renata Mousinho, esse processo de mediação e essencial
devido:
"A possibilidade do considerar o foco atencional do outro, ou seja, seus
interesses e chamar a atenção do outro para objetos ou assuntos de interesse mútuo
constituem importantes capacidades para a aquisição e o desenvolvimento da
linguagem, de habilidades sociais e das relações sociais. O seu aprimoramento permite
o uso dos gestos, o contato físico e a linguagem para deliberadamente influenciar e
dirigir o comportamento do outro durante a comunicação. Essas habilidades também
possuem uma forte relação com a possibilidade de interpretar e compartilhar emoções
e intenções levando em consideração experiências anteriores não só relacionadas a
eventos como também em relação a temas de conversação. Compartilhar a atenção,
dividir emoções e expressar suas intenções facilitam o engajamento no processo de
comunicação social recíproca. ” Renata Mousinho
Dicas Práticas para Professores e Mediadores de Crianças
Autistas
1) O profissional deve tentar proporcionar a construção de uma linguagem
oral espontânea e funcional, aplicando algumas estratégias específicas para cada aluno
para que esse objetivo seja alcançado.
2) É necessário o trabalho para possibilitar o aumento do contato visual,
assim como o reconhecimento geral de expressões faciais. É necessário também que
a criança compreenda a chamada reciprocidade social, ou seja, perceber se sua
comunicação foi satisfatória, realizar pequenos ajustes quando necessário e insistir no
ato comunicativo.
Durante a interação adulto/criança ou criança/criança é imprescindível buscar
estimular a imaginação por meio da brincadeira simbólica. A grande maioria das
crianças com autismo possuem o pensamento bastante concreto, com isso apresentam
dificuldades nas habilidades de imaginação como o faz de conta, por exemplo.
3) Uma dica importante é estimular o direcionamento do olhar para o objeto
desejado ou para a pessoa que está falando. Neste sentido, há uma ideia de
"triangulação do olhar", isto é, a criança olha para a pessoa e para o objeto de modo
alternado, fechando assim os vértices de um triângulo por meio do olhar.
4) Uma sugestão é reforçar as informações auditivas com o auxílio de pistas
visuais como fotografias, objetos ou até mesmo figuras, pois crianças com autismo
aprendem muito pelo visual. Ao realizar antecipação de algum acontecimento que, por
ventura, venha quebrar a rotina é interessante usar fotos de pessoas, lugares ou até
mesmo emoções (alegria por estar naquele lugar e com determinada pessoa). O
objetivo é proporcionar a compreensão de que algo novo está por vir e preparar o aluno
para se adequar a essa mudança.
5) No que se refere à construção de um diálogo, é preciso considerar alguns
pontos para melhor participação da criança nesse contexto comunicativo de trocas de
turnos. Lembrando que um diálogo precisa ser simétrico, ambos precisam falar metade
das vezes. Por isso, cuidado para não tornarem seus momentos de interação
verdadeiros monólogos!
Com o ter um diálogo com uma criança autista?
0 primeiro ponto a ser considerado diz respeito a maneira como as informações
são passadas. Por isso, utilize sempre frases curtas, claras e objetivas proporcionando
um melhor entendimento. Busque ajudar a criança autista na organização do seu
discurso, de modo que haja uma sequência lógica e coerente. Também incentive a
utilização do pronome na primeira pessoa quando a criança ainda não consegue utilizá-
lo.
Em se tratando de autistas verbais, é preciso ensiná-los a utilizar as trocas de
turnos no diálogo, assim aprenderão desde cedo a respeitar o momento de cada um na
comunicação verbal. Como também é importante ensinar a compreender os marcadores
que dão indícios de quando uma conversa inicia ou termina.
Na relação criança/criança é necessário esclarecer comentários dos coleguinhas
de sala. Deve-se sanar possíveis mal-entendidos, como também explicar metáforas,
piadas, ironias e algumas expressões de difícil entendimento para o aluno.
Ao iniciar um diálogo, opte por assuntos que façam parte dos interesses restritos
da criança. Isso gera motivação e interesse inicial pela conversa, em seguida você
introduz outros temas e elementos no discurso. Na presença de ecolalias, tanto tardias
como imediatas, e de perguntas repetitivas busque atribuir um significado para elas,
trazendo-as para dentro de um contexto significativo e continue o diálogo.
O mediador precisa estar atento e responder qualquer som emitido pela criança
com autismo, seja ele compreensível ou não. Busque sempre utilizar gestos
apropriados, um tom de voz tranquilo e sempre no mesmo padrão vocal (nem alto
demais e nem baixo) e uma linguagem corporal que destaque as suas emoções, isto é,
use e abuse de expressões faciais.
Na sala de de aula, estimule para que o aluno fixe sua atenção nas informações
oferecidas pelo professor ou para as atividades que estão sendo realizadas na sala. No
recreio, mediar uma melhor interação com outras crianças proporcionando uma
comunicação efetiva entre elas e observando o comportamento de cada uma para
auxiliar o aluno a como agir em coletivo. De acordo com Renata Mousinho:
"Por esse aspecto, ter um mediador propiciando a aquisição de linguagem e das
habilidades sociais no cotidiano escolar amplia a possibilidade da quantidade de
estimulo recebido, como também a qualidade, já que a estimulação sempre ocorrerá em
situação real de uso, diferente do que se pode proporcionar num consultório. O
mediador favorece por meio da interação, que a criança desenvolva a leitura e ajuste ao
contexto social, aprenda a brincar e a fazer amigos, aprenda a mudar o turno nas
situações dialógicas, ensina formas convencionais de comunicação, melhora a
compreensão da linguagem. Nas crianças que começam a falar tardiamente, facilita o
desenvolvimento de vocabulário expressivo durante as rotinas e atividades diárias,
expandindo-o." Renata Mousinho
Para finalizar, outra dica importante se refere à aplicação dessas sugestões no
cotidiano escolar. É de suma importância que o mediador conheça as dificuldades que
estão atreladas ao autismo. O profissional deve ser capacitado nessa área, com o intuito
de compreender que comportamentos e produções verbais aparentemente sem sentido
podem sim ter um significado; esta é uma premissa indispensável para poder fazer uso
dessas dicas de modo eficaz. Lembrando que todas as informações aqui compartilhadas
só terão real valor se aplicadas com consciência, coerência, ética, conhecimento e
principalmente respeitando a individualidade de cada aluno.
A escola, o professor titular e o assistente devem basear suas práticas na
compreensão das diferentes características do Transtorno do Espectro Autista inclui-se
dentro do espectro os problemas de interação social, dificuldade na comunicação,
interesses restritos e comportamentos repetitivos.