Você está na página 1de 52

UNIDADE I

Corporeidade e
Motricidade Humana

Profa. Tatyane Perna


Introdução

 O corpo como objeto de estudo em diversas áreas do movimento.


 Aspectos biológicos, psicológicos e sociais.

 O corpo deve ser estudado e entendido em sua totalidade de aspectos.


 O corpo reflete uma cultura!
 A interação com essa cultura se dá pelo movimento.
Como se deu a transformação do corpo durante os anos?
Como é o entendimento do corpo atualmente?
A corporeidade na história da humanidade

 O corpo durante a história era utilizado de diversas formas, dentro de determinado


contexto social.
 Movimentos de atividades diárias como correr, saltar, pular...
 Movimentos corporais expressivos, que são formas não verbais de comunicação –
exemplo: gestos, posturas e expressões faciais.
 A ética corporal sobre a aparência do próprio corpo – exemplo: pudor e ideal de beleza.
 O controle de estrutura dos impulsos e das necessidades.
 Em cada sociedade, o corpo é visto, concebido e tratado de diversas formas, dependendo
de diversos fatores.
A corporeidade na história da humanidade

 Na Grécia Antiga – primeiros filósofos.

 Os primeiros filósofos tinham uma visão integral do corpo – um ser único, indivisível e visível.

 O corpo para o povo grego era formado pela soma (corpo) que era a matéria, pela psique
(alma/mente) e pneuma (sopro) que daria vida à matéria, e elas se completavam.

 Corpo e mente são concebidos de modo harmônico.


A corporeidade na história da humanidade

Platão desenvolveu uma visão fundamentada em uma divisão do mundo: real e ideal.

O mundo das ideias


Para Platão, o conhecimento
verdadeiro é dividido
Ideal Real
O mundo inteligível O mundo sensível
 Eterno e imutável  Percebido pelos sentidos
 Onde reside a verdade  Universo material
 Perfeito  Cópias físicas do inteligível

Mundo da razão = causa de Prevalecem as aparências =


tudo o que existe enganosas

Verdade absoluta Reflete a opinião

Fonte: Livro-texto (adaptado).


A corporeidade na história da humanidade

Platão separa o ser humano em duas partes – corpo e alma. Sendo que a alma comanda
o corpo. A partir desse pensamento, é construída a ideia de que o homem é constituído
de três tipos de almas:
 Alma superior: ligada à racionalidade, localizada na cabeça → leva a um caráter racional.
 Alma inferior: ligada aos bens materiais e à luxúria, localizada na região abaixo do abdome
→ leva a um caráter concupiscível.
 Alma irascível: ligada às emoções e às paixões, localizada no peito do ser humano → leva a
um caráter irascível.
A corporeidade na história da humanidade

O corpo, para o filósofo Aristóteles:


 Não considera corpo e alma como dois seres distintos – helimorfismo
(não separação do corpo/alma).
 Considera que a alma é a vida do corpo – o corpo era a extensão da alma – extensão física.
 A alma era responsável pelas faculdades de nutrição, reprodução e anímica.
 Sendo que tanto a alma como o corpo se completavam.
É inconcebível a separação de corpo e alma – como se pode ter o pensamento sem o corpo?
 Importante um corpo ativo.
A corporeidade na história da humanidade

 Na Idade Média (séculos V ao XV) – o corpo sofre um processo de descorporalização →


crescente importância da racionalização.
 Corpo como instrumento de trabalho, sustento e comunicação da sociedade – sistemas de
castas (feudal).
 Descorporalização → questões religiosas – a Igreja tinha forte influência nos sistemas social,
comercial e político.
 Santo Agostinho: definiu o corpo como cárcere da alma, e que o corpo físico é uma punição
para a alma.
 Pessimismo com relação às sensações que o corpo provoca.
 A alma deve manter a vigilância sobre o corpo e os sentidos
para que eles não impeçam de conhecer a verdade divina,
colocando o corpo no caminho divino.
A corporeidade na história da humanidade

 Já no Renascimento, após a Idade Média – diversos avanços tecnológicos, como


a valorização do trabalho e, principalmente, do intelecto, capacidade de criação e
transformação do mundo!
 Esquema mecanicista – o homem como um animal racional.

Fonte:
http://cache1.asset-
cache.net/gc/519190164
-man-followed-by-ideas-
gettyimages.jpg?v=1&c=
IWSAsset&k=2&d=OAp0
Tb4KR597iKW9NN%2fu
nF5E36jvoAieZlD564Byv
HQ%3d&b=MA==
A corporeidade na história da humanidade

 Descartes estabelece a divisão entre o sujeito objeto (corpo) e espírito da


matéria (mente).
 Tendo uma visão separatista e redutora – pensamento semelhante ao de Platão, porém
com uma concepção cartesiana.
 O corpo é a extensão da alma e a alma não depende dele!
 A mente controla o corpo.
 Descartes não considerava as sensações obtidas pelo corpo, em que o corpo somente
obedecia a comandos e vontades da mente.
 Mente = pensamento → única forma de adquirir conhecimento.
 Nessa época, o corpo passa a ser objeto de estudo → perde-
se a proibição da Igreja → avanço nos estudos.
Interatividade

Na Grécia Antiga não existia a dicotomia entre corpo e alma, o ser humano era considerado
único e indivisível. Platão dá início à oposição entre corpo e alma (mente) e para isso
fundamenta-se em uma divisão de mundo. Sobre este assunto, é incorreto afirmar que:

a) A alma comandava todas as ações do corpo, ela era o princípio do movimento.


b) A inteligência (alma) é a única esfera onde se deve investir para ter conhecimento total
do mundo em que se vive.
c) Esse dualismo tem a concepção de que corpo e alma possuem realidades diferentes e não
estão relacionados, são independentes um do outro.
d) Esse dualismo foi desenvolvido tendo a concepção de
que corpo e alma possuem realidades diferentes, porém
estão relacionados.
e) O corpo, considerado uma porção de matéria, habitava o
Mundo Sensível; a alma, que possuía a capacidade de
pensar, habitava o Mundo Inteligível.
Resposta

Na Grécia Antiga não existia a dicotomia entre corpo e alma, o ser humano era considerado
único e indivisível. Platão dá início à oposição entre corpo e alma (mente) e para isso
fundamenta-se em uma divisão de mundo. Sobre este assunto, é incorreto afirmar que:

a) A alma comandava todas as ações do corpo, ela era o princípio do movimento.


b) A inteligência (alma) é a única esfera onde se deve investir para ter conhecimento total
do mundo em que se vive.
c) Esse dualismo tem a concepção de que corpo e alma possuem realidades diferentes e não
estão relacionados, são independentes um do outro.
d) Esse dualismo foi desenvolvido tendo a concepção de
que corpo e alma possuem realidades diferentes, porém
estão relacionados.
e) O corpo, considerado uma porção de matéria, habitava o
Mundo Sensível; a alma, que possuía a capacidade de
pensar, habitava o Mundo Inteligível.
A corporeidade na história da humanidade

 O corpo passa a ser encarado como um objeto científico.


 Porém, surge Friedrich Nietzsche, contrapondo as concepções de
dicotomia de Descartes.
 Início da concepção de corpo vivo – o corpo dentro de um contexto social.
 Experiências de um homem vivo, e não um mero objeto.
 A mente não sobrepõe mais o corpo, interage com ele por meio dos sentidos
e das emoções.
 Necessidade de conhecer a linguagem que o corpo transmite.
“Pelo corpo que se conhece a alma e não o inverso!”
A corporeidade na história da humanidade

 Karl Marx também tinha o mesmo pensamento de Nietzsche – que o corpo faz parte do meio
e interage com ele.
 Essa relação é desenvolvida pelos movimentos, os quais geram o trabalho → trabalho com
objetivo de alteração do meio.
 Porém, como os ideais capitalistas eram muito fortes em relação à produção em massa e
linhas de montagens, Marx faz a crítica de que o ser humano perde a relação da matéria
produzida com o corpo que a produz.
 Em que o corpo que era responsável pela criação e pela construção, passa a ser somente
uma mercadoria de mão de obra, principalmente após a Revolução Industrial.
A corporeidade contemporânea

 A visão dualista proposta por Platão e Descartes permanece até hoje → valorização
do pensar em detrimento do corpo/movimento.
 Porém, Nietzsche e Marx são precursores dos pensadores contemporâneos, com a visão
de um corpo único e representativo.
 Porém, o pensamento contemporâneo apresenta uma visão mais complexa, tendo como
base o ser humano e a sua relação com o mundo.

Os principais pensadores sobre o corpo são:


 Maurice Merleau-Ponty,
 Michel Foucault.
A corporeidade contemporânea – Merleau Ponty

 O corpo é a ligação entre o indivíduo e a história, e esse corpo sofrerá as decisões teóricas
e práticas do conhecimento.
 Exclusão da ideia de separação de Descartes.

Fonte: http://www.estudopratico.com.br/filosofia-de-merleau-ponty/
A corporeidade contemporânea – Merleau Ponty

 Ele trata as sensações do corpo como algo fundamental para a percepção do mundo e essa
sensação se dá pelo movimento, o qual gera interação com o mundo.
 Tem como objetivo compreender o homem de uma forma integral → o homem
é o ser-no-mundo.
 A experiência que o corpo gera a respeito da interação com o mundo e com
outros corpos.
 O movimento irá gerar a intencionalidade.
 Permite o corpo sentir e perceber o mundo, os objetos
e outros corpos.
 Essa interação irá gerar sonhos, imaginação e desejos.
A corporeidade contemporânea – Merleau Ponty

 Essa ideia é chamada de subjetividade, de Merleau Ponty.


 A subjetividade irá gerar a noção de liberdade.
 O mundo existe independentemente do homem, porém, aquele não está totalmente
constituído e construído, dependendo das ações individuais e coletivas.
 A liberdade é resultante da interação entre o interior e o exterior do ser humano (estruturas
psicológicas e históricas).
 Também são considerados o contexto histórico, as relações sociais e a afetividade,
sendo isso uma experiência corporal e não intelectual → conquistado pelo movimento
e pela percepção.
A corporeidade contemporânea – Merleau Ponty

 Para Ponty, o ser humano desaprendeu a viver com seu corpo.


 O corpo do ser humano deve olhar, observar e sentir.
 Isso irá gerar uma experiência, em que o corpo reconhece o espaço como expressivo
e simbólico.
 Desenvolvendo, assim, o potencial criativo do ser humano.
 O corpo se torna sensível ao mundo, manifestando, assim, a sua corporeidade.
 Motricidade = intencionalidade do corpo pelo movimento.
 Superação da separação sujeito-objeto.
A corporeidade contemporânea – Michel Foucault

 Estudos das relações entre o poder, o saber e o corpo.


Para Foucault, o corpo irá refletir uma cultura em que ele está inserido, tendo
três conceitos:

 O sujeito produtivo.
 O modo como o sujeito se constitui ao longo da vida, por questões
internas e externas.
 A forma na qual o ser humano se torna sujeito.

Fonte:
http://www.universoracionali
sta.org/michel-foucault-2/
A corporeidade contemporânea – Michel Foucault

 O corpo sofre efeitos do poder → a forma como o poder se manifesta sobre esse corpo.

 O poder interfere na corporeidade do sujeito → refletindo-se em seus hábitos, sentimentos,


emoções e ações.

 Refletindo também na realidade concreta do indivíduo → o seu corpo, o corpo social,


e adentrando a sua vida cotidiana.

 O poder não está relacionado ao poder governamental, mas


sim a todas as esferas do indivíduo.
A corporeidade contemporânea – Michel Foucault

 Estabelecendo, assim, diversas esferas de poder.


 A forma desse poder ser utilizado é por meio da disciplina.

 A disciplina é instaurada por uma série de intervenções e controles regulatórios → Sendo


isso uma biopolítica.
 Biopolítica: controle da massa e não individual.

Fonte: http://cache3.asset-
cache.net/gc/182929067-yellow-card-
gettyimages.jpg?v=1&c=IWSAsset&k=2&
d=KwzJ8MD4r6kAKp52YSYNW32x3nYO
gw%2fqeT07uSzoUaI%3d&b=MjU=
A corporeidade contemporânea – Michel Foucault

Práticas disciplinadoras atuais:


 Imposições de gestos, atividades, uso, repartição espacial.

 Cálculo de tempo.

 Prisões, hospitais e escolas.

Fonte:
cdn.morguefile.com/image
Data/public/files/h/HB28/0
5/l/1431023733ug0e2.jpg
A corporeidade contemporânea – Michel Foucault

 Um corpo disciplinado o mantém introjetado → sem consciência de questionamento pelo


indivíduo.
 Levando para um autocontrole, não necessitando de controle externo, produzindo um corpo
dócil.
Desenvolvendo um controle da energia de trabalho, que se baseia em quatro elementos:
1. A distribuição de corpos em funções determinadas.
2. Controle da atividade individual.
3. Organização da formação pela internalização e pela aprendizagem de funções.
4. Composição das forças pela articulação funcional das forças
corporais em aparelhos eficientes.
A corporeidade contemporânea – Michel Foucault

Sendo assim, a disciplina é observada no nosso corpo de três formas:


 Vigilância hierárquica – hierarquia – observação e fiscalização da produção.
 Sanções normalizadoras – sistema de recompensas e punição com objetivo de corrigir
e minimizar desvios.
 Exames – relacionados às duas anteriores – para a construção do saber
e constituição do sujeito.

 O corpo se tornando um objeto de submissão.


 Formando corpos para o exercício de tarefas específicas
e, assim, aumentando a força dos corpos, em questões
econômicas de utilidade.
 O corpo é um confronto bélico! Sem liberdade!
Interatividade

“O corpo era o cárcere ou a prisão da alma, o qual levava a alma, que era pura e perfeita, ao
pecado e, consequentemente, à morte, sendo um dos preceitos da Igreja, como forma de
controle e doutrinamento na Idade Média.”
O trecho acima nos remete à concepção de corpo de qual filósofo?
a) Santo Agostinho.
b) Karl Marx.
c) Platão.
d) Foucault.
e) Merleau-Ponty.
Resposta

“O corpo era o cárcere ou a prisão da alma, o qual levava a alma, que era pura e perfeita, ao
pecado e, consequentemente, à morte, sendo um dos preceitos da Igreja, como forma de
controle e doutrinamento na Idade Média.”
O trecho acima nos remete à concepção de corpo de qual filósofo?
a) Santo Agostinho.
b) Karl Marx.
c) Platão.
d) Foucault.
e) Merleau-Ponty.
A motricidade humana

 A motricidade surge como sinal da corporeidade, que está no mundo


para algum objetivo.

 O movimento está relacionado a um entendimento e interação com o mundo e o sujeito.


 Respeitando a complexidade do ser humano.

“A motricidade representa a vocação da abertura do homem aos outros e ao mundo,


funcionando, em certo sentido, como provocação que liberta da solidão, para inseri-lo
no plano da convivência” (TOJAL, 2011).
A motricidade humana

 Com isso, existe uma linha complexa entre os componentes internos – exemplo: sistema
nervoso – e componentes externos – exemplo: cultura.
 Os componentes externos são captados a partir das experiências de interação
com o meio externo, representando uma intencionalidade.

 Com isso, a motricidade revela a intencionalidade operante do homem em se movimentar


com sentido e conteúdo.
 Com objetivo de sempre se superar, e não ser apenas uma máquina reprodutora de
movimentos preestabelecidos.
A motricidade humana

 Motricidade → busca pela superação de algo que seja interessante para o sujeito,
que é particular de cada indivíduo, tendo como foco o seu máximo.

 A área que estuda o movimento deve se preocupar com o sujeito que produz o movimento
e não somente com as estruturas que o produzem – músculos, articulações e ossos.

 A partir do corpo → a motricidade representa um significado para o corpo, pois esse


significado representa uma intencionalidade.
A motricidade humana

 A motricidade representa um significado para o próprio corpo, pois apresenta um sentido,


refletindo e manifestando a intenção do próprio corpo, aumentando o entendimento da
percepção, que é a ligação entre o corpo e o mundo.

 Motricidade é muito mais do que somente o organismo.

 O homem é integral em movimento; sendo, assim, a expressão da corporeidade em belos


movimentos corporais, com intencionalidade, em consonância com mundo, se relacionando
com as coisas e inserindo o homem em processo construtivo.
A motricidade humana

 Pela motricidade, o homem tem suas primeiras experiências de exploração do mundo pelo
movimento.
 Constituindo, assim, um processo de humanização, pois a aprendizagem de cada
indivíduo ocorre em sua relação com o meio social.

Fonte:
https://cdn.morguefile.c
om/imageData/public/fil
es/j/Jogonesoft/01/l/145
3969233bx5mq.jpg
A motricidade humana

 A motricidade humana é um fenômeno complexo.

 A motricidade não nasce pronta, não apresenta uma ordem cronológica nem
acontece em estágio.

 A motricidade é um constructo social, dependendo de uma interação.

 Com isso, são apresentadas infinitas possibilidades de construção de uma motricidade


do indivíduo.
A motricidade humana

 O corpo em movimento sempre foi um dos encantos das áreas que estudam o movimento
humano, seja em um ambiente escolar, em um jogo recreativo ou em um contexto de
alto rendimento.

 Será que esse encanto se dá pela compreensão completa do movimento?


 Se a compreensão for realizada de uma maneira segregada...
 Em muitos casos, as áreas do movimento acabam tendo uma visão reducionista
do movimento, excluindo a complexidade das interações entre as diversas esferas
do ser humano.
A motricidade humana

Fonte:
https://canaltech.com.br/redes-
sociais/instagram-vai-banir-fotos-
com-o-gesto-de-ok-entenda-
152163/

Fonte:
https://m.megacurioso.com.br/papo-
de-bar/75400-conheca-a-origem-
de-5-gestos-populares.htm

Fonte:
https://www.adventureclu
Fonte:
b.com.br/blog/dicas-de-
https://br.depositphotos.com/1
viagem/gestos-com-as-
21203312/stock-illustration-
maos-e-seus-
hand-in-rock-n-roll.html
significados-em-
diferentes-culturas/
Interatividade

Tratando-se da corporeidade e sua relação com as áreas que estudam o movimento humano,
assinale a alternativa incorreta.

a) A corporeidade se apresenta como uma proposta de superar a visão mecanicista


ou a dicotomia fragmentadora de uma unidade do ser humano.
b) Na visão da corporeidade como superação da visão mecanicista, o movimento passa
a ser a intencionalidade de um corpo.
c) A Educação Física está relacionada à corporeidade e ao movimento do ser humano, ou
seja, à intencionalidade do homem, tendo como abrangências as diversas formas de
atividades físicas.
d) A fim de trabalhar a corporeidade, é fundamental
que os especialistas não percam de vista a
totalidade do ser humano.
e) A ideia de corpo-máquina, ou corpo-objeto, foi desenvolvida
por Descartes, dando origem e base teórica aos estudos de
corporeidade, que estudam as questões motoras do corpo.
Resposta

Tratando-se da corporeidade e sua relação com as áreas que estudam o movimento humano,
assinale a alternativa incorreta.

a) A corporeidade se apresenta como uma proposta de superar a visão mecanicista


ou a dicotomia fragmentadora de uma unidade do ser humano.
b) Na visão da corporeidade como superação da visão mecanicista, o movimento passa
a ser a intencionalidade de um corpo.
c) A Educação Física está relacionada à corporeidade e ao movimento do ser humano, ou
seja, à intencionalidade do homem, tendo como abrangências as diversas formas de
atividades físicas.
d) A fim de trabalhar a corporeidade, é fundamental
que os especialistas não percam de vista a
totalidade do ser humano.
e) A ideia de corpo-máquina, ou corpo-objeto, foi desenvolvida
por Descartes, dando origem e base teórica aos estudos de
corporeidade, que estudam as questões motoras do corpo.
A corporeidade e o movimento humano

 Qual o objetivo ou alvo de estudos das áreas que estudam o movimento?


 Um corpo dividido e segregado – Anatomia, Fisiologia, Psicologia – uma
visão dualista.

 Essa separação é ruim para a compreensão do ser humano?


 Depende...

“[...] É fundamental que os especialistas não percam de vista a


totalidade do ser humano [...], as diferentes áreas do saber são
apenas perspectivas, parcialização do homem, embora
cooperem para o conhecimento, não desvelem seu ser total,
mascarando sua essência” (GONÇALVES, 2012).
A corporeidade e o movimento humano

 É necessário que o corpo seja tratado como sujeito e não objeto → INTENCIONALIDADE.

 Corporeidade – uma proposta de superar a visão mecanicista ou a dicotomia fragmentadora


do ser humano.

 Acabamos trazendo para a nossa atuação a ideia de um corpo que desenvolve um trabalho
por meio de movimento, de uma forma mecanizada → corpo-máquina e corpo-objeto.
A corporeidade e o movimento humano

 A ideia de corpo-máquina/objeto foi trazida por Descartes – mente controla o corpo, sem
qualquer reflexão ou intenção.

 Na sociedade moderna são observados conceitos estéticos empregados, em que são


colocados padrões e referenciais corporais para serem seguidos.
 A manipulação em busca de uma beleza padronizada.

 O corpo-objeto participa de um mundo de trocas, em que seus


interesses são determinados por um sistema social,
transformando o corpo em uma mercadoria.
A corporeidade e o movimento humano

 Com isso, práticas que são realizadas em qualquer tipo de aula que envolva o movimento
acabam por utilizar o conceito de corpo-máquina e corpo-objeto:
 Correr em volta da quadra.
 Fazer alongamento sem saber o motivo.
 Realização de movimentos repetitivos até a exaustão.
 Quando se chega ao limite, faz-se a utilização de anabolizantes para chegar ao padrão
“desejado” ou imposto.
A corporeidade e o movimento humano

 Corpo-máquina = corpo dócil, passivo perante o mundo real, conformista, que acaba
adotando tudo o que a sociedade lhe impõe.

 Assim, traz-se a ideia de um corpo que consome, um corpo-mercadoria.


 Corpo que pode ser trocado, modificado de acordo com os modismos culturais vigentes.

 Consumo exagerado e desenfreado > capitalismo.

 Isso afeta a corporeidade dos indivíduos.


A corporeidade e o movimento humano

Isso afeta a corporeidade dos indivíduos, mas como?


 As questões sociais determinam as normas de relacionamento com o corpo, práticas de
beleza, manipulação e mutilação, apresentando um significado superficial e simbólico.

 Diversas alterações nos padrões de beleza durante o século XX, principalmente na busca
por um corpo magro e com formas definidas.
 Somente esse padrão é bem aceito pela sociedade.

 Acarretando problemas no conceito da autoimagem.


A corporeidade e o movimento humano

 A autoimagem é construída a partir de três componentes:


 Perceptivo – aparência física.
 Subjetivo – satisfação da aparência.
 Comportamental – situação de fuga, desconforto.

 A autoimagem é reforçada pela sociedade mediante aprovação e modelação, tentando


reproduzir ou imitar um padrão determinado.
A corporeidade e o movimento humano

 A busca incessante pelo padrão aceito pode levar a uma visão deturpada da autoimagem,
levando a transtornos alimentares:
 Bulimia,
 Anorexia nervosa.
 Esses tipos de transtornos têm as mulheres como principais vítimas.

Fonte:
Fonte:
http://cache4.asset-
http://cache1.asset-
cache.net/gc/5126235
cache.net/gc/47110
23-male-anorexia-
5594-anorexia-
gettyimages.jpg?v=1&
gettyimages.jpg?v=1
c=IWSAsset&k=2&d=1
&c=IWSAsset&k=2&
gc6FjpkWorOFC421%
d=%2bi0TKuZOViIY
2bOJZPqcMm9duoTb
muCQXwo6lzRi1j%
kED0sggMa%2fM%3d
2fEpX4Sw7Ajj55glts
&b=QjRF
%3d&b=NTI
A corporeidade e o movimento humano

 Outros transtornos de autoimagem:


 Disformia muscular.
 Transtorno que pode levar ao desenvolvimento da vigorexia.
 Atingindo, principalmente, jovens homens.

 O que leva a desenvolver os transtornos de imagem?


 Imposição da mídia, da sociedade e do meio esportivo.
 Considerar um padrão ideal e que sem ele não obterá a felicidade.
 O corpo como prisioneiro de um sistema de poder.
A corporeidade e o movimento humano

 A corporeidade considera um ser biológico e também um ser social → relação com


o contexto social.

 O profissional deve ser capaz de compreender o homem em sua totalidade e, assim,


produzir uma intervenção condizente com a realidade desse homem.

 Para conseguir aplicar essa concepção:


 O profissional deve buscar um corpo possível em uma prática sistematizada.

 Deixar de lado o corpo idealizado – abandonando os


modismos sazonais da área fitness.
A corporeidade e o movimento humano

 O profissional não pode desprezar as experiências do sujeito, o sistema social e a cultura em


que ele está inserido.
 Procurar contribuir para o desenvolvimento desse corpo real e existente, que irá se
movimentar em busca de uma superação.

 Saber trabalhar o sujeito racional, criativo, dependente do conhecimento de si,


dos outros e do mundo.

 Se o profissional entender isso, ele agregará diversos valores que darão


suporte à sua atuação.
A corporeidade e o movimento humano

 A corporeidade exigirá um trabalho amplo do profissional.


 Atuará com uma grande variedade de sujeitos.
 Ir contra as mensagens vinculadas por diversos meios de comunicação.

 A compreensão de uma corporeidade integral faz com que o profissional tenha consciência
dos rumos que a área apresenta.

 Valorizar o sentido de humanidade e o sujeito-autor de uma história e de uma cultura.


Interatividade

O conceito de autoimagem ou imagem corporal envolve três componentes. São eles:

a) Perceptivo, satisfação e comportamental.


b) Comportamental, psicológico e biológico.
c) Subjetivo, comportamental e biológico.
d) Perceptivo, comportamental e subjetivo.
e) Social, subjetivo e objetivo.
Resposta

O conceito de autoimagem ou imagem corporal envolve três componentes. São eles:

a) Perceptivo, satisfação e comportamental.


b) Comportamental, psicológico e biológico.
c) Subjetivo, comportamental e biológico.
d) Perceptivo, comportamental e subjetivo.
e) Social, subjetivo e objetivo.
ATÉ A PRÓXIMA!

Você também pode gostar