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No pensamento cristão podemos encontrar a visão de homem como pessoa. Esta é resultado,
sobretudo, da experiência do diálogo entre Deus e o homem. Mas essa decisão implica na
decisão e na responsabilidade do ser humano. O diferencial que vamos perceber aqui é a
revelação.
Mas na Idade Moderna a sociedade torna-se antropocrática (ou seja: o homem torna-se o
centro da sociedade). A submissão do homem a uma religião é substituída pela autonomia no
pensamento humano por meio da razão e da experiência.
Sistema capitalista neoliberal: A pessoa, na visão neoliberal, acaba valendo pelo que
produz e pelo que consome. Ou seja, só quem produz e quem consome tem seu espaço,
pequeno e sem muitas alternativas, na sociedade. Mas a pessoa não é só isso. Veremos que
ela é muito mais do que uma máquina de produzir e de consumir.
DIMENSÕES DO SER HUMANO^>
Dimensão psíquica A dimensão psíquica remete àquilo que os filósofos gregos chamam
de anima – no Português, "alma", "o que dá vida". O que faz a vida da pessoa acontecer é sua
interioridade; remetendo ao pensamento filosófico, é deparar-se com o conceito de essência.
A alma da pessoa é sua essência. Mas o que vem a ser essência?
Dimensão social Conforme alguns pensadores, o ser humano é produto do meio em que
nasce e vive. Ele recebe uma carga genética muito grande. Alguns dizem que essa carga e essa
influência do meio chegam a 95%, outros falam em 98%. Há até alguns que dizem que a
influência do meio é de 100%. Se fosse assim, não haveria individualidade
Dimensão da consciência O ser humano é o único que sabe de si mesmo. Ele se pergunta:
Quem sou eu? De onde vim? Para onde vou? Para que existo? Ele é, portanto, o valor
absoluto, o valor-fim, a medida de todas as coisas. Diante do valor ser humano, todas as
demais são relativas, por maisimportantes que sejam. Ele sabe isso porque, ao longo da
humanidade, foi descobrindo, foi desvendando, foi compreendendo o seu lugar no mundo.
Dimensão do amor O ser humano como Pessoa é um ser de comunhão e não de solidão.
Ele reconhece no outro o valor absoluto. Ninguém é mais importante para uma Pessoa que a
outra Pessoa. É o "Eu" que se dirige ao "Tu", para afirmar como valor supremo a comunhão do
"Nós". O outro sou eu mesmo, isto é, a mesma essência sob outra aparência. Esta é a
experiência do Amos: descobrir o outro na sua identidade, na sua singularidade e na sua
profundidade.
A dimensão ética do Ser Pessoa Diante do ser pessoa, deparamo-nos com a questão da ética,
elemento constitutivo da condição de sobrevivência, vivência e convivência. Assim, a ética
pode ser entendida como um conjunto de normas que regula o comportamento de grupos
humanos.
Diante do que foi estudado sobre ética e moral, reflita sobre o porquê de, na sociedade
contemporânea, não constatarmos uma verdadeira morte dos valores, tais como a
honestidade, a palavra, a sabedoria, a sensibilidade e a semelhança?
QUESTÕES.
1) Reflita sobre a seguinte afirmação: O dualismo é uma concepção que está sempre
presente na concepção antropológica. Assinale a resposta INCORRETA:
a) A posição de Santo Tomás é clara: o homem não pode ser explicado como a união
de duas partes: a orgânica e a espiritual. Para os clássicos, o ser humano é uma
reunião substancial desses dois princípios (um opera em relação ao outro).
b) Na obra de Tomás de Aquino, fica evidente a importância da unidade essencial do
homem. É conhecida a expressão de Tomás de Aquino sobre a matéria: est principium
individuationis, que indica que o que determina a individualidade no homem é a
matéria (totalidade biológica), sendo este seu constitutivo essencial.
c) Qualquer forma de dualismo antropológico (como a de Platão ou de Descartes) é
refutada pelos investigadores atuais da Antropologia Filosófica.
d) O dualismo é uma concepção que está sempre presente na antropologia grega. Os
filósofos "pitagóricos gregos" (Platão, Aristóteles, Zenão, no período seguinte
Agostinho, os escolásticos etc.) pensavam a alma separada do corpo. Esta, que era
imortal, vinha do céu e caía na Terra para entrar no corpo, ao qual ficava atada. Por
isso, eles buscavam, com a "liberação do corpo", o "retorno"
2) Gevaert (1995) explica que o termo "espírito" é um termo "complicado" por ser
vago e impreciso. Muitas vezes, expressa um fenômeno vital concreto, "hálito", e,
outras vezes, um princípio exclusivamente humano, "atman", "pneuma", "spiritus" etc.
Sobre esse tema, assinale a resposta INCORRETA.
a) O espírito é a dimensão constitutiva que diferencia o humano do resto da criação. O
espiritual é a dimensão própria do homem. Aristóteles diz que o espírito que vem de
fora é thyrathen.
b) Os pensadores da antropologia filosófica contemporânea, como Scheler, Mondin
e J. Jolif, defendem que o corpo, como o espírito, são sistemas completos. Ambos,
corpo e espírito, são substâncias concretas.
c) São muitos osteólogos que definem o homem como o resultado da imersão do
espírito na matéria. A maioria defende a ideia que não é imersão acidental e sim
substancial, e, a partir dessa característica ontológica, o homem é uma pessoa
espiritual.
d) A Antropologia Filosófica contemporânea defende como princípio que o que
caracteriza a pessoa espiritual é a capacidade que esta possui para se distanciar da
dimensão psicofísica, esse "sair de si"
3) O homem tem uma natureza que é universal a todos os homens. Entretanto, ele não
é uma realidade estática, pois o homem concreto é um ser dinâmico que forja sua
personalidade na existência. Partindo dessa reflexão, analise as alternativas seguintes
e indique a única que a complementa corretamente. a) Desde Santo Tomás, os
pensadores cristãos defendem que todos os homens nascem como uma folha em
branco, sendo que a sociedade os modela.
b) Ao ler o conteúdo da unidade, podemos afirmar que existe algo que se destaca do
puramente sensitivo e do anímico: o princípio espiritual, que é de natureza evolutiva.
c) As características humanas denotam a existência de um Centro Espiritual
ou Alma Espiritual.
4)Viktor E. Frankl (2003) explica o homem como um ser condicionado e afirma que é o
resultado da reunião de vários fatores que respondem a leis – como a da causalidade,
a da semelhança etc. R: Para configurar sua personalidade, o ser humano
precisa do suporte, ou seja, da cooperação que as outras pessoas
proporcionam.
1) Indique a única alternativa falsa:
a) A categoria alteridade é própria da natureza humana, está relacionada com a
necessária vinculação com os outros "eus". O homem é em seu constitutivo um ser
aberto à sociabilidade e a comunidade.
b) Pode-se dizer que o ser humano é pessoa, quanto mais diferente, mais peculiar seja
em relação aos outros seres humanos. Quanto mais indiviso seja, como diziam os
escolásticos, para estes pensadores a pessoa é: indivisum in se et divisium a quolibet
alio, ou seja, na individualidade ontológica está a base da personalidade.
c) J. Y. Jolif (1969, p. 184-185) explica que a alteridade e a unicidade são categorias
ontológicas. Estas categorias implicam em si mesmas numa contradição. Ambas
dependem da renuncia do conceito de subjetividade pura, o homem não pode deixar
de reconhecer, aceitar e integrar a dimensão da alteridade. Eu não posso dar-me
sem que se dê também o outro. Essa concepção de homem é contrária à ideia de ser
individualista que o neoliberalismo e as linhas de pensamento positivista defendem
nos dias de hoje.
d) O ser humano necessita comunicar-se com o outro e também ter contato com o
mundo – essa é uma exigência natural. Devemos considerar também que sua finitude
e sua dificuldade para compreender a multiplicidade da verdade o obrigam ao diálogo
e ao intercâmbio.