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Parte1 - https://www.youtube.com/watch?v=H682mczLXUY
Parte 2- https://www.youtube.com/watch?v=W5OA_6wbt58
Parte 3 - https://www.youtube.com/watch?v=BS1rpcwOjVE
1.1. O tom
a) O inglês fone e o alemão der Ton designam, primeiro que tudo,
uma altura determinada: C i.r a tone 'dó é uma altura' [ou também, em
português, 'dó é uma nota', vocábulo que designa tanto a altura como o
símbolo gráfico]. Em francês e em português, o sentido é já mais ambíguo,
porque, se é possível falar dos tons aigus de Ia voix 'tons agudos da voz' para
aludir à sua altura num dado momento, não se trata, neste caso, de designar
uma altura precisa. O italiano tono aproxima-se do sentido inglês e alemão,
mas mais raramente; prefere-se neste idioma o vocábulo diapason para falar
de uma frequência específica. P.331
1. 3. A tonalidade «restrita»
Kfenek: «Tonalidade
(tona/it.'!) significa simplesmente o tom (key) no qual uma composição está
esnita_ [ritado in Ikswick 1950, pp. 8-9). Piston: «Tonalidade é sinónimo de
tom_ [1941, p. 291. A estreiteza destas concepções confina com a confusão, já
que a tonalidade, enquanto traço característico de todo um período da história
da linguagem musical, é uma abstracfão: é o conjunto das propriedades da
música, habitualmente classificada de tonal, onde se encontram tons
(intervalos), tónicas e tonalidades. Numa palavra, a tonalidade, distinta da
música modal que a precedeu, por vezes qualificada de pré-tonal, é um estilo
[Molino, citado in Nattiez 1975, p. 83]. Para descrevermos a sua especificidade,
é necessário ultrapassarmos o estreito âmbito de uma qualquer definição,
e inventariarmos os seus traços característicos.p.336
2. O estilo tonal
Se as definições bastassem para caracterizar a tonalidade, ao escutar uma
peça ter-se-ia o «sentimento da tonalidade", em virtude simplesmente do
sistema de relações e hierarquias definido pelos diferentes graus de uma escala
maior ou menor. Mas a tonalidade é um estrIa, ou seja, não apenas um
conjunto de características idemificáveis e de combinações na substância
sonora de um trerho, mas também um conjunto de fenómenos, que são
perrepcionados ou não, segundo o grau de cultura musical e de acuidade
auditiva dos indivíduos. Isto significa que a tonalidade não se refere a este
sistema hierarquizado, mas ao conjunto dos parâmetros - harmónicos,
melódicos, rítmicos, ete. - regidos pelo sistema.p.336
Assim, existem em
Schoenberg dois tipos de forma: 1) a forma temática: «Seguimos a peça
guiando-nos quase exclusivamente pela identificação dos motivos e das suas
transformações" [Rosen 1975, p. 38]; 2) a forma como resultado desse
desenvolvimento. O problema dos compositores não-tonais foi o «de
encontrar um método de organização formal e de progressão no tempo, que
pudesse substituir o temático" [Samson 1977, p. 197].p.348
Dahlhaus, como
musicólogo atento aos desenvolvimentos da música contemporânea, insistiu
na necessidade de não reencontrar o antigo conceito de forma através das
novas manifestações musicais [ibid., pp. 71-75]. As .-formas» da música pós-
tonal são sobretudo processos: a «forma» muda de uma obra para outra,
resulta do material de base; já não é possível identificar regularidades estruturais
ao nível das grandes secções que atravessam um período razoavelmente
longo da história da música p.348
4. O fim da música?
Mas O advento do novo sistema total não se deu. Sem dúvida porque o
grau de abstracção que devia garantir a coerência da obra a todos os níveis era
tal, que o sistema de relações instaurado já não era funcionalmente
Perceptível.p.353