A VIDA DE PLATÃO
- Nascido em Atenas, pertencia a uma nobre
família.
- Seu nome verdadeiro era Arístocles, mas,
devido ao seu porte físico (ombros largos),
foi apelidado de Platão, que significa
amplitude, largueza e extensão.
- Era discípulo de Sócrates e utilizava-se dos
diálogos.
Após a morte de seu mestre, afasta-se das
práticas políticas atenienses e viaja pelo
mundo. Ao retornar à Atenas, funda a
“Academia”, primeira instituição filosófica
ocidental.
1. A QUESTÃO PLATÔNICA
Dificuldade de compreensão de seu
pensamento devido à falta de totalidade
de suas escritas.
Em um momento de revolução cultural
(Escrita Vs Oralidade), Platão elabora 36
diálogos subdivididos em 9 tetralogias.
A questão platônica discute 3 fatores:
(1) Quais são autênticos e quais não?
(2) Qual a cronologia dos diálogos?
(3) Que relação existe entre as doutrinas
filosóficas escritas com as proferidas apenas
oralmente?
Os seus diálogos se enquadram em quatro
períodos distintos:
(a) De juventude (b) Ditos de transição
(c) De maturidade, (d) De velhice.
Além disso, recupera o valor cognoscitivo do
mito (Fé/crença) como complemento
pensamento racional (logos).
Quando a razão chega aos limites de sua
capacidade, a imagem e o mito superam-nos
espontaneamente.
2. A FUNDAÇÃO DA METAFÍSICA
- A Primeira Navegação deu-se com os
filósofos naturalistas (physis), que
embarcaram na busca dos archés.
- A Segunda Navegação deu-se com Platão,
que embarcou na busca das verdadeiras
causas da realidade, para além das causas
físicas.
3. CONCLUSÃO DUALISTA
Sobre o problema da permanência e da
mudança, Platão conclui duas realidades:
- O mundo inteligível: o mundo que
percebemos através da inteligência, o mundo
racional e ideal, eterno, imutável e perfeito
(Confirma Parmênides)
- O mundo sensível: o mundo que
percebemos através dos sentidos, mutável
e corruptível
(Confirma Hieráclito)
4. HIPERURUÂNIO (Mundo das ideias)
É o mundo supra-celeste, inteligível e ideal
das formas/ideias.
As Ideias platônicas:
- são “essências” que subsistem em um
sistema hierárquico bem organizado
e que constituem o verdadeiro ser.
Além disso, todas as outras ideias derivariam
da ideia do bem.
O COSMO SENSÍVEL
Apesar de seu Dualismo, Platão supôs a
existência de uma terceira realidade.
O universo teria surgido por obra da
bondade e do amor ao bem de um demiurgo,
um deus-artífice pessoal, que, assumindo
como modelo o mundo das Ideias
(inteligível), plasma/origina a chora, isto é,
o receptáculo sensível, gerando dessa forma
o mundo sensível.
Mundo das Ideias Mundo Sensível
Mediador
(Inteligível) (Imagem)
Demiurgo
(Essência) (Cópia)
O mundo metafísico é o mundo das ideias, a
essência, o verdadeiro e dotado da razão.
O mundo físico é o mundo da matéria, a
cópia, falso e imperfeito.
Sendo assim, tudo o que há no mundo foi
originado pela cópia de uma essência
verdadeira.
6. O PROCESSO DO CONHECIMENTO
O conhecimento/epistéme, isto é, a
anamnese (“Aná” – trazer de novo – +
“mnese” – memória), recordação de
verdades desde sempre conhecidas pela
alma no mundo das ideias (Concepção
inatista – nasce com o homem), parte de
alguns processos:
1. EIKASIA (IMAGENS/ILUSÃO): Primeira
impressão/imagem captada pelos sentidos.
2. PÍSTIS (CRENÇAS): Percepção diferentes
dos indivíduos.
3. DIANÓIA (RACIOCÍNIO): Raciocínio sobre
o mundo que nos cerca.
4. NOESIS (INTUIÇÃO/SABEDORIA/
FILOSOFIA): Alcance do conhecimento
verdadeiro através da dialética de opiniões
(doxa) baseados na razão.
“Todos um dia estiveram no mundo
inteligível e passaram por um processo de
amnésia ao caírem no mundo sensível, e,
através de um processo de reminiscência
(lembrança) pelo conhecimento, voltam ao
mundo inteligível.”
7. A ARTE PLATÔNICA
A arte, para Platão, é a cópia da cópia, isto é,
a representação da realidade física.
Se o mundo é cópia da Ideia e a arte é cópia
do mundo, conclui-se que a arte é imitação
de uma imitação e, portanto, afastamento do
verdadeiro.
Logo, não constitui uma forma de
conhecimento porque corrompe o homem
com suas mentiras.
8. A CONCEPÇÃO DE HOMEM
O Ser Humano é composto de alma e corpo
A alma é a parte mais importante e real do
indivíduo. Imortal e eterna, existe desde
sempre no mundo das Ideias; antes de se
encarnar ao corpo, conhecia as ideias.
Entende-se corpo como o “cárcere” que
aprisiona a alma, como lugar para o
cumprimento de suas penas.
Quando o homem morre a alma se desprende
do corpo, voltando a contemplar as ideias.
9. MITO DO CARRO ALADO
A alma perfeita dos deuses é puxada por dois
cavalos bons que se movem pelos céus.
A alma humana a segue, mas puxada por dois
cavalos de raças diferentes, um bom e outro
mau – e isso dificulta guiá-los; então brigam,
as asas quebram, cai na terra e se une a um
corpo.
Comparada a um carro alado puxado por
dois cavalos guiado pelo auriga, subdivide-se
em 3 partes:
A parte Apetitiva, possuidora de vontades e
desejos e, portanto, difícil de guiar.
(Cavalo mau)
A parte Irascível, obediente e fácil de guiar.
(Cavalo bom)
A parte Racional, que conhece as outras
partes e as conduz.
(Auriga)
10. O AMOR PLATÔNICO
O Amor/Eros, para Platão, é a força que
incentiva a alma a atingir o Bem, cuja
manifestação visível é a beleza – sendo a
maior delas, a sabedoria.
O amor platônico pode ser compreendido
como a insuficiência de algo e o desejo de
conquistar aquilo de que se sente falta; a
nostalgia e a força que impulsiona o retorno
ao Mundo das Ideias.
11. O ESTADO IDEAL Um dia, um dos homens é liberto, através do
conhecimento, descobrindo a verdadeira
Surge porque o homem não é autárquico e
realidade por trás das sombras e explorando
necessita dos serviços de outros.
o mundo externo.
Platão estabelece a estrutura do Estado
relacionada às partes da alma. Ao retornar para caverna, foi taxado de louco
pelos outros prisioneiros e concluiu que o
- Parte apetitiva:
que ele julgava conhecer antes era fruto
artesãos/lavradores/comerciantes
enganoso de seus sentidos, que são
- Parte irascível: guardas/soldados
limitados.
- Parte racional: governantes
Estado justo e perfeito possui a Temperança
na primeira classe – artesãos e comerciantes
freiam a própria ganância, a Fortaleza ou
Coragem na segunda classe – guardas
moderam o ímpeto e enfrenta os perigos
como convém, e a Sabedoria na terceira
classe – governantes agem racionalmente na
busca do Bem e sua aplicação.
O equilíbrio das três classes, com o
desenvolvimento das virtudes, e da educação
promovem a JUSTIÇA.
12. AS FORMAS IDEAIS DE GOVERNO
- Monarquia: governado por um homem
- Aristocracia: governado por homens ricos
- Democracia: governado pela vontade do
povo
Quando os governadores não buscam as
virtudes necessárias para um Estado ideal,
a Monarquia transforma-se em Tirania, a
Aristocracia em Oligarquia e a Democracia
em Demagogia.
QUAL A MELHOR FORMA DE GOVERNO?
A Monarquia quando os Estados são bem
governados.
Democracia quando os Estados são
corrompidos, pois a liberdade permanece
garantida.
13. O MITO DA CAVERNA
Acorrentados em uma parede, três homens
tinham sua visão limitada às sombras das
pessoas provocadas por uma fogueira
interna, que configuravam toda a realidade.