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Resumo do Mito da Caverna.

Segundo a narrativa, Mito da Caverna, todos os homens, desde o nascimento até a própria
morte, estaria acorrentados de tal forma a não olhar para trás ou para os lados, vendo
apenas a parede do fundo da caverna, lugar em que, sob o efeito de uma grande fogueira
às costas desses mesmos homens, projetavam-se sombras. Os homens não sabiam ou não
conseguiam ver as coisas e os seres reais. Eles achavam as sombras uma expressão da
própria verdade. Como em um teatro de sombras, acreditavam no que viam, condicionados
desde o nascimento pela maneira tradicional em que viviam. Por trás desses seres
acorrentados, alguns homens se movimentava, os sofistas e os políticos, que manipulavam
e também se utilizavam da projeção das sombras para o próprio benefício. Representavam
aqueles que lutavam pela posse do poder e contribuindo ativamente para a continuidade
de tal situação. Já que enganavam, iludiam, persuadiam e manipulavam os homens, que se
encontravam acorrentados à condição de ignorância, a se manter em tal situação.

Em um certo dia, um homem conseguiu enfim se livrar das correntes que o envolviam e
com muito esforço, conseguiu sair da caverna, depois de quase ficar cego com a luz do sol.
Ele então finalmente, pôde vislumbrar a realidade verdadeira. Tempos depois, acabou
retornando à mesma caverna da qual havia colocado tanto esforço para se livrar dela. Mas
então, o que ele queria, o que ele buscava? Seu objetivo era o de esclarecer os homens,
revelar a eles o que teve a oportunidadede conhecer. Mas, como foi recebido? Este homem
acabou sendo visto como um louco, e por isso, foi assassinado. Essa é uma referência bem
clara ao processo que envolveu Sócrates, que teria morrido em função da ignorância do
homem comum, ou seja, da maioria, e pelo domínio e pelamanifestação exercido sobre
estes por parte de falsos políticos e sábios ambiciosos.

Para Platão, existiriam dois mundos. O primeiro era o mundo sensível, constituído pelas
formas concretas e materiais, apreendido pelos nossos sentidos, ou seja, aquilo que
ouvimos, vemos. O segundo mundo era o das fôrmas ou das ideias perfeitas, chamado pelo
autor de mundo inteligível.

O mundo das ideias perfeitas, existentes e imutáveis, encontraria na ideia do bem,


representada pelo sol no Mito da Caverna, o seu mais importante elemento constitutivo, ou
ainda a ideia mais elevada em tal construção teórica. Esse conhecimento partiria do senso
comum, de um conjunto de representações formadas a partir da ação enganosa dos
sentidos.

Este modo de contar as coisas tem o seu significado: os prisioneiros somos nós que,
segundo nossas tradições diferentes, hábitos diferentes, culturas diferentes, estamos
acostumados com as noções sem que delas reflitamos para fazer juízos corretos, mas
apenas acreditamos e usamos como nos foi transmitido. A caverna é o mundo ao nosso
redor, físico, sensível em que as imagens prevalecem sobre os conceitos, formando em
nós opiniões por vezes errôneas e equivocadas, (pré-conceitos, pré-juízos). Quando
começamos a descobrir a verdade, temos dificuldade para entender e apanhar o real
(ofuscamento da visão ao sair da caverna) e para isso, precisamos nos esforçar, estudar,
aprender, querer saber. O mundo fora da caverna representa o mundo real, que para
Platão é o mundo inteligível por possuir Formas ou Ideias que guardam consigo uma
identidade indestrutível e imóvel, garantindo o conhecimento dos seres sensíveis. O
inteligível é o reino das matemáticas que são o modo como apreendemos o mundo e
construímos o saber humano. A descida é a vontade ou a obrigação moral que o homem
esclarecido tem de ajudar os seus semelhantes a saírem do mundo da ignorância e do
mal para construírem um mundo (Estado) mais justo, com sabedoria. O Sol representa a
Ideia suprema de Bem, ente supremo que governa o inteligível, permite ao homem
conhecer e de onde deriva toda a realidade (o cristianismo o confundiu com Deus).

Portanto, a alegoria da caverna é um modo de contar imageticamente o que


conceitualmente os homens teriam dificuldade para entenderem, já que, pela própria
narrativa, o sábio nem sempre se faz ouvir pela maioria ignorante.

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