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Relatório 3 - Ensaio de Dureza - LABMAT -UFES

Laboratório de Materiais I (Universidade Federal do Espírito Santo)

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO


CENTRO TECNOLÓGICO
Departamento de Engenharia de Produção

Disciplina: Laboratório de Materiais I


RELATÓRIO – Ensaio de Dureza – 23/04/2018

Responsável (Discente): Marina Gusmão e Michele de Lima

1 MATERIAL ENSAIADO
Ensaio Rockwell C: amostra padrão com dureza fornecida pelo fabricante igual
a 51,3 HRC;
Ensaio Rockwell B: amostra padrão com dureza fornecida pelo fabricante igual
a 90,8 HRB;
Ensaio Brinell: amostra de aço martensítico.

2 ENSAIO REALIZADO/METODOLOGIA APLICADA


No laboratório foram realizados os ensaios de dureza Rockwell B e C e o ensaio
de dureza Brinell. O ensaio de dureza consiste na aplicação de uma carga na
superfície do material empregando um penetrador padronizado, produzindo uma
marca superficial ou impressão. A medida da dureza do material ou da dureza
superficial é dada como função das características da marca de impressão e da carga
aplicada em cada tipo de ensaio realizado.
Primeiramente, o técnico nos mostrou os penetradores (indentadores) usados
em cada ensaio, como mostra a Figura 1. Para o ensaio Rockwell C foi utilizado um
penetrador cônico de diamante, no ensaio Rockwell B o penetrador foi de um metal
duro (tungstênio) e o ensaio Brinell usou como indentador uma esfera de aço com
diâmetro igual a 2,5 mm.

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Figura 1 – Penetradores usados nos ensaios de dureza Rockwell e Brinell

O técnico também nos mostrou as amostras que iam ser ensaiadas. Na Figura
2 podemos ver a amostra de aço martensítico usada no ensaio Brinell. Nos ensaios
Rockwell foram utilizadas duas amostras padrão de dureza (Figura 3), onde esta
propriedade é fornecida pelo fabricante da amostra. A Figura 4 apresenta a amostra
padrão utilizada no ensaio Rockwell C.

Figura 2 – Amostra de aço martensítico

Figura 3 – Amostras padrão para ensaio Rockwell

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Figura 4 – Amostra padrão para ensaio de dureza Rockwell C

a) Ensaio de dureza Rockwell


O primeiro tipo de ensaio de dureza realizado foi o Rockwell. Esse tipo de
ensaio apresenta uma grande vantagem: o grau de dureza do material analisado é
lido diretamente na máquina de ensaio, o que o torna um ensaio mais rápido e menos
sujeito a erros humanos.
No ensaio Rockwell, a primeira dureza lida é uma “acomodação” da máquina
(ela se acomoda para que o material ensaiado e o penetrador tenham um contato
mais firme). É importante ressaltar que a profundidade da impressão produzida pela
carga maior é a base de medida do ensaio de Rockwell. Como o método utiliza vários
penetradores e cargas, este é dividido em escalas dependendo das combinações.
Essas escalas podem ser A, B, C ,D, E e assim por diante.
No laboratório, a acomodação foi feita com uma pré-carga de 10 kgf em ambos
os ensaios Rockwell (B e C).
A máquina utilizada nos ensaios de dureza é exibida na Figura 5. Essa máquina
possui um mostrador com duas escalas: uma vermelha, referente a dureza Rockwell
B e uma escala preta, que mostra o resultado da dureza Rockwell C. Um esquema
desse mostrador aparece na Figura 6.

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Figura 5 – Máquina para ensaio de dureza

Figura 6 – Mostrador da máquina de ensaio de dureza

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Começamos o ensaio de dureza utilizando a escala C de Rockwell. Essa escala


é uma das mais utilizadas e um dos fatores favoráveis a isso é que, quando não se
conhece o grau de dureza de um material, o recomendado é que se faça um teste
utilizando a escala de dureza Rockwell C pois, como nos esclareceu o técnico do
laboratório, esse teste usa um indentador mais duro (diamante) então, se o teste é
feito primeiro com ele, os outros penetradores não correm o risco de serem
danificados. Na Figura 7 temos o material pronto para o ensaio.

Figura 7 – Material pronto para ensaio Rockwell

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Nesse ensaio, foi usado o penetrador de diamante com uma carga de 150 kgf
na amostra padrão. O tempo de penetração foi de cinco segundos. A amostra foi
ensaiada duas vezes: na primeira vez o valor obtido de dureza (lido na escala preta
do mostrador) foi de 48 HRC, porém esse valor foi descartado por ser referente à
acomodação da máquina. No segundo vez, o valor medido foi 51 HRC, como mostra
a Figura 8.

Figura 8 – Ensaio Rockwell C

O ensaio seguinte foi o de Rockwell B. A carga utilizada foi de 100 kgf, com o
indentador de metal duro e tempo de penetração de cinco segundos. A amostra foi
ensaiada apenas uma vez, já que o valor obtido no ensaio foi bem próximo ao grau
de dureza fornecido pelo fabricante para a amostra ensaiada. O valor obtido na escala
vermelha do mostrador foi de 91 HRB, como mostra a Figura 9.

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Figura 9 – Ensaio Rockwell B

b) Ensaio de dureza Brinell


O ensaio de dureza Brinell trata-se de comprimir lentamente uma esfera
metálica padronizada, com diâmetro D, sobre uma superfície plana de um metal, por
meio de uma carga P, durante um determinado tempo t, produzindo uma calota
esférica de diâmetro d. A dureza Brinell é representada pelas letras HB e é a relação
entre a carga aplicada (P) e a área da calota esférica impressa no material ensaiado
(S):
𝑃
𝑑𝑢𝑟𝑒𝑧𝑎 = (1)
𝑆

Onde,
dureza – expressa em termos de tensão (Pa);
P – carga de impressão (N);

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S – área da calota esférica impressa (mm²).

Introduzindo-se a superfície da calota esférica em (1), tem-se:


2∗𝑃
𝐻𝐵 = 0,102 ∗ (2)
𝜋∗𝐷∗(𝐷−√𝐷2 − 𝑑̅ 2 )

𝑑1 +𝑑2
𝑑̅ = (3)
2

Onde,
D = diâmetro do penetrador (mm);
𝑑̅ = diâmetro médio da impressão (mm);
P = carga (N);
0,102 = fator de conversão para carga em (N), já que inicialmente o ensaio foi
proposto em kgf, mas, devido à adoção do Sistema Internacional (SI) de unidades, a
unidade da carga aplicada foi convertida para este.
No laboratório, foi feita uma pré-carga de 10kgf e, após isso, o ensaio de dureza
Brinell foi realizado duas vezes. Foi utilizada a mesma máquina do ensaio de dureza
Rockwell, com um penetrador com uma esfera de aço de 2,5 mm de diâmetro. O
tempo de penetração pode variar entre 10 e 30 segundos, segundo a norma. No
ensaio feito (Figura 10), o tempo de penetração foi de 20 segundos. O técnico nos
explicou que haviam duas cargas disponíveis para o ensaio Brinell: 62,5 kgf e 187,5
kgf. Foi escolhida a carga de 62,5 kgf porque ela ocupa menor área do material
ensaiado. Como foram feitos dois ensaios, duas calotas foram geradas na superfície
do material ensaiado.
Ao contrário do ensaio de Rockwell, em que a dureza era lida diretamente na
escala do mostrador da máquina, no ensaio de Brinell devem ser feitas as medições
dos diâmetros das calotas esféricas impressas no material durante o ensaio. Esse
processo foi feito com a ajuda de um microscópio e pode ser visualizado na Figura 11.
Para cada calota, são feitas duas leituras de diâmetro, medidas a 90º entre si. A partir
desses valores, é calculado o diâmetro médio (𝑑̅) da calota. As Figuras 12 e 13
mostram as calotas sendo medidas no microscópio. Os valores obtidos estão na
Tabela 1.

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Figura 10 – Ensaio de dureza Brinell

Figura 11 – Amostra Brinell no microscópio

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Figura 12 – Medição do diâmetro da calota gerada no primeiro ensaio de Brinell

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Figura 12 – Medição do diâmetro da calota gerada no segundo ensaio de Brinell

𝒅𝟏 (µm) 𝒅𝟐 (µm)
Ensaio 1 557,35 559,53
Ensaio 2 551,57 552,88
Tabela 1 – Valores de diâmetro medidos das calotas

3 RESULTADOS OBTIDOS
a) Dureza Rockwell B
O valor de dureza fornecido pelo fabricante da amostra padrão é 90,8 HRB e o
valor medido durante o ensaio foi 91 HRB.
b) Dureza Rockwell C
O valor de dureza fornecido pelo fabricante da amostra padrão é 51,3 HRC e o
valor medido durante o ensaio foi 51 HRB.
c) Dureza Brinell
Com os valores da Tabela 1 são calculados os diâmetros médios das duas
calotas esféricas geradas nos ensaios de dureza Brinell. O diâmetro médio de cada
calota foi calculado usando a equação (3) e a dureza Brinell (HB) foi calculada usando
a equação (2). Como o cálculo de dureza Brinell utiliza os valores de diâmetro em
(mm) e de carga em (N), os valores calculados são apresentados nessas unidades na
Tabela 2.
Ensaio 1 Ensaio 2
̅ (mm)
𝒅 0,558 0,552
D (mm) 2,5 2,5
P (N) 612,916 612,916
Dureza 252,43 258,02
Brinell (HB)
Tabela 2 – Dureza Brinell calculada para cada ensaio

4 CONCLUSÃO
Os resultados medidos nos ensaios Rockwell apresentaram valores dentro da
faixa de validade das escalas usadas: 20 a 70 para a dureza Rockwell C e 20 a 100
para a dureza Rockwell B, portanto os resultados estão concordantes.
O resultado do ensaio de dureza Brinell deverá ser validado se o diâmetro
médio da calota esférica (𝑑̅ ) estiver compreendido entre 24% e 60% do diâmetro da
esfera (D), nesse caso, 0,6 ≤ 𝑑̅ ≤ 1,5. Se considerarmos erros de arredondamento dos
cálculos e outros, pode-se dizer que os ensaios foram validados.

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REFERÊNCIAS

Ensaios mecânicos de materiais metálicos. Fundamentos teóricos e práticos.


SOUZA, Sérgio Augusto de. São Paulo, Ed. Edgard Blucher, 1982

Ensaios dos materiais. GARCIA, Amauri; SPIM, Jaime Alvares; SANTOS,


Alexandre dos. 2. ed. Rio de Janeiro, LTC, 2012

SENAI. Ensaios destrutivos e não destrutivos: Ensaios de dureza. Disponível


em: <https://pt.slideshare.net/RonaldVasconcelos2/aula-10-ensaio-de-dureza>.
Acesso em 26/04/2018.
IFES-SP. Ensaios Mecânicos de materiais. Disponível em:
<http://www.engbrasil.eng.br/pp/em/aula3.pdf>. Acesso em 26/04/2018.

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