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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ

INSTITUTO DE RECURSOS NATURAIS


GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA HÍDRICA

Juliana Layra da Fonseca

LABORATÓRIO DE MÉTODOS DE
CONSTRUÇÃO E MONTAGENS

ENSAIO DE RUPTURA DO AÇO

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ
INSTITUTO DE RECURSOS NATURAIS
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AMBIENTAL E HIDRICA

Juliana Layra da Fonseca

LABORATÓRIO DE MÉTODOS DE
CONSTRUÇÃO E MONTAGENS

ENSAIO DE RUPTURA DO AÇO

Relatório de ensaio de ruptura do aço,


submetido pelo Prof. André Luiz Vivan,
apresentado à disciplina Métodos de
Construção e Montagens, da Universidade
Federal de Itajubá.

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1. INTRODUÇÃO

O ensaio de resistência a compressão e a tração de determinados materiais é de


suma importância na engenharia. Estes ensaios fornecem uma gama de informações
acerca do comportamento mecânico de um material. O ensaio consiste basicamente em
submeter um corpo de prova a uma carga axial crescente até que ocorra a sua ruptura.
A principal finalidade do ensaio de tração é fornecer o diagrama tensão-
deformação do material. A partir do diagrama tensão-deformação, pode-se tirar os
valores dos limites de resistência ao escoamento, à tração e à ruptura. Este ensaio é
considerado destrutivo.
Portanto, a determinação da resistência a tração do aço é parte crucial de seu
controle tecnológico. Com os equipamentos e máquinas necessárias para a mensuração
dessa resistência, é possível notar a resistência elevada que o aço possui, sendo esta a
explicação do aço ser o insumo mais utilizado na construção civil, seja para reforçar
vigas de concreto ou apenas sendo o único componente do sistema estrutural.

2. OBJETIVOS

Além de familiarizar os alunos com os dispositivos para se fazer um ensaio de


tração, este ensaio tem como objetivo determinar e comparar as propriedades mecânicas
referentes ao material ensaiado, barras de aço CA50 de 10mm e 12,5mm, afim de obter
as curvas tensão/deformação e por fim o módulo de elasticidade.

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Como já dito o ensaio de tração é tão importante porque a partir dele pode-se
confeccionar o diagrama tensão x deformação. Ele é calculado da seguinte maneira: a
deformação linear do material será determinada a partir da diferença entre a medida
final e a inicial do corpo de prova,  = L-L0. A tensão , pela divisão da força P
aplicada pela área da seção transversal e a deformação específica do material, ·,
dividindo a deformação  pelo comprimento inicial L0. Assim, se obtêm o diagrama de
tensão/deformação.
A velocidade de recuo da máquina de ensaio e a temperatura ambiente fazem
aparecer uma variação no gráfico tensão/deformação, porém os gráficos possuem

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características comuns, que permite classificar o material em duas categorias: dúcteis ou
frágeis. Os gráficos a seguir mostram a diferença entre eles.

Figura 1 - Gráfico tensão/deformação de um material dúctil.

Figura 2 - Gráfico tensão/deformação de engenharia de um material frágil

Interpretando os gráficos, podemos notar que os materiais dúcteis (Figura 1)


caracterizam-se por apresentar uma região de escoamento o que não ocorre em
condições normais nos materiais frágeis (Figura 2). Ao submeter um corpo de prova de
aço estrutural, ou outros metais (materiais dúcteis) a uma força P seu gráfico é traçado
da seguinte forma: Inicialmente, forma-se uma reta de alto coeficiente angular,
indicando que o comprimento do corpo de prova esta aumentando com a variação do
carregamento. Em seguida, é atingido o valor crítico de tensão, o corpo sofre uma
grande deformação com pouca variação de carga aplicada, devido à perda de resistência
no local, conhecido como estricção.
Os materiais frágeis caracterizam-se por uma ruptura que ocorre sem nenhuma
mudança sensível no modo de deformação do material, por isso a tensão de ruptura é

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igual à tensão máxima, também se pode notar, que os materiais frágeis não possuem
uma região de estricção, pois esse fenômeno é característico de materiais dúcteis.

4. MATERIAIS E EQUIPAMENTOS
Para realizar o ensaio utilizaram-se os seguintes materiais:

 Máquina de ensaio universal MTS;


 Sistema de informação para controle do ensaio;
 Uma barra de aço AC50 de 10 mm de diâmetro;
 Uma barra de aço AC50 de 12,5 mm de diâmetro.

5. ENSAIO E DADOS OBTIDOS


O procedimento experimental realizado iniciou-se com o posicionamento da
barra de aço AC50 de 12,5 mm na máquina de ensaio universal MTS, tomando os
devidos cuidados para que ela fosse colocada de maneira correta. Assim, através de um
sistema informatizado a carga da tração começa a ser aplicada até a barra se romper.
Ainda utilizando o sistema informatizado, obteve-se o gráfico e os valores das tensões
requeridas. O mesmo procedimento foi executado para a barra de aço AC50 de 10 mm.

O corpo de prova apresentou estricção até romper. Também foi visível a redução
de área na seção que se rompeu. Como mostra as Figuras 1.

Figura 1 – Exemplo de corpo de prova rompido (Aço AC50 de 10mm de diâmetro).

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A Tabela 1 traz os valores de diâmetro e comprimento dos corpos de prova antes
e depois do ensaio.

Corpo de Diâmetro Comprimento Comprimento


Prova [mm] inicial [mm] final [mm]
1 12,5 400 436
2 10 400 444
Tabela 1 – Dimensões do corpo de prova

Com o software utilizado obteve-se os dados de tensão de ruptura, representados


pela Tabela 2.

Tensão de Ruptura
Corpo de Prova
(Mpa)
1 802
2 806,6
Tabela 2 – Dados de Tensão de Ruptura.

6. CÁLCULOS E RESULTADOS
O software possibilitou a obtenção da curva de tensão x deformação de ambos os
corpos de prova, mostrados nos Gráficos 1 e 2.

Gráfico 1 – Tensão x Deformação da Barra de Aço AC50 de 12,5mm

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Gráfico 2 – Tensão x Deformação da Barra de Aço AC50 de 10mm

Analisando os gráficos nota-se que, para os corpos de provas com diâmetros


diferentes a tensão de ruptura de ambos foi bem próxima, com valores de 802 para a
barra de aço de 12,5mm de diâmetro e 806,6 para a barra de aço de 10mm de diâmetro.

No gráfico 1 nota-se que na fase elástica a tensão chega a aproximadamente 675


MPa, logo em seguida se inicia a região de escoamento. Na fase plástica, pode-se
observar anormalidades no comportamento do traçado durante o ensaio, isso se deve
provavelmente pelo escorregamento do corpo de prova enquanto estava sendo
tracionado pela garra da máquina. Apesar dessa anormalidade, houve a ruptura assim
que o corpo de prova atingiu a tensão máxima de tração de aproximadamente de 802
MPa.

Observa-se que no gráfico 2, o comportamento do traçado está coerente com o


traçado teórico. A fase elástica é interrompida ao atingir a tensão de aproximadamente
670 MPa, a partir daí se inicia a região de escoamento que se comporta normalmente.
Assim, ao alcançar a tensão máxima próxima a 806,6 MPa, o corpo de prova se rompe.

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7. CONCLUSÕES

Perante o ensaio realizado, nota-se que os resultados são satisfatórios, pois


houve a ruptura da barra de aço. Pode-se concluir que de fato o aço é resistente a tração
e possibilita sua aplicação em inúmeras ocasiões. Além disso, observa-se que sua
tenacidade e ductibilidade são elevadas, permitindo que o aço se alongue bastante antes
de se romper.

Nota-se também a relevância deste tipo de ensaio. Todos os parâmetros


possíveis de se determinar com este ensaio tem como objetivo caracterizar o material a
ser utilizado na construção.

Assim, pode-se inferir que os resultados obtidos explanam e consolidam a


posição do aço na construção civil, sendo um dos principais insumos utilizados.

8. REFERÊNCIAS BIBLOGRÁFICAS

 Hibbeler, R.C., Resistência dos materiais -5ª edição, Pearson education.

 Eloy. Resistência dos materiais – 2016, Lab.3 - Ensaio de tração – notas de aula.

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