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UNIVERSIDADE POLITECNICA-APOLITECNICA

Instituto Superior de Humanidade, Ciência e Tecnologia

Engenharia civil

Ilídio Sérgio Daniel Artur

Deformações e tensões

Meios de ligação em estruturas metálicas

Quelimane

2021
Ilídio Sérgio Daniel Artur

Deformações e tensões

Meios de ligação em estruturas metálicas

Trabalho a ser apresentado ao departamento de


engenharias, na cadeira de estruturas metálicas e
mistas, curso de engenharia civil, para fins
avaliativos.

Docente: Juca Luís Figueiredo Suege

Quelimane
2021
Índice
1. Introdução............................................................................................................................4

2. Tensões e deformações........................................................................................................5

2.1. O diagrama de tensão- deformação..............................................................................5

2.1.1. Diagrama tensão-deformação convencional.........................................................5

2.1.2. Diagrama tensao-deformacao real........................................................................8

3. Meios de ligação das estruturas metálicas.........................................................................10

3.1. Ligações por rebites...................................................................................................10

3.1.1. Espessura total máxima a ligar...........................................................................11

3.1.2. Disposições dos rebites.......................................................................................11

3.2. Ligações aparafusadas................................................................................................12

3.2.1. Tipos de ligações aparafusadas...........................................................................12

3.2.2. Diâmetro de furos...............................................................................................12

3.2.3. Cumprimento dos parafusos...............................................................................12

3.2.4. Disposição dos parafusos....................................................................................12

3.3. Ligações soldadas.......................................................................................................13

3.3.1. Tipos de cordões de soldadura............................................................................13

3.3.2. Dimensões características dos cordões...............................................................14

3.3.3. Condicionamentos das dimensões dos cordões..................................................15

3.3.4. Tipos de soldadura de topo.................................................................................16

3.3.5. Ligação de topo de elementos com espessura diferente.....................................17

4. Conclusão..........................................................................................................................19

5. Referencias bibliograficas.................................................................................................20
1. Introdução

O presente trabalho debruça sobre as tensões/ deformações e os meios de ligação de


estruturas mistas e metálicas, dando enfâse primeiramente ao comportamento do aço diante
destas tensões e deformações sob a forma de representação gráfica, explicando
detalhadamente o comportamento, devido a esforços de tracção e compreensão, e em alguns
casos devido aos esforços torsional e cisalhastes. Quanto aos meios de ligação, dar-se-á o foco
sobre os materiais que possibilitam tais ligações, sendo os rebites, parafusos e soldadura.

O objectivo deste trabalho é analisar o comportamento do aço devido aos esforços


solicitantes e dos meios de ligação das estruturas metálicas ou mistas.

A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica, enriquecida com alguns


relatórios, websites e documentos do website
2. Tensões e deformações

A resistência de um material depende de sua capacidade de suportar uma carga sem


deformação excessiva ou ruptura. Essa propriedade é inerente ao próprio material e deve ser
determinada por meios experimentais.

Conforme (Hibbeler, 2010), Se uma carga é estática ou se ela se altera de uma maneira
relativamente lenta ao longo do tempo e é aplicada uniformemente sobre uma seção recta ou
superfície de um membro, o comportamento mecânico pode ser verificado mediante um
simples ensaio de tensão-deformação. Existem três maneiras principais segundo uma carga
pode ser aplicada: tracção, compressão e cisalhamento. Em engenharia, muitas cargas são de
natureza torsional, e não de natureza puramente cisalhante.

2.1. O diagrama de tensão- deformação

Pelos dados obtidos em um ensaio de tracção ou compressão, é possível calcular


vários valores da tensão e da deformação correspondentes no corpo de prova e, então,
construir um gráfico com esses resultados. A curva resultante é denominada diagrama tensão-
deformação.

Conforme (Hibbeler, 2010), o diagrama de tensão e deformação é a representação


gráfica da função que relaciona a tensão (σ) e a deformação (ε). No ensaio à tracção, podem-
se medir os diversos ΔLs correspondentes aos acréscimos de carga axial aplicada à barra e
realizar o ensaio até a ruptura do corpo de prova.

O diagrama de tensão- deformação normalmente, ela pode ser descrito de duas


maneiras.

2.1.1. Diagrama tensão-deformação convencional

Utilizando os dados registados, podemos determinar a tensão nominal, ou tensão de


engenharia, dividindo a carga aplicada P pela área original da seção transversal do corpo de
prova, A0 . Esse cálculo considera que a tensão é constante na seção transversal e em toda a
região entre os pontos de calibragem. Temos:

P
σ=
A0

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Da mesma maneira, a deformação nominal, ou deformação de engenharia, é
determinada directamente pela leitura da deformação no extensómetro, ou dividindo a
variação δ , no comprimento de referência do corpo de prova pelo comprimento de referência
original do corpo de prova, L0. Aqui, consideramos que a deformação é constante em toda a
região entre os pontos de calibragem. Assim,

δ
∈=
L0

Se os valores correspondentes da tensao e deformacao resultante são denominados


Diagrama tensão-deformação convencional. Esse diagrama é muito importante na engenharia
porque proporciona os meios para se obterem dados sobre a resistência à tracção (ou
compressão) de um material sem considerar o tamanho ou a forma física do material, isto é,
sua geometria. Entretanto, tenha sempre em mente que dois diagramas tensão-deformação
para um determinado material nunca serão exactamente iguais, já que os resultados dependem
de variáveis como a composição e as imperfeições microscópicas do material, seu modo de
fabricação e a taxa de carga e temperatura utilizadas durante o teste.

De forma resumida, a tensão normal (σ) pode ser determinada para qualquer valor de
carga (P) com a equação já mencionada acima, deformação específica linear é obtida
dividindo o acréscimo de comprimento (͕δ) pelo comprimento inicial do corpo de prova (L0).
Assim, pode-se traçar o diagrama σ x ε para o material:

Figura 1: Diagrama de tensão - deformação convencional e real para material dúctil (aço) sem escala.

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A figura representa a continuidade das tensões até atingir o limite de elasticidade. Ao
atingir esse ponto, se a carga for removida, o corpo de prova ainda voltara a sua forma
original. No entanto, no caso do aço, o limite de elasticidade raramente é determinam, visto
que esta muito próximo do limite de proporcionalidade, por tanto é muito difícil detecta-lo.

a) Escoamento: um pequeno aumento na tensão acima do limite de elasticidade


resultara no colapso do material e fara com que ele se deforme permanentemente.
Esse comportamento é denominado de escoamento e é indicado pela segunda
região da curva. A tensão que causa escoamento é denominada de tensão de
escoamento ou ponto de escoamento e a deformação que ocorre é denominada
deformação plástica. Embora a figura não ilustre, o ponto de escoamento para
aços com baixo teor de carbono ou laminados a quente é frequentemente
distinguido por dois valores
 O ponto de escoamento superior ocorre antes e é seguido por uma redução
repentina na capacidade de suportar carga até um ponto de escoamento
inferior;

Entre tanto, uma vez alcançado o ponto de escoamento, o corpo de prova continuara a
alongar-se como mostra a figura 01. Observa-se que a figura não esta em escala, se estivesse,
as deformações induzidas pelo escoamento seriam 10 a 40 vezes maiores do que as
produzidas até o limite de elasticidade. Quando o material esta nesse estado, costuma ser
denominado perfeitamente elástico.

b) Endurecimento por deformação: quando o escoamento tiver terminado, pode-se


aplicar uma carga adicional ao corpo de prova, o que resulta em uma curva que
cresce continuamente, mas torna-se mais achatada até atingir uma tensão máxima
denominada de limite de resistência σ r. O crescimento da curva dessa maneira é
denominado de endurecimento por deformação e é identificado na terceira região
da figura 1. Durante todo o ensaio enquanto o corpo se alonga, sua secção
transversal diminui. Essa redução na área é razoavelmente uniforme por todo o
comprimento de referência do corpo de prova, até mesmo a deformação que
corresponde ao limite de resistência.
c) Estricção: no limite de resistência, a área da secção transversal começa a diminuir
em uma região localizada do corpo em vez de em todo o seu comprimento. Este
fenómeno é causado por planos deslizantes formados no interior do material, e as

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deformações reais produzidas são causadas por tensão de cisalhamento. Como
resultado, tende a formar-se a constrição, ou estricção, gradativa nessa região, a
medida que o corpo de prova se alonga cada vez mais (figura 2). Visto que a área
de secção transversal nessa região esta diminuindo continuamente.

Figura 2: Estricção e falha de um material dúctil. (Hibbeler, 2010)

A área menor só pode suportar uma carga sempre decrescente. Por consequência, o
diagrama tensao-deformacao tende a curvar-se para baixo até o corpo de prova quebrar,
quando atinge a tensão de ruptura (figura 2b). Essa região da curva provocada pela estricção é
indicada na quarta região da figura 01.

2.1.2. Diagrama tensao-deformacao real

Em vez de sempre usar a área da seção transversal e o comprimeiro originais do corpo


de prova para calcular a tensão e a deformação (de engenharia), poderíamos utilizar a área da
seção transversal e o comprimento reais do corpo de prova no instante em que a carga é
medida. Os valores da tensão e da deformação calculados por essas medições são
denominados tensão real e deformação real, e a representação gráfica de seus valores é
denominada diagrama tensão-deformação real. O gráfico desse diagrama tem a forma
mostrada pela curva superior na Figura 1. Observe que os diagramas convencionais e real são
praticamente coincidentes quando a deformação é pequena. As diferenças entre os diagramas
começam a aparecer na faixa do endurecimento por deformação, quando a amplitude da
deformação se torna mais significativa.

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Em particular, há uma grande divergência na região de estricção. Nessa região, o
diagrama σ −ϵ convencional mostra que, na verdade, o corpo de prova suporta uma carga
P
decrescente, já que A0 É constante quando calculamos a tensão de engenharia, σ = .
A0
Contudo, pelo diagrama σ −ϵ , a área real A no interior da região de estricção diminui sempre
P
até a ruptura, por tanto, na verdade, o material suporta tensão crescente, visto que, σ = .
A0

Embora os diagramas tensão-deformação convencional e real. Sejam diferentes, a


maioria dos projectos de engenharia fica dentro da faixa elástica, pois, em geral, a distorção
do material não é severa dentro dessa faixa. Contanto que o material "rígido", como a maioria
dos metais, a deformação até o limite de elasticidade permanecera pequena, e o erro associado
à:

Figura 3: Diagrama tensão e deformação para aço doce. (Hibbeler, 2010)

Utilização de valores de engenharia de u e E é muito pequeno (aproximadamente


0,1%), em comparação com seus valores reais. Essa é uma das principais razões para a
utilização dos diagramas tensão--deformação convencionais.

Os conceitos discutidos até aqui podem ser resumidos na Figura 3, a qual mostra um
diagrama tensão- deformação convencional para um corpo de prova real feito de aço doce.

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3. Meios de ligação das estruturas metálicas

Conforme (Vasconcellos, 2017), o termo ligação é aplicado a todos os detalhes


construtivos que promovam a união de partes da estrutura entre si ou a sua união com
elementos externos a ela, como por exemplo, as fundações.

As ligações são compostas dos elementos de ligação e dos meios de ligação. Os


elementos de ligação são todos os componentes incluídos no conjunto para permitir ou
facilitar a transmissão dos esforços:

 Enrijecedores;
 Chapas de ligação;
 Placas de base;
 Cantoneiras;
 Consolos;
 Talas de emenda e
 Parte das peças ligadas envolvidas localmente na ligação.

Os meios de ligação são os elementos que promovem a união entre as partes da


estrutura para formar a ligação:

 Soldas;
 Rebites
 Parafusos;

Uma ligação deve ser dimensionada de forma que a sua resistência de cálculo seja
igual ou superior à solicitação de cálculo ou uma percentagem especificada da resistência de
cálculo da barra. (Vasconcellos, 2017)

3.1. Ligações por rebites

De acordo com (Ministerio das obras publicas, transportes e comunicacoes., 1986), os rebites
são fixadores mecânicos considerados semipermanentes. Os diâmetros dos rebites devem satisfazer
aos seguintes condicionamentos:

a)  Os rebites devem ter diâmetro nominal 1 mm a 2 mm inferior ao dos furos em que são
introduzidos e, depois de cravados, devem preencher completamente os furos;

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b) O diâmetro nominal dos rebites não deve, em geral, ser inferior à espessura do elemento
de maior espessura a ligar.
3.1.1. Espessura total máxima a ligar

A espessura total dos elementos a ligar não deve, em geral, exceder cinco vezes o diâmetro
dos furos e, em caso algum, exceder seis vezes e meia esse diâmetro. No caso de diâmetros inferiores
a 14 mm, a espessura total a ligar deverá ser limitada a quatro vezes o diâmetro.

3.1.2. Disposições dos rebites

Na disposição dos rebites devem ser respeitados os seguintes condicionamentos


(fig.4):

a) 2 d ≤ a ≤ 3 d
b) 1,5 d ≤b ≤ 2,5 d
c) 3 d ≤ c ≤ 7 d (ambientes muito agressivos);
d) 3 d ≤ c ≤ 10 d (ambientes pouco ou moderadamente agressivos);

Em que:

 d=diâmetro dos furos;


 a - distância do eixo do rebite ao bordo mais próximo, na direcção do
esforço que solicita a ligação;
 b - distância do eixo do rebite ao bordo mais próximo, na direcção normal à
do esforço que solicita a ligação;
 c - menor distância entre os eixos dos rebites.

Figura 4: Disposições de rebites e parafusos. (Ministerio das obras publicas, transportes e comunicacoes.,
1986)

3.2. Ligações aparafusadas

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Parafusos são elementos de fixação empregados na união não permanente de pecas,
isto e, as pecas podem ser montadas e desmontadas, bastando apertar e desapertar os
parafusos que as mantem unidas.

3.2.1. Tipos de ligações aparafusadas

As ligações aparafusadas podem ser correntes ou pré-esforçadas, sendo o


funcionamento destas últimas assegurado pela existência de forças de aperto e de atrito,
resultantes do pré-esforço dos parafusos, que se opõem ao desencosto e deslizamento dos
elementos ligados

3.2.1.1. Parafuso para ligação pré-esforçada

Nas ligações aparafusadas pré-esforçadas devem ser usados parafusos da classe de


qualidade 8.8 (NP-1898) ou superior.

A especificação dos parafusos pré-esforçados nos projectos deve incluir a indicação


dos correspondentes momentos de aperto.

3.2.2. Diâmetro de furos

Nas ligações aparafusadas o diâmetro dos furos não deve exceder em mais de 2 mm o
diâmetro do liso da espiga dos parafusos, excepto se este diâmetro for superior a 24 mm,
situação em que o referido limite pode ser aumentado para 3 mm.

Para as estruturas em que se exija pequena deformabilidade das ligações poderá ser
necessário adoptar tolerâncias inferiores às indicadas no artigo.

3.2.3. Cumprimento dos parafusos

O liso da espiga dos parafusos deve, em geral, ter comprimento suficiente para
abranger toda a espessura dos elementos a ligar.

3.2.4. Disposição dos parafusos

Na disposição dos parafusos devem ser respeitadas as condições enunciadas para os


rebites.

3.3. Ligações soldadas

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A ligação soldada ocorre por um processo de fusão, as pecas que serão unidas são
aquecidas até que começam a se fundir com o elemento ligante do eléctrodo. Nas ligações
soldadas atender-se-á às seguintes condições gerais:

a) A disposição das soldaduras e a sua ordem de execução devem ser


estabelecidas de modo a reduzir, quanto possível, os estados de tensão devidos
à operação de soldadura;
b) Deve evitar-se a concentração excessiva de soldadura numa mesma zona;
c) Salvo justificação especial, evitar-se-á soldar elementos de espessura superior a
30 mm;
d) Evitar-se-á criar variações bruscas de secção, pela concentração de tensões a
que dão origem, nomeadamente em elementos que tenham de ser soldados em
toda a periferia deve evitar-se praticar entalhes ou furos de dimensões
importantes;
e) Para a ligação das extremidades de barras as soldaduras devem ser dispostas,
quanto possível, equilibradamente em relação ao eixo de cada barra;
f) No projecto devem ser tidas em consideração as condições de execução e
montagem indicadas no artigo 65.º do REAE.

A disposição contida na alínea c) resulta de que a soldadura de peças de grande


espessura exige uma escolha criteriosa das qualidades do aço e do eléctrodo a empregar e
ainda a utilização de processos especiais de execução e seu controle.

3.3.1. Tipos de cordões de soldadura

Os tipos de cordões de soldadura são (fig. 2):

a) Cordões de topo: cordões que unem as peças colocadas topo a topo, no


prolongamento umas das outras, tenham ou não os eixos coincidentes;
b) b) Cordões de ângulo: cordões que ligam as pecas colocadas com sobreposição ou
que se intersectam.

Figura 5: Cordões de ângulo.

3.3.2. Dimensões características dos cordões


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As dimensões características dos cordões de soldadura são a espessura e o
comprimento, tal como são definidos nas alíneas seguintes:

a)  A espessura dos cordões deve ser considerada do modo seguinte:

I. Cordões de topo. - No caso de os elementos a ligar terem a mesma


espessura, será essa a espessura do cordão; no caso de terem espessura
diferente, a espessura a considerar será a do elemento mais delgado;

II. Cordões de ângulo. - A espessura será considerada igual à altura do


triângulo isósceles inscrito na secção do cordão (fig. 6).

Figura 6: espessura do cordão. (Ministerio das obras publicas, transportes e comunicacoes., 1986)

b) O comprimento dos cordões deve ser considerado do modo seguinte:

I. Quando existem crateres de extremidade, o comprimento do cordão a


considerar será o seu comprimento total, descontado o comprimento dos
crateres, avaliado este em duas vezes a espessura (fig.7);

II. Quando se evita a formação de crateres de extremidade (pela utilização de


peças de extensão ou outros meios adequados), o comprimento do cordão a
considerar será o seu comprimento total.

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Figura 7: Cumprimento de cordões.

3.3.3. Condicionamentos das dimensões dos cordões

As dimensões dos cordões de soldadura devem satisfazer aos seguintes


condicionamentos:

a) A espessura dos cordões não deve ser inferior a 3 mm;

b) A espessura dos cordões de ângulo não deve ser superior a 0,7 da menor espessura
dos elementos a ligar;

c) Os cordões de topo contínuos devem ocupar toda a extensão da justaposição;

d) Os cordões de ângulo contínuos não devem ter comprimento inferior a 40 mm;

e) Nos cordões de topo descontínuos o comprimento de cada troço não deve ser
inferior a quatro vezes a espessura do elemento mais fino a ligar e o intervalo entre
dois troços sucessivos não deve exceder doze vezes aquela espessura;

f) Nos cordões de ângulo descontínuos o comprimento de cada troço não deve ser
inferior a quatro vezes a espessura do elemento mais fino a ligar. O intervalo entre
dois troços sucessivos não deve exceder dezasseis vezes a espessura do elemento
mais fino, no caso de elementos sujeitos a esforços de compressão, e 24 vezes essa
espessura, no caso de elementos sujeitos a esforços de tracção.

Em cordões de ângulo descontínuos, quando os troços estão colocados alternadamente


de um lado e de outro da aresta de ligação, os intervalos indicados na alínea f) são

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considerados como se os troços estivessem em linha.

3.3.4. Tipos de soldadura de topo

O tipo de cordão a utilizar na soldadura de topo depende essencialmente da espessura


dos elementos a ligar e da possibilidade de execução da soldadura pelas duas faces, do modo
indicado nas alíneas seguintes:

a) No caso de a espessura não exceder 6 mm e ser possível realizar a soldadura pelas


duas faces, esta poderá executar-se, em geral, sem prévia formação de chanfros
(fig. 8);

Figura 8: espessura que não excede 6mm.

b) No caso de a espessura estar compreendida entre 6 mm e 15 mm, executar-se-á,


em geral, um cordão em forma de V (fig. 9)

Figura 9: espessura no intervalo das 6mm e 15mm.

c)  No caso de a espessura exceder 15 mm e ser possível realizar a soldadura pelas


duas faces, executar-se-á, em geral, um cordão em forma de X (fig. 10);

Figura 10: espessura com mais de 15mm.

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d) No caso de a espessura exceder 15 mm e não ser possível realizar a soldadura
pelas duas faces, executar-se-á um cordão em forma de U [fig. 11, a)] ou um
cordão em forma de V, utilizando uma contracapa que permita efectuar a
soldadura com as arestas inferiores do chanfro afastadas [fig. 11, b)]

Figura 11: espessura exceder 15mm e não ser possível realizar a soldadura.

3.3.5. Ligação de topo de elementos com espessura diferente

 Na ligação de topo de elementos com espessura diferente deverá efectuar-se uma
transição gradual de espessura, pela aplicação de um dos processos seguintes:

a) Por simples deposição de metal de adição, desde que a diferença das espessuras
não exceda 3,5 mm (fig. 12);

Figura 12: disposição de metal de adição.

b) Por chanfrarem do elemento mais espesso, até que a diferença das espessuras não
exceda 3,5 mm, e deposição de metal de adição (fig. 13).

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Figura 13: por chanfrarem.

A chanfrarem referida no n.º acima, alínea b), poderá dispensar-se quando haja
garantia de que não se verificam esforços alternados e desde que se execute um cordão cuja
dimensão h (fig. 11) seja, pelo menos, 25% superior à espessura do elemento mais delgado.

Figura 14: Cordão cuja dimensão h seja, pelo menos, 25% superior a espessura.

Os procedimentos indicados nas alíneas a) e b) destinam-se a evitar concentrações de


tensões, particularmente prejudiciais no caso de peças sujeitas à fadiga.

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4. Conclusão

Por fim, sob a forma de analise conclusiva, se pode afirmar que, primeiramente sobre
o comportamento do aço devido as tensões e deformações se da através da relação entre as
solicitações aplicadas e a sua resposta de acordo com suas propriedades. Tais propriedades
mecânicas são verificadas com experimentos laboratoriais. Vale ressaltar também que, toda
tensão exercida em um material provoca uma deformação.

Quanto aos meios de ligação das estruturas metálicas, concluiu-se que para a devida
escolha do tipo de ligações que se pretende adoptar para as construções de qualquer
estruturas, depende essencialmente de diversos aspectos como o tipo de estrutura que se
pretende executar, as condições diversas podendo ser financeiramente, devido a climas, a
dimensão da mesma e custos.

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5. Referências bibliográficas
Hibbeler, C. R. (2010). Resistencia dos materiais (7a ed.). Sao Paulo: Pearson prentice hall.

Ministerio das obras publicas, transportes e comunicacoes. (1986). Regulamento de estruturas


de aco para edificios. Lisboa: Conselho superior de obras publicas e transportes.

Vasconcellos, A. L. (2017). Ligacoes em estruturas metalicas. Rio de Janeiro: Instituto aco


brasil.

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