Você está na página 1de 24

UNIVERSIDADE FEEVALE

INSTITUTO DE CIÊNCIAS CRIATIVAS E TECNOLÓGICAS


CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA

RELATÓRIO 1 – ENSAIO DE TRAÇÃO

FABRÍCIO DE SOUZA DA COSTA


RODRIGO EIDELWEIN

NOVO HAMBURGO
2020
RESUMO

O presente trabalho tem por


objetivo relatar os
procedimentos para a
realização de um ensaio de
tração. Esse
ensaio consiste em submeter
um corpo de prova a uma
carga axial que tenda a
deformá-lo pelo alongamento
até o momento em que se
rompa. Foram utilizados
corpos de prova padrão, de
acordo com a norma ASTM E
8M, de aços 1020 (com e sem
entalhe), 1045 e 4540 com o
objetivo de coletar dados
sobre as propriedades de
cada material, como
resistência a tração, ponto de
escoamento, ductilidade,
entre outras
О рrеѕеntе trаbаlhо tеm роr оbjеtіvо rеlаtаr оѕ рrосеdіmеntоѕ раrа а rеаlіzаçãо dе еnѕаіо dе
trаçãо, realizado no laboratório de engenharia da Universidade Feevale, utilizando uma
máquina de tração EMIC. Еѕѕе еnѕаіо соnѕіѕtе еm ѕubmеtеr um соrро dе рrоvа а uma carga
que gera uma deformação crescente a um corpo de prova especificado, ao mesmo tempo em
que são medidas as variações no seu comprimento, аté о mоmепtо еm quе ѕе rоmра. Fоrаm
utіlіzаdоѕ соrроѕ dе рrоvа раdrãо, de aço 1020, com o objetivo de comparar as tensões de
ensaio, de deformação verdadeira e a convencional. O ensaio de tração foi conduzido à
temperatura ambiente e a carga aplicada axialmente ao corpo de prova até a ruptura. Foram
demonstradas e anotadas as características da operação da máquina e do ensaio: dimensões
iniciais dos corpos de prova, instalação do corpo de prova para realização do ensaio, registro
dos valores de carga aplicada e da extensão obtida no corpo de prova. Comparando os
gráficos de tensão-deformação verdadeiras com os de engenharia, percebe-se que, no segundo
caso, as tensões medidas são bem menores, devido ao fato de que os cálculos de engenharia
não levam em conta a redução da área da seção transversal durante o ensaio.

O presente trabalho tem por


objetivo relatar os
procedimentos para a
realização de um ensaio de
tração. Esse
ensaio consiste em submeter
um corpo de prova a uma
carga axial que tenda a
deformá-lo pelo alongamento
até o momento em que se
rompa. Foram utilizados
corpos de prova padrão, de
acordo com a norma ASTM E
8M, de aços 1020 (com e sem
entalhe), 1045 e 4540 com o
objetivo de coletar dados
sobre as propriedades de
cada material, como
resistência a tração, ponto de
escoamento, ductilidade,
entre outras
Palavras-chaves: ensaio de tração, corpo de prova, ruptura, tensão, deformação.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................................
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................................................................
3 MATERIAIS E
MÉTODOS....................................................................................................
4 RESULTADOS E
DISCUSSÕES............................................................................................
5 CONCLUSÕES........................................................................................................................
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................................
ANEXOS......................................................................................................................................
APÊNDICES................................................................................................................................
.
1 INTRODUÇÃO

Este trabalho tem como objetivo descrever os ensaios de tração realizados em aula
prática da disciplina de Processos Industriais. O ensaio de tração é um dos ensaios realizados
em laboratório mais simples e eficientes para se obter informações a respeito da resistência e
outras características de um material. Essas informações são indispensáveis em projetos de
engenharia, nos quais as limitações dos materiais devem ser respeitadas (Timothy, 2016).
O ensaio de Tração foi criado diante da necessidade do homem de explicações para
muitas das questões técnicas que este enfrentava ao longo do seu crescimento, portanto foram
criadas máquinas e operações de ensaio, dentre eles, o já citado, ensaio de tração. Este
consiste na aplicação de uma carga em um corpo de prova específico até a ruptura, e
simultaneamente são medidas as variações de comprimento do mesmo. Trata-se de um ensaio
amplamente utilizado na indústria de componentes mecânicos, devido às vantagens de
fornecer dados quantitativos das características mecânicas dos materiais. Submete-se os
corpos-de-prova à esforços crescentes em direção axial alongando-os até que ocorra a ruptura,
e assim podemos medir as deformações correspondentes (Bertoldi, 2014).
O ensaio de tração, através do gráfico de tensão-deformação e que junto com cálculos
matemáticos, determinará as seguintes propriedades do material: módulo de elasticidade,
limite de escoamento, limite de resistência mecânica, limite de ruptura, módulo de tenacidade,
módulo de resiliência, alongamento total, estricção e determinação dos coeficientes da curva
verdadeira (Siqueira, 2006).
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Em um ensaio de tração, o corpo de prova, é submetido a uma força de tração


controlada por uma máquina própria para ensaios mecânicos. Essa máquina possui garras
que seguram o corpo de prova e mede o alongamento sofrido por ele conforme a força é
aumentada. O resultado do teste pode ser observado em um gráfico de carga-deformação. A
partir dos dados gerados pelo ensaio, pode ser calculada a tensão de engenharia. Esta tensão
(𝜎), é dada por:

onde A0 é a área inicial da seção transversal do CP e P a carga aplicada


(Timothy, 2016).
De forma mais específica, o ensaio de tração consiste na aplicação de carga uniaxial
crescente até a ruptura do CP. Mede-se a variação do comprimento como função da carga e
fornece dados quantitativos das características mecânicas dos materiais (USP, 2020):

Figura 1 - Máquina para ensaio de tração

Fonte: USP, 2020.


Os CPs geralmente possuem seção transversal circular ou retangular com proporções
geométricas normalizadas, conforme demonstrado na Figura 2 abaixo:

Figura 2 - Corpo de Prova (CP)

Fonte: USP, 2020.

Conforme Figura 3 abaixo, na curva tensão-deformação convencional após o ponto


máximo (ponto M), o material aumenta em resistência devido ao encruamento, mas a área da
seção reta diminui devido a estricção:

Figura 3 - Curva tensão-deformação convencional

Fonte: USP, 2020.

Isto resulta em uma redução na capacidade do corpo em suportar carga. A tensão


calculada nessa carga é baseada na área da seção original e não leva em conta a estricção
(USP, 2020).

A Tensão Verdadeira é definida como sendo a carga P dividido sobre a área


instantânea, ou seja, área da estricção após o limite de resistência à tração:

A Deformação Verdadeira é definida pela seguinte expressão:


Abaixo na Figura 4, gráfico com comparativo das curvas de deformação Verdadeira,
Calculada e Convencional:
Figura 4 - Curvas de deformação

Fonte: USP, 2020.

3 MATERIAIS E MÉTODOS

Para a realização deste ensaio, utilizou-se dois corpos de prova com dimensional
estipulado pela norma ASTM E8/E8M conforme figura 5.

Figura 5 – Norma para corpo de prova ensaio de tração.

Fonte – ASTM, 2015.

Um corpo de prova sofreu o ensaio destrutivo de tração, para se testar as tensões de


deformação do material, a fim de comprovar as propriedades mecânicas do material escolhido
para o ensaio de tração, que neste caso foi o aço SAE 1020 (laminado) com propriedades
conforme figura 6. Já o outro corpo de prova foi se realizado outro método de ensaio, neste
caso, o corpo de prova é submetido até atingir o limite de escoamento do material, neste
ponto, aliviava-se a carga aplicada, para poder retirar da máquina e avaliar a alteração no
comprimento e área da seção, registrando assim as alterações sofridas pelo corpo de prova.
Este procedimento teve um ciclo de 24 repetições até a ruptura, concluindo assim o ensaio.
Figura 6 – Tabela de propriedades mecânicas (Gerdau).

Fonte – Gerdau, 2020.

A máquina utilizada para a realização deste ensaio foi uma EMIC conforme figura 7.

Figura 7 – Máquina de ensaio de tração EMIC.

Fonte – Google, 2020.


4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Com a utilização dos materias e métodos já citados acima, se obteve os seguintes


resultados com os ensaios realizados.
Projeção da curva convencional:
Figura 8 – Relatório grafico de ensaio curva convencional

Fonte – Feevale, 2020.


Com o relatório gráfico do ensaio da curva convencional fornecido pelo professor,
utilizamos os dados coletados para plotar o gráfico da curva convencional.
Figura 9 – Tabela curva convencional.
Figura 10 – Gráfico curva convencional.

Este gráfico apresenta a deformação do CP através do método destrutivo de ensaio,


apresentando a tensão máxima (σ ) atingida e a deformação ( ε) neste ponto, que foram
respectivamente 486,41MPa e 0,275.
Depois do ensaio destrutivo para obtenção da curva convencional, se realizou o ensaio
da curva sucessiva conforme segue dados abaixo.
Projeção da curva sucessiva:
Figura 11 – Relatório gráfico de ensaio curva sucessiva.

Fonte – Feevale, 2020.


Através do relatório apresentado, obtivemos os dados para plotar a curva sucessiva de
deformação verdadeira do alongamento.
Figura 12 – Tabela curva sucessiva de deformação verdadeira do alongamento.

Com os dados obtidos através dos cálculos pode se fazer o gráfico e ter um
comparativo entre a curva do ensaio, curva calculada através da deformação verdadeira do
alongamento e curva convencional.
Figura 13 – Gráfico curva ensaio X curva calculada X curva convencional.

Com o relatório gráfico apresentado, também pode ser plotado a curva sucessiva de
deformação verdadeira da área.
Figura 14 - Tabela curva sucessiva de deformação verdadeira da área.
Com os dados obtidos através dos cálculos pode se fazer o gráfico e ter um
comparativo entre a curva do ensaio, curva calculada através da deformação verdadeira da
área e curva convencional.
Figura 15 - Gráfico curva ensaio X curva calculada X curva convencional.
5 CONCLUSÕES

Este trabalho teve como objetivo apresentar métodos de ensaio dos quais pode
determinar um material através de um ensaio de tração destrutivo e também buscar um
comparativo entre uma curva realizada com dados obtidos através de ensaio destrutivo, com
uma curva obtida através de cálculos de deformação verdadeira de alongamento e área através
de ensaio sucessivo e uma curva convencional.
Com as análises do ensaio destrutivos e da curva obtida com as propriedades do
material, comprovou-se que o material utilizado no ensaio era um SAE 1020 (laminado).
Através do comparativo realizado utilizando-se dos cálculos baseados na deformação
verdadeira do alongamento, vimos que até a zona de estricção os resultados são semelhantes e
após a zona de estricção a curva de tensão do ensaio tem resultados superiores aos calculados.
Já com um comparativo realizado utilizando-se dos cálculos baseados na deformação
verdadeira da área, podemos enxergar um movimento mais uniforme entre as duas curvas, o
que nos permiti concluir que se tem um cálculo mais assertivo através da deformação da área.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

USP (Universidade de São Paulo). Ensaios Mecânicos dos Materiais. Disponível em:
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/217019/mod_resource/content/1/Ensaio%20de
%20Tra%C3%A7%C3%A3o.pdf. Acessado em 05/04/2020.

PHILPOT, T. Mecânica dos Materiais: Um Sistema Integrado de Ensino. 2. ed. Rio


de Janeiro: LTC, 2016.

SIQUEIRA, F. M. A. Ensaio de Tração. Escola Politécnica de São Paulo - São Paulo,SP, p.


3-5, 2006.

BERTOLDI, E. Análise de Ensaios de Tração em Corpo de Prova de AÇO SAE 1020. 4ª


Semana Internacional de Engenharia e Economia - Horizontina, RS, p. 8-9, 2014.
APÊNDICES

Resolução dos exercícios propostos na Aula 01:


1) Calcule as tensões normal e de cisalhamento resultantes de uma força F=6320 N
aplicada em uma superfície quadrada de 2 cm de lado, com ângulo de 36° em
relação à esta superfície.
Fsenα 6320 N∗sen 36 °
σ= = =9,287 MPa
A 0,0004 m ²
Fcosα 6320 N∗cos 36 °
τ= = =12,78 MPa
A 0,0004 m 2

2) Determine as tensões equivalentes pelos métodos de Tresca e de Von Misses no


caso abaixo.

Resolvendo por Tresca:


σ eq=σ 1−σ 3

σ eq=200−(−150 )

σ eq=350 MPa

Resolvendo por Von Misses:

1
σ eq=
√ 2
2 2
[( σ 1−σ 2 ) + ( σ 2−σ 3 ) +(σ 3 −σ 1 ¿ )²]¿

1
σ eq=
√ 2
2 2 2
[( 100−200 ) + ( 200−(−150 ) ) + (−150−200 ) ]

σ eq=312,25 MPa

3) Uma barra cilíndrica com altura inicial de 50 mm é deformada por TRAÇÃO em duas
etapas: primeiro de 50 até 70 mm, depois de 70 até 90 mm.
Calcule:
a) A deformação verdadeira em cada etapa;
b) A deformação relativa em cada etapa;
c) A deformação verdadeira se fosse alongada diretamente de 50 para 90 mm;
d) A deformação relativa se fosse alongada diretamente de 50 para 90 mm;
e) Compare os valores obtidos e descreva o que você observou.
f) Mostre como se deduz a Lei da Constância do Volume para um sistema radial
(cilíndrico) da mesma forma que realizado para um cubo no slide 32 da aula 1.
Dica: comece igualando os volumes iniciais e finais e reescreva a igualdade usando
a equação para cálculo do volume do cilindro. Prossiga a partir disto até chegar em:

ln ( rrf0 )+ ln ( 22πrπrf0 )+ ln ( hhf0 )=0


Deformação verdadeira 50-70:

φ=ln ( 7050 )=0,34


Deformação relativa 50-70:

ε= ( 70−50
50 )
=0,4

Deformação verdadeira 70-90:

φ=ln ( 9070 )=0,25


Deformação relativa 70-90:

ε= ( 90−70
70 )
=0,29

Deformação verdadeira 50-90:

φ=ln ( 9050 )=0,59


Deformação relativa 50-90:

ε= ( 90−50
50 )
=0,8

- Na deformação verdadeira temos a mesma deformação se realizar em duas etapas (50-70 /


70-90) ou em uma etapa (50-90). Já na deformação relativa a deformação em duas etapas (50-
70 / 70-90) é menor que em um etapa (50-90).

4) Calcular a velocidade de deformação no caso em que uma prensa linear,


opera com
velocidade constante de 4724,40 pol/min e a altura final da peça é de 15
mm.

200 mm/s
φ= =133,33 s−1
15 mm
Resolução dos exercícios propostos na Aula 02:
n
1)  Durante um ensaio de tração de um material que segue a lei kf = C.φ a tensão máxima
(de ruptura) encontrada foi σMAX = 220 N/mm2. Esta tensão máxima foi atingida com
alongamento ε = 37%. De posse destas informações, obter o coeficiente n, calcular o
coeficiente C e obter a expressão para k f em função da deformação verdadeira. Desenhe o
gráfico Tensão Deformação, indicando os valores.

2)  Para o material do exercício 1, utilizando a equação para kf obtida, determine a tensão de


escoamento final para deformação em duas etapas, primeiro ε =10% e depois mais ε =10%
(total 20%).
3)  A base de um equipamento é fabricada em material que possui tensão de escoamento igual
a 400 MPa. De acordo com projeto inicial o estado de tensões a qual será submetido é o
representado abaixo. De acordo com o critério de Von Misses, a base irá suportar o estado de
tensões ou ocorrerá deformação plástica? Explique.

4) Explique a diferença entre Tensão de Escoamento (kf) e Resistencia à Deformação (kw).

Resposta: A resistência a deformação de um material se refere ao limite elástico do mesmo. Já


a tensão de escoamento, fica localizada no início da zona plástica do material, ou seja, o
material já se deformou elasticamente e, então, começa a colapsar plasticamente.

Você também pode gostar