PROJETO DE FERRAMENTAS
PROFESSOR RAPHAEL JOSÉ ELINO DA SILVEIRA
A extrusão pode ser realizada a frio ou a quente, dependendo do tipo de material e da extrusão
que se pretende realizar. A extrusão a frio realiza-se temperatura ambiente ou a temperaturas
inferiores à de recristalização, sendo possível transformar aço, ligas de alumínio, cobre, chumbo e
estanho.
Nesse processo os níveis de deformação do material tem que ser reduzidos e as ferramentas tem
que ser robustas para suportarem as tensões durante a deformação. Geralmente é limitada a
teores de carbono inferiores a 0,2%, para teores maiores, é preferível efetuar a morno ou a quente.
Existem dois tipos básicos de extrusão: direta e inversa. Na direta, a peça é extrudida no mesmo
sentido em que se realiza a ação do punção, enquanto na inversa a peça é extrudida no sentido
contrário ao do avanço do punção. No então é comum classificar os processos em quatro grupos
distintos:
1) Extrusão direta: Onde o material é forçado a atravessar a matriz de extrusão no mesmo
sentido em que se efetua a aplicação da carga.
2) Extrusão hidrostática: Extrusão direta onde o material é envolvido por um fluido hidráulico
sujeito a uma pressão elevada. O fluido impede o contato do material com as paredes do
contentor de extrusão e induz pressões de compressão muito elevadas sobre o material.
Durante a operação existe movimento relativo entre o material e as paredes do contentor, e por
isso, atrito ao longo da interface de contato. O atrito é responsável pelo aumento considerável da
força necessária à extrusão, cerca de 30% a mais do que se ocorresse sem atrito.
Uma vantagem desse processo é que a energia dissipada nesse caso é inferior a da extrusão
direta, devido ao fato de não haver praticamente movimento entre o material e as paredes do
contentor. O aproveitamento de matéria prima também é melhor que na extrusão direta, o
desperdício está em torno de 5%. A principal desvantagem é a maior complexidade e o custo
acrescido das ferramentas.
Comparando os processos podemos dizer que a energia necessária para deformar plasticamente
o material é praticamente a mesma. A energia para vencer o atrito na extrusão direta é significativa
e quase nula para a inversa. No fim de curso do punção a força aumenta rapidamente para os dois
tipos de extrusão devido ao esforço extra para deformar a parte final do material.
Na extrusão hidrostática o material é extrudido num contentor com o interior pressurizado com um
fluido hidrostático. A pressão do fluido é obtida através da atuação direta do punção de extrusão
sobre o fluido hidráulico e terá que ser suficiente para empurrar o material através da matriz. A
extrusão hidrostática apresenta inúmeras vantagens relativamente a extrusão direta convencional,
das quais se destacam as seguintes:
Figura 11 - Efeito da pressão exercida pelo fluido hidráulico sobre as relações de extrusão
admissíveis para a extrusão hidrostática a frio de alumínio, cobre e aços com baixo teor
de carbono.
A escolha adequada do fluido de extrusão é fundamental para o sucesso da operação de extrusão
hidrostática. De fato, se a viscosidade do fluido for muito elevada para a temperatura a que se
realiza a operação, podem desenvolver-se mecanismos de atrito complexos na zona de extrusão,
dando origem a peças defeituosas, com um aspecto superficial semelhante ao duma “vara de
bambu”.
A fabricação de peças extrudidas com seção transversal oca pode ser realizada através de
duas técnicas distintas de extrusão:
1. Partindo de matéria-prima em forma de vara onde foi previamente aberto um furo que
será mantido durante a extrusão através de um mandril fixo ao punção. O furo pode vir
diretamente da fundição, ser efetuado por usinagem ou por perfuração a quente. Em
qualquer dos casos, o mandril deve ser suficientemente comprido para a travessar a
totalidade da zona de trabalho da matriz. Nos casos em que o furo é aberto a quente,
podem surgir fenômenos de oxidação com repercussões na qualidade final da peça
extrudida.
Figura 11 – Fabricação de uma peça extrudida com seção transversal oca através da
utilização de um mandril fixo ao punção.
Uma das mais importantes tecnologias de extrusão que consiste na fabricação de perfis estruturais
de alumínio por extrusão isométrica a quente. Este tipo de extrusão se caracteriza por tanto a
matéria-prima, como a matriz serem aquecidas a temperaturas próximas dos 450 °C, situando-se
a velocidade de atuação do pistão na faixa de 5 a 50 m/min. Os perfis depois de extrudidos podem
possuir comprimentos entre 25 a 45 m, uma espessura mínima das paredes na ordem de grandeza
de 1 mm e bons acabamentos superficiais (Ra = 0,8 µm). No final da operação de extrusão os
perfis são desempenados com esticadores que aplicam forças de tração entre as suas
extremidades e posteriormente submetidos a um tratamento térmico de envelhecimento artificial a
uma temperatura na ordem dos 170 a 190 °C.
Figura 8 – Faixa de adaptação onde pode surgir deformação plástica da matriz e ciclos de
carga e descarga das matrizes, (b) sem deformação plástica e (c) com deformação plástica.
As trincas ocorrem geralmente nas zonas de transição da matriz, uma vez que nessas zonas
existem níveis de concentração de tensões muito elevados. A correção e diminuição deste tipo
de solicitação pode ser efetuada da seguinte maneira:
onde:
2.1.2. Força
T = 785 N