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1 Bibliografia

1.1 Definição
O princípio do processo de trefilação é semelhante ao da extrusão, ou seja, é necessário que
o material metálico passe por uma matriz para ter seu diâmetro diminuído e seu comprimento
aumentado. A grande diferença está no fato de que, em vez de ser empurrado, o material é puxado.
Além disso, a trefilação é normalmente realizada a frio.
A barra que deve ser trefilada é chamada de fio de máquina. Trata-se de um aço laminado
a quente, produzido com alto, médio e baixo teor de carbono e de baixa liga e dimensões
padronizadas internacionalmente. Ela deve ser apontada, para facilitar a passagem pela fieira, e
presa por garras de tração que vão puxar o material para que ele adquira o diâmetro desejado. Ao
final do processo, o fio máquina dará origem a molas, arames e fios com diâmetros ainda menores.

1.2 Etapas do Processo


O processo de trefilação compreende as seguintes etapas:
1. Laminação e usinagem para a produção do fio máquina.
2. Decapagem mecânica ou química que retira os óxidos presentes na superfície do fio
máquina.
3. Trefilação propriamente dita.
4. Tratamento térmico de recozimento, quando é necessário restabelecer a ductilidade do
material.

1.3 Produtos obtidos pelo processo de trefilação


Vários são os produtos originados pelo processo de trefilação: arames, fios elétricos, barras,
perfis diversos, cabos, molas, clips de papel, tubos, carrinhos de supermercado, eletrodos para
soldagem.

1.4 Equipamentos Utilizados


Para a trefilação propriamente dita, existem dois tipos básicos de máquinas de trefilar:
1.4.1 Máquina de trefilar sem deslizamento
Nessa máquina, o fio é tracionado, ou seja, puxado, e depois de passar pelo furo da fieira,
ele vai para um anel tirante que acumula o fio antes de liberar sua movimentação em direção a
uma segunda fieira onde o processo se repete. Isso é feito quantas vezes forem necessárias para
obter a bitola desejada para o fio. Ao término desse processo, o fio é enrolado em uma
bobinadeira.
1.4.2 Máquina de trefilar com deslizamento
Essa máquina é usada para a trefilação de fios metálicos de pequeno diâmetro. Nela, o fio
parte de uma bobina, passa por uma roldana e segue alinhado até a primeira fieira. Na saída da
fieira, o fio é tracionado por um anel tirante e é enrolado nele com um número de voltas que
depende da força do atrito necessário para tracionar o fio através da primeira fieira.

O movimento helicoidal do fio provoca seu deslizamento lateral pelo anel e o sistema
prossegue dessa forma para as demais fieiras e anéis.

1.4.3 Roldanas
As roldanas, também chamadas de polias, são tipos de rodas utilizados em máquinas para
direcionar a força feita sobre determinados objetos por meio de fios, cordas ou cabos, de modo
que seja possível desviar a trajetória ou até mesmo levantá-los.
(https://brasilescola.uol.com.br/fisica/roldanas.htm)

As polias são peças cilíndricas, movimentadas pela rotação do eixo do motor e pelas
correias. Uma polia é constituída de uma coroa ou face, na qual se enrola a correia. A face é ligada
a um cubo de roda mediante disco ou braços.
Tipos de Polia:
Planas: A superfície pela qual a correia se assenta é plana, este tipo de roldana conserva
melhor as correias, porém pode ter sua superfície abaulada, guiando melhor as correias.
Trapezoidal: Recebe esse nome porque a superfície pela qual a correia se assenta apresenta
a forma de um trapézio. Esse tipo de polia deve ser provido de canaletes ou canais dimensionados
de acordo com a utilização das correias.

Materiais:
Os materiais da construção das polias são ferro fundido (o mais utilizado), aços, ligas leves e
materiais sintéticos. A superfície da polia não deve apresentar porosidade, pois, do contrário, a
correia irá se desgastar rapidamente.
1.4.4 Bobinadeiras e Desbobinadeiras
Trata-se de uma máquina de enrolar (bobinadeira) e desenrolar (desbobinadeira) os fios em
torno de um cilindro auxiliando no processo de trefilação de fios.
1.4.5 Fieira
Independente do processo ou tipo de máquina, a parte principal da trefilação é a matriz de
trefilação, também conhecida como fieira ou trefila. A fieira pode ser dividida em dois
componentes fundamentais para o processo como mostrado na figura a seguir.

O núcleo é geralmente constituído de metal duro contendo um furo no centro por onde
passa o material, cujas dim ensões vão diminuindo. Assim, seu perfil, apresenta o formato de
um funil que, posteriormente, é montado dentro de uma estrutura cilíndrica de aço ou latão
(também conhecida como estojo) permitindo a dissipação de calor gerado durante o processo,
além de reduzir o custo de fabricação da ferramenta, tornando-as intercam biáveis, ou seja, ao
término de sua vida útil, ou devido a alterações no processo, podemos trocar apenas o seu núcleo
sem precisar trocar o estojo.

Os materiais mais comuns na confecção do núcleo são os metais duros (carboneto de


tungstênio) já citados acima, os diamantes ou diamantes industriais monocristalinos. O diamante
industrial é usado geralmente nas etapas iniciais de trefilação enquanto que as fieiras feitas de
diamante natural são utilizadas nas etapas finais para trefilar fios muito finos ou capilares. O
material das fieiras depende das exigências do processo (dimensões, esforços, tipo de lubrificação,
etc.) e do material a ser trefilado e devem possuir alta resistência ao desgaste e a fadiga, suportar
altas velocidades de produções e elevadas reduções de seções, durabilidade, fornecendo, acima
de tudo, um acabamento liso e brilhante. Outros materiais que possuem essas características e
também podem ser utilizados na fabricação dos núcleos das fieiras são: •
Carbonetos sinterizados (sobretudo W C) – vidia
• Aços de alto C revestidos de Cr (cromagem dura)
• Aços ligas es peciais (Cr-Ni, Cr-Mo, Cr-W, etc.)
• Ferro fundido branco
Cerâmicos (pós de óxidos metálicos sinterizados). O núcleo da matriz pode ser dividido
em quatro partes para melhor entendimento didático como mostrado na figura a seguir, cada uma
com funções distintas, porém devem trabalhar em perfeita harmonia para obtenção da geometria
e propriedades do material desejado.

• O cone de entrada (a) possui um ângulo geralmente maior que o cone de trabalho (b)
facilitando assim a penetração do lubrificante.
• O cone de trabalho (b), também chamado de ângulo critico, é o lugar que ocorre à
deformação plástica do material através de compressão indireta imposta pela ferramenta.
• O cilindro de calibração é o responsável pelo ajuste dimensional, geometria e
acabamento superficial do material.
• O cone de saída, por sua vez, permite a saída livre do fio.
A tabela a seguir indica o grau do ângulo do cone de trabalho de acordo com o material a
ser trefilado e os esforços exigidos no processo como, por exemplo, redução de seção e
alongamento do comprimento (%) com a utilização de fieira de diamante (industrial ou natural).

UNIVERSI DADE SANT A CECÍLI A UNISANTA


Orientador: Valmir Demarchi

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