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ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL FREDERICO GUILHERME SCHMIDT

TÉCNICO EM ELETROMECÂNICA

TRABALHO DE TÉC. DOS MATERIAIS

ENSAIO DE TRAÇÃO

Rian Carlos Vargas da Silva

12T1

SÃO LEOPOLDO
2023
Ensaio de tração

O ensaio de tração consiste na aplicação de uma força de tração axial num corpo de prova
padronizado, promovendo a deformação do material na direção do esforço, que tende a
alongá-lo até fraturar (Figura 1). Devido à facilidade de execução e reprodutibilidade dos
resultados, este ensaio é amplamente utilizado. Com ele é possível determinar o gráfico de
Tesão Deformada e medir as propriedades de Resistência à Tração, Módulo de
Elasticidade, Tensão no Escoamento, Tensão na Ruptura, Deformação no Escoamento,
Deformação na Ruptura, etc.
A tensão, que é expressa em megapascal (Mpa), Newton por milímetro quadrado (N/mm2)
é calculada dividindo a força F ou carga aplicada, pela área da secção inicial da parte útil do
corpo de prova.
Em uma máquina universal de ensaio, projetada para esse tipo de ensaio, os dados são
obtidos e computados durante todo o processo, permitindo assim, a posterior análise das
informações referentes ao material empregado.

O Ensaio de Tração fornece dados quantitativos que permitirão cálculos matemáticos para a
determinação de parâmetros importantes de modo que os profissionais que trabalham na
área de materiais possam decidir quanto à utilização de um material específico para
determinado fim.
Nos últimos séculos, não havia um controle regulado de qualidade dos produtos acabados
porque a construção dos objetos era basicamente feita à mão. Avaliava-se a qualidade por
meio do uso. Atualmente, pode-se entender que o controle de qualidade deve começar com
as matérias-primas e deve ser realizado em todo o processo de produção, incluindo a
inspeção e o teste final dos produtos acabados. O ensaio mecânico de materiais é o
procedimento padronizado utilizado para isto, contando com cálculos, gráficos e consulta de
tabelas, todos obedecendo as respectivas normas técnicas.
Realizar um ensaio consiste em submeter um objeto já fabricado ou um material que vai ser
processado industrialmente a situações que simulam os esforços que eles vão sofrer nas
condições reais de uso, atingindo limites extremos de solicitação.

O ensaio de tração demonstra-se extremamente útil para verificar o comportamento frágil ou


dúctil do material ensaiado, assim como eventuais falhas em sua composição. Além disso,
conhecer as propriedades mecânicas de um determinado material é fundamental para
direcionar suas corretas aplicações.
Sendo assim, é importante se perguntar quanta tensão o material resiste, quando em um
projeto, e se a carga submetida em certo ponto do seu projeto é adequada. A partir das
propriedades fornecidas pelos resultados do ensaio de tração é possível responder a essas
e a outras perguntas que irão garantir a segurança e a excelência para seu projeto ou
aplicação em questão.
Como é realizado um Ensaio de Tração

Corpo de prova

Ensaios com corpo de prova buscam analisar as propriedades dos materiais, independente
da sua forma. Na engenharia utilizamos bastante esses gráficos provenientes de ensaios
com corpos de prova e o formato do corpo é analisado através de conceitos como momento
de inercia de primeira ordem.
Para a execução do ensaio de tração a confecção do corpo de prova é de fundamental
importância. O comprimento e formato do corpo de prova, a velocidade de aplicação da
carga e as imprecisões dos ensaios afetam diretamente nos resultados obtidos. A fim de
tornar os ensaios reprodutíveis, normas técnicas que garantem a padronização das
dimensões e formatos dos corpos de prova são utilizadas, como ASTM E8M e ABNT MB-4.
A forma e dimensões do corpo de prova variam de acordo com a rigidez do material
ensaiado, com a capacidade da máquina e com a geometria do produto acabado de onde
foi retirado, de modo a garantir que ocorra a fratura na região útil do corpo de prova para
poder validar o ensaio.
As propriedades mecânicas do material são medidas na parte útil do corpo de prova (região
Lo) e as regiões extremas que são fixadas nas garras da máquina, são conhecidas como
cabeças (D). As cabeças devem ter seção maior do que a parte útil para que a ruptura do
corpo de prova não ocorra nelas e suas dimensões e formas dependem do tipo de fixação
da máquina.
Em geral, corpos de prova apresentam seção transversal circular quando produzidos por
fundição ou torneados a partir de um produto acabado cilíndrico, mas também podem
apresentar seção transversal retangular quando retirados de chapas, nesse caso, deve-se
atentar para a direção que o corpo de prova será retirado, pois chapas laminadas
apresentam propriedades mecânicas anisotrópicas.

Produto acabado

Os resultados desse ensaio têm um significado maior para a indústria, pois o produto
acabado é ensaiado para saber como ele se comportará em condições de uso. Porém
existem casos em que este não pode ser feito com produtos acabados e uma simulação
computacional estrutural pode ser uma opção melhor.

Normas

Existem padrões para que os ensaios sejam feitos. Mesmo padronizado, ainda há
necessidade de um fator de segurança para garantir que incertezas do projeto ou situações
anormais causem problemas durante o uso do produto. Abaixo algumas das normas mais
conhecidas.

 ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas


 ASTM – American Society for Testing and Materials
 ASME – American Society of Mechanical Engineer
 ISO – International Organization for Standardization
 SAE – Society of Automotive Engineers

Principais Normas

Quando se trata de realizar ensaios mecânicos, as normas mais utilizadas são as referentes
à especificação de materiais e ao método de ensaio. Um método descreve o correto
procedimento para se efetuar um determinado ensaio mecânico.
Desse modo, seguindo sempre o mesmo método, os resultados obtidos para um mesmo
material são semelhantes e reprodutíveis onde quer que o ensaio seja executado. Alguns
exemplos de normas técnicas utilizadas pelos laboratórios de ensaios são:

 ISO 6892 – Teste de tração de materiais metálicos


 ISO 527-3 – Teste de tração em filmes e folhas
 ASTM E8 / E8M – Teste de tração de materiais metálicos
 ASTM D412 – Teste de tração de elastômeros
 ASTM D638 – Teste de tração de plásticos
 ASTM D6319 – Teste de tração em luvas médicas
 ASTM D5035 – Teste de tira de alongamento e resistência têxtil
 ASTM A370 – Teste de tração em tubos e tubulações
 ASTM D1414 – Teste em O-Rings de borracha
 ASTM D5034 – Teste de tração em tecidos
 ASTM D882-18 – Teste de tração em plástico fino
 ASTM F2458 – Teste de resistência de adesivos e selantes de tecido

No ensaio de tração em metal distinguem-se na normalização quatro faixas de temperatura


nas quais os ensaios de tração são executados: a temperatura ambiente, a temperatura
elevada, a temperatura baixa e a temperatura de hélio líquido. As diferentes faixas de
temperatura e o agente de hélio líquido trazem requisitos totalmente diferentes quanto aos
sistemas de ensaio e ao método de ensaio, inclusive às amostras a serem preparadas. Por
esse motivo a norma internacional ISO é constituída por quatro partes diferentes as quais
se referem às faixas de temperatura acima indicadas, respectivamente:

 ISO 6892-1 Método de ensaio a temperatura ambiente


 ISO 6892-2 Método de ensaio a temperatura elevada
 ISO 6892-3 Método de ensaio a temperaturas baixas
 ISO 6892-4 Método de ensaio em hélio líquido

Além destas normas ISO internacionalmente válidas também são aplicadas


internacionalmente normas nacionais com a norma americana ASTM, a europeia EN, a
japonesa JIS e a chinesa GB/T. Para campos de aplicação especiais, por ex. a indústria
aeroespacial, outras normas específicas podem ser importantes e/ou necessárias.
Para o ensaio de tração em metal e/ou materiais metálicos são tomadas como base
principalmente as normas DIN EN ISO 6892-1 e a ASTM E8. As duas normas definem as
formas de amostras e seu ensaio. O objetivo das normas é descrever e definir o método de
ensaio de modo que mesmo com a utilização de diferentes sistemas de ensaio os valores
característicos a serem determinados continuam comparáveis e corretos. Isso também
significa que os requisitos normativos abordam fatores de influência importantes e formulam
reivindicações de forma geral de modo que permanece espaço de folga suficiente para
realizações técnicas e inovações.
Importantes valores característicos do ensaio de tração em metal conforme ISO 6892-1 são:

 O limite de escoamento; de forma mais precisa, os limites de escoamento superior e


inferior (ReH e ReL)
 O limite de elasticidade; geralmente determinado com 0,2 % de deformação plástica
como “limite de escoamento substituto“ (Rp0.2)
 A deformação do limite de escoamento; de forma mais precisa, a deformação de
extensômetro do limite de escoamento, uma vez que ela somente pode ser
determinada com o auxílio de um extensômetro (Ae)
 A resistência à tração (Rm)
 O alongamento uniforme (Ag)
 A deformação de ruptura (A), sendo que as definições normativas em relação ao
comprimento de medição são de importância decisiva

Diagrama tensão-deformação

Durante o ensaio é aplicada uma força e o deslocamento causado por essa é medido,
porém utilizamos o conceito de tensão para que o gráfico final deste processo não dependa
da área de seção transversal do corpo de prova, mas apenas de suas propriedades
mecânicas.

Equações
Equação 1:

E = σ / ε.

Onde pode ser observado a proporcionalidade entre a tensão aplicada (σ) e a deformação
(ε).

Deformação Plástica: À medida que o material continua a ser deformado além do regime
elástico, a tensão deixa de ser proporcional à deformação e, portanto, a lei de Hooke não
mais será obedecida, ocorrendo uma deformação permanente e não recuperável
denominada deformação plástica. Para a maioria dos materiais metálicos, a transição do
comportamento elástico para o plástico é gradual, ocorrendo uma curvatura no ponto de
surgimento da deformação plástica, a qual aumenta mais rapidamente com a elevação de
tensão.

Limite elástico: O limite elástico, também denominado limite de elasticidade e limite de


fluência, é a tensão máxima que um material elástico pode suportar sem sofrer
deformações permanentes após a retirada da carga externa. Ou seja, dentro do limite
elástico o material retorna ao seu estado normal elástico depois de sofrer uma dada
deformação.

Limite de proporcionalidade: É o limite ao qual a tensão aplicada não é mais proporcional


ao alongamento, ou seja, o material não apresenta mais linearidade.
Limite de resistência: O limite de resistência à tração (algumas vezes representada pela
sigla LRT) é a tensão no ponto máximo do gráfico de tensão deformação de engenharia, a
qual corresponde à tensão máxima que pode ser sustentada por uma estrutura sob tração.
Observando o gráfico ainda da figura 2, após o escoamento a tensão necessária para
continuar o processo de deformação plástica em materiais metálicos aumenta até alcançar
um valor máximo e a partir desse ponto, a tensão diminui até a fratura do material. Isso
ocorre devido à rápida diminuição da seção resistente do corpo de prova ao se ultrapassar
a tensão máxima, sendo expressa pela equação:

Equação 2:

σ = F / A0

Onde F é a força ou carga instantânea aplicada em uma direção ortogonal à seção reta (A0)
e A0 representa a área da seção do corpo de prova (antes da aplicação da força).

Ductilidade: Representa uma medida do grau de deformação plástica que o material


suportou até a fratura. Um material que experimenta uma deformação plástica muito
pequena ou mesmo nenhuma quando da sua fratura é chamado de frágil. A ductilidade
pode ser expressa quantitativamente tanto pelo alongamento percentual como pela redução
de área percentual. Pode-se obter o alongamento percentual AL% da seguinte maneira:

Equação 3:

AL% = (Lf – L0/L0) * 100


onde Lf representa o comprimento da porção útil do corpo de prova no momento da fratura
e L0 o comprimento útil original. Um conhecimento da ductilidade dos materiais é
importante, pois dá uma indicação do grau segundo o qual uma estrutura irá se deformar
plasticamente antes de fraturar, além de especificar o grau de deformação permissível
durante operações de fabricação.

Tenacidade: A Tenacidade representa uma medida da capacidade de um material em


absorver energia até a fratura. Esta é uma propriedade desejável para casos de peças
sujeitas a choques e impactos, como engrenagens, correntes etc., portanto, a geometria do
corpo de prova, bem como a maneira como a carga é aplicada, são fatores importantes nas
determinações de tenacidade. Além disso, a tenacidade à fratura é uma propriedade
indicativa da resistência do material à fratura quando este possui uma trinca.

Resiliência: É definida como a capacidade de um material absorver energia quando é


deformado elasticamente, e após o descarregamento recuperar essa energia. Os materiais
resilientes são aqueles que possuem limites de escoamento elevados e módulos de
elasticidade pequenos, normalmente ligas onde são utilizadas na fabricação de molas. Pode
ser representada pela seguinte equação:

Equação 4:

Uf = (σ esc^2) / 2ε

Onde o módulo de resiliência Uf relaciona a tensão de escoamento (σ esc) com o módulo


de elasticidade.

Encruamento: O encruamento é um fenômeno modificativo da estrutura dos metais, em


que a deformação plástica causará o endurecimento e aumento de resistência do metal. O
encruamento de um metal pode ser definido então como sendo o seu endurecimento por
deformação plástica.

Estricção ou Empescoçamento: Pode ser entendido como uma “formação de pescoço” ou


“estiramento” que ocorre quando o aumento da dureza por encruamento é menor que a
tensão aplicada e o material sofre uma grande deformação. Fica localizado na região em
uma seção reduzida em que grande parte da deformação se concentra.

Coeficiente de Poisson: o coeficiente de Poisson (ν) é um parâmetro resultante da razão


entre as deformações lateral e axial. Uma vez que as deformações laterais e a deformação
axial sempre terão sinais opostos, o sinal negativo foi incluído nesta relação para que ν seja
sempre um número positivo. O coeficiente de Poisson mede a rigidez do material na direção
perpendicular à direção de aplicação da carga uniaxial. Os valores de ν para diversos
metais estão entre 0,25 e 0,35 e no máximo 0,50. O coeficiente de Poisson é definido então
como sendo o valor positivo ν que satisfaz a relação:

Equação 5:

V = – (εx/εz)= – (εy/εz)

Onde 𝜀 é representado a extensão lateral ou transversal, e a extensão segundo a direção


do esforço uniaxial aplicado.
Ensaio de tração típico em metais

Considerando agora um ensaio de tração típico para aços, inicialmente, ocorre deformação
elástica, ou seja, a tensão e deformação tendem a aumentar linearmente e quando a carga
é retirada o corpo poderia relaxar as tensões e retomar à sua forma original, dessa região
do gráfico é possível obter-se o módulo de elasticidade do material, que é proporcional a
rigidez do material.
Prosseguindo o ensaio, há um ponto em que o corpo entra no regime plástico de
deformação, esse ponto é denominado limite de proporcionalidade (B), isto é, o
alongamento é permanente. Em seguida, o corpo deforma-se até que a tensão limite de
resistência seja atingida (C), onde se inicia a estricção. Por fim, o ensaio segue até a
ruptura do corpo (D).

Além das propriedades mecânicas, através da curva é possível avaliar a resiliência e


tenacidade de um material, em outras palavras, a capacidade de um material absorver
energia no regime elástico e plástico, respectivamente. Ainda, através da análise
macroscópica da fratura, do perfil das regiões do gráfico e das normas técnicas é possível
classificar um material em dúctil ou frágil.
Existem também Ensaios de tração típicos para materiais dúcteis e frageis, sendo que os
Materiais dúcteis tendem a apresentar grande deformação plástica, ocorrendo estricção no
corpo de prova durante o ensaio, esse é o caso do cobre, aços baixo carbono ou da maioria
dos polímeros. No caso de materiais frágeis, ocorre pouca ou nenhuma deformação
plástica, pois o material armazena toda a energia aplicada para deformá-lo e fratura
catastroficamente, isso ocorre com ferro fundido cinzento, aço temperado e materiais
cerâmicos.
A forma e a magnitude do gráfico de tensão deformação de um metal dependerão da sua
composição, tratamento térmico, histórico prévio de deformação plástica e da taxa de
deformação, temperatura, e estado de tensão imposto durante o ensaio.

Materiais Metálicos
Os materiais metálicos são substâncias inorgânicas compostas por um ou mais elementos
metálicos e podem, também, conter elementos não-metálicos. Exemplos de materiais
metálicos: aço, cobre, alumínio, níquel e titânio.

Materiais poliméricos

Os materiais poliméricos são geralmente compostos orgânicos baseados em carbono,


hidrogênio e outros elementos não-metálicos que são constituídos de moléculas muito
grandes e apresentam baixa densidade, podendo ser extremamente flexíveis.
Considerando os polímeros, o ensaio é sensível aos parâmetros estruturais e externos, por
isso, existem curvas típicas para três grupos de polímeros: frágeis(a), plásticos(b) e
elastoméricos(c), observa-se claramente que o comportamento dos polímeros difere dos
metais, principalmente devido aos mecanismos de deformação. As principais normas
utilizadas nesse caso são ASTM D638 e ISSO 527-1.

Materiais cerâmicos

Os materiais cerâmicos são geralmente uma combinação de elementos metálicos e não-


metálicos, geralmente são óxidos, nitretos e carbetos. São geralmente isolantes de calor e
eletricidade e também são mais resistentes à altas temperaturas e à ambientes severos que
metais e polímeros. Com relação às propriedades mecânicas as cerâmicas são duras,
porém frágeis.
É muito difícil realizar ensaios de tração em materiais cerâmicos, pois trincas podem ser
introduzidas no processo de fabricação dos corpos de prova. As cerâmicas são mais
resistentes à compressão que em tração, devido à forma como as trincas se propagam.
Então, as curvas tensão deformação de materiais cerâmicos são geralmente obtidas por
flexão (3 ou 4 pontos), que em ensaios de tração, pois é muito mais fácil produzir cerâmicas
na forma de blocos de seção transversal retangular para esse tipo de ensaio.

Requisitos quanto ao ensaio / equipamentos de ensaio

Na apuração dos valores característicos definidos na ISO 6892-1 a medição de força


precisa e a medição da extensão da amostra sob o impacto da força (medição de
deformação) são de suma importância. Igualmente importante é a velocidade de ensaio
definida na norma em dois métodos diferentes. Nisso se distinguem o Método B (via
aumento da tensão) e o Método A (via taxa de deformação). Método A - e aqui o Método A1
com regulagem automática da velocidade de deformação com utilização do sinal do
extensômetro (malha fechada "closed loop") é o método mais simples e mais exato. Os
equipamentos de ensaio da ZwickRoell foram especialmente projetados para este fim.
Requisito quanto à medição de força e medição da alteração no comprimento

Portanto, os requisitos principais e inequivocamente descríveis se referem também à


medição de força e à medição da alteração no comprimento da amostra sob a influência da
força.
 Para a medição de força a série ISO 6892 se refere ao ensaio e calibração ISO
7500-1 do sistema de medição de força de máquinas para ensaio de tração e de
compressão e exige no mínimo a Classe 1.
 Para a medição da alteração no comprimento a série ISO 6892 Serie se refere à
calibração ISO 9513 de sistemas de medição de alteração no comprimento para o
ensaio de carga uniaxial e exige para a determinação dos limites de elasticidade no
mínimo a Classe 1; para a medição de outras características (com deformações
superiores a 5%) a Classe 2 pode ser utilizada.

Nas normas para a medição de força e a medição de extensão são descritos os processos
de calibração, mas principalmente também os resultados e as definições das classificações.
Essas últimas são de importância decisiva para a aplicação na prática de ensaios. Por meio
da classificação é possível deduzir para o sistema de medição calibrado as divergências
máximas permitidas e as resoluções as quais devem ser utilizadas para a determinação da
incerteza de medição do sistema de medição.

 A ASTM E8 se refere para a medição de força à norma ASTM E 74,


 para a medição de extensão à norma ASTM E 83.
 É certo que as normas internacionalmente aplicadas são às vezes diferentes quanto
à estrutura de seu conteúdo, mas em suas definições e requisitos elas são
compatíveis entre si de modo que as características relevantes do ensaio de tração
não apresentam divergências significativas entre si.

Uma exceção a ser observada é a avaliação e, portanto, a classificação das pinças ou


extensômetros. Enquanto a ISO 9513 se refere em caso de divergência ao valor definido a
ser alcançado, a ASTM E83 considera adicionalmente também a relação com o
comprimento de medição inicial. Um extensômetro previsto para pequenos comprimentos
de medição iniciais deve atender a requisitos de tecnologia de medição maiores do que o
para comprimentos de medição iniciais maiores.
Valores característicos para os quais no mínimo é necessária a utilização de um
extensômetro da Classe 1 conforme ISOv 9513 no ensaio de tração em metal são:

 Aumento inicial da curva tensão-deformação mE


 Limites de elasticidade Rp e Rt

Valores característicos para os quais no mínimo é necessária a utilização de um


extensômetro da Classe 2 conforme ISOv 9513 no ensaio de tração em metal são:

 Deformação do limite de escoamento Ae


 Deforma￧￵es de medida uniforme Ag e Agt assim como
 Área de platô e ao redor da resistência à tração Rm e/ou da força de tração máxima
Fm
 Deformações na ruptura A e At

Máquina utilizada para o ensaio

Como pode-se imaginar, para a realização desse tipo de ensaio é necessário profissionais
especializados além de equipamentos específicos e adequados. Em relação aos
equipamentos temos como principal a máquina de ensaio de tração.
Essa máquina é responsável por tracionar e mensurar a força e a deformação que ocorrem
no corpo de prova (material que está sendo testado). A seguir você pode observar um
exemplo desta.
Máquina Universal de Ensaio

O ensaio de tração pode ser realizado em uma máquina universal de ensaio, que permite
realizar diversos tipos de ensaios mecânicos. Essas máquinas utilizadas para o ensaio
podem ser hidráulicas ou eletromecânicas, sendo que a eletromecânica é baseada em um
motor elétrico que permite maior controle sobre variação de velocidade e deslocamento da
travessa móvel.
As garras garantem a fixa ̄ o e o alinhamento axial dos corpos de prova e os sistemas de
fixa ̄ o mais comuns s  ̄o cunha, flange ou rosca. Para tra ￧ar o gr £fico de ᅠ tens ̄o
deforma ̄ o, a for￧a aplicada ← medida instantaneamente utilizando uma c←lula de carga,
enquanto o alongamento ← medido atrav ← s do encoder do equipamento ou por
extens￴metros. O equipamento possui um software que permite o controle e ajuste dos par¬
metros e fun￧￵es bem como permite a visualiza  ̄ o dos resultados do ensaio permitindo a
gera ̄ o de relat￳rios que podem ser salvos em um computador conectado ao equipamento
para posterior analise.
Vale lembrar que a precis ̄o de um ensaio de tra ̄o depende, evidentemente, da precis ̄
o e qualidade do equipamento. O dimensionamento correto do equipamento bem como a
utiliza  ̄ o de c ← lulas de cargas precisas acompanhada do uso de extens￴metro garante a
confiabilidade dos resultados do ensaio.
Tipos de máquinas de ensaio de tração
Existem dois tipos principais desse equipamento, as máquina eletromecânicas e as
hidráulicas, apesar de servirem ao mesmo propósito elas possuem diferenças significativas,
sendo a principal o tipo de carregamento aplicado (forma com que exerce a tração no
material testado). Dessa forma, sendo capaz de realizar carregamento dinâmico e a outra
realizando um carregamento estático.

Máquina eletromecânicas

As máquinas eletromecânicas funcionam por meio de um motor elétrico de velocidade


variável, esse motor é conectado a um redutor (caixa de engrenagens que “transformam” a
velocidade do motor em torque (força do motor), ou seja, diminui a velocidade e aumenta a
força do mesmo).
Essa força exercida pelo motor é portanto a tração que será aplicada a peça. A força de
tração é aplicada de forma a ir deformando o material até que ele se rompa. Todo esse
processo (força aplica e deformação do material) é mensurado por sensores presentes na
máquina e dessa forma as informações possibilitam as análises desejadas por nossos
clientes.

Máquina hidráulicas

Esse tipo de máquina tem a funcionalidade baseada no movimento de um pistão simples ou


duplo. Esse pistão é responsável pela força de tração que a máquina ira exercer sobre a
peça. Na maioria das vezes as máquinas para teste estático são baseadas em apenas um
pistão de ação simples.
Diferença entre Máquinas hidráulicas e eletromecânicas na prática
Basicamente a maior diferença prática entre elas é o carregamento que elas aplicam na
peça. A máquina eletromecânica permite uma maior variabilidade de escolha entre forças e
velocidade escolhidas durante o teste, enquanto as máquinas hidráulicas geralmente
possuem maiores forças de carregamento.

Considerações finais

Em conclusão, nota-se que as informações dos ensaios de tração são muito importantes
para quem precisa projetar algo, seja uma simples viga ou uma máquina complexa. Todos
os componentes mecânicos estão sujeitos a esforços de tração e é essencial saber qual o
máximo de estresse que os componentes irão suportar.

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