OP3 - Unidade 1 - Parte 3

Operações Unitárias Envolvendo Transferência de Massa
Unidade 1 – Destilação
UNIDADE 1
DESTILAÇÃO
(Parte 3)
1 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva

✓Método de McCabe-Thiele

Cálculo da Coluna Fracionada
- Utilizando métodos gráficos e numéricos é possível calcular

aproximadamente o número de andares de equilíbrio e/ou a
composição do vapor e do líquido na saída da coluna
- Dos métodos existentes, o de uso mais comum é o método

gráfico de McCabe-Thiele, usado nos cálculos da
separação de misturas binárias.

MÉTODO MCCABE THIELE

- Utiliza o balanço material, mas não o de energia.
- Necessita ainda do diagrama de equilíbrio y-x.
- Extremamente didático, possibilitando entendimento conceitual das
influências do refluxo e estado térmico da carga sobre o número de
estágios e da separação obtida.
- Balanços materiais efetuados em cada seção da torre, visando obter
relação entre as correntes que se cruzam entre cada prato.
- Correntes que deixam cada prato, tem suas composições
definidas pelo diagrama de equilíbrio (y-x).

Simplificação do método: vazões molares de cada fase

consideradas constantes em cada seção elimina a
necessidade de iterações para solucionar o problema.
Admissão feita se baseia na hipótese de que para cada mol

de líquido vaporizado, ocorre a condensação de um
mol de vapor que chega mesmo estágio.
Esta premissa depende dos seguintes fatores e respectivas

considerações:
✓ calor de vaporização molar das misturas (fator
mais importante): hipótese fundamental do método é de
que eles sejam iguais em base molar, independente das
composições.
✓calor de misturas nas fases vapor e líquido: calor de

misturas desprezíveis ou nulo (misturas de compostos
semelhantes);
✓variação do calor sensível em função do gradiente
de temperatura ao longo da coluna: efeito calor sensível
pequeno (diferença de temperaturas entre pratos pequena);
✓perdas de calor através das paredes da coluna: troca
de calor com o exterior desprezível, quando as colunas são
bem isoladas.
Para cada mol de líquido vaporizado se terá um mol de vapor

condensado: vazões de líquido e vapor serão constantes ao longo
de cada seção (linha de operação de cada seção será uma reta).
Solução: aplicação de balanços materiais em toda a coluna e

em cada seção da torre e do equilíbrio.
As correntes que deixam cada prato, tem composições definidas
pelo diagrama de equilíbrio (y-x):
Seção de enriquecimento: acima da carga.
Seção de esgotamento: abaixo da carga.
Projeto de Colunas de Destilação
• escolha do tipo de prato e dimensões do mesmo;

• distância entre dois pratos;
• avaliação da perda de pressão em cada estágio e das vazões
máximas e mínimas adequadas para o tipo de prato escolhido;
• determinação do número total (real) de estágios (ou de
pratos);
• localização do prato de alimentação;
• fixação dos parâmetros de operação, tais como, taxa de
refluxo, vazões e concentrações dos diversos fluxos.
Parâmetros de operação e número de estágios

É a parte do projeto que mais nos interessa, e que, no projeto
global, deve ser realizada em primeiro lugar.
Balanço Material e Energético

F: vazão mássica da carga;
D: vazão mássica do destilado;
Lo: refluxo externo do condensador ;
V: vazão mássica do vapor de topo;
B: vazão mássica do produto de fundo;
n: seção de enriquecimento;
m: seção de esgotamento;
qF: calor contido na carga;
qB: calor contido no produto de fundo;
qR: calor fornecido pelo refeverdor;
qC: calor retirado pelo condensador;
qD: calor contido no produto de topo;
qL: calor que entra na torre com a corrente

refluxo

Sistema binário – Especificações:

F Vazão de alimentação
zF Composição molar da alimentação
P Pressão de operação da coluna (admita uniforme na coluna)
Condição de fase da alimentação
Curva de equilíbrio líquido-vapor
Tipo de condensador (total ou parcial)
xD Composição molar do destilado
xB Composição molar do produto de fundo
Resultados
D Fluxo de destilado
B Fluxo de produto de base
Nmin Número mínimo de estágios de equilíbrio
R Razão de refluxo, L/D
N Número de estágios de equilíbrio
Localização ótima do estágio de alimentação
Composições de líquido e vapor em cada estágio
a) Balanço Material em toda

a coluna (envoltoria I):
F= D+B
Fz F = Dx D + Bx B
 z − xB 
D = F F 
 xD − xB 
 x D − zF 
B = F 
 xD − xB 

Nomenclatura
Ln-2, Xn-2
Vn-1, Yn-1
Prato n-1
Ln-1, Xn-1 Vn, Yn
Prato n
Ln, Xn Vn+1, Yn+1

Prato n+1
Ln+1, Xn+1
Vn+2, Yn+2

Nomenclatura
L0, X0 V1 , Y 1
Prato 1
L1, X1 V2 , Y 2

Etapa ou estágio
Ln-2, Xn-2 TB
Vn-1, Yn-1
Temperatura
Ln-1, Xn-1 Vn, Yn
Prato n
TA
Ln, Xn Vn+1, Yn+1
Ln+1, Xn+1
Vn+2, Yn+2
0% A Xn Xn-1 Yn+1 Yn 100% A
100% B Concentração 0% B
b) Balanço Material na
Seção de Enriquecimento
(envoltoria II):
Vn +1 = L n + D
Vn +1y n +1 = L n x n + Dx D
Ln D
y n +1 = xn + xD
Vn +1 Vn +1
Rearrumando:
y n +1 =
(Ln / D)x n + x D
(Ln / D) + 1 (Ln / D) + 1
A equação acima relaciona concentrações yn+1 e xn do componente mais volátil
nas correntes que se cruzam entre dois estágios quaisquer da seção de
enriquecimento, n+1 e n.
Seção de enriquecimento Unidade 1 – Destilação
V1, y1
Lo, xo=xD condensador
Ln-1 xn-1
Vn yn R=Lo/D Produto de topo D, xD
Ln xn
Vn+1 yn+1
F, zF A seção de retificação se estende do estágio 1 até o

estágio imediatamente antes da alimentação,
incluindo o condensador.
L´m-1 xm-1
V´m ym Produto de Base B, xB
L´m xm
V´m+1 ym+1 Refervedor
Vb, yb
16 LN, xN
Profa. Maria das Graças Enrique da Silva
Ln D
yn+1 = xn + xD
Vn+1 Vn+1
Observando a equação acima, se L e V são constantes na 1 Destilado
Refluxo
coluna de estágio para estágio, então esta equação representa L, xD= x0 xD
uma linha reta. Isto requer que: Alim. (L/V) n
•Os dois componentes têm entalpias de vaporização igual e ZF f
constante.
•As mudanças de capacidade de calor são desprezíveis N
comparado ao calor de vaporização Prod. fundo
•A coluna é bem isolada assim a perda de calor é desprezível
xB
•A pressão na coluna é uniforme
Estas condições conduzem à condição de transbordamento

molar constante.
Para esta condição a quantidade de vapor transferida ao fluxo líquido

em cada estágio é igual à quantidade de líquido transferida ao fluxo
de vapor. Assim as taxas de fluxo do líquido e vapor são constantes
na seção inteira.
No caso das taxas de fluxo do líquido e vapor constantes,

pode-se eliminar os subscrito do estágio na equação anterior,
então:
L D
y = x + xD 1 Refluxo Destilado
V V L, xD= x0
Alim. (L/V) n xD
Define-se esta equação como a linha f
ZF
de operação da seção de
enriquecimento. N
Prod. fundo
Para se traçar a reta de operação da seção de enriquecimento,
precisa-se apenas ou da inclinação e um ponto, ou de dois xB
pontos desta reta.
Calcula-se um dos pontos pela interseção desta reta com a primeira bissetriz, ou seja, onde
x = y (yn+1 = xn): y =x =x
n +1 n D
Escolhe-se o outro ponto a ser marcado como o coeficinete linear, ou seja, o valor de y
quando x = 0 (condensação total do destilado):
D
y n +1 = x D
V
Se considerarmos o refluxo, R, como

liquido saturado nas condições do primeiro
estágio, sua introdução na coluna implica
apenas em transferência de massa e 1 Refluxo Destilado
energia entre duas fases saturadas, sem L, xD= x0 xD
Alim. (L/V) n
que haja fornecimento de calor sensível. f
Assim, o líquido entrando no estágio 1 é o ZF
refluxo Lo e sua relação para o destilado N

L/D é a razão de refluxo RR. Se as taxas de Prod. fundo
fluxo do líquido e vapor forem constantes, xB
então RR é uma constante:
L = Lo = R RR = L o = R
D D RRE = RR = razão de refluxo externa = Lo/D ou R/D
Dx o D D xD xD
y= = xD = xD = =
V L+D R+D (R / D) + 1 RR + 1
Se são especificados RR e XD então

nós podemos desenhar a linha
1 Refluxo Destilado
mostrada no diagrama seguinte. xD= x0 xD
n
RR 1 F
y n +1 = xn + xD L, xn V, yn+1
RR + 1 RR + 1
y y = xD
Inclinação=RR/(RR+1)
xD
RR + 1
x0=xD
x
y1
y2 Seção de retificação linha de
operação
Curva
y Inclinação=L/V=RR/(RR+1)
de
Equilíbr
1
y= xD io
RR + 1
45°linha
x x1 x0=xD

RR 1
y n +1 = xn + xD
RR + 1 RR + 1
tan θ = RR/(RR+1)
θ
xD/(RR+1)

c) Balanço Material na
Seção de Esgotamento
(envoltoria III):
L'm −1 = Vm' + B
L'm −1x m −1 = Vm' y m + Bx B

L'm −1 B
ym = x m −1 − xB
Vm' Vm'
Rearrumando:
L' x m −1 Bx B
ym = −
V' V'
A equação acima relaciona concentrações ym e xm-1 do componente
mais volátil nas correntes que se cruzam entre dois estágios quaisquer
da seção de esgotamento, m e m-1.
V1, y1
Lo, xo=xD=y1 condensador
Ln-1 xn-1
Vn yn R=Lo/D Produto de topo D, xD
Ln xn
Vn+1 yn+1 A seção de esgotamento se estende do estágio
imediatamente após a alimentação até o estágio N da
F, zF base.
Seção de esgotamento
L´m-1 xm-1
V´m ym Produto de Base B, xB
L´m xm
V´m+1 ym+1 Refervedor
Vb, yb
24 LN, xN
A seção de esgotamento engloba apenas os estágios

abaixo do estágio de alimentação até o estágio N da
base.
No caso das taxas de fluxo do líquido e vapor

constantes, pode-se eliminar os subscrito do estágio 1 Refluxo Destilado
L, xD= x0 xD
na equação anterior, então: Feed (L/V) n
'
zF f
L B
y= '
x− '
xB
V V N Base
Define-se esta equação como linha de xB
operação da seção de esgotamento.
Deve-se observar que as vazões molares de líquido e vapor na seção de

esgoamento, L’m-1 e V’m, são diferentes das suas correspondentes na seção
de enriquecimento, Ln e Vn+1, pela adição da carga.
Calcula-se um dos pontos pela interseção

desta reta com a primeira bissetriz, ou seja,
onde x = y (ym = xm-1).
Assim,
y m = x m −1 = x B
1 Refluxo Destilado
L, xD= x0 xD
Alim. (L/V) n
f
ZF
N
Prod. fundo
xB
45° linha
yB
Profa. Mariaxdas
26 B Graças Enrique da Silva
L' B
y= '
x− '
xB
V V
θ
tan θ = L’/V’

Para a determinação de um outro ponto da reta é necessário o

conhecimento de L’ e/ou V’. Estes valores ao contrário de L e V,
não estão relacionados a nenhuma variável operacional como a
razão de refluxo, dependendo do estado térmico da carga e das
vazões L e V da seção de enriquecimento. Assim, para se definir
completamente esta reta, torna-se necessário se analisar a
influência da carga sobre as vazões molares de líquido e vapor
em cada seção.

Considerando o estágio de introdução

de carga e que LF e VF sejam a vazão
molar de líquido e vapor na carga.
Defini-se a fração líquida da carga L' = L + L F
como: i = L F L F = L' − L
F
V + VF = V
Que relaciona a variação da vazão de
VF = V − V '
líquido nas duas seções por 1 mol de
carga: L F = L' − L L' − L
i=
F
A carga i pode ser também ser definida por:

calor necessário para evaporar 1 mol da alimentação nas condições de entrada
i=
entalpia de vaporização
E em termos das entalpias:
HV = entalpia do vapor no ponto de orvalho
L' − L H V − H F HF = entalpia do líquido na alimentação

i= =
F HV − HL
HL = entalpia do líquido no ponto de bolha
HV – HL = entalpia de vaporização

Considerações sobre o Estágio de Alimentação (Carga)

L V = V'
L V = F + V'
L V F F
F
L’ V’ L' = F + L V' L' = L V'

Líquido no Vapor no ponto
Ponto de bolha, i = 1 de orvalho, i = 0
V  V'
L V  F + V'
L L V = VF + V '
F
F F
L'  F + L V' L'  L L' = L + L F V'

V'
Líquido Parcialmente
Subresfriado, i > 1 Vapor
Superaquecido, i < 0 Vaporizado, 0 < i < 1
Líquido no ponto de bolha

L V = V'
F L' − L
i=
F
F+L−L
L' = F + L V' i=  i =1
Líquido no F
Ponto de bolha, i = 1

Vapor no ponto de orvalho
L V = F + V'
L' − L
F i=
F
L−L
L' = L V'
i= i=0
F
Vapor no ponto
de orvalho, i = 0

Líquido subresfriado
L V  V'
L' − L
F
i=
F
(L  F + L) − L
L'  F + L V' i=  i 1
Líquido F
Subresfriado, i > 1

Vapor superaquecido
L V  F + V' L' − L
i=
F F
(L  L) − L
L'  L
i= i0
V' F
Vapor
Superaquecido, i < 0

Mistura de líquido e vapor
L V = VF + V '
L' − L
F i=
F
L + LF − L
L' = L + L F V'
Parcialmente
i=  0  i 1
Vaporizado, 0 < i < 1 F

Pelas equações já definidas para a seção de enriquecimento e

esgotamento:
Vn +1y n +1 = L n x n + Dx D Vy n +1 = Lx n + Dx D
L'm −1x m −1 = Vm' y m + Bx B V ' y m = L'x m −1 − Bx B
A interseção destas retas se dará em um par de pontos únicos:
y n +1 = y m = yi
Onde i refere-se a interseção
x n = x m −1 = x i
Subtraindo as duas
linhas de operação: (V' − V )yi = (L' − L)x i − Bx B − Dx D
Usando o balaço material global:
Fz F = Bx B + Dx D
Assim, a equação anterior fica da forma:
(V − V)yi = (L − L)xi − Fz F
' '
Pelo balanço global nas duas seções, vem:
V = L+D
Subtraindo as duas
equações: V −V = L −L−B−D
' '
V = L −B
' '
V −V = L −L−F
' '
Substituindo a equação anterior em:
(V' − V )yi = (L' − L)x i − FzF

Obtemos:
(L' − L − F)yi = (L' − L)x i − FzF

Dividindo toda a expressão por F:
 L' − L   L' − L 
 − 1 yi =  x i − z F
 F   F 
   
L' − L
Como, i =
F (i − 1)yi = ix i − z F
Linha do ponto de interseção da linha de

 i   1  operação de enriquecimento e da linha de
Ou: yi =  xi −  z F operação de esgotamento.
 i − 1  i − 1
Determina o prato que deve receber a
alimentação.
Esta última equação, representa por uma reta o lugar geométrico de

todas as interseções possíveis entre as retas de operação das duas
seções.
A linha i, conhecida como linha de alimentação, pode ser traçada
conhecendo-se um ponto e sua inclinação (coeficiente angular), dado por:
i /(i − 1)
Calcula-se um dos pontos pela interseção desta reta com a primeira
bissetriz, ou seja, onde x = y:
yi = x i = z F
A linha i tem inclinação i/(i-1) e intercepta a diagonal y = x =zF
Os diversos estados térmicos da carga podem ser representados como

na figura abaixo.
i=0 (vapor saturado)

i=1 (liquido saturado)
0<i < 1 (mistura de líquido e vapor)
i>1 (líquido subresfriado)
i<0 (vapor superaquecido)
A linha de operação da seção de

esgotamento é dada através dos
pontos x = y = xB e da interseção da
linha i com a linha de operação da
seção de enriquecimento.
Curva de equilíbrio
Seção de Enriquecimento:
y Linha de Operação
L D
y = x + xD
yN V V
linha i
 i   1 
45°Linha y= x −  z F
yB  i − 1  i − 1
xB x=zF xD
Seção de Esgotamento: Construção das linhas

Linha de Operação para o Método de
L' B McCabe-Thiele
y= '
x− '
xB
42
V V
Procedimento de cálculo (Método gráfico de McCabe-Thiele)
Fração molar no vapor, y
XB zF XD
Fração molar no líquido, x

L. O. de Carga
Fração molar o vapor, y
XB zF XD

L. O. de Carga
L.O. do
Enriquecimento
XB zF XD

L. O. de Carga
L.O. do
Enriquecimento
L.O. Esgotamento
XB zF XD

1
XB zF XD

Determinação do Número de Estágios de uma Coluna de

Destilação Fracionada pelo Método de McCabe-Thiele
A determinação do número de estágios ideais de uma coluna de destilação

fracionada pelo método de McCabe-Thiele segue a seguinte metodologia:
I. Utilizando o diagrama x-y, localiza-se sobre este diagrama:
1. a linha de operação da seção de enriquecimento, pontos x=y=xD (no
caso de condensador total) e x = 0 e y = (xD)/(RR+1) (para o caso de
refluxo saturado);
2. a linha i, através dos pontos x = y = zF e da inclinação (i )/(i -1);
3. a linha de operação da seção de esgotamento, pontos x=y=xB e da
interseção da linha i com a linha de operação da seção de enriquecimento.

Como pode ser visto na

figura ao lado, tem-se sobre
o diagrama x-y:
-A curva de equilíbrio, que
localiza as concentrações
das fases em equilíbrio que
deixam um estágio;
-A linha de operação, que
localizam as concentrações
das fases que se cruzam
entre os estágios de cada
seção.


I. Utilizando conjugadamente a curva de equilíbrio e as linhas de
operação, partindo-se do topo, onde conhece-se a concentração
xD da corrente D:
1. Para condensador total concentração da corrente D é a mesma da
corrente V1, ou seja y1. Sobre a curva de equilíbrio em y1, tem-se a
concentração da corrente L1 (x1) em equilíbrio, que deixa o primeiro
estágio da torre, definido por esta horizontal.
2. Sobre a linha de operação da seção de enriquecimento localiza-se
o ponto x1, y2, relativos as correntes V2 e L1 traçando uma reta vertical
por x1, y1. A partir de uma horizontal traçada a partir de x1, y2, localiza-
se sobre a curva de equilíbrio a concentração x2, definindo-se o
segundo estágio da torre.


3. A sequência prossegue enquanto se estiver na seção de

enriquecimento, a qual é limitada, inferiormente, pelo
estágio de
introdução da carga.
4. Neste estágio, mantendo-se a rotina do procedimento
altera-se apenas a linha de operação, passando a se
trabalhar com aquela da seção de esgotamento.
5. Deve-se considerar como último estágio teórico ideal da
coluna, aquele em que se iguala ou ultrapassa a
concentração da corrente B ou seja xB.



Determinação da Razão de Refluxo Mínima e Razão

de Refluxo Máxima
Razão de Refluxo Mínima: Existe um valor chamado de

razão de refluxo mínima, para o qual o número de estágios
(pratos) deve ser infinito para que a separação seja alcançada
L
→0 D → máximo N → Número de
D
pratos
A condição de operação com razão de refluxo mínima é
inviável, pois o projeto da coluna deveria prever infinitos
estágios, o que é impossível
A inclinação da reta de operação para a seção de

enriquecimento com refluxo mínimo pode ser determinada traçando
uma reta de XD até o ponto de interseção com a reta de carga i.
Pode-se achar então o refluxo mínimo deste inclinação:
R min 1
y= x+ xD
R min + 1 R min + 1
Coeficiente linear
xD
y=
R min + 1
Condições operacionais: R op  1,2R min

Condições limite de operação
Diminuindo a
taxa de refluxo
XB XD

Diminuição da
inclinação e
consequentemente
há um aumento do
número pratos
teóricos
XB XD

R min 1
y= x+ xD
Número infinito de R min + 1 R min + 1
etapas
Coeficiente
Fraçào molar no vapor, y
angular
y’
R min x − y'
= D
R min + 1 x D − x '
XR x’ XD

Razão de Refluxo Máxima: Quando o refluxo

aumenta, o número de estágios necessários para o
fracionamento especificado diminui.
L
→ D→0 N → mínimo
D

Número mínimo de 1
estágios
Fração molar no
3
vapor, y
Refluxo
Total
XB zF XD

Linha de equilíbrio líquido-vapor

Destilação
com
Refluxo
máximo
Vapor (y)
Líquido (y)
Destilação Determinação do 1
Contínua número de etapas
2
com
refluxo 3
Linha de
Vapor (y)
4
retificação
5
Linha de
alimentação
6
Linha de
7
esgotamento

Líquido (y)
Os dados de razão de
refluxo mínima e de razão
de refluxo máxima servem
principalmente para que se
possa ter os limites de
operação e para se estimar
a dificuldade de separação
e o desempenho da coluna.

Exemplo 1: Uma mistura líquida de benzeno-tolueno é destilado em uma torre a

pressão de 101,3kPa. A alimentação de 100kmol/h é líquida e apresenta 45%
(molar) de benzeno e 55%(molar) tolueno a 327,6K. O destilado possui 95% de
benzeno e 5% de tolueno e o líquido de fundo apresenta 10% de benzeno e 90% de
tolueno. A taxa de refluxo é de 4:1. O calor específico médio da alimentação é
159kJ/kmol K e o calor latente médio é 32.099kJ/kmol. Calcule a quantidade de
destilado e de líquido de fundo, o número de pratos teóricos, a posição do prato de
alimentação, o valor de Rmin.e o número mínimo de pratos teóricos no refluxo total.



Exemplo 2: 100mol/h de uma mistura de 50% de dissulfureto de

carbono (CS2) e 50% de tetracloreto de carbono (CCl4) vão ser
separados numa coluna de destilação a 1atm. A alimentação é uma
mistura saturada com 50% de líquido e 50% de vapor (neste caso,
F = LF + VF e as relações dos fluxos de liquido e vapor no interior
da coluna podem ser calculados como V’ = V - VF e L’ = L + LF).
Usando uma razão de refluxo igual a 5, a coluna vai produzir um
destilado com 95% de CS2 e um resíduo com 5% de CS2.
a) Estabeleça a equação da reta operatória de enriquecimento;
b) Estabeleça a equação da reta operatória de esgotamento;
c) Calcule o número de pratos de equilíbrio necessários;
d) Determine a localização ótima do prato de alimentação;
e) Determine os fluxos do líquido e do vapor na seção de
esgotamento.
R.: L' = 299,67mol / h e V ' = 249,73mol / h
Diagrama de composição da fase gasosa em função da composição da

fase líquida para a mistura dissulfureto de carbono/tetracloreto de
carbono a 1 atm

Exemplo 3: Uma coluna de destilação opera a 1atm e

recebe 5.000kg/h de uma solução aquosa com 8,6% (em
massa) de álcool. Pretende-se que as composições do
destilado e do resíduo sejam, respectivamente, 95,4% e
0,1% em álcool. Calcule:
a)Os fluxos das correntes de destilado e produto de fundo;
b) A quantidade, em %, de álcool que se perde na corrente

do resíduo.
R.: D = 446kg/h; B = 4554kg/h; % álcool perdido = 1,1%

Lembrando do Balanço Material em toda a coluna

(envoltoria I):
F= D+B
Fz F = Dx D + Bx B
 zF − x B 
D = F 
 xD − xB  Equações para o cálculo
das correntes de topo e
 x D − zF  fundo
B = F 
 xD − xB 

Exemplo 4: Uma câmara de destilação instantânea opera a 101,3kPa

e separa uma mistura etanol-água. A alimentação tem 60% de água.
a) Se a razão V/F for de 2/3, calcule a composição do líquido e do

vapor;
b) Caso pretenda a produção de 100kmol/h de vapor, qual deverá ser
a alimentação a usar;
c) Determinar a reta de carga caso fosse uma coluna de destilação
fracionada.
R.: a) x = 0,17; y = 0,51; b) F = 150kmol/h

Exemplo 5: Pretende-se projetar uma coluna de destilação contínua para

separar 10.000kg/h de uma mistura líquida metanol (CH 3OH)/agua, em que
a fração molar de metanol é de 40%. O objetivo é obter um destilado com
uma fração molar de metanol de 97% e um resíduo com uma fração molar
de água de 98%. Sabendo que a razão de refluxo molar é igual a 3 e
conhecendo a curva de equilíbrio líquido-vapor da mistura metanol/agua
(em anexo), calcular:
a) O fluxo de destilado;
b) O número de pratos ideais e a localização do prato de alimentação;
c) Rmin
R.: D = 170kmol/h; número de estágios: 7; alimentação: 5º prato ;
Rmin = 0,87


Lista de Exercícios 2

1) O caso mais simples de uma separação é a destilação flash, que
apresenta boa eficiência de separação e pode ser aplicada à destilação de
misturas binárias
(A) somente, desde que a diferença de volatilidade entre os compostos a
separar seja baixa.
(B) somente, desde que a diferença de volatilidade entre os compostos a
separar seja elevada.
(C) ou multicomponentes, independente da diferença de volatilidade entre
os compostos a separar.
(D) ou multicomponentes, desde que a diferença de volatilidade entre os
compostos a separar seja baixa.
(E) ou multicomponentes, desde que a diferença de volatilidade entre os
compostos a separar seja elevada.

2) Uma mistura de benzeno-tolueno contendo 60% molar de benzeno é
aquecida por vapor d'água em um permutador até uma temperatura tal
que 40% em volume estejam vaporizadas à 1atm, indo então para um
tambor.
Determinar as vazões e frações molares do líquido e vapor formados.
R.: xB = 0,52
yB = 0,73
L = 61,9kmol/h
V = 38,1kmol/h

3) 200kmol/h de uma mistura benzeno/tolueno com 20%

molar de benzeno é sujeita a uma destilação súbita. O
produto líquido tem 15% molar de benzeno. Calcule,
analiticamente, a composição de vapor na saída e o caudal
de líquido. Nas condições desta destilação, a volatilidade
relativa é constante e igual a 2,4.
R.: yB = 0,30; L = 133,4kmol/h

4) Uma mistura com 100kmol contendo 40% molar de etanol e 60%
molar de água é submetido a uma destilação flash que opera a uma
pressão de 1atm. Calcule a temperatura e a composição do líquido e
vapor que é conduzida ao separador para as seguintes condições.
Alimentação a:
a) temperatura no ponto de bolha R.: T ≈ 81oC; yE ≈ 0,65; xE ≈ 0,4
b) fração vaporizada de 40% R.: T ≈ 82oC; yE ≈ 0,56; xE ≈ 0,3
c) temperatura no ponto de orvalho R.: T ≈ 88oC; yE ≈ 0,4; xE ≈ 0,08
d) temperatura de 180oF R.: T ≈ 82,2oC; yE ≈ 0,58; xE ≈ 0,25



5) Uma torre de destilação opera a pressão de 19atm para separar 71.200kg/h de uma
mistura contendo 60% molar de etano (C2H6) e 40% molar de propano (C3H8), que está no
seu ponto de orvalho na entrada da torre. O vapor de topo sai a -5oC e é totalmente
condensado antes de ir para o tambor. Considerando-se que:
a) A razão de refluxo utilizada seja 2,0;
b) No produto de fundo (B) recupera-se 6% do etano que entrou na carga;
Calcular:
1) a vazão molar das correntes D, B, V e Lo;
2) a temperatura da carga e das correntes D e B;
3) número de pratos ideais
4) localização do prato de alimentação
R.: D = 1212,9 kmol/h; B = 787,1 kmol/h;
Lo = 2425,8 kmol/h; V = 3638,7 kmol/h; 4 pratos;
Alimentação: 2º prato
TF = 27,8oC; TD = -14,9oC; TB = 45,9oC



6) Deseja-se construir uma coluna de destilação para separar 30.000kg/h de uma
mistura constituída por 40% de benzeno (C6H6) e 60% de tolueno (C7H8) a 1atm.
Em um destilado contendo, 97% em peso de benzeno e um resíduo contendo
98% de tolueno. Todos os percentuais são em peso. Deseja-se utilizar uma razão
de refluxo igual a 3,4. Calcular o número de moles do destilado e do resíduo
produzido por hora.
Determinar o número de prato teóricos e a posição do prato de alimentação para
as seguintes condições da alimentação.
1. Quando a alimentação é um líquido no ponto de bolha (RR = 3,4)
2. Quando a alimentação é uma mistura constituída por 2/3 de vapor e 1/3 de
líquido (RR = 5,2)
R.: F = 349,5kmol/h; D = 153kmol/h; B = 196,5kmol/h;
número de estágios: 14; alimentação: entre o 7º e 8º prato


OP3 - Unidade 1 - Parte 3

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Lo: refluxo externo do condensador ;

V: vazão mássica do vapor de topo;

B: vazão mássica do produto de fundo;

qF: calor contido na carga;

qB: calor contido no produto de fundo;

qR: calor fornecido pelo refeverdor;

qC: calor retirado pelo condensador;

qD: calor contido no produto de topo;

qL: calor que entra na torre com a corrente

9 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva

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11 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva

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Estas condições conduzem à condição de transbordamento

Para esta condição a quantidade de vapor transferida ao fluxo líquido

No caso das taxas de fluxo do líquido e vapor constantes,

Se considerarmos o refluxo, R, como

refluxo Lo e sua relação para o destilado N

Se são especificados RR e XD então

21 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva

22 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva

L'm −1x m −1 = Vm' y m + Bx B

A seção de esgotamento engloba apenas os estágios

No caso das taxas de fluxo do líquido e vapor

Define-se esta equação como linha de xB

operação da seção de esgotamento.

Deve-se observar que as vazões molares de líquido e vapor na seção de

Calcula-se um dos pontos pela interseção

27 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva

Para a determinação de um outro ponto da reta é necessário o

28 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva

Considerando o estágio de introdução

A carga i pode ser também ser definida por:

E em termos das entalpias:

HV = entalpia do vapor no ponto de orvalho

L' − L H V − H F HF = entalpia do líquido na alimentação

30 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva

Considerações sobre o Estágio de Alimentação (Carga)

L’ V’ L' = F + L V' L' = L V'