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Operações Unitárias Envolvendo Transferência de Massa

Unidade 2 – Extração

UNIDADE 2
EXTRAÇÃO

1 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva


Operações Unitárias Envolvendo Transferência de Massa
Unidade 2 – Extração

✓ CONCEITOS IMPORTANTES

✓ REVISÃO

✓ PROCESSOS DE EXTRAÇÃO

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A Operação de Extração é também uma operação de


separação/purificação muito comum a nível industrial.

Na extração, a separação do soluto da mistura de alimentação é


promovida pela adição de outro composto, o qual designamos por
solvente.

O conceito de extração aplica-se a misturas líquidas ou sólidas,


às quais se pretende retirar o soluto para obtê-lo num estado mais
puro por constituir o produto objeto do processo.
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Nesta unidade trataremos exclusivamente da


extração líquido/líquido (alimentação líquida).
Se a alimentação for uma mistura sólida o processo
designa-se por lixiviação (leaching) ou extração
sólido/líquido.
Contudo, os mecanismos físico/químicos
subjacentes são iguais nos dois casos.

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Histórico
1924 - 1o Processo Comercial
Edeleanu-SO2 Líquido
1930 - Processo Fenol
Canadá
1933 - Processo Furfural
Texaco e Shell
1935 - Processo Nitrobenzeno
Esso
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Na Extração Líquido/Líquido a separação está relacionada com


a distribuição diferenciada do soluto pelas duas fases imiscíveis
(ou parcialmente miscíveis) em contato. A alimentação líquida é
misturada com o solvente do processo e o soluto dessa
alimentação vai distribuir-se de forma desigual entre o solvente
que se adicionou e o diluente da alimentação, passando,
preferencialmente, para o novo solvente que se adicionou.
Solvente e diluente devem ser o mais imiscível possível (total ou
parcialmente imiscíveis). A transferência de massa do soluto deve
dar-se da solução de alimentação para a fase do solvente.
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É possível estabelecer um paralelismo entre Extração


Líquido/Líquido e Destilação. Em ambos os casos o soluto
passa da fase de alimentação (corrente líquida) para a outra fase
que se adiciona ou se forma no processo (líquido ou vapor,
respectivamente). O agente da separação na extração é o
solvente que se adiciona, enquanto que na destilação é o calor
que se fornece ao processo, o qual dá origem a uma nova fase,
desta vez vapor. Assim, a extração é, normalmente, uma
operação isotérmica enquanto na destilação existe,
necessariamente, variação de temperatura ao longo do processo.
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Extração Destilação
1. Extração é a Operação Unitária na qual os constituintes da 1. Os constituintes da mistura líquida são separados pela adição
mistura líquida são separados através da adição de um solvente de calor.
líquido insolúvel.

2. A Extração usa a diferença de solubilidades dos componentes 2. A Destilação usa a diferença de pressão de vapor dos
para conseguir a separação. componentes para conseguir a separação.

3. A Seletividade é uma medida da facilidade da separação. 3. A Volatilidade é uma medida da facilidade da separação.

4. Obtém-se uma nova fase líquida insolúvel por adição do 4. Forma-se uma nova fase por adição de calor.
solvente à mistura líquida inicial.
5. As fases são mais difíceis de misturar e separar. 5. A mistura e a separação das fases são fáceis.

6. A extração não fornece produtos puros e requer outros 6. Fornece produtos praticamente puros.
tratamentos posteriores.
7. Oferece maior flexibilidade na seleção das condições 7. Menor flexibilidade na seleção das condições operatórias.
operatórias.
8. Requer energia mecânica para a mistura e a separação. 8. Requer energia térmica.

9. Não precisa de sistemas de aquecimento ou arrefecimento. 9. Precisa de sistemas de aquecimento e arrefecimento.

10. Normalmente é a segunda escolha para a separação dos 10. Normalmente é a primeira escolha para a separação dos
componentes de uma mistura líquida. componentes de uma mistura líquida
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A extração é normalmente escolhida quando a separação por


destilação da corrente original é difícil (caso das misturas
azeotrópicas ou de volatilidade relativa próxima da unidade).

Outra situação onde faz sentido recorrer à extração é no


tratamento de misturas aquosas pouco concentradas.
Extrai-se o soluto com um solvente volátil e destila-se,
posteriormente, a fase do solvente, com custos energéticos
substancialmente mais baixos.
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A extração é empregada quando os componentes da separação:


Possuem a mesma volatilidade
Ácido Acético - H2O Acetato de Etila
Não voláteis

Ácidos Graxos - Óleos Propano


Sensíveis a temperatura de separação
Antibióticos Acetato Butílico
Pouco volátil em pequena quantidade
Ac. Benzóico - H2O Benzeno
Azeótropos

Dioxana - H2O Benzeno


Pontos de ebulição sobrepostos BTX
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Na extração líquido/líquido a alimentação que contém o Soluto (composto C) a


extrair é misturada com o Solvente do processo (composto B) o qual deve ser o
mais imiscível possível com o Diluente (composto A) da alimentação. Como
resultado deste processo são produzidas duas fases, uma rica no solvente B e no
soluto C (Extrato) e outra rica no diluente A (Resíduo ou Rafinado).
O solvente que se seleciona para o processo de extração deve ter grande afinidade
com o soluto C, de tal modo que, no processo de mistura, a transferência de massa
ocorra no sentido dos extratos, ou seja, o soluto fique preferencialmente retido na
fase do solvente B.
Em seguida deixa-se repousar a mistura, de forma que seja possível separar as
duas fases praticamente imiscíveis (as quais devem ter densidades diferentes),
produzindo-se finalmente o extrato e o resíduo.
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Para projetar o equipamento de extração recorre-se


também, normalmente, ao conceito de Estágios em
Equilíbrio e, assim, supõe-se que o extrato e o
resíduo resultantes de cada unidade de mistura
estão em equilíbrio. A figura, seguinte, mostra um
esquema do sistema físico onde se pode conduzir o
processo de extração: um sistema de Misturador
seguido de um Decantador.
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Estágio em equilíbrio num processo de extração líquido/líquido


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extratora

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A extração laboratorial é também uma operação muito comum sendo nesse caso
as duas etapas do processo (mistura e separação de fases) conduzidas na
mesma peça de equipamento, o funil de decantação.

Separação do benzoato de sódio (água+MTBE-éter metil terciário butílico)


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Adição do solvente B

A adição do solvente em
quantidade adequada promove
a formação de duas fases
líquidas.
Mistura líquida A +C

Após atingir o equilíbrio Lembre:


Soluto C
Mistura Líquida B + C
Diluente A

As duas fases coexistem em equilíbrio.


Mistura líquida A + C

Extração Líquido-Líquido
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Vamos ver um exemplo: Imagine uma mistura de açúcar em óleo vegetal (tem
sabor doce) e você quer separar o açúcar do óleo. Você observa que as
partículas de açúcar são muito pequenas para filtrar e você suspeita que o
açúcar se encontra parcialmente dissolvido no óleo vegetal. Adicione água a
essa mistura. O que acontece???

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Extração Líquido-Líquido Ternária


• Cria-se duas fases líquidas introduzindo um solvente B para uma mistura
líquida de um diluente A e um soluto C
• O Solvente B e o Diluente A têm muito pouca solubilidade um em relação ao
outro.
Extração Líquido-Líquido

Alimentação de Solvente Saída de líquido


Rico em Solvente
S: B E: B, C
Alimentação de Líquido Saída de Líquido
Rico no Diluente
F: A, C R: A, C

Estágio de Equilíbrio Líquido-Líquido Ternário

Define-se o rafinado como a fase que sai rica em diluente.


Define-se o extrato como a fase que sai rica em solvente.
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Equilíbrio Líquido-Líquido
A notação utilizada para a representação gráfica do equilíbrio é a seguinte:
- para as substâncias ou grupos de substâncias: A (diluente); B (solvente) e C
(soluto);
- para as soluções utilizadas ou resultantes do processo: F (carga); S (solvente);
E (fase extrato) e R (fase rafinado).

As concentrações em termos de frações ou porcentagens serão designadas pelas


letras:
x (fração molar ou mássica do rafinado ou da carga), X (razão molar ou mássica
do rafinado ou da carga), y (fração molar ou mássica do extrato ou do solvente)
ou Y (razão molar ou mássica do extrato ou do solvente).
Estas letras serão seguidas por dois subscritos: relativos às substâncias e às
soluções que representam. O primeiro subscrito se refere à substância cuja
concentração é indicada e o segundo à solução.
Assim, por exemplo:
(yC)S,(yC)E - fração molar do soluto C no solvente e no extrato;
(xC)F ,(xC)R - fração molar do soluto C na carga e no rafinado.
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Extração Líquido-Líquido

Alimentação de Solvente Saída de líquido


Rico em Solvente
S: B E: B, C
Alimentação de Líquido Saída de Líquido
Rico no Diluente
F: A, C R: A, C

Alimentação, F: (xA)F ,(xB)F e (xC)F

Solvente, S: (yA)S ,(yB)S e (yC)S


Mistura, M: (xA)M ,(xB)M e (xC)M
Extrato, E: (yA)E ,(yB)E e (yC)E

Rafinado, R: (xA)R ,(xB)R e (xC)R

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S E
Equilíbrio L-L
R
F M

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Equilíbrio Líquido-Líquido
Os dados de equilíbrio para os sistemas ternários,
que representam as concentrações dos constituintes
nas duas fases em equilíbrio, podem ser lançados
em diagramas triangulares do tipo equilátero
(mais comum) ou retangular.

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Diagramas triangulares do tipo equilátero

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Diagramas triangulares do tipo equilátero


A área sob a curva de solubilidade
é a região em que se tem a
formação de duas fases de
equilíbrio e é denominada de
região de heterogeneidade.

Qualquer ponto fora desta região


representa soluções homogêneas
de uma única fase líquida.

Um ponto qualquer no interior da


região de heterogeneidade, como o
ponto M, representa misturas de
duas fases insolúveis, E e R.

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Diagramas triangulares do tipo equilátero


Na figura anterior está representada, no diagrama ternário, a curva de
equilíbrio líquido/líquido (Curva Binodal) que é o locus de todas as
correntes de extrato (zona direita da curva) e de resíduo (zona esquerda
da curva) em equilíbrio. Os vértices do triângulo correspondem aos
componentes puros (A, B, C), e os lados, às misturas binárias. No
diagrama triangular as composições são normalmente dadas em frações
mássicas. O ponto P é designado por Ponto Crítico ou Plait Point e
corresponde a ter um extrato e um resíduo em
equilíbrio com a mesma composição, o que
implica que, para estas condições, a extração
é impossível. No diagrama triangular
estão também representadas as linhas
que unem os extratos e os resíduos
em equilíbrio, as quais se designam
por Linhas de Amaração ou Tie-Lines.
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Diagramas triangulares do tipo equilátero


Outra forma de representar o equilíbrio líquido/líquido é traçar a Curva de
Distribuição onde se representa a fração mássica de soluto no extrato em função
da fração mássica de soluto no resíduo. A curva de distribuição pode ser obtida
diretamente a partir do diagrama ternário como indicado na figura ao lado.

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C
Exemplo:
As composições são lidas como segue:
Desenhe três linhas no ponto de
composição paralelas às linhas de
composição.
Leia as composições nos três eixos. Leitura de B

Nota: Só duas frações molares são


necessárias (use a terceira para checar).
As composições podem ser frações
de moles ou frações de massa.

Leitura de C

1 2

3
A B

Leitura de A Diagramas de Fase Ternários


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Diagramas triangulares do tipo retangular (HUNTER-NASH)

(
29 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva Solvent
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Diagramas triangulares do tipo retangular (HUNTER-NASH)


O diagrama do triângulo retângulo ao contrário do triângulo equilátero,
representa apenas a concentração de dois componentes: do soluto na ordenada
e do solvente na abscissa. A concentração do diluente é obtida por diferença.

30 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva


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Diagramas triangulares do tipo retangular (HUNTER-NASH)


Curva de Distribuição: Em um diagrama cartesiano representa-se na ordenada,
a composição de equilíbrio do soluto (C) na fase rica em solvente (extrato) e na
abscissa a composição do soluto (C) na fase pobre em solvente (rafinado) em
equilíbrio com o extrato.
A curva de distribuição é aproximadamente reta próximo à origem, mas termina
necessariamente no ponto crítico.

31 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva


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Diagramas triangulares: equilátero x retangular (HUNTER-NASH)

Correspondência entre um diagrama de fases representado por um triângulo


retângulo com um representado por um triângulo equilátero.

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Para o projeto do equipamento de extração é necessário fixar as


condições operatórias que se seguem:
➢Temperatura de operação;
➢Pressão de operação;
➢Caudal e composição da alimentação;
➢Tempo de residência;
➢Selecionar o solvente da extração (muito importante).

A temperatura deve ser suficientemente alta para que os componentes


sejam todos solúveis, mas também suficientemente baixa para que a zona
de miscibilidade parcial seja apreciável. A temperatura pode ser uma
variável a manipular para alterar a seletividade do solvente, e ajuda ainda
a controlar a viscosidade.
Normalmente o equipamento de extração opera à pressão e temperatura
ambiente. A pressão tem, normalmente, pouca influência no processo de
extração.
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ESCOLHA DO SOLVENTE PARA A EXTRAÇÃO

A escolha do solvente ideal para o processo de extração obedece a


diversos critérios, sendo raro que apenas uma determinada
substância preencha perfeitamente todos os requisitos.

Os critérios para a escolha podem ser agrupados em classes, cada


qual com sua importância relativa, o que deve ser avaliado
especificamente para cada processo em função de suas
características.

34 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva


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ESCOLHA DO SOLVENTE PARA A EXTRAÇÃO

Os critérios da escolha do solvente podem ser agrupados nas


seguintes classes:

Critérios relacionados à separabilidade do solvente;

Critérios relacionados à performance do solvente;

Critérios relacionados à aceitabilidade do sistema geral.

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A) Critérios relacionados à separabilidade do solvente


Solubilidade: o solvente quando adicionado a carga deve provocar a
formação de duas fases. Solvente e soluto devem ser perfeitamente
solúveis, enquanto que solvente e diluente (co-solvente) devem, ao
contrário, ser praticamente insolúveis.

Em sistemas do tipo I, alto grau de insolubilidade do solvente


B com o diluente A é requerido

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TIPO I : 1 Par De Líquidos Parcialmente Miscíveis


(Efeito da Temperatura)

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TIPO II: 2 Pares de Líquidos Parcialmente Miscíveis

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TIPO II: 2 Pares de Líquidos Parcialmente Miscíveis


(Efeito da Temperatura)

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TIPO III: 3 Pares de Líquidos Parcialmente Miscíveis

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A) Critérios relacionados à separabilidade do solvente


Densidade: para que seja possível a separação das fases formadas pela
adição do solvente, as mesmas devem ter densidades o mais diferente
possível. Para que isto aconteça é necessário que a densidade do
solvente e diluente (co-solvente), os quais predominam em cada uma das
fases, sejam o mais distante possível. Isto permite a separação das fases
por decantação (gravidade).
A diferença de densidade entre as fases contatadas é essencial e deve
ser a maior possível. Conforme nos aproximamos do “ponto crítico”, as
densidades das duas fases se aproximam e ρ tende a zero.

41 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva


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A) Critérios relacionados à separabilidade do solvente;

Tensão Interfacial: as fases formadas pela adição do solvente se


apresentam de duas formas: uma dispersa, em forma de gotas, e outra
contínua. É necessário que a fase dispersa, seja ela rafinado ou extrato,
apresente elevada tensão interfacial, de forma a provocar rápido
coalescimento das gotas formadas.
Por vezes a presença de surfactantes, naturais ou não, reduzem esta
tensão interfacial, provocam a estabilização da dispersão, o que é
indesejável.

42 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva


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A) Critérios relacionados à separabilidade do solvente;

Estabilidade e reatividade Química: é indesejável que o solvente


reaja com as demais substâncias do sistema, nem que seja instável
quimicamente, não se oxidando pelo ar.

Viscosidade: menores viscosidades favorecem a turbulência,


melhorando a transferência de matéria, sendo mais fácil o bombeamento.

43 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva


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B) Critérios relacionados à performance do solvente


YC
Coeficiente de distribuição do soluto nas duas fases: K =
XC
Este coeficiente definido como a relação da concentração do soluto na fase extrato
para aquela da fase rafinado, mede sua tendência de se distribuir nestas fases.
Quanto maior que um for esta relação, melhor será a recuperação do soluto pelo
solvente. No entanto, em muitos casos, este valor é menor do que um, refletindo
maior afinidade do soluto pelo diluente (co-solvente). Isto, apesar de não ser
impeditivo para a remoção do soluto, torna o processo mais caro, com elevado
número de estágios e uso de alta relação solvente carga.

(YC ) E Note que K representa uma razão


=K
(X C ) R entre as razões de massa ou mole, não
uma razão de frações molares.

44 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva


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Unidade 2 – Extração

B) Critérios relacionados à performance do solvente


Seletividade: CA = K C
KA
A seletividade traduz a capacidade de o solvente extrair o soluto sem
extrair o diluente e é expressa como a relação entre os coeficientes de
distribuição do soluto e do diluente (co-solvente).
Quanto maior que um for a seletividade maior será a eficácia do solvente
para a extração do soluto.
Capacidade: este critério, apesar de se confundir com os anteriores,
traduz a quantidade de solvente necessária para se tratar a carga. Quanto
menor for esta quantidade melhor será em termos de processo e de
custo.
45 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva
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C) Critérios relacionados à aceitabilidade do sistema geral

Corrosividade: quanto menor for a corrosividade provocada pelo


solvente menor será o custo operacional.

Pressão de Vapor: quanto menor a pressão de vapor menor será a


pressão de operação necessária e menores serão as perdas de produto.

Inflamabilidade e Toxidade: quanto menos inflamável e tóxico for o


solvente menores serão os riscos associados á utilização do solvente,
consequentemente, menores as exigências de segurança, que se refletem
em maior custo.
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C) Critérios relacionados à aceitabilidade do sistema geral


Recuperabilidade: o solvente, após separar o soluto contido na carga,
deve ser facilmente separado deste para sua re-utililização.
Normalmente usa-se para isto o processo e destilação, flash ou
fracionada, o que exige adequada volatilidade relativa. Além da separação
do soluto, o solvente deve ser facilmente separado da água que
porventura venha a ser usada no processo, de preferência não formando
azeótropos com esta, o que exigiria separação mais difícil.

Custo e Disponibilidade: fatores decisivos para a escolha de um


solvente quando ocorrer mais de uma possibilidade de uso.
47 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva
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Estágio de Equilíbrio Líquido-Líquido Ternário

Se o solvente e o diluente tiverem um pouco de


solubilidade um no outro, então o rafinado terá uma
quantia pequena de solvente e o extrato terá uma
concentração pequena de diluente;
Se o solvente e o diluente não tiverem nenhuma
solubilidade um com o outro, então o rafinado não conterá
nenhum solvente e o extrato não terá diluente contido nele.
48 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva
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Unidade 2 – Extração

Se as duas fases têm uma solubilidade parcial entre os componente, então, a análise é um pouco mais complicada:
A dificuldade agora é obter dados de equilíbrio que relacionam as solubilidades parciais. Podem ser obtidos dados de
equilíbrio graficamente ou de tabelas. O diagrama de fase ternário é um modo típico de representar as composições de
equilíbrio das duas fases:

Sistemas Soluto
Ternários Composição onde só
Parcialmente um único líquido existe
Solúveis

Etileno Glicol Água Composição onde duas


fases líquidas
50 % Etileno Glicol coexistem.
50% Furfural

100% Furfural

Solvente Furfural Diluente


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Operações Unitárias Envolvendo Transferência de Massa
Unidade 2 – Extração

Para o caso de equilíbrio estático nós devemos especificar 3 variáveis:

Se nós especificarmos T e P o sistema passa a ter uma variável a ser especificada:

Assim, se nós especificarmos a concentração de um componente em qualquer uma das fases isto irá definir o estado do
sistema.

Especificação de Equilíbrio
Líquido-líquido

Etileno Glicol Água


Linhas de Amarração:
Exibe as composições das
fases em equilíbrio.

50 Furfural
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Operações Unitárias Envolvendo Transferência de Massa
Unidade 2 – Extração

Processo de Extração Líquido-Líquido: Número de Estágios

Será abordados os casos


✓Estágio Único (batelada) de Estágio Único e
Múltiplo Estágio em
Contracorrente

✓Múltiplo Estágio em Corrente Cruzada


✓(batelada ou contínuo)

✓Múltiplo Estágio em Contracorrente (contínuo)

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Operações Unitárias Envolvendo Transferência de Massa
Unidade 2 – Extração

Processo de Extração Líquido-Líquido: Estágio Único

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Operações Unitárias Envolvendo Transferência de Massa
Unidade 2 – Extração

Balanços de Massa
Balanço Material para o soluto:
Alimentação de Solvente Saída de Extrato
S, (yB)S E, (yB)E, (yC)E
Alimentação de Líquido
Saída de Rafinado
F, (xA)F, (xc)F R, (xA)R, (xC)R

F+S = M
S (x C )F − (x C )M
=
F( x C ) F + S( y C )S = M( x C ) M F ( x C ) M − ( y C )S

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Operações Unitárias Envolvendo Transferência de Massa
Unidade 2 – Extração

Balanços de Massa
Balanço Material para o soluto:
Alimentação de Solvente Saída de Extrato
S, (yB)S E, (yB)E, (yC)E
Alimentação de Líquido
Saída de Rafinado
F, (xA)F, (xc)F R, (xA)R, (xC)R

R ( yC )E − (x C )M
=
M ( yC )E − (x C )R
R+E=M
E (x C )M − (x C )R
R ( x C ) R + E( y C ) E = M( x C ) M =
M ( yC )E − (x C )R
R ( yC )E − (x C )M
=
E (x C )M − (x C )R

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Operações Unitárias Envolvendo Transferência de Massa
Unidade 2 – Extração

Exemplo: Considere uma alimentação de 200 kg com 30% etileno glicol em água onde
são adicionados 300kg de furfural puro (solvente).
Passo 1: Localize os pontos de alimentação e do solvente.

Etileno glicol

Água F = 200kg
60 kg EG (30%)
140 kg água (70%)

S = 300 Kg
(100%) Furfural

Sistemas Ternários Parcialmente Solúveis


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Operações Unitárias Envolvendo Transferência de Massa
Unidade 2 – Extração

Passo 2: Localize o F( x C ) F + S( y C )S 200kg  0.3 + 300kg  0


(x C )M = = = 0,12
ponto de mistura M: F+S 500kg

Obs.: xC e yC são as
frações de
Etileno Glicol. Etileno glicol

Água

Obs.: Deve-se localizar M


através de (xC)M = 0,12 no F
gráfico fazendo a leitura 60 kg EG (30%)
em direção ao eixo do 140 kg água (70%)
soluto. M

S
300 Kg (100%) Furfural

Sistemas Ternários Parcialmente Solúveis


56 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva
Operações Unitárias Envolvendo Transferência de Massa
Unidade 2 – Extração

Passo 3: Use a linha de amarração para obter a composição do rafinado e do extrato (As
linhas de amarração são obtidas traçando-se linhas paralelas aos lados do triângulo até que estas
toquem a curva binodal e se cruzem).

Etileno glicol
Água
Extrato F
4% água, 60 kg EG (30%)
14%EG, 140 kg água (70%)
82% furfural
R

E
M Rafinado
87% água,
8%EG,
5% furfural
S Furfural
300 Kg (100%)
Sistemas Ternários Parcialmente Solúveis
57 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva
Operações Unitárias Envolvendo Transferência de Massa
Unidade 2 – Extração

Passo 4: Determine as quantidades de rafinado e extrato.


R ( y C ) E − (x C ) M
= Obs. yC e xC são as
M ( y C ) E − (x C ) R frações de EG no
R 0,14 − 0,12 Etileno glicol extrato e no rafinado.
= = 0,333
M 0,14 − 0,08
R = 0,333  500 kg = 166,67kg Água F
60 kg EG (30%)
E = (1 − 0,333) * 500 kg = 333,33kg 140 kg água (70%)

Extrato E R
4% água,
14%EG,
82% furfural M
Rafinado
87% água,
8%EG,
5% furfural
S Furfural
300 Kg (100%)
Sistemas Ternários Parcialmente Solúveis
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Operações Unitárias Envolvendo Transferência de Massa
Unidade 2 – Extração

Passo 5: Determine o extrato livre de solvente: misturas de E e S.


Trace uma linha de S passando por E até ponto H (livre de solvente furfural).
Extrato livre de solvente H (20% water, 80% EG)

H
Etileno glicol
F
Água
60 kg EG (30%)
140 kg água (70%)

R
S Furfural
300 Kg (100%)
Sistemas Ternários Parcialmente Solúveis
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Operações Unitárias Envolvendo Transferência de Massa
Unidade 2 – Extração

Processo de Extração Líquido-Líquido: Múltiplo Estágio em Corrente Cruzada

Esta forma de
tratamento por
extração
corresponde à
extensão de um
estágio único
aplicado repetidas
vezes, tal como
mostrado na figura
ao lado.

60 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva


Operações Unitárias Envolvendo Transferência de Massa
Unidade 2 – Extração

Exemplo 1 - Se 100 kg de uma solução de ácido acético (C) e água (A) contendo
30% de ácido deve ser extraído três vezes com éter isopropílico (B), a 20ºC,
usando 40 kg de solvente em cada estágio. Se o rafinado no 1º estágio deve ser
(xC)R1 = 0,258, determine as quantidades e as composições no 1º estágio.
Solução: Os dados de equilíbrio a 20ºC são fornecidos abaixo. As linhas horizontais
fornecem as concentrações nas soluções em equilíbrio.
CAMADA DE ÁGUA CAMADA DE ÉTER ISOPROPÍLICO
ÉTER ÁCIDO ÉTER ÁCIDO
ÁGUA ÁGUA
ISOPROPÍLICO ACÉTICO ISOPROPÍLICO ACÉTICO
0,012 0,0069 0,981 0,993 0,0018 0,005
0,015 0,0141 0,971 0,989 0,0037 0,007
0,016 0,0289 0,955 0,984 0,0079 0,008
0,019 0,0642 0,917 0,971 0,0193 0,01
0,023 0,133 0,844 0,933 0,0482 0,019
0,034 0,255 0,711 0,847 0,114 0,039
0,046 0,367 0,589 0,715 0,216 0,069
0,106 0,443 0,451 0,581 0,311 0,108
0,165 0,464 0,371 0,487 0,362 0,151
0,221 0,450 0,269 0,467 0,369 0,201
0,271 0,439 0,175 0,435 0,385 0,311
0,312 0,425 0,069 0,383 0,400 0,323

61 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva


Operações Unitárias Envolvendo Transferência de Massa
Unidade 2 – Extração

Gráfico: para plotar o gráfico triangular abaixo, considere que no eixo x deve ficar o
éter isopropílico (B) e em no eixo y o ácido acético (C) (a água não é usada).
Simplesmente ordene de forma crescente (B) e faça os dados de (C) acompanhá-los.
Para traçar a reta diagonal faça y = 1–x. Pelo Excel se obtém:
1 Curva de Equlíbrio a 20ºC - Éter Isopropílico, Ácido Acético e Água
0,9

0,8

0,7

0,6
Ácido Acético

0,5

0,4

0,3

0,2

0,1

0
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1

Éter Isopropílico
62 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva
Operações Unitárias Envolvendo Transferência de Massa
Unidade 2 – Extração

Exemplo 2: A composição das correntes de rafinado e


extrato em equílibrio são, para o extrato, (yA)E= 0,02;
(yB)E = 0,94 e (yC)E = 0,04; e para o rafinado (xA)R =
0,86; (xB)R = 0,02 e (xC)R = 0,12. A mistura inicial contém
100kg e (xC)M = 0,10. Determine as correntes de extrato e
rafinado.

R.: R = 75kg and E = 25kg

63 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva


63
Operações Unitárias Envolvendo Transferência de Massa
Unidade 2 – Extração

Processo de Extração Líquido-Líquido: Múltiplo Estágio em Contracorrente

64 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva


Operações Unitárias Envolvendo Transferência de Massa
Unidade 2 – Extração

Extração Líquido-Líquido: Cascatas


O que nos faríamos se tivéssemos uma cascata de estágios
de contato líquido-líquido em contracorrente?
E1 E2 E3 En En+1 EN-1 EN S
Extrato Solvente B
1 2 n N–1 N
Rafinado
Diluente A F R1 R2 Rn-1 Rn RN-2 RN-1 RN
Soluto C

Especificações: F, (xi)F, (yi)S, T e uma destas:


1) S e (xi)RN
2) S e (yi)E1
3) (xi)RN e (yi)E1
4) N e (xi)RN
5) N e (yi)E1
6) S e N

65 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva


Operações Unitárias Envolvendo Transferência de Massa
Unidade 2 – Extração

E1 E2 E3 En En+1 EN-1 EN S
Extrato Solvente B
1 2 n N–1 N
Rafinado
Diluente A F R1 R2 Rn-1 Rn RN-2 RN-1 RN
Soluto C

Soluto
Solução de Hunter-Nash para Extração Líquido-
Líquido

Pontos de produto:

Passo 1) Ache o ponto de


mistura: M=F+S.
F
Passo 2) Determine as Alimentação

composições do ponto de
mistura com os balanços de M
massa por componente.
Diluente
A
Solvente B S
66 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva
Operações Unitárias Envolvendo Transferência de Massa
Unidade 2 – Extração

Pontos de produto:
Soluto
Passo 3) Desde que sabe-se que
RN está na curva de equilíbrio e
se conhece (xA)RN, pode-se
determinar (xB)RN e (xC)RN.

Pontos de produto:
Passo 4) Desde que se
saiba que RN, M e E1
ficam na linha de Extrato F
Alimentação
mistura então pode-se E1
localizar E1 estendendo M
uma linha de RN através
de M para a curva de Tie-lines Rafinado
equilíbrio onde cruza RN
em E1.
S
Solvente C Diluente

67 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva


Operações Unitárias Envolvendo Transferência de Massa
Unidade 2 – Extração

E1 E2 E3 En En+1 EN-1 EN S
Extrato Solvente B
1 2 n N–1 N
Rafinado
Diluente A F R1 R2 Rn-1 Rn RN-2 RN-1 RN
Soluto C

Extração Líquido-Líquido : Linhas de Operação


Linhas e Ponto de Operação
Balanço de Massa entorno de toda cascata: F + S = R N + E1
Nós definimos o ponto de operação Δ como a diferença entre as F − E1 = R N − S  
correntes de passagem:

E1 E2 E3 En En+1 EN-1 EN S
Extrato Solvente B
1 2 n N–1 N
Rafinado
Diluente A F R1 R2 Rn-1 Rn RN-2 RN-1 RN
Soluto C

Balanço de Massa em torno dos primeiros n estágios: F + E n +1 = R n + E1


Rearraja-se esta equação para encontrar que todas as
correntes de passagem são relacionadas pelo mesmo F − E1 = R n − E n +1 = 
ponto de operação Δ.
68 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva
Operações Unitárias Envolvendo Transferência de Massa
Unidade 2 – Extração

E1 E2 E3 En En+1 EN-1 EN S
Extrato Solvente B
1 2 n N–1 N
Rafinado
Diluente A F R1 R2 Rn-1 Rn RN-2 RN-1 RN
Soluto C

Linhas e Ponto de Operação


Balanço de massa em torno dos estágios interiores: R n + E n = R n −1 + E n +1

Nós podemos rearranjar a expressão para encontrar R n = R n −1 − E n + E n +1 =  + E n +1


que Rn é apenas o ponto de mistura entre Δ e En+1

A figura seguinte ilustra este conceito: En En+1


O fluxo Rn é o ponto de mistura entre Δ
En+1
Substitua Rn-1
e En+1 porque Δ é o fluxo líquido dentro n e En por Δ Δ n
do estágio n das correntes de Rn
Rn-1 Rn
passagens Rn-1 e En.

O balanço de massa em torno do N estágio individual resulta em: F − E1 = R n −1 − E n = R N − S = 

Extrato
E2 E3 En En+1 EN-1 EN S Solvente C
E1
1 2 n N–1 N Rafinado
F RN-1
2 Rn-1 Rn RN-2
69 R1Enrique daR
Profa. Maria das Graças Silva RN
Operações Unitárias Envolvendo Transferência de Massa
Unidade 2 – Extração

Linhas de Operação:
Os pontos de rafinado são pontos de mistura entre Δ e pontos de extrato correspondentes. Isto é mostrado graficamente no
diagrama seguinte. Note que para obter o ponto Δ, precisa-se de apenas F, S, E1 e RN.

Soluto

E1
E2
E3 F Ponto de
E4 R1 operação Δ

E5
RN
S E6
Diluente
70
Profa. Maria das Graças Enrique da Silva
Operações Unitárias Envolvendo Transferência de Massa
Unidade 2 – Extração

Pontos e Linhas de Operação


Passo 1) Localize o Ponto de Operação
Soluto encontrando a interseção das linhas de operação para
os estágio a esquerda e os a direita, a seguir:
a) Desenhe uma linha passando por
E1 e F
b) Desenhe uma linha passando por
S e RN
c) Localize a interseção Δ (este ponto é
o ponto de operação Δ).

E1
F
Alimentação Ponto de Operação
M
Δ
RN
S
Diluente

71 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva


Operações Unitárias Envolvendo Transferência de Massa
Unidade 2 – Extração

Linhas de Operação e Linhas de Amarração.


Soluto Traçando os Estágios:
Passo 1) Localize o ponto R1 da linha de
amarração que passa por E1;
Passo 2) Trace uma linha do ponto de operação
Δ passando R1 até o lado de extrato da curva de
equilíbrio. A interseção localiza E2.
Passo 3) Localize ponto R2 de uma linha de
amarração.
Passo 4) Repita os Passos 2 e 3 até que RN seja
obtido.

E1
E2 Ponto de
Alimentação
E3 Operação
R1
E4
M Δ
E5
E6 RN
Diluente
Solvente

72 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva


Operações Unitárias Envolvendo Transferência de Massa
Unidade 2 – Extração

Linhas de Amaração - Interpolação:


Quando não se dispuser da curva de
equilíbrio para ser utilizada em conjunção
com o diagrama triangular é necessário
dispor de métodos alternativos que permitam
traçar linhas de amarração, interpolando
entre as determinadas experimentalmente.
Pelas extremidades das linhas de amarração,
traçam-se paralelas aos dois lados como
indicado na figura ao lado. A interseção das
retas traçadas por pontos de fases em
equilibrio conjugadas determina a linha cheia
chamada "linha conjugada", que corta a
curva binodal no ponto crítico P. Traçada a
linha conjugada, qualquer linha de
amarração pode ser obtida, traçando-se as
paralelas aos mesmos lados.

73 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva


Operações Unitárias Envolvendo Transferência de Massa
Unidade 2 – Extração

Resumindo:
Pontos de produto:
Passo 1) M=F+S
Passo 2) Determine as composições do ponto de mistura com os
balanços de massa por componente;
Passo 3) Desde que nós sabemos que RN está na curva de
equilíbrio e nós sabemos (xA)RN nós podemos determinar (xB)RN e
(xC)RN;
Passo 4) Desde que nós sabemos que RN, M e E1 ficam na linha
de mistura então nós podemos localizar E1 estendendo uma linha
de RN através de M para a curva de equilíbrio onde cruza em E1.

74 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva


Operações Unitárias Envolvendo Transferência de Massa
Unidade 2 – Extração

Pontos e Linhas de Operação:


Passo 1) Localize o Ponto de Operação encontrando a interseção das linhas de
operação para os estágio mais a esquerda e mais a direita:
a) Desenhe uma linha por E1 e F;
b) Desenhe uma linha por S e RN;
c) Localize a interseção Δ; Este ponto é o ponto de operação Δ.

Linhas de Operação e Linhas de Amarração: Traçando os Estágios:


Passo 1) Localize ponto R1 da linha de amarração que passa por E1;
Passo 2) Trace uma linha do ponto de operação Δ passando R1 até o lado de
extrato da curva de equilíbrio. A interseção localiza E2;
Passo 3) Localize ponto R2 de uma linha de amarração;
Passo 4) Repita os Passos 2 e 3 até que RN seja obtido.
75 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva
Operações Unitárias Envolvendo Transferência de Massa
Unidade 2 – Extração

Exemplo 3 - A separação de uma solução de benzeno e


trimetilamina (TMA) faz-se numa coluna de extração, de 3
andares, utilizando água como solvente. A alimentação
contem 57,5% de soluto. Se o extrato livre de solvente e o
produto rafinado contiverem, respectivamente, 70 e 3% de
TMA, determinar a razão água/alimentação utilizando um
diagrama de triângulo retângulo.

76 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva


Operações Unitárias Envolvendo Transferência de Massa
Unidade 2 – Extração

77 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva


Operações Unitárias Envolvendo Transferência de Massa
Unidade 2 – Extração

78 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva


Operações Unitárias Envolvendo Transferência de Massa
Unidade 2 – Extração

Lista de Exercícios 3

79 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva


Operações Unitárias Envolvendo Transferência de Massa
Unidade 2 – Extração

1 – Abaixo temos pontos das fases em equilíbrio de um sistema ternário:


ÁGUA (A) – CLOROFÓRMIO (B) e ACETONA (C)
CAMADA EXTRATO CAMADA RAFINADO
C B A C B A

0,030 0,010 0,960 0,090 0,900 0,010

0,083 0,012 0,905 0,237 0,750 0,013

0,135 0,015 0,850 0,320 0,664 0,016

0,174 0,016 0,810 0,380 0,600 0,020

0,221 0,018 0,781 0,425 0,550 0,025

0,319 0,021 0,660 0,505 0,450 0,045

0,445 0,045 0,510 0,570 0,350 0,080

80 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva


Operações Unitárias Envolvendo Transferência de Massa
Unidade 2 – Extração

São conhecidos ainda os seguintes pontos da envoltória:

ACETONA (C) CLOROFÓRMIO (B) ÁGUA (A)


0,573 0,354 0,073
0,605 0,285 0,110
0,600 0,220 0,180
0,592 0,178 0,230
0,585 0,145 0,270
0,586 0,110 0,324
0,556 0,100 0,344
0,540 0,086 0,374
0,532 0,080 0,388
0,516 0,070 0,414
0,490 0,056 0,454

81 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva


Operações Unitárias Envolvendo Transferência de Massa
Unidade 2 – Extração

Pede-se:
A – O diagrama de Hunter-Nash do sistema.
B – O diagrama de distribuição do sistema,
construído a partir do Hunter-Nash.

82 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva


Operações Unitárias Envolvendo Transferência de Massa
Unidade 2 – Extração

Solução:

83 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva


Operações Unitárias Envolvendo Transferência de Massa
Unidade 2 – Extração

2 - O diagrama ternário abaixo representa o equilíbrio dos


componentes A e C com um solvente B, no qual as
composições estão em fração mássica. Em um processo de
separação, 96 kg do componente B puro são adicionados a
uma carga de 104 kg com iguais quantidades dos
componentes A e C. Como resultado dessa mistura, duas
fases líquidas denominadas genericamente por P e Q serão
obtidas em quantidades e composições diferentes.
Determine as quantidades e composições de P e Q.
84 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva
Operações Unitárias Envolvendo Transferência de Massa
Unidade 2 – Extração

R.: P = 120kg e Q = 80kg;


(yC)P = 0,18; (yC)Q = 0,38;

85 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva


Operações Unitárias Envolvendo Transferência de Massa
Unidade 2 – Extração

3 - Uma solução a 50% contendo um soluto C em um solvente A é extraído com


um segundo solvente B em uma unidade de extração contracorrente. A massa de B
é 25% da solução de alimentação e os dados de equilíbrio são mostrados na figura
abaixo. Determine o número de pratos ideais, as massas e as concentrações do
primeiro extrato, se o rafinado final contém 15% do soluto C.

R.: A concentração do extrato E1 é 9% de A,


58% de C e 33% de B;
5 estágios ideais são requeridos.

86 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva


Operações Unitárias Envolvendo Transferência de Massa
Unidade 2 – Extração

Profa. Maria das Graças Enrique da Silva

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