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EXPERIMENTO
EXTRAÇÃO LÍQUIDO-
4 LÍQUIDO
1. INTRODUÇÃO
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LQC0228 - QUÍMICA ORGÂNICA EXPERIMENTAL
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C2
K
C1
onde
C1 = concentração (em g.L-1, mg.mL-1 ou outra unidade) de equilíbrio do soluto na fase
aquosa;
C2 = concentração (em g.L-1, mg.mL-1 ou outra unidade) de equilíbrio do soluto na fase
orgânica.
m2
C V V
K 2 2 m2 m1.K 2
C1 m1 V1
V1
O processo de extração não é 100 % eficiente, o que significa dizer que nem
todo soluto será transferido totalmente de uma fase para outra em uma única etapa de
extração, a não ser que o valor de K seja muito elevado. Geralmente, é necessário que
várias extrações sejam realizadas para remover todo o soluto de uma das fases. De fato,
o processo de extração é muito mais eficiente quando efetuado várias vezes com um
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pequeno volume de solvente do que quando efetuado uma única vez com um grande
volume de solvente. O exemplo seguinte procura ilustrar esse aspecto.
Considere que são empregados dois solventes A e B em igual volume, 100 mL,
onde B contém inicialmente um soluto X em concentração de 40 % (m/v). O coeficiente
de partição para este sistema é de 0,8. Observa-se que nas condições descritas, o
solvente extrator A, que inicialmente não continha nenhuma quantidade de soluto
dissolvida, contém agora 17,8 g de X, enquanto no solvente B permaneceram ainda 22,2
g, após o estabelecimento do estado de equilíbrio. A distribuição do soluto X entre os
solventes A e B é mostrada na Figura 3.
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Funil de separação
Em escala laboratorial, o processo de extração líquido-líquido é geralmente
realizado em um funil de separação (Figura 1, p.2). Deve-se ter o cuidado para que o
volume de líquido no funil de separação nunca ultrapasse ¾ de sua capacidade nominal.
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Solventes utilizados
Normalmente os solventes utilizados na extração possuem baixa temperatura de
ebulição (Tabela 1, p.6) ou mesmo pode-se realizar uma extração com solvente
quimicamente ativo, como solução de bicarbonato de sódio, que leva à liberação de
gases quando esta solução entra em contato com um ácido. Por isso, é necessário que se
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faça o “alívio” de pressão. Entretanto, isto deve ser feito lentamente, porque os vapores
podem se expandir de forma violenta, projetando o líquido para fora do funil.
Emulsão
Em alguns casos, após o processo de extração, não se observa separação
completa das fases orgânica e aquosa, ficando gotículas de uma fase dispersas na outra.
Isto leva à formação de uma interface não definida, chamada de emulsão, que
compromete a eficiência da separação.
Uma das alternativas para “quebrar” a emulsão (completa separação das fases)
consiste em deixar o funil de separação em repouso por alguns minutos. Entretanto, se
isso não for suficiente, outros métodos podem ser empregados. Por exemplo, a simples
adição de mais solvente orgânico ou água pode ser suficiente. Se a emulsão persistir, a
adição de sais inorgânicos (NaCl, Na2SO4, etc) pode ser uma alternativa eficaz para
desfazer a emulsão. Nos casos mais persistentes, a centrifugação pode ser usada.
Descarte de fases
Um dos enganos mais comuns durante um processo de extração líquido-líquido é
o descarte da fase errada. Como discutido anteriormente, somente quando se utilizam
solventes orgânicos clorados, que possuem densidades maiores que da água (Tabela 1,
p.6), a fase orgânica será a inferior.
Cuidado redobrado deve ser tomado quando se realiza a extração com solventes
quimicamente ativos pois, muitas vezes, a substância de interesse está na fase aquosa na
forma de um sal.
Considerando os fatos acima, é aconselhável que ambas as fases sejam guardas
até que se tenha isolado o produto desejado.
Agentes de secagem
Após o processo de extração e de separação das fases, a fase orgânica, que
usualmente contém o composto de interesse, deve ser seca através da utilização de
agentes de secagem (ou agentes secantes). Isto é necessário, pois qualquer solvente
orgânico, mesmo com baixa afinidade pela água, absorverá água quando agitado com
uma solução aquosa. É claro que a quantidade de água dissolvida irá variar de um
solvente para outro.
Os agentes secantes são sais inorgânicos anidros capazes de adicionar água de
hidratação quando expostos à umidade do ar ou às soluções úmidas. Os mais
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comumente usados são: sulfato de sódio, sulfato de magnésio, cloreto de cálcio, sulfato
de cálcio e carbonato de potássio. Estes sais variam em propriedades e aplicações.
Assim, eles não absorvem a mesma quantidade de água em uma dada massa de
solvente. A Tabela 2 compara os agentes secantes mais comuns.
2. OBJETIVOS
3. MATERIAL E REAGENTES
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4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
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5. QUESTÕES
1) Calcule a massa (em gramas) de ácido propanóico presente na solução aquosa, que
foi titulada no item 4.1.
2) Calcule a massa (em gramas) de ácido propanóico restante nas soluções aquosas,
após as extrações realizadas nos itens 4.2 e 4.3.
3) Calcule a porcentagem do ácido propanóico que foi extraída nos itens 4.2 e 4.3. Com
base nas porcentagens de ácido propanóico calculadas, o que é possível concluir sobre a
eficiência dos dois tipos de extração?
6. BIBLIOGRAFIA
Dias, A.G.; da Costa, M.A.; Guimarães, P.I.C. “Guia Prático de Química Orgânica.
Volume I – Técnicas e Procedimentos: Aprendendo a Fazer”. Editora Interciência, Rio
de Janeiro, 2004.
Marques, J.A.; Borges, C.P.F. “Práticas de Química Orgânica”. Editora Átomo,
Campinas, 2007.
Pavia D.L.; Lampman, G.M.; Kriz, G.S.; Engel, R.G. “Química Orgânica Experimental
– técnicas de escala pequena”. Editora Bookman, 2ª ed, São Paulo, 2009.
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