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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE GOIÁS

CAMPUS GOIÂNIA

Bacharelado em Química
Cinética Experimental

LEI DE ARRHENIUS

Cleciane Machado
Edson Miranda Marques
Haniel Honorato
Paulo Henrique Macedo
Welton Martins

Prof,(a): Dr. Renata

Goiânia, 2022
1 INTRODUÇÃO

Em físico-química, a equação de Arrhenius é uma fórmula para a dependência das


taxas de reação com a temperatura. A equação foi proposta por Svante Arrhenius em 1889, com
base no trabalho do químico holandês Jacobus Henricus Van’t Hoff, que observou em 1884 que
a equação para a dependência da temperatura das constantes de equilíbrio sugere tal fórmula
para as taxas de reações diretas e reversas. Esta equação tem uma vasta e importante aplicação
na determinação da taxa de reações químicas e no cálculo de energia de ativação.

Arrhenius argumentou que para os reagentes se transformarem em produtos, eles


devem primeiro adquirir uma quantidade mínima de energia, chamada energia de ativação Ea.
Em uma temperatura absoluta T, a fração de moléculas que têm uma energia cinética maior que
Ea pode ser calculada a partir da mecânica estatística. O conceito de energia de ativação explica
a natureza exponencial da reação e, de uma forma ou de outra, está presente em todas as teorias
cinéticas (SCHMAL, 2010).

A equação de Arrhenius dá a dependência da constante de taxa de uma reação química


na temperatura absoluta como:

Equação 1: Equação de Arrhenius na forma exponencial

Ou na forma logarítmica:

Equação 2: Equação de Arrhenius na forma logarítmica

Onde K é a constante de velocidade, A é o fator de frequência de colisão, Ea é a energia


de ativação por mol, R é a constante dos gases e T é a temperatura absoluta. Pela representação
gráfica dos valores de ln K em função de 1/T podem ser calculados a energia de ativação e o
fator de frequência de uma reação.

O experimento apresentado nesse relatório trás o estudo realizado em diferentes


temperaturas para a velocidade da reação de redução do persulfato de potássio (K2S2O8) pelo
íon iodeto (I-) em meio aquoso.
2 OBJETIVOS

• Determinar a dependência da constante de velocidade de uma reação química com a


temperatura aplicando a Lei de Arrhenius.

• Determinar a energia de ativação para a reação.

3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Materiais

• 12 Tubos de ensaio de 50 mL
• 1 Pipeta de 5 mL
• 2 Pipetas 10 mL
• Banho de gelo
• Banho-maria

3.2 Reagentes

• Solução de iodeo de potássio (KI) 0,5 mol/L


• Solução de persulfato de potássio (K2S2O8) 0,01 mol/L
• Solução de tiossulfato de sódio (Na2S2O3) 0,01 mol/L
• Solução de amido recém preparada

3.3 Procedimento Experimental.

1 – Identificou-se seis pares de tubos de ensaio como 1A, 1B até 6A e 6B;


2 – Aos seis tubos “A” Adicionou-se 10 mL de solução de iodeto de potássio e 5 mL da solução
de tiossulfato de sódio;
3 – Aos tubos “B” Adicionou-se 10 mL da solução de persulfato de potássio e 5 gotas da
solução de amido;
4 – Colocou-se os tubos 1A e 1B em banho de gelo até atingir temperatura de 10 ºC;
5 – Com a temperatura devidamente ajustada, verteu-se a solução do tubo A no tubo B,
acionando simultaneamente o cronômetro.
6 – A mistura reacional foi mantida em agitação até a mudança de cor, tomando o devido
cuidado em relação a temperatura. Anotou-se o tempo decorrido para mudança de cor;
7 – Repetiu-se o procedimento para os demais pares de tubos, nas temperaturas de 15, 20, 25,
30 e 35ºC, utilizando do banho de gelo ou banho maria para ajuste de temperatura quando necessário.

4 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS


O experimento foi realizado de acordo com as duas equações abaixo:
K2S208 + 2KI → 2K2SO4 + I2
2NaS2O3 + I2 → NaS4O6 + 2NaI

A mistura reacional contendo 10 mL de solução de iodeto de potássio 0,5 mol/L, 5 mL da


solução de tiossulfato de sódio 0,01 mol/L, 10 mL da solução de persulfato de potássio 0,01 mol/L e 5
gotas da solução de amido, desconsiderando o volume da solução de amido que não vou medido volume,
obtem-se concentrações iniciais de 0,004 mol/L de Persulfato de potássio e 0,002 mol/L de Tiosulfato
de sódio e numero de mol n de 0,0001 mol e 0,00005 mol.
Como o tiossulfato de sódio é reagente limitante, no ponto de viragem estima-se concentração
de perssulfato de 0,002 mol/L.
A partir das medições das concentrações inicial (C0 = 0,004 mol/L) e final (C = 0,002
mol/L) do perssulfato, e do tempo de reação para cada valor de temperatura, foram calculados
os valores de 1/T, k e ln(k). Para o cálculo de k foi utilizada a seguinte equação:

Tabela 1 - Resultados experimentais

Temperatura Tempo de
Tubos 1/T K’ (s-1) ln[K’]
(ºC) reação (s)
1 10 662 0,00325 4,176∙10-3 -5,478
2 15 418 0,0033 3,431∙10-3 -5,675
3 20 326 0,00336 2,988∙10-3 -5,813
4 25 232 0,00341 2,126∙10-3 -6,153
5 30 202 0,00347 1,658∙10 -3
-6,402
6 35 166 0,00353 1,047∙10 -3
-6,862
Fonte: Elaborado pelos autores

Os resultados experimentais demonstram aumento da velocidade da reação com


aumento da temperatura.
A Equação de Arrhenius, quando escrita da forma logarítimica, assume a forma de
uma equação de primeiro grau, sendo:

Portanto, com os valores obtidos para ln(k) e 1/T foi feita a regressão linear para
encontrar os coeficientes linear e angular para a equação da reta. Os valores obtidos foram:

Comparando a equação da Lei de Arrhenius com a equação obtida pela regressão linear
obteve-se os valores para A e também para energia de ativação (Ea).

O gráfico comparativo entre os dados experimentais e a equação da reta obtida está


representado na figura abaixo:

Figura 2: Gráfico ln [K] em relação a 1/T


5 CONCLUSÕES
Através dos dados obtidos no experimento utilizando a Lei de Arrhenius foi possível
verificar que a velocidade da reação tem relação direta com a temperatura, pois ao aumentar a
temperatura o tempo de reação diminuía. Foi possível calcular a energia de ativação através da
equação da Lei de Arrhenius e a equação obtida pela regressão linear.

6 BIBLIOGRAFIA

SCHMAL, Martin. Cinética e reatores: aplicação na engenharia química. Synergia,


ed. 1, São Paulo, 2010.

7 QUESTIONÁRIO

1. Por quê –𝑑[S2O82−]/𝑑 = k [S2O82−]×[I−] representa uma equação para uma reação
com cinética de segunda ordem, enquanto que –𝑑[S2O82−]𝑑t = 𝑘’[S2O82−]
representa uma cinética de pseudo primeira ordem?

Na equação –𝑑[S2O82−]/𝑑 = k [S2O82−]×[I−], com o [I−] sendo uma constante de ordem


0, a taxa de desaparecimento do S2O82− será a constante 𝑘’[S2O82−], obtendo assim
um gráfico linear.

2. Qual é a quantidade, em mol, de íons persulfato que reage durante o primeiro


intervalo de tempo cronometrado?

0,004
𝑛[I −] = 0,00325 . 𝑙𝑛 0,004176 =

𝑛[I −] =0,00325 . (0,04306) = 0,0001399 𝑚𝑜𝑙


3. Qual a dependência entre o tempo que a solução leva para se tornar azul e a
temperatura da experiência? Como são afetados os valores de 𝑘 e 𝐸 em relação
à esse tempo?

Quanto maior a temperatura do experimento menor foi o tempo que a solução levou
para mudar a cor. A constante de velocidade aumenta e a energia de ativação diminui
com o aumento da temperatura.

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