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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - UFMG

Departamento de Química- Instituto de Ciências Exatas (Icex)

Aluna: Gábia Nunes Teixeira

PRÁTICA N° 3

ADSORÇÃO

Relatório da disciplina de Cinética


Química do curso de Química
Tecnológica da UFMG.
Docente: João Paulo Ataíde Martins

Belo Horizonte

2022
1. Introdução

Sólidos e líquidos geralmente concentram, em suas superfícies, gases ou substâncias em solução,


e esse fenômeno e denominado adsorção. A relação entre a quantidade de substância adsorvida
por um adsorvente e a pressão do gás, ou a concentração da solução no equilíbrio, em uma dada
temperatura é denominada de isoterma de adsorção. As isotermas que apresentam forma
assintótica podem ser descritas por diferentes equações, sendo que uma delas é a de Freundlich,
cuja relação matemática é

𝑥/𝑚=𝑘𝑐1/𝑛

onde 𝑥/𝑚 é a massa da substância adsorvida por unidade de massa do adsorvente; 𝑐 é a


concentração, no equilíbrio, dessa substância na solução; 𝑘 e 𝑛 são constantes características do
adsorvente e do soluto em uma dada temperatura. Tomando o logaritmo dessa equação tem-se

ln𝑥/𝑚=lnK+1/𝑛lnc

e as constantes 𝑘 e 𝑛 podem ser calculadas através do gráfico ln 𝑥/𝑚 versus ln 𝑐.

2. Objetivo
Estudar a adsorção do ácido acético, existente em soluções aquosas, pelo carvão em função da
concentração do ácido na solução e determinar as constantes de adsorção da isoterma de
Freudlich

3. Materiais e Equipamentos
3.1. Reagentes
• Carvão Ativado
• Solução de Ácido Acético 0,4201 mol.L-1
• Solução de Hidróxido de sódio 0,1514 mol.L-1 e 0,0784 mol.L-1
• Indicador Ácido Base Fenolftaleína

3.2. Equipamentos e Vidrarias


• Erlenmeyers de 125 mL
• Rolha
• Bureta de 50 mL
• Pipeta graduada 10mL
• Funil
• Béquer
• Papel de filtro

4. Procedimentos

O procedimento mencionado abaixo permite a realização do experimento determinação dos


parâmetros da isoterma de Freündlich.

• Colocou-se, com auxílio de bureta e pipeta graduada, em seis erlenmeyers numerados e


contendo cada um 5 g de carvão ativado e pulverizado, os volumes de ácido acético e água
conforme a tabela 1.

Tabela 1 – Volumes de Ácido acético e Água para adicionar em cada erlenmeyer


Frasco Volume de ácido Volume de
acétco/mL água/mL

1 50,0 -

2 35,0 15,0

3 25,0 25,0

4 15,0 35,0

5 10,0 40,0

6 8,0 42,0

• Tampou-se com rolha os erlenmeyer e agitou-se cada mistura durante 5 a 8 minutos, tendo o
cuidado de mantê-las a temperatura ambiente, evitando aquecê-los com as mãos.
• Filtrou-se as soluções para erlenmeyers
• Retirou-se três alíquotas de 10 mL do filtrado do frasco de número 1 e 2 e titulou-se com
hidróxido de sódio 0,1514 mol/L usando a fenolftaleína como indicador.
• Retirou-se três alíquotas de 15mL dos filtrados do frasco 3 ao 6.
• Titulou-se as amostras 3 e 4 com solução de hidróxido de sódio 0,1514 mol/L e os frascos 5 e 6
com solução de hidróxido de sódio 0,0784 mol/L, para indicar o ponto de viragem utilizou-se o
indicador fenoftaleína.
• Registrou-se o volume gasto de hidróxido de sódio durante as titulações.

5. Apresentação de Resultados

• Após realizadas as titulações, os dados foram registrados na tabela 2.

Tabela 2 – Valores de volume de hidróxido de sódio gasto na titulação de alíquotas do


filtrado

Alíquota Média
Volume
do
Frasco Volume gasto de NaOH/mL consumido
filtrado de NaOH
titulada (mL)

1 10 26,5 26,8 24,1 25,8


2 10 15,9 15,8 15,1 15,6
3 15 17,2 17,3 17,4 17,2
4 15 6 5,9 * 5,95
5 15 0,8 0,9 * 0,85
6 15 0,7 0,6 0,6 0,63

* Para os frascos 4 e 5 foram retiradas somente duas alíquotas devido ao volume total do filtrado ser insuficiente para triplicata.

Sendo 60g/mol a massa molar de ácido acético (MM ácido acético) a concentração da solução de
ácido acético de 0,4201 mol/L e a concentração da solução de hidróxido de sódio de 0,1514 mol/L
utilizada para titulação dos frascos 1 á 4 e de 0,0784 mol/L para os frascos 5 e 6 torna-se possível
determinar a concentração inicial (Cinicial) e final (Cfinal) do ácido acético contido em cada erlenmeyer
a partir dos dados registrados.

A concentração inicial foi determinada a partir das expressões a seguir, utilizando os dados do frasco
1.
𝐶á𝑐𝑖𝑑𝑜 𝑎𝑐é𝑡𝑖𝑐𝑜 × 𝑉á𝑐𝑖𝑑𝑜 𝑎𝑐é𝑡𝑖𝑐𝑜
𝐶𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 =
𝑉𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜
0,4201 𝑚𝑜𝑙/𝐿 × 0,050 𝐿
𝐶𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 =
0,050 𝐿
𝐶𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = 0,4201 𝑚𝑜𝑙/𝐿

Com os dados de massa molar do ácido acético, determinou-se a concentração inicial da solução de
ácido acético do frasco de número 1. Para os frascos de 2 a 6 foram consideradas a mesma fórmula variando
somente o volume de ácido acético adicionado. Os dados foram registrados na tabela 3.

𝐶𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = 𝑛 𝑥 𝑀𝑀
mol
𝐶𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = 0,4201 × 60 g/mol = 25,206g/L
L

A concentração final de ácido acético foi determinada conforme as expressões abaixo utilizando os
dados do frasco 1.

𝐶𝑁𝑎𝑂𝐻 × 𝑉𝑁𝑎𝑂𝐻
𝐶𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 =
𝑉𝑎𝑙í𝑐𝑜𝑡𝑎
0,1514 𝑚𝑜𝑙/𝐿 × 0,02580
𝐶𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 =
0,010 𝐿
𝑚𝑜𝑙
𝐶𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = 0,39062
𝐿

Com os dados de massa molar do ácido acético, determinou-se a concentração final da solução de
ácido acético do frasco de número 1. Para os frascos de 2 a 6 foram consideradas a mesma fórmula variando
somente o volume de ácido acético adicionado. Os dados foram registrados na tabela 3.

𝐶𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = 𝑛 𝑥 𝑀𝑀
mol
𝐶𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = 0,39062 × 60 g/mol = 23,43672g/L
L

Para determinação da massa de substância adsorvida em carvão ativado (x/g), utilizou-se as


expressões abaixo, considerando 50mL de solução. Os dados são referentes ao frasco 1. Para os frascos
de 2 a 6 foram consideradas a mesma fórmula variando somente o volume de ácido acético adicionado. Os
dados foram registrados na tabela 3.

Cinicial - Cfinal = 25,206-23,43672 = 1,76928 g/L

1,76928 g ------ 1000 mL

X ------ 50 mL

X = 0,09 g

Para determinação da massa de substância adsorvida por unidade de massa do adsorvente (x/m)
utilizou-se as expressões abaixo, utilizando dados do frasco 1. Para os frascos de 2 a 6 foram consideradas
a mesma fórmula variando somente o volume de ácido acético adicionado. Os dados foram registrados na
tabela 3.

𝑋 0,09 𝑔
= = 0,02 g
𝑚 5𝑔

A partir dos dados encontrados determinou-se o logaritmo de x/m e o logaritmo da


concentração final para construção do gráfico. Estes dados estão registrados na tabela 3.

Tabela 3. Valores das concentrações iniciais, valores das concentrações finais e seu logarítimo,
massa da substância adsorvida em 50 mL de solução (x/g) e seu logaritmo, e massa de substância
adsorvida por unidade de massa do adsorvente (x/m) obtidos

Concentração de
ácido acético /
g/L ln
Frasco x/g x/m ln cfinal
(x/m)
Conc. Conc.
Inicial Final
1 25,21 23,44 0,09 0,02 -4,03 3,15
2 17,64 14,17 0,17 0,03 -3,36 2,65
3 12,60 10,42 0,11 0,02 -3,82 2,34
4 7,56 3,60 0,20 0,04 -3,22 1,28
5 5,04 0,27 0,24 0,05 -3,04 -1,32
6 4,03 0,20 0,19 0,04 -3,26 -1,62

A partir dos dados experimentais construísse a curva de adsorção, considerando a razão da massa de
ácido acético adsorvida por unidade de massa do adsorvente (x/m) e da concentração final do ácido
acético.

Para determinação das constante K e n, se fez necessário realizar a linearização do gráfico 1. Portanto, a
partir dos dados do gráfico 2. Ln(x/m) x Ln conc. final tem-se os cálculos abaixo:
Como mostra no gráfico, o coeficiente de correlação dos dados é 0,56, quando este
número se encontra mais distante de 1, maior será a dispersão dos pontos em relação a uma reta.
Portanto, isto indica que os dados obtidos não se ajustam a equação da isoterma de Freundlich,
não sendo possível determinar o valor de K. A constante n se relacionada com a força de ligação
entre adsorvente e adsorvato, sendo n entre os valores 2 e 10 a isoterma será favorável, fora desta
faixa a mesma não será favorecida, como podemos verificar no exemplo prático e com os cálculos
abaixo.
𝑥 1
ln (𝑚) = 𝑛x + ln 𝑘
1
= 0,56
𝑛
𝑛 = 1,78
ln 𝑘 = −3,30 𝑘 = 𝑖𝑛𝑑𝑒𝑡𝑒𝑟𝑚𝑖𝑛𝑎𝑑𝑜

6. Discussão de resultados

Conforme os dados apresentados é possível verificar a dispersão dos valores em relação a


reta e quanto mais dispersas estas se encontram conduz a suspeitar do tratamento prévio
do carvão ativado antes de ser utilizado, pois este poderia apresentar seus sítios ativos
preenchidos com outras substâncias o que poderia interferir na interação com o ácido
acético. A padronização dos procedimentos e escolha de equipamentos também são pontos
críticos, visto que cada grupo realizou a titulação para uma alíquota, o que irá afetar
diretamente nos resultados encontrados com erros como erro de paralaxe na aferição do
menisco, utilização de soluções titulante de concentração diferente, visualização do ponto
de viragem, utilização de equipamentos de precisão inadequada para titulação e
transferência de calor para o frasco no processo de homogeinização, o que poderá aumentar
a solubilidade do ácido ao meio.

7. Conclusão

Devido as possíveis variáveis durante o processo de preparação e determinação, verificou-


se que o teste se encontra inconclusivo, visto que o valores encontrados não apresentam
nenhum padrão conhecido para determinar se o carvão ativado é considerado adequado
para adsorção do ácido acético. No artigo “ADSORÇÃO DE ÁCIDO ACÉTICO EM CARVÃO
ATIVADO PARA O ENSINO DE ADSORÇÃO” da B. J. A. GONÇALVES and K. C. S.
FIGUEIREDO* da UFMG, é possível afirmar que o carvão ativado apresenta uma boa
correlação de dados em relação a adsorção do ácido acético, o que justifica e sustenta que
ocorreram erros durante a preparação do procedimento.
8. Referências Bibliográficas

B. J. A. GONÇALVES and K. C. S. FIGUEIREDO. Adsorção de ácido acético em carvão ativado


para o ensino de adsorção, Universidade Federal de Minas Gerais, UFMG. Disponível em:
<https://periodicos.ufv.br/jcec/article/download/11133/6394/52280>. Acesso: 04/07/22.

UFG. Instituito de Química. Adsorção. Disponível em:


<https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/56/o/FQEXP_adsorcao.pdf> Acesso: 04/07/22.

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