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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

FACULDADE DE FARMÁCIA, ODONTOLOGIA E ENFERMAGEM


DEPARTAMENTO DE FARMÁCIA
DISCIPLINA DE PRODUÇÃO DE MEDICAMENTOS E COSMÉTICOS

RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA


COMPRIMIDOS

Ana Carolina Viana de Oliveira Lima - 389346


Ellen Costa Gomes - 391292
Francisca Thalia Lourenço 385892
Ingrid Peixoto Furtado – 381978
Liviane Maria Alves Rabelo - 389357

Fortaleza, 2021
1. INTRODUÇÃO
Os comprimidos podem ser definidos como uma forma farmacêutica sólida contendo
princípios ativos e excipientes adequados. Podem ser obtidos por compressão da mistura de
pós, contendo fármaco e adjuvante. Além disso, os comprimidos podem variar em tamanho,
peso, dureza, espessura, características de desintegração, entre outros aspectos.

Na produção de comprimidos a utilização dos excipientes acontece para melhorar os


aspectos da formulação. Os excipientes podem ser definidos como substâncias incluídas em um
sistema de liberação de fármacos para auxiliar durante o processo de manufatura e/ou proteger
ou aumentar a estabilidade, biodisponibilidade e/ou aceitabilidade pelo paciente, ou aumentar
a segurança e efeito terapêutico da droga durante o estoque e uso (International
Pharmaceutical Excipients Council (IPEC)). Na etapa de desenvolvimento dos comprimidos, é
necessário que todos os excipientes tenham suas características conhecidas para a avaliação de
compatibilidade físico-química do mesmo com o princípio ativo, para assegurar que todos os
parâmetros sejam adequados. Um dos exemplos do uso de excipientes é a utilização de
deslizantes para correção do fluxo de pós.

Para utilização de pós e grânulos na produção de comprimidos é necessário que esse


material tenha o menor tamanho de partículas possíveis, para que tenha uma boa mistura. Além
disso, se tratando de fármacos lipofílicos o tamanho de partícula menor vai garantir uma área
de superfície que possibilita uma melhor dissolução do fármaco. Porém, durante a produção dos
comprimidos o tamanho dessa partícula deve ter um tamanho mínimo limite para que o fluxo
não seja interrompido devido ao aumento demasiado da área de superfície que pode favorecer
interações entre as moléculas, tornando o pó mais adesivo. Um método que pode ser utilizado
é aumentar temporariamente o tamanho de partícula para garantir um melhor deslizamento no
fluxo, que é o processo de granulação. Após isso, deve-se comprimir o comprimido e quando o
mesmo for utilizado ele precisa desagregar ou se desintegrar para ter o efeito desejado e para
isso, os excipientes utilizados precisam ser os corretos. Essa produção pode ser por meio da via
seca ou da via úmida, para fármacos que hidrolisam frente a água ou algum solvente a via mais
adequada seria a via seca, porém em muitos casos a via úmida é a mais eficiente.

As principais vantagens dos comprimidos são a facilidade na execução da preparação, o


baixo custo, melhor estabilidade físico-química, além da facilidade na administração, a precisão
na dosagem. E entre as desvantagens tem-se a impossibilidade de ajustar a dose no produto
final, a absorção menor quando comparados a soluções ou líquido, podem provocar irritação da
mucosa gástrica, entre outros.

2. OBJETIVOS
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1 MATERIAL
Álcool Desintegrador Pá
Amido Durômetro Proveta
Balança analítica Estufa PVP-K30
Bandeja Friabilômetro; Régua
Batedeira planetária Funil Suporte para
Béquer Misturador em V
3.2 MÉTODOS
3.2.1 Preparo da solução etanólica com Polivinilpirrolidona (PVP)
Para a preparação da solução à 5%, é necessário pesar 5g de PVP em 500 mL de
etanol. A PVP tem uma boa solubilização em etanol, porém para evitar a
formação de grumos é importante que o mesmo seja colocado aos poucos no
solvente e misturado com um auxílio de um misturador ou bastão de vidro até a
formação de uma solução amarelada e transparente.
3.2.2 Preparo da Massa
A preparação da massa ocorre com o auxílio de uma batedeira planetária, onde
nela se coloca inicialmente a quantidade de 450 g de Amido pesado. Em seguida,
coloca-se uma pequena quantidade da solução etanólica com a PVP e aguarda o
tempo de agitação da batedeira, sendo que em alguns momentos, deve-se parar
a máquina e misturar o pó com uma espátula para retirar o pó preso na parede
do frasco
3.2.3 Granulação
A mistura obtida anteriormente formará uma espécie de massa que vai
sendo adicionada aos poucos no granulador oscilatório, passa por esta máquina
e cai em uma bandeja. É importante ressaltar que se deve parar a atividade do
granulador em alguns momentos para movimentar o pó, porque ele pode aderir
no granulador.
Após o início do processo, adicionou-se mais solução etanólica com
polivinilpirrolidona no pó para melhorar o processo de granulação.
3.2.4 Secagem
O granulado é colocado para secagem na bandeja e, de tempos em
tempos, deve-se misturar esse granulado para melhorar o processo de secagem.
3.2.5 Tamisação
A tamisação é utilizada para uniformizar e classificar o grânulo de acordo
com o seu tamanho. Após a secagem, coloca-se os grânulos em tamis com
abertura de tamanho previamente definido, de forma que os grânulos mais finos
caiam na bandeja.

3.2.6 Adição dos Adjuvantes


O granulado já tamisado, é pesado e em seguida é pesado e adicionado
2% de deslizante (dióxido de silício coloidal) e 1% de lubrificante (estearato de
magnésio).
3.2.7 Mistura dos pós
O misturador em V opera por tamboramento, em que cada processo de
queda do pó, é realizado o processo de mistura. Equipamento interessante
devido a sua característica de escalonabilidade. Muito importante conhecer as
propriedades de densidade, de fluxo, de granulometria para escolher o melhor
misturados para determinada formulação.
3.2.8 Ângulo de Repouso
Primeiramente deve-se verter a mistura em um funil observando o seu
fluxo. Ao término do escoamento, deve-se medir o diâmetro e a altura da
pirâmide formada para posterior cálculo de ângulo de repouso.
3.3 PRODUÇÃO DOS COMPRIMIDOS
3.3.1 Compressão
Máquina de compressão: o pó preenche as matrizes, porção inferior
contra a porção superior, consolidação, e por fim ejeção do comprimido. Caso a
ejeção aconteça em uma velocidade muito alta, se ele for muito friável, pode
quebrar.
a) Deve-se atentar ao nível de granulado que há no funil.
b) Para compressão direta, tem-se o encurtamento de várias etapas,
mas para que funcione da maneira adequada, o pó deve fluir muito
bem. Um princípio ativo muito hidrofóbico pode ser uma limitação
para essa técnica.
c) Atentar-se às características físicas do comprimido como coloração,
se há ou não porosidades, quanto a uniformidade da apresentação a
olho nu.
d) Durante o processo de secagem, podem haver solventes e com isso
podem haver problemas com a aparência e integridade do
comprimido, bem como interferir na uniformidade da dose.
e) A avaliação das características como dureza, friabilidade, deve ser
feita durante a produção do lote algumas vezes para verificar a
homogeneidade do processo.
3.3.2 Caracterização do peso
Deve-se pesar individualmente 20 comprimidos para determinação do
peso médio. A fim de verificar uniformidade de dose e homogeneidade do
processo.
3.3.3 Dureza
A dureza é verificada utilizando-se o aparelho durômetro para medir a
resistência dos comprimidos. Utiliza-se uma amostra de 10 comprimidos.
3.3.4 Friabilidade
Utiliza-se o friabilômetro. Para comprimidos com peso médio menor ou
igual a 600 mg são utilizados 20 comprimidos, pesá-los, colocá-los no aparelho a
25 rotações por minuto (serão 4 minutos, totalizando 100 rotações), ao final
remover os pós e comprimidos e inspecionar. Não pode-se admitir perda maior
que 1,5% do peso, nem que eles estejam quebrados, lascados ou partidos.
O teste tem o objetivo de proporcionar aos comprimidos, situações às
quais eles serão expostos, como transporte, armazenamento.

3.3.5 Desintegração
Utiliza-se o desintegrador e 6 comprimidos, em cada uma das cestas
coloca-se um comprimido, este ficará alternando movimento de imersão no
líquido e retirada dele, a 37°. Ao final do processo os comprimidos devem
desintegrar e para comprimidos não revestidos, esse tempo deve ser de 30
minutos. Liga-se a circulação de ar para aquecimento, ao iniciar o teste.
Primeiro deve-se desintegrar em partículas menores e a partir daí faz-se
o teste de dissolução que simulará o ácido estomacal. Quando ocorre a
desintegração total dos comprimidos deve-se parar a contagem do aparelho. A
temperatura e tempo de desintegração tem por base os dados da Farmacopeia,
que designa como 30 minutos para comprimidos não revestidos.
4. RESULTADOS
4.1 Ângulo de Repouso
Diâmetro: 15cm.
Altura: 1,7cm
tan α = h/R
tan α = 1,7/7,5
tan α = 0,22
α = 13°

4.2 Caracterização do Peso


A caracterização do peso de seu com a pesagem individual de cada
comprimido e o cálculo do peso médio.
Sequência Peso (g) Sequência Peso (g) Sequência Peso (g) Sequência Peso (g)
1 0,5958 6 0,6141 11 0,6003 16 0,6184
2 0,5953 7 0,6122 12 0,6033 17 0,6139
3 0,6001 8 0,5948 13 0,6146 18 0,6195
4 0,5782 9 0,5992 14 0,6088 19 0,5888
5 0,609 10 0,6037 15 0,6002 20 0,6237
Peso médio 0,604695 g

4.3 Dureza
A dureza foi obtida após o ensaio ocorrido com 10 comprimidos, com
dureza média de 10,45 KgF

Sequência (KgF) Sequência (KgF)


1 9,9 6 10,3
2 10,5 7 10,3
3 11,3 8 10,8
4 10,7 9 10,4
5 9,5 10 10,8

4.4 Friabilidade
Ao final do teste, nenhum pode estar quebrado, lascado ou partido e a
variação de peso deve ser inferior a 1,5%

Peso de 20 comprimidos 12,0806 g  100%


inicial (g) 12,0806 12,0572 g  x
X = 99,80%
final (g) 12,0572

A perda foi de 0,19%. Conclui-se que está dentro dos parâmetros.


4.5 Desintegração
A temperatura e tempo de desintegração tem por base os dados da
Farmacopeia, que designa como 30 minutos para comprimidos não revestidos.
O tempo de desintegração total foi de 2 minutos

5. CONCLUSÃO
A partir dos resultados obtidos, é possível compreender a comprovação das boas
características físico-químicas do produto preparado, considerando a formulação placebo
de Amido pode ser utilizada como um veículo para princípios ativos na formulação de
comprimidos via oral. Pode-se também verificar o teor do ativo e a possibilidade de
revestimento a fim de avaliar as propriedades dessa formulação em potencial

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