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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS - UFAL

INSTITUTO DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS - ICF


DISCIPLINA: ANÁLISES FARMACÊUTICAS

Amanda Dantas
Amanda Tenório
Idalina Vitória
Jaciane Celestino
Kamily Ferreira

AULA PRÁTICA DE ANÁLISES FARMACÊUTICAS


TESTE DE DISSOLUÇÃO

MACEIÓ
AGOSTO 2023
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS - UFAL
INSTITUTO DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS - ICF
DISCIPLINA FARMACOTÉCNICA 1

Amanda Dantas
Amanda Tenório
Idalina Vitória
Jaciane Celestino
Kamily Ferreira

AULA PRÁTICA DE ANÁLISES FARMACÊUTICAS


TESTE DE DISSOLUÇÃO

Relatório desenvolvido como requisito para a


aprovação na disciplina FARM058 – Análises
Farmacêuticas do curso de graduação em
Farmácia, da Universidade Federal de
Alagoas.

Orientador: Prof. Dr. Ticiano Gomes do


Nascimento

MACEIÓ
AGOSTO 2023
SUMÁRIO

Introdução ……..…..……..……..……..……..……..……..…..……..……..……..……...4
Objetivo ……..……..……..……..……..……..……..……..……..……..……..…….…….6
Materiais e métodos …..……..……..……..……..……..……..…..……..……..……..…7
Resultado e discussão …..……..……..……..……..……..……..…..……..……………9
Conclusão …..……..……..……..……..……..……..…..……..……..……..……..……..11
Referências …..……..……..……..……..……..……..…..……..……..……..……..……12
INTRODUÇÃO

Dissolução se refere ao processo pelo qual o fármaco é liberado de sua forma


farmacêutica e se torna disponível para ser absorvido pelo organismo. O ensaio de
dissolução é um teste físico, no qual o fármaco passa para a forma solúvel a partir
da forma farmacêutica intacta ou de seus fragmentos e partículas formadas durante
o teste (Chowdary et al., 1987).
Formas farmacêuticas sólidas devem passar por um processo de dissolução
nos líquidos biológicos, em exemplo do trato gastrointestinal, para que os fármacos
possam ser absorvidos e passem para a circulação sistêmica. Durante muitos anos
foi-se utilizado o teste de desintegração, o primeiro teste in vitro utilizado
amplamente pela indústria farmacêutica, devido ao baixo custo, rapidez e facilidade
de execução (Khan et al., 1996). Com o passar do tempo, foi verificado que apenas
esse teste não era adequado, uma vez que o comprimido pode ser rapidamente
fragmentado em partículas menores que, por sua vez, podem não liberar o fármaco
totalmente ou na velocidade adequada para estar disponível na circulação e realizar
seu efeito (Poole et al., 1969). O teste de dissolução se mostrou uma eficaz maneira
de garantir a efetividade clínica descrita na posologia, sendo um importante teste
para garantir o controle de qualidade de medicamentos.
Nos primeiros estágios de desenvolvimento farmacotécnico são úteis para
identificar variáveis críticas na produção, escolher diferentes excipientes, otimiza-los
e fazer variações de risco em casos de formas de liberação controlada. Durante as
etapas de produção são necessários para a garantia da padronização lote-a-lote e
em testes de estabilidade. Também são úteis para avaliar impactos de que certas
mudanças, como a troca de equipamento ou local de fabricação, podem ter sobre o
produto (Marcolongo, 2003).
Também são utilizados testes de dissolução em ensaios de equivalência
farmacêutica, no intuito de equiparar a qualidade de medicamentos similares e
genéricos com relação ao medicamento de referência (Floriano et al., 2022). Quando
se comprove que todas as dosagens de determinado produto apresentam perfis de
dissolução semelhantes, e existe um estudo de bioequivalência que a comprova em
relação a um produto de referência para uma das dosagens, geralmente a mais alta,
as demais também podem ser registradas sem que haja a realização de estudos in
vivo. (Marcolongo, 2003).
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Segundo a Farmacopéia Brasileira, o teste de dissolução possibilita
determinar a quantidade de substância ativa dissolvida no meio de dissolução
quando o produto é submetido à ação de aparelhagem específica, sob condições
experimentais descritas. O resultado é expresso em porcentagem da quantidade
declarada no rótulo. Esse teste é usado para demonstrar se o produto atende às
exigências constantes na monografia do medicamento em comprimidos; cápsulas e
outros casos em que o teste seja requerido.

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OBJETIVOS

Geral: Promover a compreensão do teste e aplicar princípios teóricos fundamentais


da dissolução de comprimidos em um solvente.

Específicos:

1. Técnicas de preparação: Aprender as técnicas adequadas de preparação de


soluções, incluindo medição precisa dos medicamentos, escolha de solventes
apropriados e agitação.
2. Análise da cinética de dissolução: Realizar experimentos para determinar a
velocidade de dissolução de diferentes medicamentos e como isso pode
afetar a absorção no corpo.
3. Uso de equipamentos de laboratório: Familiarizar-se com os equipamentos de
laboratório, como espectrofotômetros, para medir a concentração de
substâncias em solução.
4. Interpretação de resultados: Analisar e interpretar os resultados dos
experimentos, relacionando-os com a eficácia e biodisponibilidade dos
medicamentos.
5. Boas práticas de laboratório: Adotar práticas seguras e éticas de laboratório,
incluindo o descarte adequado de resíduos químicos.
6. Aplicação prática: Compreender como os princípios da dissolução de
medicamentos se relacionam com a formulação de medicamentos e seu uso
clínico.

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MATERIAIS E MÉTODOS

● Dissolutor de comprimidos
● Solução Tampão de fosfato
● Solvente: Acetona
● Cristais (Obtidos na aula prática anterior)
● Seis comprimidos de Ibuprofeno (Marca = Ibupril)
● Vidro de relógio
● Pinça
● Balança analítica
● Papel manteiga
● Pipetas monocanal (10-1000µl)
● Pipeta de Pasteur
● Espectrofotômetro
● Balão volumétrico (10mL)
● Bastão de vidro
● Béquer
● Espátulas
● Fita de indicador de pH
● Frasco de medicamento
● Estante

Aparelhagem para o teste:


- Recipientes abertos de forma cilíndrica e fundo hemisférico (cubas), feitos de
vidro boro silicato plástico ou outro material transparente e inerte, aos quais
pode ser adaptada tampa de material inerte com aberturas adequadas para o
agitador, coleta de amostras e inserção de termômetro. Cada cuba foi
preenchida com solução tampão de fosfato até os 900 ml.
- O aparelho também possui hastes de aço inoxidável para promover agitação
do meio, que para o teste de dissolução, usou-se pás.
- Há um motor que possibilita ajustar a velocidade de rotação da haste àquela
especificada na monografia individual, mantendo-a nos limites de +- 4% É
importante evidenciar que a rotação não deve produzir efeitos indesejáveis na
hidrodinâmica do sistema.
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Inicialmente, foram feitos os cálculos para diluição da solução tampão de fosfato pH
7,2 utilizada para preencher as cubas do dissolutor. Feito isso, retiraram-se os
comprimidos da embalagem e, com uso da balança analítica, houve a pesagem
individual de cada um, logo após, foram isolados com papel alumínio para evitar a
absorção de líquidos. Simultaneamente, o dissolutor foi ativado com o intuito de
todas as seis cubas, 900 ml de tampão fosfato pH 7,2, atingirem a temperatura de
37°C. Logo após, preparou-se a solução utilizada na curva de calibração com os
cristais de ibuprofeno da prática anterior, Com isso, retirou-se alíquota do meio de
dissolução e diluiu-se com tampão fosfato pH 7,2, até concentração obter a
adequada. Mediu-se as absorvâncias das soluções em 221 nm (5.2.14), utilizando o
mesmo solvente para ajuste do zero. Calculou-se a quantidade de C13H18O2
dissolvida no meio, comparando as leituras obtidas com a da solução de ibuprofeno
SQR na concentração de 0,002% (p/v), preparada no mesmo solvente. É importante
evidenciar que o espectrofotômetro UV-Vis foi utilizado para medir a concentração
de ibuprofeno na solução em diferentes intervalos de tempo. Logo, criou-se um
gráfico da concentração de ibuprofeno dissolvido em função do tempo para
possibilitar a análise da taxa de dissolução e também viabilizar, de certo modo, a
comparação de resultados com os teste realizados na aula prática anterior apenas
com a acetona sendo utilizada como solvente e, nesta, com o tampão de fosfato
adicionado.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para determinar o perfil de dissolução do ibuprofeno aplicou-se uma metodologia


analítica baseada na 6º Edição da Farmacopéia Brasileira para obtenção da curva
de calibração no meio tampão fosfato pH 7,2. O resultado é apresentado na Figura
1, planilha com os resultados obtidos e Figura 2, Curva de Calibração dos
Comprimidos de Ibupril 600 mg.

Figura 1: Planilha com os resultados para a Curva de Calibração de Ibuprofeno.

Figura 2: Curva de calibração de Ibuprofeno em meio tampão fosfato pH 7,2.

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As normas e orientações para realização do teste de equivalência
farmacêutica e perfil de dissolução comparativo estão contidas na Farmacopeia e na
RDC nº 31 de 2010, que esclarecem conceitos e estabelecem critérios relativos aos
ensaios supracitados (BRASIL, 2010). Desse modo, executar ensaios
físico-químicos e microbiológicos é de suma importância, a fim de avaliar a
qualidade do medicamento e comprovar sua intercambialidade. No presente estudo
foram executados ensaios de qualidade para comprimidos de ibuprofeno 600 mg, de
acordo com especificações estabelecidas pela Farmacopéia Brasileira 6ª ed. e a
RDC 31/2010 (BRASIL, 2010; 2019).
Na determinação do teste de desintegração dos comprimidos de ibuprofeno
600 mg da marca Ibupril e lote L58368996 , observou-se que todos os comprimidos
estavam completamente desintegrados antes de 30 minutos, que é o tempo máximo
determinado pela Farmacopeia Brasileira 6ª edição. A desintegração de
comprimidos é um fator que interfere diretamente na dissolução e consequente
absorção, afetando diretamente a biodisponibilidade e a ação terapêutica do
fármaco. Dessa maneira, para que o princípio ativo permaneça disponível para ser
absorvido e exerça a sua ação farmacológica, é necessário que aconteça a
desintegração do comprimido em pequenas partículas, aumentando-se a superfície
de contato com o meio de dissolução, beneficiando, então, a biodisponibilidade e a
absorção do fármaco no organismo (PINHO; STORPIRTIS, 2001).
Segundo a Farmacopeia Brasileira (2019), a tolerância mínima para o teste
de dissolução é 60% (Q) da quantidade declarada dissolvida. Para ser aprovado nas
especificações, no estágio 1 (E1), os resultados devem ser Q+5%, nesse caso, pelo
menos 65% da quantidade declarada dissolvida em cada cuba no tempo de 30
minutos. Todos os comprimidos analisados estavam de acordo com a especificação.

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CONCLUSÃO

A análise farmacêutica da dissolução do ibuprofeno mostrou sobre a


qualidade e desempenho deste medicamento. Com base nos resultados obtidos,
podemos concluir que o ibuprofeno demonstrou uma taxa de dissolução adequada e
consistente, atendendo aos padrões estabelecidos pela Farmacopeia Brasileira. Isso
sugere que o produto farmacêutico em questão é altamente biodisponível, o que é
fundamental para sua eficácia terapêutica.

Por fim, a aplicação das boas práticas de laboratório durante todo o processo
reforça a confiabilidade dos resultados obtidos, bem como a segurança e ética no
ambiente de pesquisa farmacêutica.

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REFERÊNCIAS

Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Farmacopeia Brasileira, 6ª ed., 2023.


Agência Nacional de Vigilância Sanitária, RDC nº 298, de 12 de agosto de 2019.

CHOWDARY, K.P.R.; RAJYALAKSHMI, Y. Dissolution rate in modern pharmacy. Est


Pharm. New Delhi v.30, n. 350, p.51-54, 1987.

FLORIANO, T. S.; OLIVEIRA, Y. S. de; OLIVEIRA, C. L. C. G. de. Equivalência


Farmacêutica e Perfil de Dissolução de Comprimidos de Ibuprofeno Comercializados
em Fortaleza. Ensaios e Ciência C Biológicas Agrárias e da Saúde, [S. l.], v. 26,
n. 3, p. 299–307, 2022. DOI: 10.17921/1415-6938.2022v26n3p299-307. Disponível
em: https://ensaioseciencia.pgsscogna.com.br/ensaioeciencia/article/view/9717.
Acesso em: 3 set. 2023.

KHAN, K.A.; RHODES, C, C.T. Effect of compaction pressure on the dissolution


efficiency some direct compression systems. Pharm. Acta Helv., Zurich, v.47, p.594
- 607, 1972.

MARCOLONGO, RAQUEL. Dissolução de medicamentos: fundamentos,


aplicações, aspectos regulatórios e perspectivas na área farmacêutica. Tese
(Programa de Pós-Graduação em Fármaco e Medicamentos) – Faculdade de
Ciências Farmacêuticas, Universidade de São Paulo. São Paulo. 2003.

POOLE, J.W. Some experience in the evaluation of formulation variables on drug


availabily. Drug Inf. Bull., Washington, v.3, p.8-16, 1969.

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