O documento discute a diluição geométrica de pós para facilitar a pesagem de fármacos com baixa dose. Ele explica que a proporção de diluição depende da dose do fármaco, listando exemplos de fármacos e suas proporções de diluição. Também descreve os procedimentos e cálculos para realizar a diluição geométrica, incluindo a escolha do diluente, garantia da qualidade, rotulagem e armazenamento dos diluídos.
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Título original
Aspectos farmacotecnicos empregados em diluicao geometrica e homogeneizacao de pos
O documento discute a diluição geométrica de pós para facilitar a pesagem de fármacos com baixa dose. Ele explica que a proporção de diluição depende da dose do fármaco, listando exemplos de fármacos e suas proporções de diluição. Também descreve os procedimentos e cálculos para realizar a diluição geométrica, incluindo a escolha do diluente, garantia da qualidade, rotulagem e armazenamento dos diluídos.
O documento discute a diluição geométrica de pós para facilitar a pesagem de fármacos com baixa dose. Ele explica que a proporção de diluição depende da dose do fármaco, listando exemplos de fármacos e suas proporções de diluição. Também descreve os procedimentos e cálculos para realizar a diluição geométrica, incluindo a escolha do diluente, garantia da qualidade, rotulagem e armazenamento dos diluídos.
Aspectos farmacotécnicos empregados em diluição geométrica e
homogeneização de pós
A diluição geométrica é um método utilizado para assegurar que pequenas
quantidades de pós estejam distribuídas uniformemente em uma mistura. É empregada com o objetivo de facilitar e aumentar a segurança e a precisão da pesagem de fármacos com baixa dose e difíceis de pesar com exatidão.
A faixa de dose do fármaco a ser empregada na preparação é que definirá a
proporção adequada para sua diluição geométrica:
• Até 0,1mg, recomenda-se a diluição 1:1000. Aplica-se fator de correção
1000; • De 0,1mg a 1mg, recomenda-se a diluição 1:100. Aplica-se fator de correção 100; • De 1 a 10mg, recomenda-se a diluição 1:10. Aplica-se fator de correção 10.
Exemplos de fármacos que podem ser diluídos antes do processo de
É importante ter um procedimento operacional para a manipulação de diluição
geométrica, contemplando informações:
• Lista de insumos que serão diluídos e suas devidas proporções;
• Procedimento da diluição geométrica; • Excipiente/diluente que será utilizado (escolha e padronização); • Prazo de validade definido do uso, dentro do laboratório, desses diluídos; • Monitoramento da retirada, de dentro do laboratório, dos diluídos perto do vencimento; • Processo de entrada no sistema do diluído (ordem de produção); • Rastreabilidade (lote do ativo e dos diluentes); • Controle de qualidade (estoque mínimo); • Dupla checagem do farmacêutico (insumos controlados, antibióticos, citostáticos e hormônios – Anexo III da RDC nº 67/07); • Identificação com alerta e armazenamento dos diluídos e dos insumos puros: Concentrado: “Atenção! Esta substância somente deve ser utilizada quando diluída”; Diluído: “Substância Diluída”, nome da substância + fator de diluição.
2ª) Garantia da qualidade
Para o processo de diluição geométrica, devem ser considerados os seguintes
pontos.
• Tamisação de pós: para a obtenção de uma boa mistura, é recomendável
sempre utilizar o processo de tamisação, com a finalidade de obter pós cujas partículas tenham um tamanho médio aproximado • Armazenamento do diluído: em local distinto, preferencialmente sob guarda do farmacêutico, com especificações de cuidados especiais para armazenamento; • Rotulagem: o farmacêutico deve estabelecer critérios de segurança na rotulagem para que não ocorram erros de utilização da matéria-prima pura e da matéria-prima diluída; • Quantidade: recomendável manipular diluídos em pequenas quantidades, de preferência que sejam utilizadas num prazo de até 30 dias, principalmente para garantir a qualidade da homogeneização e evitar o desperdício; • Treinar funcionários envolvidos, de acordo com o procedimento operacional padrão. Importante ter registro desses treinamentos.
3ª) Escolha do excipiente-diluente
Um dos fatores que deve ser considerado na diluição geométrica e na escolha
do diluente é a possibilidade da segregação dos pós, que pode interferir na uniformidade de conteúdo da mistura. A segregação ocorre em misturas nas quais as partículas se diferenciam quanto ao tamanho, à forma e à densidade. O diluente e o diluído devem ser constituídos de partículas esféricas monodispersas.
Ao escolher o excipiente/diluente para determinada diluição, o farmacêutico
deverá.
• Levar em consideração as características físico-químicas do fármaco
envolvido; • Verificar se o insumo é higroscópico e requer um excipiente especial (dióxido de silício coloidal 0,05% a 0,1%); • Verificar se o fármaco a ser diluído é compatível com o diluente escolhido; • Verificar se a granulometria e a densidade do diluente escolhido é compatível com a granulometria e a densidade do fármaco a ser diluído (pós mais pesados sedimentam com o decorrer do tempo); • Exemplos de diluentes: lactose, celulose microcristalina, amido, amido pré-gelatinizado, fosfato de cálcio dibásico, etc.
4ª) Cálculos empregados
Diluição 1:10
Quantidade desejada da diluição (exemplo): 30g.
Através da regra de três, descobre-se a quantidade a ser pesada para 30g de diluído. 1g (ativo)-----------------------------------10g (diluído) X gramas de ativo-----------------------30g (diluído) X= 3g de ativo para 30g de diluído (3g de ativo + 27g de diluente). Quantidade de ativo a ser pesado: 3g. Quantidade total de excipiente inerte a ser utilizado: 27g.
Diluição 1:100
Quantidade desejada da diluição (exemplo): 30g.
Através da regra de três, descubro a quantidade a ser pesada para 30g de diluído. 1g (ativo)---------------------------------100g (diluído) X gramas de ativo-----------------------30g (diluído) X= 0,3g de ativo para 30g de diluído (0,3g de ativo + 29,7g de diluente). Quantidade de ativo a ser pesado: 0,3g. Quantidade total de excipiente inerte a ser utilizado: 29,7g.
Diluição 1:1000
Quantidade desejada da diluição (exemplo): 30g.
Através da regra de três, descubro a quantidade a ser pesada para 30g de diluído. 1g (ativo)-------------------------------1000g (diluído) X gramas de ativo-----------------------30g (diluído) X= 0,03g de ativo para 30g de diluído (0,03g de ativo + 29,97g de diluente). Quantidade de ativo a ser pesado: 0,03g. Quantidade total de excipiente inerte a ser utilizado: 29,97g.
5ª) Modo de preparo - Diluição geométrica volume/volume
1. Pese todos os componentes da diluição;
2. Coloque o componente presente em menor quantidade no gral, no caso o ativo; 3. Selecione o componente presente em maior quantidade (excipiente inerte) e coloque no gral uma quantidade aproximadamente igual ao volume de pó do primeiro componente; 4. Triture bem os pós até obter uma mistura uniforme; 5. Adicione um volume de pó do segundo componente (excipiente inerte) igual ao volume de pó da mistura presente no gral e triture bem; 6. Continue adicionando pó no gral desse modo, até que todo o excipiente inerte seja adicionado.
Referências
Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução
nº 67, de 8 de outubro de 2007. Dispõe sobre Boas Práticas de Manipulação de Preparações Magistrais e Oficinais para Uso Humano em Farmácias.
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Formulário Nacional da Farmacopeia Brasileira 2ª edição – Revisão 2, 2012. Acesso em: agosto/2020.
Ferreira, A.O.; Brandão, M.A.F e Polonini, H.C. Guia Prático da Farmácia
Magistral, 5ª edição. Juiz de Fora: Editar, 2018.
Thompson, J. E.; Davidow, L. W. A Prática Farmacêutica na Manipulação de
Medicamentos, 3ª edição. Porto Alegre: Artemed, 2013. Remington. The Science and Practice of Pharmacy, 20ª edição. Editora Lippincot Williams & Wilkins, 2000.