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T E O R I A DO S VE C T O R E S DE S L IZ A N T E S
NOTA PRÉVIA - A teoria dos vectores deslizantes está sempre, implícita ou explicitamente em
causa, quando se estuda o equilíbrio de um sistema de corpos, quer estes estejam em repouso,
quer em movimento. A sua importância é tal que certos autores designam este capítulo por
estática abstracta, querendo significar que embora se trate de vectores, os conceitos nele
introduzidos são imediatamente aplicados em Estática, quando se lida com forças. O
Capitulo seguinte, com que se inicia o estudo da Estática e se aprende a determinar as reacções
devidas às ligações e o tipo de solicitação que se opera num dado ponto do sistema, ilustrará bem
a importância dos conceitos agora apresentados. Mais tarde, na Cinemática e na Dinâmica se
fará uma aplicação intensa dos assuntos aqui tratados. O aluno é assim esclarecido
sobre a importância deste capítulo, que deve tratar c o m o m a i o r c u i d a d o .
1 - M O M E N T O DE UM VECTOR DESLIZANTE R E L A T I V A M E N T E A U M P O N T O
1.1 DEFINIÇÃO
⃗ ⎯
⃗ (1)
momento do vector no pólo 0 será pois o produto vectorial do vector posição de um ponto
Ai qualquer do seu suporte pelo vector . Na realidade consideremos em vez de Ai out ro
pont o A’i’ sobre o mesmo suporte. Teremos então:
⎯ ⎯ ⎯⎯ ⎯
′ ⃗ + ′ ⃗ ⃗ (2)
⎯
pois, para este caso, 0pois ′
‖ . Confirma-se assim que o momento de um vector
não se altera quando este translada ao longo do seu suporte; desta propriedade resulta a
designação de vectores deslizantes.
O momento será pois um vector perpendicular ao plano formado pelo suporte do vector e
⎯
pelo pólo 0, cujo sentido e tal que ; ⃗ ⃗ (por esta ordem) formam um triedro directo. O
| | | || | ℎ sen θ= v i h i (3)
isto é, pelo produto do modulo do vector |v i | pela distância h i do pólo ao seu suporte.
Esta quantidade hi é designada por braço do momento e corresponde à distância mínima entre
a recta de suporte do vector e o pólo.
O momento é uma grandeza diferente da dos vectores que lhe deram origem: a sua
unidade será a dos vectores iniciais multiplicada por um comprimento. Assim, se o
sistema de vectores for const it uí do por forças - equaçã o d e dim ensõ es [M LT - 2 ] e cuja
uni dade é o Newt on - , os seus momentos terão por equação de dimensões [ML2T-2] e por
unidade Newton x metro.
A n e c e ss i d a d e d a e x i s t ê n ci a d e s t a g r a n d e z a é s e nt i d a n o d i a a d i a d e t o d o s
n ó s . Efectivamente na grande maioria dos casos o ponto em que é aplicada a força e a
sua direcção são determinantes para a obtenção dos efeitos procurados. Não basta
aplicar uma força é necessário saber aplicá-la!
Vejamos um caso muito simples, o de um pé de cabra, alavanca muito utilizada por quem
movimenta cargas, constituído por uma barra de ferro, em geral cilíndrica, com a forma
mostrada na figura 2. Vamos supor que a barra contacta com o solo no ponto O.
(a) (b)
Vejamos agora outro exemplo, o de uma barra OC articulada por uma rótula esférica de centro 0.
Este tipo de ligação permite uma rotação em torno de 0, segundo uma direcção qualquer no
espaço, dentro de um cone que é delimitado pelas suas possibilidades construtivas. Vamos admitir
que a ferrugem colou as duas superfícies, macho e fêmea, da rótula, e que para a fazer mover
aplicamos simultaneamente:
*⃗, tenderá a fazer a rótula rodar em torno de OY; o momento tem o sentido positivo do eixo dos
yy e por valor , *, ℎ, . Do mesmo modo a força *⃗- obrigará a rótula a rodar em torno do eixo
OX; o momento - *- ℎ- .
A soma dos dois momentos será ⃗, + ⃗- ⃗. Se o valor de ⃗ for suficiente, a rótula desloca-se
com uma rotação em torno de um eixo com a direcção de ⃗ . A observação de muitos factos
análogos a estes dois levou os físicos a modelar matematicamente o momento de uma força
relativamente a um ponto por um produto vectorial, tal como já vimos.
Designa-se por eixo uma recta orientada, isto é, uma recta em que se consideram os dois sentidos,
o positivo e o negativo. O sentido positivo é o arbitrado para o respectivo versor que define o eixo.
Seja então .⃗ o versor definidor do eixo e um vector deslizante, que tem para suporte outra recta
qualquer. Seja um ponto arbitrário do vector e O representa um ponto qualquer do eixo. Por
definição o momento de relativamente ao eixo é dado por;
⃗ . .⃗ ⎯
⃗ . .⃗ (5)
Trata-se de uma quantidade escalar, algébrica. É a projecção sobre o eixo do momento do vector
relativamente a um ponto qualquer desse eixo. A grandeza obtida é efectivamente independente
do ponto escolhido sobre o eixo. Para o demonstrar vejamos o que se passa quando se considera
outro ponto O’ sobre o eixo.
⃗ ′ . .⃗ ⎯ ⎯ ⎯
′ ⃗ . .⃗ ′ + ⃗ . .⃗
⎯ ⎯
′ ⃗ . .⃗ + ⃗ . .⃗
⎯ ⃗ . .⃗12 ⎯
⃗ . .⃗ ′ ⃗ . .⃗ 0 (6)
Vemos assim que se o vector e o eixo são concorrentes o momento do vector relativamente ao
eixo será nulo.
1.4 – SIGNIFICADO FÍSICO DO MOMENTO AXIAL
O momento de uma força relativamente a um eixo traduz a capacidade criada por essa força
para fazer rodar o corpo em torno desse eixo. Analisemos, por exemplo, a abertura de uma porta,
como se representa na Figura 5.
Aplique-se no puxador, ponto D, uma força *⃗, , perpendicular ao plano da porta. Seja E o ponto
do eixo AB, pé da perpendicular baixada por D, ponto sobre o puxador. Consideremos, para
facilitar, este ponto no cálculo do momento axial, calculando aí o momento de *⃗, e projectando-
o depois sobre AB.
é *, . 3 (d=DE). O momento axial de *⃗, segundo AB será pois *, . 3 e é o responsável pela abertura
da porta. Vemos também que não há qualquer interesse em forçar o puxador para qualquer outra
direcção (para baixo ou para cima, por exemplo) aplicando-lhe uma componente *⃗- ou para
direita ou esquerda, aplicando uma componente *⃗4 . Estas dariam em E, ou em qualquer outro
ponto do eixo, momentos perpendiculares ao plano da porta, isto é, perpendiculares ao eixo AB.
O efeito destes momentos, como será visto mais tarde, será o de contribuir para as reacções de
apoio nas dobradiças A e B sem qualquer consequência prática útil, no que diz respeito à
movimentação da porta em torno do seu eixo, único movimento possível sem a danificar. Como
se pode concluir o aparecimento das duas forças *⃗- e *⃗4 em nada facilitaria a tarefa de abrir a
porta embora acrescentassem reacções suplementares nas dobradiças que a suportam. Assim,
se as três forças fossem simultaneamente aplicadas à porta, o seu efeito sobre a rotação será
traduzido pelo momento axial de *⃗, + *⃗- + *⃗4 *⃗ . Para este momento não contribuem as
forças *⃗- , paralela ao eixo, nem *⃗4 , perpendicular.
1.2.1 – DEFINIÇÃO
v1
A1 Ai
v2
Az
vi
An
vn
Mo
V = v i
0
Figura 6 – Momento de um sistema de vectores no ponto O.
⃗ ⎯
∑6:, ⃗ (7)
Esta notação tem o significado de uma soma de momentos em O de todos os vectores, desde 1
até n, que também poderá ser representada por extenso da seguinte forma;
⃗ ⎯ ⎯ ⎯ ⎯
, ⃗, + - ⃗- +. . . + ⃗ +. . . + 6 ⃗6 (8)
O momento de qualquer vector será um vector que contém o ponto O. Desta forma teremos
em O um conjunto de vectores concorrentes a que aplicamos sucessivamente a regra do
paralelogramo até obtermos o vector soma de todos eles. As componentes do vector momento
poderão ainda ser caracterizadas pelas expressões;
Vejamos a relação que existe entre o momento de um sistema de vectores deslizantes num
⎯
pólo O e o momento ; do mesmo sistema noutro pólo O’. Para um vector qualquer do sistema,
, teremos;
⎯ ⎯ ⎯ ⎯ ⎯
⃗ ; ′ ⃗ mas ′ ′+ donde ⃗ ′ ⃗ + ′ ⃗ (10)
M o'
Mo
V
0' 0 x V
0'
Mo
V
=⃗ ∑6:, ⃗ (11)
Pela forma como é obtido pode concluir-se que este vector, dito principal, é o mesmo em
qualquer ponto do espaço. Trata-se pois de um vector livre e de um invariante vectorial. O
momento do sistema 8 , 9 no ponto O’ será agora calculado pela seguinte expressão;
⃗ ⎯ ⎯ ⃗ + ⎯′ ⃗ + ⎯′
′ ∑6:, ⃗ + ∑6:, ′ ⃗ ∑6:, ⃗ =⃗ (12)
Esta expressão permite-nos concluir que conhecidos os vectores principal =⃗ e momento do sistema
Na física apresentam-se muitas vezes grandezas, escalares ou vectoriais, cuja variação é contínua,
assumindo valores distintos nos diferentes pontos de uma região, finita ou infinita, e tal que existe
uma relação bi-univoca entre a posição do ponto e o valor da grandeza. Designa-se
genericamente por campo esta região do espaço que verifica estas regras. São exemplo do que
acaba de se afirmar o campo gravítico e o campo eléctrico. Seja então E um conjunto de pontos
tal que a cada ponto P corresponde um vector T dependendo de P e tendo a sua origem P; o
vector T é assim uma função do ponto P definido no conjunto E. Designemos por T(P) esta função
e seja Q a extremidade do vector T.
PQ=T(P)=T (14)
1Pierre Varignon, matemático francês, nasceu em 1654 em Caen e morreu em Paris no ano de 1722. Em 1688, demonstrou
a regra de decomposição de forças concorrentes enunciada por Simon Stevin.
MP
Mo
P0 x V
P
Mo
0
Figura 8 – Propriedade projectiva de um campo de momentos.
Dizemos então que existe um campo de vectores definido sobre o conjunto E. Pode ainda
associar-se a um sistema de vectores deslizantes o seu campo de momentos resultantes, cuja lei
de variação com P é conhecida;
⃗> ⃗? + @⎯ =⃗ (15)
⎯
Vamos agora verificar as projecções dos momentos e > do sistema 8 , 9 sobre a direcção
OP definida por estes dois pontos.
⎯⎯
⃗> . ⎯@ ⃗? . ⎯@ + 8@ ⎯
=⃗9. @ (16)
mas,
⎯⎯ ⎯
8@ =⃗9. @ 0 (17)
Pelo que se pode concluir que,
⃗> . ⎯@ ⃗? . ⎯@ (18)
Vemos assim que a projecção do momento de um sistema de vectores deslizantes sobre um eixo
é independente do ponto do eixo em relação ao qual se considera o momento. Esta propriedade
é designada por propriedade projectiva.
Um campo de vectores que obedeça à propriedade projectiva é um campo de momentos,
teorema de Delassus.
O Momento de um sistema de vectores deslizantes (Ai, vi) relativamente a um eixo 00', de versor u,
será dado por;
⎯
∑6:, =⃗ . .⃗ (19)
1 . 2. 5 - I N V A R I A N T E E SC A L A R
⎯
⃗ ′ . =⃗ ⃑ ′ . =⃗ + ′ =⃗. =⃗ (20)
mas
⎯
′ =⃗. =⃗ 0
logo
⃗ ′ . =⃗ ⃑ ′ . =⃗ B (21)
. =. C2 D BD 8=, 9 (22)
E
(23)
F.G H I
M será mínimo quando α=0, isto é, nos pontos em que a direcção do momento é a do
vector principal.
O eixo, lugar geométrico dos pontos para os quais a direcção de M coincide com a de V
e M é o mínimo, é designado por eixo central do sistema. Deduziremos no parágrafo
Designa-se por binário ou conjugado o conjunto formado por dois vectores paralelos,
iguais e opostos. É fácil verificar que um binário gera um campo de momentos uniforme. Na
realidade aplicando a formula (12) do campo de momentos gerado por um sistema de
vectores temos;
⃑> ⃗ + @⎯ =⃗ ⃗ 12 @⎯ =⃗ 0
o que nos diz que o momento gerado por um binário é o mesmo em todos os pontos. A
demonstração desta propriedade pode ser feita directamente. Sejam v 1 e -v I os dois
vectores, iguais e opostos, que definem o binário. O seu momento, no ponto O será dado por
⃗ ⎯ ⎯ ⎯
⃗, + J 8− ⃗, 9 J ⃑, (24)
|J |. , ,. ℎ (25)
Z A
v1
h
θ
B v1
0
Y
X
Um binário tem uma individualidade física bem v incada. Enqua nt o uma f orça
a pli cada a um corpo pode provocar simultaneamente acções de translação e de
rotação, um binário provoca exclusivamente uma rotação.
Há uma infinidade de conjugados ou binários para um dado momento M. Na realidade todos
eles têm de estar num plano perpendicular a M, ter um módulo v1 t a l q u e v 1 . h = M ( h é o
b r a ç o d o b i n á r i o) e u m sent id o obede cendo a qualquer uma das reg ras
a n t e r i o r m e n t e enunciadas, a figura 10 elucida este princípio.
− V1
h
V1
h/ 2
2V 1
− 2V 1
V1
− V1
Um sistema de binários equivale a um só binário cujo momento é a soma dos momentos dos
1.4- TORSORES
Na sua acepção mais geral um torsor é um sistema 8 , 9 de vectores deslizantes. Vimos, que
dado um sist ema de vect ores de slizant es, se co nhecermos o se u v ect or principal V e
o seu momento Mo num pólo O, sabemos determinar o momento Mp do sistema no ut ro p o nt o
q ual q ue r P . P od e m o s e nt ão dei xa r de t rab al har c o m o s ist em a de v e ct or es
deslizantes, definido pela totalidade dos seus vectores, para o caracterizar apenas por
este ente vectorial, constituído pelo vector principal V, invariante no espaço, e o momento Mo
num p ó l o 0 .
A este conjunto de dois vectores - V e M o - dá-se também á designação do torsor. Como
já dissemos V e Mo são também designados como elementos de redução ou coordenadas
vectoriais do sistema de vectores deslizantes no ponto 0.
De assinalar que certos autores reservam a designação de torsor para o conjunto formado
pelo vector V e um binário cujo plano é perpendicular a V. Associam assim a definição de torsor
a definição de eixo central do sistema de vectores deslizantes.
Nós utilizaremos no curso a palavra torsor associada ao ente vectorial composto pelo vector
principal V e M o , que caracterizam de uma forma condensada todo um sistema de
vectores deslizantes.
1 . 4. 2 - S I G N I F I C A D O F Í S I C O D O S EL E M E N T O S D E R E D U Ç Ã O
y
d
a
F
F dF k
+ +
b A
A B
O x
(a ) (b)
M 'g
Mas há eventualmente outro efeito que se nota, sobretudo se o parafuso opõe grande momento
resistente à sua rotação, superior ao momento oposto pelo atrito à rotação do pneu. Pode então
acontecer que o pneu rode e o carro consequentemente recue. Analisemos então o que se passa
no ponto 0 do eixo de rotação do pneu.
F (d + a )Fk - F’ F’
O
(
Rn = − F − M' g )
(c ) Rn = −(M' g) (d )
µRn µRn
Figura 12 – Elementos de redução no centro da roda obtidos com uma chave de um c) e dois
braços d).
No caso vertente, as duas vias dão o mesmo trabalho. No entanto, se em vez de uma única força
F, tivéssemos várias, resultaria mais cómodo utilizar a fórmula 12. Este momento não ocasiona a
rotação do pneu enquanto o seu valor for inferior ao momento máximo que a força de atrito é
capaz de se opor, isto é, enquanto se verificar a condição *83 + T9<UV6 W em que r é o raio do
pneu e U o coeficiente de atrito pneu-solo.
Esta força UV6 é responsável pelo eventual recuo do carro. Daí que a mudança de pneus seja
feita com o travão de mão actuante e se calce o carro (com pedras ou outro meio equivalente).
Se em vez de uma chave de bocas usamos uma chave de cruzeta (dois braços), e se as forças
aplicadas no seu extremo forem iguais e de sinais contrários, então o vector principal é nulo e o
momento do conjugado, assim formado, será o mesmo em todos os pontos . Assim K X, eo
momento disponível para desapertar o parafuso é o mesmo que pode fazer rodar o pneu. Não
há qualquer tendência para levantar o carro e a reacção normal neste caso é maior, e com ela
o valor do momento da força de atrito que se opõe à rotação do pneu. Daí se poder inferir que
seja menor a tendência para rodar o pneu e consequentemente fazer recuar o carro.
No ponto 1.4.6 demonstraremos analiticamente a equivalência de um sistema de vectores
deslizantes a um sistema formado por um vector e um conjugado (ou um vector e um momento).
Dois torsores dizem-se iguais ou equivalentes quando têm as mesmas coordenadas vectoriais num
ponto qualquer. Uma tal igualdade implica, segundo a expressão (12), a igualdade em todos os
outros pontos. Sejam então dois sistemas de vectores
> X + @0 x V
M'> ′X + @0 x V'
Um torsor diz-se nulo quando as suas coordenadas são ambas nulas. É evidente que se um torsor
é nulo num ponto é nulo em qualquer outro ponto. Veremos no próximo capítulo que o equilíbrio
estático de um sistema de corpos implica que seja nulo o torsor das forças exteriores que sobre ele
actua.
Se tivermos vários torsores, cujas coordenadas num dado ponto 0, arbitrário, são
8= , , ,
X 9, 8=
-
, -
X 9, . . . 8=
6
, 6
X 9, a sua soma, por definição, é o torsor de coordenadas em 0 dadas
por
= = , + = - +. . . += 6
X X
,
+ X
-
+. . . + X
6
(27 e 28)
1.4.7 – TEOREMA
É condição necessária e suficiente, para que dois torsores 8=, X9 e 8W,NX 9 sejam iguais, que os
seus momentos sejam iguais, dois a dois, em três pontos não colineares.
A condição é necessária
Se os dois torsores são iguais, temos, num ponto 0
V = W e M0 = N0
Por hipótese , ),
- )-
4 )4 mas - , + 0- 0, x V
)- ), + 0- 0, x W
pelo que subtraindo membro a membro, teremos 0- 0, x 8V-W9 0
Do mesmo modo 4 , + 04 0, x V
)4 ), + 04 0, x W
e 04 0, x 8V-W9 0 (29)
Os produtos vectoriais só são nulos se os vectores são paralelos ou um deles é nulo; como V-W não
pode ser simultaneamente paralelo a 04 0, e 0- 0, , devemos ter
Os dois sistemas, como têm os mesmos elementos de redução num ponto, pelo que serão
equivalentes.
1.4.8 – TEOREMA
Para demonstrar este teorema partimos dos dois invariantes fundamentais, V e I. Sejam então V e
e B X. = 8 ′X + ℎ=9. = ℎ= - (33)
Esta igualdade determina-nos h, que é uma quantidade escalar invariante na medida em que
resulta do quociente de duas quantidades invariantes.
Mo Mo
V V
M 'o hV
0 0 M o = M ' o + hV
a) b)
α plano α ⊥ M 'o
Podemos agora determinar um vector deslizante AB, tal que seja equivalente ao torsor constituído
por V e ′X . Os elementos de redução de AB em 0 terão necessariamente de ser
J =
x AB M'X (34 e 35)
A
hV
c z
A d)
0
G
z
c) F E
OA, AB ∈ α β
D
planoβ ∋ 0Z ,0Y
Vamos agora escrever a equação vectorial da recta suporte AB, escrevendo a equação do
vector posição do seu ponto P OP = OC + CP
Neste momento o torsor constituído por AB e por hV é equivalente ao torsor inicial, constituído por
Ve X.
Podemos agora considerar um conjunto de vectores DE, FG de momento hV, porque existem
sempre quatro pontos tais que
st + *u 0
0s x DE x 0F x FG FD x DE hVi (40)
Vimos no ponto 1.3.1, que podemos encontrar, de uma infinidade de maneiras, três pontos D, E e
F tais que esta relação seja satisfeita. Os dois vectores do conjunto têm de estar num plano
perpendicular a V.
O sistema de vectores, constituído pelo vector AB e este conjugado, como se representa na fig.
14 d), é equivalente ao sistema de vectores deslizantes dado, pois têm os mesmos elementos de
redução em 0, ou seja, o mesmo vector principal V e o mesmo momento X , pois
X ′X + ℎ= x AB + hV
A recta AB é o eixo central do sistema; em qualquer ponto P desta recta os elementos de redução
8=, > ℎ=9 têm a mesma direcção.
O eixo central sendo o lugar geométrico dos pontos em que M é paralelo a V, teremos, que nesses
pontos
E
∗. = ℎ= - B donde ℎ Fr
E
∗ =
Fr
e (42)
Já sabemos a direcção do eixo central, que é a de V; para o definirmos basta agora determinar
um dos seus pontos 0’. Devemos ter então
E
X′ ∗ X + 0′0 x V =
Fr
(43)
O que dará o seguinte sistema de equações, considerando O como origem do sistema de eixos
− ! B
8', , )9 + {− { &" & 8 , , 9
− =-
#
ou ainda
Vejamos outra maneira de obter a expressão vectorial do eixo central. Procuremos um ponto O’
do eixo central * . Para isso consideremos um plano perpendicular a V em O. No ponto O’,
intersecção do plano com o eixo central, teremos como se pode ver na fig. 15
α ⊥V
α ∈ 00 '
0 ' ∈ eixo central α
Mo 0
V 0'
M 'o
= x M* V x M0' 0
ou
1.6.1 - I 0
MX 0
MX ≠ 0
caso não tem sentido falar de eixo central. O campo de
momento criado é uniforme.
MX 0
central o momento é nulo, fora deste eixo o momento é
perpendicular a V. Reserva-se a designação de resultante de
ou
um sistema de vectores deslizantes a este vector único,
equivalente ao sistema; é um vector deslizante, equipolente ao
MX ⊥ = vector principal, que tem para suporte o eixo central.
Devido à sua importância técnica neste capítulo vamos tratar dos sistemas constituídos por:
- vectores deslizantes concorrentes, complanares ou não,
- vectores deslizantes paralelos, complanares ou não,
X 0 V ∑6:, (47)
V2
V1 Ak
u Vi
Vn
A2
A1 Vk
Ai
An
x
Figura 16 – Sistema de vectores paralelos.
= • . .•
:, :,
? •0 v. • 0 .
:, :,
O sistema é equivalente a um vector único, como era de esperar pelo facto de um sistema de
vectores paralelos ser um caso particular de um sistema de vectores concorrentes, em que o ponto
de concorrência se encontra infinito.
X′ 0 MX + 0′0 x V 0
Tem interesse analisar o caso de dois vectores paralelos, o que nos proporcionará um bom
exemplo de determinação da resultante e simultaneamente do eixo central, já que nos casos em
que B 0 = ≠ 0 a resultante é o vector principal considerado num eixo único, bem definido no
espaço, que é o eixo central.
“” •
T , ’ - ou
“r –
donde
B C = v1 C
Uma construção gráfica (fig. 17 a) e b)) dá- AD = −v2 ∆ ∆
0 ' CB ≈ 0 ' AD
nos imediatamente a posição de 0’. Trocam- BC 0' B
=
A AD 0' A
(b )
se os dois vectores de suporte e inverte-se o 0'
ou
B
v1 b
sentido do menor; o traço com AB da recta D =
v2 a
definida pelos extremos dos dois vectores – C C
v'1
e D – dá-nos 0’. R' = v '1 + v ' 2
B C = v '1
Se os dois vectores paralelos são de sinais
D
contrários, o eixo central é exterior ao
A
espaço compreendido entre os seus 0' B
suportes. (c ) A D = − v'2
v' 2
Neste caso =′ ,′ − -′
Figura 17 – Determinação do eixo central
A construção gráfica, aplicada da mesma
por via gráfica.
maneira, dá-nos o ponto 0’ e
Um sistema de vectores complanares é constituído, como a sua designação indica, por vectores
todos situados no mesmo plano. Os momentos de cada um destes vectores relativamente a um
ponto qualquer do plano são vectores perpendiculares a este, enquanto o vector principal é um
vector do plano; o invariante escalar do sistema será necessariamente nulo e o sistema é então
particularmente redutível.
Num sistema de vectores complanares a aplicação sucessiva do teorema de Varignon leva-nos a
uma das três situações seguintes:
- equivalência a um vector único
- equivalência a um conjugado
- equivalência a zero.
A propósito destes sistemas trataremos a seguir, no capítulo 2.9, os polígonos funiculares,
com certo interesse didáctico.
Designam-se por operações elementares as operações vectoriais que uma vez aplicadas a um
sistema concorrem para obter outro sistema, equivalente ao primeiro, eventualmente mais simples.
As seguintes operações elementares justificam-se por si próprias ou já foram justificadas:
V u
Vamos supor que queremos reduzir um Mo
sistema de vectores a dois únicos vectores,
um dos quais, com suporte imposto.
0
Seja então 0 um ponto desse suporte, de (a )
versor u, e sejam X e V os elementos de
redução nesse ponto.
Vamos substituir X por um conjugado a, -a. V
v1
Translação de , ; ′, ≡ ,
Translação de -; ′- ≡ -
Resultante , + - v'1
v' 2
Translação , + - ;
v1 + v2
, + - ≡ ′, + ′- v3
v'3
Translação 4; ′4 ≡ 4
R = v1 +v2 +v3
v'1 +v'2
Resultante , + - + 4
eixo central
- CD 4. O vector principal terá por direcção a grandeza o vector AD. Para determinarmos
a resultante situada no eixo central, basta-nos conhecer um ponto do seu suporte pois a
direcção é a de = , + - + 4 s.
No polígono de Varignon escolhamos um ponto 0, arbitrário, para o pólo, que não pertença
a qualquer dos seus lados ou seus prolongamentos. Temos então as seguintes relações:
J 0+ J
Jp J0 + 0p
ps p0 + 0s
v1 A
AO
v2 M
AO BO
B
N D
S C
OB
AD = R = v1 + v2 + v3 v3
OD
OC
CO
Eixo Central
OD
Agora, por um ponto M qualquer do suporte de , tiremos duas rectas paralelas a A0 e 0B. Esta
ultima determina sobre o suporte de - o ponto N. Agora por N tiremos uma paralela a 0C e
temos o ponto Q sobre 4. Vemos assim a regra: por um ponto do suporte de um vector
tiramos duas paralelas às direcções definidas no polígono de Varignon pelo pólo 0 e pelos
extremos do vector que lhe é equivalente. Continuando tiremos agora por Q uma paralela a
0D. O ponto S, de intersecção da paralela a 0D tirada por Q e a paralela a A0 tirada por M, é
um ponto do eixo central.
Sucessão de operações elementares que justificam a construção
- translação de , até o ponto M
- decomposição de , segundo a equação , 0 + 0J; o sistema equivalente é
constituído pelos vectores A0, 0B, - e 4
- translação de - até o ponto N, intersecção do suporte de 0B com o suporte de -
- decomposição de - segundo a equação - J0 + 0p; o sistema equivalente é
constituído pelos vectores A0, 0C e 4
- translação de 4 até ao ponto Q, intersecção do suporte de 0C com o suporte de 4
- decomposição de 4 segundo a equação 4 p0 + 0s; o sistema equivalente é
constituído por A0 e 0C
Translação de A0 e 0D até o ponto S e sua composição no vector AD.