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CAP I: TEORIA DE VECTORES DESLIZANTES

Universidade Rovuma
Faculdade de Engenharia e Ciências Tecnológicas
Engenharia de Construções Civil

MECÂNICA DE CONSTRUÇÕES

CAP I: TEORIA DE VECTORES DESLIZANTES


Aula 1
1.1. Conceito
1.2. Classes de vectores
1.3. Adição de vectores
1.4. Decomposição de vectores em componentes. Componentes cartesianas de um vector

Conceito
Vector é uma grandeza física que se caracteriza por possuir uma intensidade, direcção
e sentido. Ex: força, momento de uma força, etc.

Classes de vectores
Os vectores podem ser classificados em: aplicados, deslizantes e livres.

a) Vectores aplicados: são aqueles que tem um ponto de aplicação bem definido. Ex:
pesos de várias partículas de um sistema material.

Figura 1: Vector aplicado num ponto P

b) Vectores deslizantes: são aqueles que podem deslizar sobre uma recta, chamada de
linha de acção. Em corpos rígidos o ponto de aplicação da força não é relevante, mas
sim sua linha de acção. Ex: força actuando sobre um corpo rígido.

Elaborado por: Victorino M. F. David (Eng. Civil)


CAP I: TEORIA DE VECTORES DESLIZANTES

Figura 2 - Vector deslizante

c) Vector livres: são aqueles que o ponto de aplicação pode ser qualquer ponto do
espaço. Ex: Vento.

Adição de vectores
Dois vectores podem ser adicionados graficamente recorrendo à regra do
paralelogramo.

Figura 3 - Adição de vectores pela regra do paralelogramo

A regra do paralelogramo pode ser substituída pela regra do triângulo.

Figura 4 - Adição de vectores pela regra do triângulo

A aplicação sucessiva da regra do triângulo permite-nos adicionar graficamente vários


vectores e constitui a regra do polígono.

Figura 5 - Adição gráfica de vectores pela regra do polígono

Decomposição de um vector em componentes. Componentes cartesianas de um vector


Qualquer vector pode ser decomposto em componentes segundo duas direcções
utilizando a regra do paralelogramo de forma inversa.

Elaborado por: Victorino M. F. David (Eng. Civil)


CAP I: TEORIA DE VECTORES DESLIZANTES

Figura 6 - Decomposição de um vector em componentes

Se estas direcções forem ortogonais entre si as componentes do vector chamam-se


componentes cartesianas.

Figura 7 - Componentes cartesianas de um vector

Neste caso, cada componente pode ser expressa em função do vector unitário ou
versor do eixo respectivo por forma que:
    
V  V 1  V 2  V1 i  V2 j

ou, mais genericamente, no espaço tridimensional


   
V  V1 i  V2 j  V3 k
  
sendo i , j e k os vectores unitários dos eixos x1 , x 2 e x3 respectivamente, e V1 , V2 e V3

as 3 componentes cartesianas do vector V no referencial x1 , x 2 e x3 , as quais se obtêm por
projecção do vector sobre os eixos do referencial. Isto significa que vectores iguais e
paralelos têm componentes iguais num mesmo referencial.

Elaborado por: Victorino M. F. David (Eng. Civil)


CAP I: TEORIA DE VECTORES DESLIZANTES

Aula 2
1.5.Momento de um vector em relação a um ponto
1.6.Princípio de transmissibilidade
1.7.Teorema de Varignon
1.8.Componentes cartesianas do momento de uma força

Momento de um vector em relação a um ponto


Um dos tipos de vectores que nos interessa particularmente estudar são os vectores
constituídos por forças. Quando se aplica uma força a um corpo esta impõe ao corpo uma
tendência para este se mover em movimento de translação na direcção e sentido da força, sendo
que esta tendência é proporcional à intensidade da força. O próprio vector força é pois a
entidade adequada para traduzir esta tendência para o movimento de translação. Duas forças
iguais e paralelas aplicadas a um corpo impõem-lhe tendências iguais para este se mover em
movimento de translação. Contudo, a tendência para o movimento de rotação em torno de um
determinado ponto (ponto A) é diferente.

Figura 8 - Tendência para o movimento de translação e tendência para o movimento de


rotação

Esta tendência para o movimento de rotação em torno de A é bem caracterizada por


uma entidade a que se dá o nome de momento da força em relação ao ponto A. Genericamente,

define-se momento de um vector F ,aplicado num ponto P, em relação a um ponto A, como

sendo o vector M A tal que:
  
M A  AP  F

Este vector é perpendicular ao plano definido por F e pelo ponto A e obedece à regra

do saca-rolhas, isto é, o sentido do vector M A coincide com o sentido de progressão de um
saca-rolhas que rodasse acompanhando o movimento de rotação que levaria o primeiro vector
do produto externo da expressão anterior a ir ter com o segundo vector.

Figura 9 - Representação gráfica do momento de um vector em relação a um ponto

Elaborado por: Victorino M. F. David (Eng. Civil)


CAP I: TEORIA DE VECTORES DESLIZANTES

  
O vector M A tem um carácter distinto do vector F que lhe deu origem. Se F for uma

força, M A será expresso em unidades de força vezes unidades de comprimento. Graficamente
representar-se-ão os vectores momento recorrendo à seta dupla.

O módulo de M A , será dado por:
  
M A  AP  F  sen

Se baixarmos a perpendicular do ponto A sobre a linha de acção do vector F (ponto P’)


define-se um triângulo rectângulo em P’ tal que:
 
M A  F d  F d


A d dá-se o nome de braço da força F em relação ao ponto A.
O momento de um vector em relação a um ponto é nulo sempre que a linha de acção do
vector passe pelo ponto em causa. Por outro lado, o momento é independente do ponto que se
escolhe para ponto de aplicação do vector desde que seja um ponto da respectiva linha de acção.

Na verdade, se escolhermos o ponto Q para ponto de aplicação do vector F ter-se-á:
  
  
       
M A  AQ F   AP PQ   F  AP F  PQ F  AP F
 
 
já que PQ F é nulo, por se tratar do produto externo de dois vectores paralelos. Isto vem
 
sublinhar o carácter deslizante do vector F . Os efeitos da aplicação de uma força F
permanecem os mesmos qualquer que seja o ponto da respectiva recta de suporte que se escolha

para ponto de aplicação de F . As tendências para a translação e para a rotação do corpo a que
a força é aplicada não são alteradas.
Princípio de transmissibilidade
“As condições de equilíbrio ou de movimento não alteram com a deslocação de uma força
ao longo da sua linha de acção.”

=
Figura 10 – Condição de equilíbrio de um corpo rígido

Elaborado por: Victorino M. F. David (Eng. Civil)


CAP I: TEORIA DE VECTORES DESLIZANTES

Teorema de Varignon
“O momento em relação a um ponto O da resultante de várias forças concorrentes é
igual a soma dos momentos de diversas forças em relação ao mesmo ponto.”

          
M O   P  Q  S   r  P r  Q r  S  r
 

Figura 11 – Representação gráfica do momento em relação a várias forças

Componentes cartesianas do momento de uma força


 
O momento M O , em relação ao ponto O, produzido pela força F , de componentes Fx,
Fy e Fz aplicado no ponto A de coordenadas (x, y, z), pode ser apresentada da seguinte forma.

  
i j k
       
M O  F  r  Mx i  My j  Mz k  x y z  i   y  Fz  z  Fy    j  x  Fz  z  Fx   k  x  Fy  y  Fx 
Fx Fy Fz

Elaborado por: Victorino M. F. David (Eng. Civil)

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