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FÍSICA – 12º ANO

REVISÃO:

Áreas de estudo da Física


Como foi dito, os estudos sobre Física, desenvolvidos desde a Antiguidade, estavam
agregados à área do conhecimento denominada Filosofia Natural, cujo objectivo era
estudar a natureza em todos os seus aspectos. A revolução científica, nos séculos XVI e
XVII, deu início à Física como um ramo independente da Filosofia Natural. A partir daí, a
Física passou a restringir-se ao estudo dos fenómnos naturais.
Os conhecimentos que se estruturam foram organizados até o final do século XIX
actualmente fazem parte do que denominamos Física Clássica. Nela foram desenvolvidos
estudos sobre os corpos macroscópicos que não se movimentam com grandes velocidades.
A Física clásssica pode ser assim organizada:
Mecânica – envolve o estudo do movimento dos corpos submetidos ou não à ação das
forças. Estuda-se também o movimento dos corpos imersos em meios gasosos ou líquidos.
Termodinâmica – engloba o estudo de fenómenos térmicos, seus efeitos e as relações
entre calor e trabalho.
Óptica – estuda os fenómenos relacionados à luz, como os ocorridos na formação de cores
e imagens, a percepção visual.
Ondulatória – envolve o estudo das ondas, como as que se propagam na superfície da
água, em uma corda ou nos aparelhos de telecomunicação. O som, por ser um tipo de onda,
também é objecto de estudo nesta área.
Electromagnetismo – os fenómenos eléctricos e magnéticos.

As perguntas que os conhecimentos da Física Clássica não esclareceram foram


motivadoras de pesquisas e de novas teorias que marcaram, no início do século XX, o
surgimento da Física Moderna. Essas teorias – da relatividade e quântica – ainda recentes
trouxeram esclarecimentos que impulsionaram novas áreas de estudo e pesquisa. Veja, por
exemplo, o avanço que representaram:
Teoria de relatividade – Permite estudar o movimento dos corpos com altíssima
velocidade (próxima da luz), o que não era posssível apenas com o uso das leis elaboradas
por Galileu e Newton.
Teoria quântica – descreve o comportamento das partículas elementares no mundo
microscópico dos átomos.

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AS GRANDEZAS FÍSICAS
Grandeza física é toda a propriedade mensurável de um fenómeno, corpo ou substância. Por outras
palavras, grandeza física é tudo o que é suscetível de ser medido.
As grandezas físicas podem ser:
Escalares - as grandezas que ficam completamente determinadas através de um número e respetiva
unidade. Exemplos: massa, temperatura, comprimento, tempo, enegia, ...
Vetoriais - as grandezas que ficam completamente determinadas com a indicação de uma direção e
um sentido, para além do número e respetiva unidade de medida. Exemplos: a velocidade, a
aceleração, força, o momento linear, ...
OBS: Uma grandeza vetorial é representada através de um vetor.

I – VECTORES
O que é um vector?

Em física, vector é uma entidade geométrica caracterizada por um valor numérico dito módulo
(norma) ou intensidade do vector, uma direcção e um sentido.
Para representar geometricamente um vector utilizamos um segmento de recta orientado. O
comprimento do segmento de recta é o módulo do vector, a direcção da linha recta suporte do
segmento é a direcção do vector, e a orientação do segmento de recta, dá a orientação ou sentido do
vector.
Para nos referirmos a um vector utilizamos uma letra (maiúscula ou minúscula) com uma seta em

   

cima: a , u , A, F ...
 
Se o vector u é representado pelo segmento de recta AB
Ao ponto A chama-se origem (ou ponto de aplicação) e
ao ponto B extremidade.
 

O módulo do vector u representa-se por | u | ou


simplesmente por u .

Se o ponto A coincidir com o ponto B, obtemos o vector nulo 0 . É um vector de módulo zero e de
direcção e sentido indeterminados.

COMPARAÇÃO DE VECTORES

Vectores iguais

Dois vectores são iguais quando têm direcção, norma e sentidos iguais, independentemente da
localização.

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 
ab

Vectores simétricos
Dois vectores são simétricos quando têm a mesma direcção e mesmo módulo, mas sentidos opostos.
   
c  d d   c

Vectores paralelos
Dois vectores são paralelos quando têm a mesma direcção e o mesmo sentido, isto é formam entre si

um ângulo de 0º .
 
E // F

Vectores perpendiculares

Dois vectores são perpendiculares, quando formam entre si um ângulo de 90º .

 
U V

REPRESENTAÇÃO DE UM VECTOR
1.1.1. Em função de um versor
Consideremos uma direcção no espaço. Se a essa direcção associarmos um
vector com um sentido por nós convencionado e módulo unitário -


vector unitário ou versor (û) ou u , poderemos representar qualquer
vector com essa direcção, em função do versor.

Fig. 1.1.
 
V V
Consideremos, então, dois vectores, 1 e 2 , com aquela direcção (fig. 1.1.). Cada vector será
representado pelo produto de um escalar pelo versor. Esse escalar é a medida do vector afectado do
sinal (+) ou (-) conforme o sentido coincide, ou não, com o do versor.
 
V V
Assim: 1 = 3 û e 2 = -2 û

V V
De um modo geral: 1 = û

Em que
V é um escalar (> 0, < 0 ou = 0), que nos indica a norma e o sentido do vector.

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
V  V
Poderemos, pois, escrever:

   
Nota: Um vector nulo
V3  0 poderá, do mesmo modo, ser representado por
V3  0 u

Vector unitário ou versor é um vector cujo módulo é igual a unidade, paralelo a um dado vector.
Qualquer vector dado pode ser representado tendo em conta o vector unitário ou versor.

 
i // r
 
| i | 1 || i || 1
   
r r i r | r | r || r ||

  
e x , e y , ez
NOTA 1: Muitas vezes os vectores unitários dos eixos aparecem representados por , por

        
i , j , k , por u x , u y , u z ou ainda e1 , e2 , e3 .

1.1.2. Em função das suas componentes num referencial ortonormado


Em Física é, em alguns casos, necessário considerar um referencial relativamente ao qual serão
definidas as grandezas vectoriais.
Tais refrenciais são sistemas de eixos ortogonais, aos quais associamos versores – referenciais
ortonormados.
Esses versores têm a direcção dos eixos e sentido de semieixo positivo.
As notações mais utilizadas para os versores são:
   
u x , i , ex ou e1 para o versor do eixo dos xx
   
u y , j , ey ou e2
para o versor do eixo dos xx
   
u z , k , ez ou e3 para o versor do eixo dos xx

Representação de um vector qualquer, num referencial ortonormado (decomposição de


um vector)

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1. Todo o vector pode ser considerado a soma de dois outros vectores. Definindo-se um plano como

um par de eixos cartesianos ortogonais, temos que um vector p nele contido pode ser representado

 
p p
pela soma da sua componente no eixo horizontal ( x ) com a do eixo vertical ( y ).

 
p p
As componentes x e y têm a mesma direcção dos eixos x e y, respectivamente. Em relação aos
valores dessas componentes, podemos usar uma convenção: caso tenham o mesmo sentido dos eixos,
serão antecipadas pelo sinal positivo; caso tenham sentido contrário aos eixos, serão antecipadas pelo
sinal negativo.


2. Consideremos um vector B no referencial bidimensional OXY:
 
B By
Os vectores x e paralelos aos eixos e tais que

  
B  Bx  B y 
dizem-se componentes vectoriais de B
neste sistema de eixos.

Os co-senos dos ângulos (  e  ) formados entre o


vector e os semi-eixos positivos, OX e OY

respectivamente, cos  e cos  , são chamados de co-


senos directores.

cos 2   cos 2   1

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  
B  Bx  By 
    
B  Bx u x  By u y  Bx  Bx u x
Bx  B cos 
    
B  B cos  u x  B cos  u y B y  By u y By  B cos 

 
u u
Os vectores x e y são vectores unitários

 B  Bx 2  By 2
O módulo do vector B é:


3. Consideremos um vector A no referencial tridimensional OXYZ:

  
A A A
Os vectores x , y e z paralelos aos eixos e tais que
   
A  Ax  Ay  Az
dizem-se componentes vectoriais de

A neste sistema de eixos.

Os co-senos dos ângulos (  ,  e  ) formados entre o


vector e os semi-eixos positivos, OX, OY e OZ
respectivamente, cos  , cos  e cos  , são chamados
de co-senos directores.

cos 2   cos 2   cos 2   1

 
Ax  Ax u x
 
Ay  Ay u y
 
Az  Az u z
   
A  Ax  Ay  Az 
    Ax  A cos 
A  Ax u x  Ay u y  Az u z 
Ay  A cos 
   
A  A cos  u x  A cos  u y  A cos  u z Az  A cos 

  
u u u
Os vectores x , y e z são vectores unitários

 A  Ax 2  Ay 2  Az 2
O módulo do vector A é:

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1.2. Operação com vectores


As operações que envolvem vectores não seguem as mesmas regras que se aplicam ao cálculo com
números, uma vez que vector é a expressão de um valor, uma direcção e um sentido.
A seguir vamos desenvolver alguns procedimentos para operações com vectores.

1.2.1. Soma (ou adição) de vectores


   
r , r , r e r4 mostrados na figura:
Considere os vectores 1 2 3


O vector R , ou vector resultante, significa a soma dos
vetores mostrados e pode ser determinado da seguinte
forma: representamos o primeiro vector apartir de uma origem arbitrária O, a origem do segundo
coincidindo com a extremidade final do primeiro, a origem do terceiro coincidindo com a extremidade
final do segundo e assim sucessivamente.

Esse processo de soma é chamado regra da poligonal, pois dois vectores somados se encadeiam
determinando uma linha poligonal. A ordem de encadeamento dos vetores não altera as características


do vector resultante. Observe que, definida a poligonal, a origem do vetor R coincide com a
extremidade do último vector.
Como variação da regra da poligonal temos a regra do paralelogramo, que é aplicada apenas à soma
de dois vectores. Veja como ela pode ser aplicada.
 
r
Considere os vectores 1
e r2 , cujas as direcções determinam o ângulo α. Aplicando a regra do

paralelogramo, inicialmente representamos os vectores com origem no mesmo ponto O e traçamos


rectas paralelas, r e s, a cada um desses vectores, como mostrado na figura abaixo:

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O vector resultante R está na diagonal do paralelogramo, com origem no ponto O e extremidade no
ponto A, encontro das retas r e s.
Esse método de soma permite calcular de maneira


simples o módulo do vector R , pela aplicação da
lei dos co-senos no triângulo OAB.

Observe alguns casos notáveis da soma:

1.2.2. Diferença (ou subtracção) entre vectores


Os segmentos orientados com origens coincidentes no ponto O formam entre si um ângulo α e
 
r
representam os vectores 1
e r2 na figura.

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     
Para obtermos o vector diferença
d = r1 - r2 , adicionamos o vector
r1 r
com o oposto de 2
(- r2 ) ,

r
que tem a mesma intensidade, mesma direcção e sentido contrário a 2 .

Aplicando a lei dos co-senos, obtemos a intensidade da diferença:

1.2.3. Produto de um escalar por um vector


 
O produto de um escalar a por um vector A é um vector (que se representa por a A ) cuja
 
direcção é a de A , o sentido é o de A ou oposto, consoante a    a   , e o seu módulo ou

norma é igual ao produto do módulo de a pela norma ou módulo de A .
   
CaA | C || a || A |

1.2.4. Produto escalar Produto (ou interno) de dois vectores

O produto escalar de dois vectores é uma operação que transforma dois vectores num escalar. Este
escalar é o produto das normas dos vectores pelo co-seno do ângulo por ele formado.
     
O produto escalar (ou interno) de dois vectores A e B , que se representa por A B ou A/ B e se lê

   
   
A B | A || B | cos 
A escalar B ou A interno B , é definido por: , sendo  o ângulo formado
pelos dois vectores.
   

O produto interno é comutativo, isto é, A B  B A .

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O ângulo de dois vectores é o menor ângulo formado por dois segmentos orientados equivalentes

aos vectores e com origem comum; fica, portanto, compreendido entre 0º e 180º .
Se os vectores estiverem expressos em função das respectivas componentes,

       
A  Ax u x  Ay u y  Az u z B  Bx u x  By u y  Bz u z
e , o produto escalar representa-se por:
       
A B  ( Ax u x  Ay u y  Az u z )  ( Bx u x  B y u y  Bz u z ) 
       
 A B  Ax Bx u x  u x  Ax By u x  u y  Ax Bz u x  u z 
     
 Ay Bx u y  ux  Ay By u y  u y  Ay Bz u y  u z 
     
 Az Bx u z  u x  Az By u z  u y  Az Bz uz  u z 
 
 A B  Ax Bx  Ay By  Az Bz

     
ux  u x  u y  u y  u y  u y  1
           
ux  u y  u y  u x  u y  u z  uz  u y  u z  u x  u x  uz  0
NOTA 2:
1. A norma (ou módulo) de um vector é conseguida através do produto interno, pois calcula-se o
produto interno do vector por ele mesmo.
2. Pela nota 1, o produto interno permite determinar o módulo ou norma do vector soma e vector
diferença de dois vectores, isto é permite chegar ao seguinte:
  
S  A B

 || S || A2  B 2  2 AB cos 
a)
  
D  A B

 || D || A2  B 2  2 AB cos 
b)
c)
O produto escalar é utilizado em Física:
- Na determinação de certas grandezas como, por exemplo, o trabalho de uma força;
- Na verificação da perpendicularidade entre dois vectores;
- Na determinação do ângulo formado por dois vectores.

1.2.5. Produto vectorial (ou produto externo) de dois vectores


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  → →
O produto vectorial (ou produto externo) de dois vectores A e B , que se representa por A × Bou

→ →     

A ∧ B e se lê A vectorial B ou A externo B , é definido por um vector C perpendicular ao plano

 
determinado por A e B , cujo módulo é dado por

  
| C || A || B | sen , sendo  o ângulo formado pelos dois


vectores. O módulo do vector C é numericamente igual à

 
área do paralelogramo definido por A e B .

O sentido de C é dada por várias regras entre as quais se
→ →
destaca a da mão direita: O sentido do produto vectorial A × B é dado pelo polegar da mão

direita quando se faz rodar o 1º vector para coincidir com o segundo, segundo o menor ângulo no
sentido de fechar a mão.

Obs:
→ → → →
1 – O produto vectorial não é comutativo, pois: A × B=− B × A ( )
→ → → → → → →
2 – O produto vectorial goza da propriedade distributiva: C × A +B = C × A + C × B ( ) ( )( )
→ → → → → →
3 – Se designarmos por m um escalar qualquer será: m A × B = A ×m B =m A × B ( )

 
Se os vectores A e B estiverem expressos em função das suas componentes,

       
A  Ax u x  Ay u y  Az u z B  Bx u x  By u y  Bz u z
e , o produto vectorial escreve-se:

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  
       
A B  ( Ax u x  Ay u y  Az u z )  (Bx u x  By u y  Bz u z )  ux  u y  uz
  
        u y  ux   uz
 A B  Ax Bx u x  ux  Ax By u x  u y  Ax Bz u x  uz 
  
      u y  u z  ux
 Ay Bx u y  u x  Ay By u y  u y  Ay Bz u y  u z    
uz  u y   u x
     
 Az Bx u z  u x  Az By u z  u y  Az Bz u z  uz    
uz  u x  u y
       
 A B  Ax B y u z  Ax Bz ( u y )  Ay Bx ( u z )  Ay Bz u x  Az Bx u y  Az By ( u x )   
u x  u z  u y
    
     
 A B  ( Ay Bz  Az By ) u x  ( Az Bx  Ax Bz ) u y  ( Ax By  Ay Bx ) u z ux  ux  u y  u y  u y  u y  0

Obs: Na prática, também podemos obter o mesmo resultado utilizando a matriz


Cada componente do vector C obtém-se:
 
1 – Ignorando as componentes de a e b segundo a direcção dessa componente;

    
2 – Multiplicando por ordem ( i 
 j 
 k 
 i ) a primeira componente do vector a


pela oposta de b e subtraindo ao resultado o produto das outras duas componentes.
Assim:

O produto vectorial é utilizado em Física:


- Na determinação de certas grandezas como, por exemplo, o momento de uma força;
- Na verificação da coincidência da direcção de dois vectores.
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Exercícios de Aplicação 1

1. Todos os vectores representados têm norma 10. Escreva a expressão cartesiana de cada
um deles no referencial OXY.

     
M  3 ex  4 e y N  6 ex  6 e y
2. Das expressões cartesianas dos vectores e indique para
cada um deles:
2.1. A norma e as medidas algébricas das componentes nos eixos OX e OY.
2.2. O ângulo (funções trigonométricas desses ângulos) com o semi-eixo positivo OX,
medidos no sentido directo.

     

3. Os vectores a, b, c, d , e, f , Têm todos norma 20 e fazem, com o semi-eixo positivo OX,

ângulos respectivamente iguais a 37º , 45º , 0º ,90º ,150º e270º . Escreva as expressões
cartesianas desses vectores no referencial OXY.

Ax  4, By  6, eC x  8
4. Dadas as medias algébricas , escreva as expressões cartesianas de

  
A, B, eC , nos referencias rectangulares OXY.

Exercícios de Aplicação 2

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  
a  2 ex  3 e y
1. Considera os seguintes vectores num referencial cartesiano: ,
     
b  3 ex  b2 ey c  c1 ex  (c1  1) e y
e , com c1 , c2 , b2  IR .

1.1. Determine para que valor (es) reais de b2 , o vector b faz um ângulo de 30º com o

vector ex .
1.2. Identifique a relação que deverá existir entre c1 e c2 , de modo a garantir o
 
ortogonalidade entre os vectores c e a

       
A  Ax u x  Ay u y  Az u z B  Bx u x  By u y  Bz u z
2. Considere os vectores e .
   

Verifique que: A B  ( B A) .

3. Num r.o.n.
 
O, ( e , f )

 

são dados os vectores: A(2,3) e B (5,1) .


 
3.1. Calcule os módulos do vector A e do vector B .
   
3.2. Calcule A B e A B .
3.3. Calcule o ângulo formado entre os dois vectores.

4. Se o produto interno de dois vectores (não nulos) for nulo, que pode dizer-se acerca dos
dois vectores?
5. Se o produto vectorial de dois vectores (não nulos) for nulo, que pode dizer-se acerca dos
dois vectores?

6. Num r.o.n.
   
O, ( i , j , k )  

são dados os vectores: A(2,3, 1) e B(4, 3, 2) .


   

6.1. Determine (2 A) B , A (3 B)


6.2. Determine o ângulo formado pelos dois vectores.

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INTERACÇÃO GRAVITACIONAL

O astrónomo alemão Johannes Kepler estabeleceu empiricamente, no século XVII, três leis
que descrevem o movimento dos planetas.
1 lei de Kepler ou Lei das órbitas – os planetas
movem-se em torno do Sol em órbitas elípticas,
sendo um dos focos ocupado por este.
2 lei de Kepler ou Lei das áreas – ao descrever a
sua trajectória, o vector posição do planeta em
relação ao Sol varre áreas iguais em intervalos de
tempos iguais.

3 lei de Kepler ou lei dos períodos – o quadrado do período de um planeta é proporcional


ao cubo da sua distância média ao Sol.

Baseando-se nas leis da Dinâmica e nas leis de Kepler, Newton deduziu que a trajectória
descrita pelos planetas se deve a uma força central exercida pelo Sol, cujo valor depende
da massa e da distância entre os corpos.
Newton concluiu que entre quaisquer partículas materiais
existem forças atracção mútuas da mesma natureza das
que se manisfestam entre os astros.

Lei da Gravitação Universal de Newton


Entre dois corpos de massas m1 e m2 à distância r, manisfestam-se forças de atracção
mútua, cujo valor é directamente proporcional ao quadrado da distância que os separa.

G é a constante de atracção universal cujo valor é 6,67 x 10-11 N. m2. Kg-2.

Quando uma partícula está sujeita a forças gravitacionais exercidas simultaneamente por
outras partículas, a força resultante é igual à soma vectorial de todas as forças que sobre ela
actuam – Princípio da sobreposição.

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INTERACÇÃO ELECTROSTÁTICA

A carga eléctrica é uma propriedade da matéria que é responsável por esta produzir ou
experimentar efeitos eléctricos e magnéticos.
Sem a interacção electromagnética, os átomos não se ligariam para formar moléculas, nem
os electrões seriam atraídos pelos núcleos. É a interacção electromagnética que explica as
reacções químicas e a estabilidade dos seres vivos.

Força eléctrica
Nesta unidade estudaremos o comportamento dos corpos electrizados em repouso,
começando por analisar as forças que entre eles se estabelecem, chamadas forças
eléctricas. A força eléctrica (ou coulombiana) pode ser atractiva ou repulsiva, o meio em
que as partículas se encontram influencia a intensidade da força eléctrica.

Propriedades da grandeza carga eléctrica


- Há dois tipos de cargas eléctricas: Positiva e Negativa. Dois objectos electrizados com
cargas eléctricas do mesmo sinal repelem-se. Dois objectos electrizados com cargas
eléctricas de sinais contrários atraem-se.
- A carga eléctrica não é criada nem destruída.
- A carga eléctrica não se apresenta em qualquer quantidade, mas apenas como múltiplo
inteiro de uma quantidade mínima, isto é, quantizada. A esta quantidade mais pequena
possível chama-se carga elementar e representa-se por e (carga do protão e = 1,60217733 x
10-19 C).

Unidade SI de medida de carga eléctrica


O Coulomb (C), unidade S.I de carga eléctrica, é derivada da unidade da intensidade de
corrente eléctrica, o ampere (A).
1 Coulomb, é uma quantidade enorme de carga eléctrica. Por isso, na prática, se usam os
seguintes submúltiplos do Coulomb:
1 picocoulomb (1 pC) = 10-12 C
1 nanocoulomb (1 nC) = 10-9 C
1 microcoulomb (1 μC) = 10-6 C

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Lei de Coulomb
As experiências de atracções e de repulsões entre corpos electrizados mostram a existência
de forças entre esses corpos.

A lei de Coulomb pode ser enunciada do seguinte modo:


Duas cargas eléctricas pontuais exercem entre si forças atractivas ou repulsivas, cuja linha
de acção é a recta que passa pelas cargas e cuja intensidade é directamente proporcional
aos módulos das cargas e inversamente proporcional ao quadrado da distância entre eles.

 Q1 . Q 2
Fel = K
r2
Permitividade dum meio
K é a constante de Coulomb, que depende do sistema de unidades e do meio onde se dá a
interacção. No SI e no vazio, K = 9 x 109 N. m2. C-2.
1
K
Para qualquer meio, 4 Є

Em que Є é a permitividade do meio e traduz a interferência deste nas interacções


electrostáticas.

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ANALOGIAS E DIFERENÇAS ENTRE OS CAMPOS ELECTROSTÁTICO E


GRAVÍTICO
Os campos electrostáticos, criados por corpos com carga eléctrica e os campos gravíticos,
criados por corpos com massa, apresentam analogias quanto ao aspecto formal.
Estabeleceremos, a seguir, comparações entre estes dois campos de forças.

Campo gravitacional Campo electrostático


O campo gravitacional é caracterizado, em O campo electrostático é caracterizado, em
cada ponto, pelo vector campo cada ponto, pelo vector campo
gravitacional, que é a força por unidade de electrostático, que é a força por unidade
massa experimental por uma partícula. de carga que actua sobre uma carga de
prova.

O campo gravitacional é sempre centrípeto.


O campo electrostático é cetrípeto se a
carga criadora for negativa e centrífugo se
a carga criadora for positiva.
A Unidade SI de campo gravitacional é
N.Kg-1. A Unidade SI de campo electrostático é
V.m-1, no entanto pode utilizar-se N.C-1.
O campo gravitacional pode ser descrito
pelas linhas de campo ou linhas de força, O campo electrostático pode ser
que são linhas imaginárias, tangentes ao visualizado através das linhas de campo
vector campo gravitacional em cada ponto ou linhas de força, tangentes em cada
e com o sentido deste. ponto ao vector campo electrostático e
com o mesmo sentido.

Coordenação Concelhia
18
FÍSICA – 12º ANO

No campo gravitacional uniforme o O campo electrostático uniforme é


vector campo gravitacional é constante. criado entre duas placas paralelas com
cargas de sinais opostos mas com o mesmo
módulo.

As linhas de campo são paralelas e


equidistantes. As linhas de campo são paralelas e
equidistantes.

O campo gravitacional é um campo


conservativo. O campo electrostático é um campo
conservativo.

A energia potencial do sistema campo A energia potencial do sistema campo


electrostático-carga é igual a
gravitacional-massa é igual a

O potencial gravítico é uma grandeza O potencial eléctrico é uma grandeza


escalar que caracteriza o campo em cada posiocional que caracteriza o campo
ponto. elétrico.

A unidade SI de potencial gravítico é A unidade SI de potencial eléctrico é o volt


-1.
J.Kg –V.

Coordenação Concelhia
19
FÍSICA – 12º ANO

Superfície equipotencial é o lugar geométrico de todos os pontos que apresentam o


mesmo potencial.

A diferença de potencial entre dois pontos A e B é igual ao trabalho realizado pelas


forças de campo no transporte da massa/carga unitária de A para B.

1. Calcule a intensidade da força electrostática que se exerce entre duas cargas pontuais Q 1 = -2,0 µC e Q2 =
-3,0 µC situadas no vazio à distância de 3,0 dm. Considere Ko = 1/4πЄo = 9,0 x 109 Nm2C-2.

2. Três cargas eléctricas pontuais Q 1 =1,0 µC, Q2 = -2,0 µC e Q3 = -3,0 µC estão fixas nos vértices dum
triângulo, como mostra a figura.

2.1. Representa graficamente a força resultante sobre Q3.

2.2. Calcula a intensidade dessa força resultante.

3. Electrizam-se, negativamente, duas pequenas esferas metálicas, sendo 10 nC e 20 nC os módulos das


cargas. A intensidade da força electrostática entre elas vale, no ar, 4,5 x 10 -5 N. Calcule a distância entre as
esferas, consideradas cargas pontuais.

4. Nos pontos A, B e C encontram-se três cargas pontuais iguais, em módulo e em sinal. A carga que está em
C exerce uma força de 4,0 x 10-6 N sobre a carga que está em B.

4.1. Calcule a intensidade da força que a carga em A exerce sobre a carga em B.

4.2. Represente, geometricamente, a força resultante sobre a carga em B.

5. Nos vértices dum triângulo equilátero, de 2,0 dm de lado, fixaram-se três cargas, Q 1, Q2 e Q3 de igual
módulo (2,0 µC).

Coordenação Concelhia
20
FÍSICA – 12º ANO

5.1. Represente, geometricamente, a força resultante sobre cada uma das cargas.

5.2. Calcule a intensidade da força resultante sobre a carga Q1, supondo que as cargas se encontram no vazio.

6. Fixaram-se duas cargas Q1 e Q2 à distância 3r uma da outra. Verificou-se que uma carga móvel Q 3,
colocada à distância r de Q1, ficou em repouso nesse ponto.

6.1. Que sinais poderão ter as três cargas?

EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

o CAMPO ELÉCTRICO

1. No ponto P dum campo electrostático, uma carga de prova Q o = -2,0 µC é actuada por uma força de 0,10 N,
horizontal, da esquerda para a direita, como mostra a figura.

1.1. Caracterize o campo nesse ponto, através do vector , e faça a sua representação vectorial.

1.2. Calcule a intensidade da força eléctrica que actua sobre uma carga de prova de 4,0 µC nesse
campo e represente-a vectorialmente.

2. Considere duas cargas pontuais Q1 = 2,0 µC e Q2 = -2,0 µC, no vazio, a 6,0 dm uma da outra. Dado K o =
1/4πЄo = 9,0 x 109 Nm2C-2.

2.1. Caracterize o vector A, no ponto A do campo, situado a meio do

segmento de recta que une as cargas.

2.2. Indique as características do vector B, estando B situado a 3,0 dm da carga Q2, como indica a figura.

2.3. Caracterize o vector campo C , no ponto C, sabendo que este dista 3,0 dm de Q 2, na posição indicada na
figura.

EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

Coordenação Concelhia
21
FÍSICA – 12º ANO

o ENERGIA POTENCIAL ELÉCTRICA

1. Considere uma carga Q = -2,0 µC, fixa, e uma carga Q o = -1,0 µC, inicialmente no ponto A. Suponha que
Qo se desloca para o ponto B e que a experiência se realiza no vazio, onde Ko = 1/4πЄo = 9,0 x 109 Nm2C-2.

1.1. Calcule o trabalho da força eléctrica ao deslocar Qo de A até B.

1.2. Qual foi a variação de energia potencial eléctrica do sistema das duas cargas?

2. Considere um sistema de duas cargas pontuais, Q = -2,0 µC e Qo = -1,0 µC, situadas no vazio, à distancia de
5,0 dm uma da outra.

2.1. Calcule o valor da energia potencial eléctrica do sistema.

3. Observa a seguinte figura, suponha que as cargas eléctricas valem Q 1 = 1,0 µC, Q2 = -2,0 µC e Q3 = 3,0 µC,
e que as distâncias são r1,2 = 3,0 dm, r1,3 = 6,0 dm e r2,3 = 4,0 dm. O meio em que as cargas se encontram
é o vazio, onde Ko = 1/4πЄo = 9,0 x 109 Nm2C-2.

3.1. Calcule o valor da energia potencial eléctrica do sistema constituído pelas três cargas.

EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

POTENCIAL ELÉCTRICO
1. Três cargas eléctricas Q1 = -1,0 µC, Q2 = -2,0 µC e Q3 = 3,0 µC encontram-se no vazio, fixas nos vértices A,
B e C dum triângulo equilátero de lado 3,0 dm, como mostra a figura.

Considere Ko = 1/4πЄo = 9,0 x 109 Nm2C-2.

1.1. Calcule a energia potencial eléctrica de Q1, devida à interacção com as outras duas cargas.

1.2. Calcule o potencial eléctrico no ponto A, devido as cargas Q2 e Q3.

2. Calcule o potencial V num ponto do campo criado por uma carga Q = 3,0 µC, no vazio, a 3,0 dm da carga.
Considere Ko = 1/4πЄo = 9,0 x 109 Nm2C-2.

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22
FÍSICA – 12º ANO

3. Duas cargas pontuais Q1 = 2,0 µC e Q2 = -2,0 µC encontram-se, no vazio, a 6,0 dm uma da outra. Calcule o
potencial eléctrico nos pontos A, B e C do campo, dado Ko = 1/4πЄo = 9,0 x 109 Nm2C-2.

4. Considere três linhas equipotenciais do campo criado por uma carga pontual positiva Q.

4.1. Calcule o trabalho efectuado pela força eléctrica, quando uma carga de prova Q o = 4,0 µC se
desloca de A para B e de A para C.

CORRENTE ELÉCTRICA

Finalidades:
- Interpretar a condução da corrente eléctrica nos condutores metálicos, nos condutores
electrolíticos e nos condutores gasosos.
- Definir as grandezas intensidade de corrente eléctrica e resistência.
- Combinar os conceitos de campo e de energia potencial eléctrica para estabelecer
relações quantitativas entre intensidade de corrente, diferença de potencial e potência.

Corrente Eléctrica

Acrescentar texto do móvel. Pág. 92 do livro.

A corrente elétrica faz parte da nossa vida. Que condições devem existir para a existência
da corrente elétrica:
- Fios condutores
- Geradores/ Fontes de energia
- Um circuito elétrico
Ligando as extremidades dum condutor aos pólos dum gerador, como estes estão a
potenciais diferentes, produz-se, no interior do condutor, um campo eléctrico. Este faz
deslocar os portadores de carga do condutor, obtendo-se, assim, um movimento ordenado
de partículas com carga eléctrica, a que se chama corrente eléctrica. Esta corrente
eléctrica, de duração apreciável, chama-se permanente.
Sabemos que um corpo electrizado, por exemplo um electroscópio, se descarrega, quando
é ligado à Terra através dum condutor. Também neste caso há um movimento ordenado de
partículas com carga eléctrica (electrões). Mas, nestas circunstâncias, a corrente eléctrica é
de curta duração, dizendo-se, por isso, que é transitória.

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23
FÍSICA – 12º ANO

Mecanismo da Corrente Eléctrica


Nos condutores metálicos, os electrões de condução movem-se por todo o metal, ao
acaso, tal como as moléculas dum gás encerrado num recipiente. Se imaginarmos uma
secção transversal dum fio de cobre, por exemplo, o número de electrões que, num certo
intervalo de tempo, passam num dado sentido, é igual ao número de electrões, que passam,
em sentido contrário, no mesmo intervalo de tempo. Não há, portanto, corrente eléctrica.
Aplicando uma diferença de potencial (ou tensão) constante nos extremos do condutor
metálico, ao referido movimento caótico dos electrões sobrepõe-se outro, de sentido
contrário ao de . A força eléctrica acelera-os, fazendo-os adquirir velocidades instantâneas
elevadas. Como colidem com os iões positivos da rede, que apenas vibram em torno duma
posição de equilíbrio, os electrões de condução só são acelerados durante um curto
intervalo de tempo. Por isso perdem energia cinética, que é convertida, depois da colisão,
em energia de vibração dos iões. Passam depois a mover-se noutro sentido qualquer, são
novamente acelerados pela força eléctrica e o processo repete-se. Como resultado final, o
movimento dos electrões, ao longo do condutor, processa-se lentamente, em sentido
contrário ao de com uma velocidade da ordem do mm/s, chamada velocidade de
arrastamento.
Por exemplo, num fio de cobre com 0,37 mm de diâmetro e 1 m de comprimento,
percorrido por uma corrente de intensidade 1 A, um electrão demora cerca de meia hora a
chegar de uma extremidade à outra.
Não se deve confundir velocidade de arrastamento dos electrões, com a velocidade de
propagação do campo eléctrico no condutor, a qual é próxima da luz. Isso significa que a
corrente começa a fluir quase simultaneamente em todos os pontos dum circuito.
Nos condutores electrolíticos, os portadores de carga eléctricos são os iões positivos e os
iões negativos. Eles movem-se, respectivamente para o cátodo e para o ânodo, ou seja, para
os eléctrodos introduzidos no líquido e que estão ligados aos pólos do gerador.
Os gases comportar-se-iam como maus condutores, na ausência de radiações ionizantes,
como por exemplo as radiações provenientes de substâncias radioactivas e a radiação
cósmica. Como estas estão sempre presentes, os gases tornam-se condutores pelo seguinte
processo: do choque das radiações ionizadas com as moléculas do gás, resultam iões
positivos, iões negativos e electrões. O gás fica ionizado e torna-se, por isso, condutor.

Coordenação Concelhia
24
FÍSICA – 12º ANO

Estabelecendo uma diferença de potencial, por exemplo nas extremidades dum tubo que
contenha um gás ionizado, os iões positivos passam a deslocar-se no sentido do campo
eléctrico aplicado, e os iões negativos e electrões, em sentido contrário. Durante estes
movimentos há choques, de que resultam novas ionizações e excitação de átomos. Quando
estes voltam ao estado fundamental, emitem energia.
Sentido da Corrente Eléctrica
Quando no interior dum condutor houver um campo eléctrico que não varie de sentido, em
virtude de uma diferença de potencial constante, aplicada nos seus terminais, a corrente
eléctrica obtida chama-se corrente contínua. Se o campo eléctrico variar no sentido,
obtém-se no condutor uma corrente, chamada corrente alternada. É a corrente contínua
que vai ser objecto do nosso estudo.
Surge, neste momento, necessidade de introduzir uma convenção para o sentido da
corrente, uma vez que, nos condutores metálicos os portadores de carga se movem todos
no mesmo sentido, enquanto que, nos condutores electrolíticos e nos gasosos, uns
portadores se movem num sentido e, os outros, em sentido contrário.
O sentido da corrente eléctrica, em qualquer condutor, admite-se como sendo o do
movimento de partículas com carga positiva. Como sabemos, as partículas com carga
positiva desloca-se no sentido de , isto é, no sentido dos potenciais decrescentes. É este,
pois, o sentido convencional da corrente eléctrica.
Num condutor metálico, o sentido convencional é oposto ao sentido do movimento dos
electrões de condução (sentido real). Isto significa que, num circuito com um só gerador,
o sentido convencional da corrente eléctrica é do pólo positivo para o pólo negativo, fora
do gerador.

Intensidade de Corrente Eléctrica


Se, num intervalo de tempo ∆t, uma secção dum condutor for atravessada pela carga
eléctrica, ∆Q, no sentido convencional, define-se intensidade media da corrente eléctrica,
Im, pelo cociente: pág 94

No caso de Im ter sempre o mesmo valor, em qualquer intervalo de tempo considerando e


em qualquer secção do condutor (corrente estacionária), a intensidade instantânea da
corrente (ou intensidade de corrente eléctrica) será:

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FÍSICA – 12º ANO

Se Im não for constante, temos de considerar intervalos de tempo cada vez mais curtos, ate
encontrar um valor de ∆Q/∆t que não varie se o intervalo de tempo diminuir ainda mais,
isto é, em cada instante:

Unidade SI de intensidade de corrente eléctrica


A unidade SI de intensidade de corrente eléctrica é o ampere (A), uma das sete unidades de
base.
Na equação de definição de intensidade da corrente
estacionária, ,surgem duas grandezas eléctricas, I e Q, podendo
qualquer delas ser a grandeza de base. No entanto, por razões de ordem prática,
relacionadas como o rigor das medidas, foi escolhida, para unidade de base, a unidade de
intensidade de corrente.
Dado que o ampere é definido em termos dos efeitos magnéticos da corrente, não
podemos, nesta altura do curso, aprofundar o conteúdo dessa definição.
Podemos, sim, definir o Coulomb, unidade derivada: é a carga eléctrica que passa, durante
1 segundo, numa secção transversal dum condutor percorrido por uma corrente
estacionária de 1 ampere.
Resistência
Definição de Resistência
Quando se aplica a mesma diferença de potencial nas extremidades de vários condutores,
as intensidades das correntes resultantes são, em geral, diferentes umas das outras. Isto
mostra que uns condutores oferecem maior oposição ou resistência do que outros á
passagem da corrente.
Se, num condutor, existir uma diferença de potencial (ou tensão) entre os seus terminais A
e B, tal que VA > VB, o sentido da corrente I será de A para B, de acordo com a convenção
adoptada.
Define-se, então, resistência R do condutor pelo cociente:

Coordenação Concelhia
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FÍSICA – 12º ANO

A resistência do condutor AB é definida por:

Representando VA - VB por U, podemos escrever:

Unidade SI de resistência
Se U = 1 volt e I = 1 ampere, a unidade SI de resistência é o ohm:

1 ohm é, portanto, a resistência dum condutor percorrido


por uma corrente de intensidade 1 ampere quando, nos seus terminais, se aplica a diferença

Factores de que depende a Resistência


Comprimento, área da secção recta e material
Estudos experimentais feitos no 8º ano levaram à conclusão de que a resistência dum dado
condutor era directamente proporcional ao seu comprimento, l, e inversamente
proporcional à área da sua secção recta, S. Também se verificou que dois condutores, com
o mesmo comprimento e a mesma área da secção recta, tinham resistência diferentes se
fossem constituído por materiais diferentes. Estas conclusões traduzem-se
matematicamente pela relação:

A constante de proporcionalidade ρ caracteriza o material de que o condutor é feito e


chama-se resistividade. A uma dada temperatura, é uma constante física do material.

A resistividade é, numericamente, igual é resistência dum condutor com uma unidade de


comprimento e uma unidade de área da secção recta. No SI, a resistividade mede-se em Ω
m.

Material Resistividade A 20ºC Coeficiente de temperatura da


Resistividade, A 20ºC
ρ/Ω m
α/ºC-1

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FÍSICA – 12º ANO

Metais

Prata 1,6 x 10-8 3,8 x 10-3

Cobre 1,7 x 10-8 3,9 x 10-3

2,8 x 10-8 3,9 x 10-3


Alumínio
5,6 x 10-8 4,5 x 10-3
Tungsténio
6,8 x 10-8 6,0 x 10-3
Níquel
1,0 x 10-7 5,0 x 10-3
Ferro

Ligas metálicas

Constantan (Cu, Ni) 4,4 x 10-7 2,0 x 10-6

Manganina (Mn, Cu, Ni) 4,4 x 10-7 1,0 x 10-5

Nicrómio (Ni, Cr, Fe) 1,0 x 10-6 4,0 x 10-4

Carbono 3,5 x 10-5


- 5,0 x 10-4
Semicondutores

Germânio
4,5 x 10-1
Silício - 4,8 x 10-2
2
6,4 x 10
- 7,5 x 10-2
Maus condutores

Madeira seca

Borracha 108 a 1014

Vidro 1013

Ebonite 1010 a 1014

Enxofre 1,5 x 1014

1015

Analisando a tabela em cima, verifica-se que:


- Os metais têm resistividades baixas, sendo a prata o melhor condutor;
- As ligas metálicas e o carbono tem resistividade superiores ás dos metais:
- Os maus condutores têm resistividades muitíssimo elevadas.

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FÍSICA – 12º ANO

Nos electrólitos, a resistividade varia com a concentração. O valor da resistividade


depende, pois, da constituição do material. Nos metais, este facto pode ser interpretado do
seguinte modo: como o raio iónico e a estrutura da rede formada pelos iões positivos, que
se opõem ao movimento dos electrões de condução, dependem do metal considerado, a
velocidade de arrastamento dos electrões, para uma mesma diferença de potencial aplicada,
variará conforma o metal.

Temperatura
A resistividade dum material varia, portanto, com a temperatura. Verifica-se
experimentalmente que a variação relativa da resistividade depende do valor da
temperatura inicial, isto é, ρ não apresenta sempre iguais variações para iguais aumentos de
temperatura.

A tabela anterior fornece valores de resistividade a 20ºC. Para uma temperatura diferente
de 20ºC, mas próxima, a resistividade calcula-se através da relação empírica:
ρ = ρ 20º C [1 + α (Ɵ – 20º C)]
Em que ρ é a resistividade à temperatura Ɵ, ρ 20º C é a resistividade a 20º C e α é o
coeficiente de temperatura da resistividade a 20º C.
Na tabela anterior encontram-se também os valores de coeficientes de temperatura da
resistividade, a 20º C. A análise destes valores mostra que:

- Para os metais, α > 0, o que significa que a resistividade aumenta quando a temperatura
aumenta. Por exemplo, no caso do cobre, esse aumenta é de 0,39% para o acréscimo de 1º
C, a uma temperatura próxima de 20º C;
- Para as ligas metálicas, também há aumento da resistividade coma temperatura, embora
seja menor que nos metais. Este aumento é muito pequeno para a manganina e
praticamente nulo para o constantan. Por isso se usam estas duas ligas metálicas na
construção de resistências-padrão.
- Para o carbono e para os semicondutores, α <0. Isto mostra que a resistividade diminui
quando a temperatura aumenta.
Nos metais, o aumento de resistividade com a temperatura pode ser interpretado do
seguinte modo: por um lado, aumenta a velocidade dos electrões nos seus movimentos ao
caso, o que faz diminuir o intervalo de tempo entre duas colisões com os iões metálicos e
Coordenação Concelhia
29
FÍSICA – 12º ANO

consequentemente, o intervalo de tempo durante o qual são acelerados pelo campo


eléctrico; por outro lado, aumenta a amplitude de vibração dos iões metálicos e as colisões
dos electrões tornam-se mais frequentes. A velocidade de arrastamento dos electrões
diminui, dando, como resultado, uma menor intensidade de corrente.

Lei de OHM
Com o circuito eléctrico esquematizado na figura que se segue, aplicam-se, nos extremos
dum fio de cobre, diferenças de potencial de valores diferentes. Registam-se os valores das
intensidades de corrente obtidas. Calculando os cocientes U/I, obtêm-se valores
praticamente iguais.

U (V) I (A) U/I (Ω)

0,05 0,32 0,16

0,10 0,60 0,17

0,15 0,85 0,18


O
0,20 1,20 0,17

0,25 1,50 0,17

gráfico que traduz estes resultados é uma recta


que começa na origem, isto é, para este condutor, I é uma função linear de U.

Isto significa que, para o condutor utilizado, a intensidade da corrente que o percorre é
directamente proporcional à diferença de potencial aplicada nos extremos. Por outras
palavras, a resistência é constante. Do gráfico, resulta R = 0,17 Ω.

Este resultado experimental, estabelecido pela primeira vez pelo físico alemão Ohm, é
conhecido por lei de Ohm, que podemos enunciar assim:

 Para um condutor metálico, a dada temperatura, a resistência é constante.

A lei de Ohm é uma descrição empírica de uma propriedade que muitos condutores têm.
Por isso se chamam condutores óhmicos ou lineares. Então nesta categoria os metais.
Coordenação Concelhia
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FÍSICA – 12º ANO

Há condutores que não obedecem à lei e que se designam por não óhmicos. São exemplos
de condutores não óhmicos os díodos e os tríodos, usados em circuito electrónicos. Nestes,
a resistência não é constante, pois depende da diferença de potencial, conforme se pode
concluir da análise dos gráficos das figuras que se seguem.

Intensidade da corrente de placa (I)


em função da tensão de placa (U),
para uma tensão de filamento de
12 V, num díodo 6 A X 5. O díodo
não obedece à lei de Ohm.

Intensidade da corrente de placa (I)


em função da tensão de placa (U),
para uma tensão de grelha 3 V,
num tríodo de 6 J 5. O tríodo não
obedece à lei de Ohm.

Associação de Resistências
Habitualmente, nos circuitos, são utilizados associações de resistências em série, em
paralelo e mistas. O modo como se ligam as resistências depende da aplicação prática que
se vier a fazer de determinado circuito.
Se tivermos um conjunto de resistências associadas, podemos substituí-los por uma
resistência única, que tenha a mesma resistência que o conjunto. Chama-se resistência
equivalente a esta resistência única.
Começaremos por fazer o cálculo da resistência equivalente a uma associação em série e a
uma associação em paralelo.

Associação de Resistência em Série


Diz-se que duas ou mais resistências estão ligadas em série, quando os seus terminais estão
ligados dois a dois, de modo a só haver um caminho a ser percorrido pela corrente. Por
outras palavras, a intensidade da corrente é a mesma em todas as resistências.
Consideremos três condutores de resistência R1, R2 e R3 associadas em série (figura a
seguir) e percorridos por uma corrente eléctrica de intensidade I. Sejam V A, VB, VC e VD os
potenciais eléctricos nos pontos A, B, C, e D. A resistência equivalente, R, há-de ser uma

Coordenação Concelhia
31
FÍSICA – 12º ANO

resistência tal que a diferença de potencial nos seus terminais é VA – VD quando a


intensidade da corrente que percorre é I:

A diferença de potencial entre os pontos A e D é igual a:


V A − V D = (V A − V B ) + (V B − V C ) + (V C − V D )

Pela definição de resistência:


V − VB V − VC VC − V D
R1 = A R2 = B R3 =
I I I

Portanto: V A − V B = R1 I V B − V C = R2 I V C − V D = R3 I

Como V A − V D = RI, tem−se:

RI = R1 I + R2 I + R3 I ou [ R = R1 + R2 + R3 ]
A resistência equivalente a um conjunto de resistências associadas em série é igual á soma
dessas resistências.

Associação de Resistências em Paralelo


Duas ou mais resistências estão associadas em paralelos ou em derivação, quando se ligam
umas às outras, de tal modo que, nos seus terminais, fica aplicada a mesma diferença de
potencial (figura seguinte).

Coordenação Concelhia
32
FÍSICA – 12º ANO

Atendendo a que há conservação da carga eléctrica, a intensidade da corrente I, no circuito


principal, é igual á soma das intensidades das correntes nos circuitos derivados:

I = I 1 + I2 + I 3

Pela definição de resistência,temos que:


V −VB V − VB V − VB
R1 = A R2 = A R3 = A
I1 I2 I3
As intensidades de corrente I 1 , I 2 e I 3 são, portanto, inversamente proporcionais às resistências . Se R for a

V A − VB V −VB VA −VB V A − VB
resistência equivalente, R = . Portanto:I1 = A I2 = I3 =
I R1 R2 R3

V A − VB V A − VB VA −VB V A − VB 1 1 1 1
então
R
=
R1
+
R2
+
R3
ou =
R R1
+
R2
+
R3 [ ]
Se várias resistências estiverem ligadas em paralelo, o inverso da resistência equivalente é
igual à soma dos inversos das resistências associadas.

Divisor de Tensões
Coordenação Concelhia
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FÍSICA – 12º ANO

Se, em vez do conjunto de três condutores em série da figura anterior citada, tivermos um
condutor único AD, a diferença de potencial entre ponto A e outro ponto deste condutor
será uma fracção da diferença de potencial que estiver aplicada entre os terminais A e D.
Este facto encontra uma aplicação prática no divisor de tensões (figura seguinte).
Estabelecendo uma certa diferença de potencial U entre os pontos A e D dum reóstato e
deslocando o cursor X, pode obter-se, no condutor C, uma diferença de potencial desde
zero (cursor em A) até U (cursor em D).
Os divisores de tensões são utilizados nos receptores de rádio e de televisão para fazer
variar a tensão de saída.

Esquema da instalação dum reóstato


como divisor de tensões

Instalação dos Amperímetros e dos Voltímetros nos Circuitos Eléctricos

Muitos amperímetros e voltímetros são, essencialmente, galvanómetros (detectores de


corrente capazes de medir intensidades da ordem do mA ou do µA). Associando à
resistência dum galvanómetro, em paralelo ou em série, outra resistência convenientemente
escolhida, obtém-se, respectivamente, um amperímetro e um voltímetro.

Amperímetros

Para medir a intensidade da corrente num circuito, deve-se instalar um amperímetro em


série, de tal modo que essa corrente passe por ele. A resistência dum amperímetro deve,
portanto, ser muito pequena, em comparação com a resistência do resto do circuito pois,
doutro modo, a sua introdução alteraria o valor da intensidade da corrente a medir. O
amperímetro ideal deveria ter resistência nula, para que a diferença de potencial nos seus
terminais fosse zero e ele não absorvesse energia.

Voltímetros

Coordenação Concelhia
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FÍSICA – 12º ANO

A diferença de potencial entre dois pontos A e B dum circuito mede-se ligando um


voltímetro em paralelo aos pontos A e B. A resistência do voltímetro deve ser grande, em
comparação com a resistência de AB, para que a corrente que nele passa (necessária ao seu
funcionamento) seja desprezável, em relação à corrente que passa por AB. O voltímetro
ideal deveria ter resistência infinita, para que nele não passasse corrente e não consumisse
energia.

Transformações de Energia num Circuito Eléctrico

Entre os pontos A e B do circuito eléctrico representado na figura a seguir, está aplicada


uma diferença de potencial constante, VA – VB, que dá origem a uma corrente estacionária
de intensidade I. Sendo o potencial eléctrico no ponto A maior que no ponto B, uma carga
positiva Q desloca-se espontaneamente de A para B. A força eléctrica realiza, então, um
trabalho positivo W ( el) = Q (VA – VB) e a energia potencial eléctrica de Q diminui de uma
quantidade igual a Q (VA – VB).

A energia perdida por uma carga negativa com o mesmo módulo de Q, que se deslocasse
de B para A, seria a mesma. Por isso, podemos adoptar o sentido convencional da corrente
ao estudar as transformações de energia que ocorrem num circuito eléctrico.

De acordo com a lei da conservação da energia, a energia potencial eléctrica perdida pela
carga Q, entre A e B, é transformada noutras formas de energia nos diferentes receptores
que constituem essa porção do circuito:

- Energia térmica na lâmpada, no voltâmetro o no motor;

- Energia química, no voltâmetro;

- Energia mecânica, no motor.

A energia E, perdida pela carga positiva Q e que é recebida pela lâmpada, pelo voltâmetro
e pelo motor, onde é transformada noutras formas de energia, vale:

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35
FÍSICA – 12º ANO

E = Q (VA – VB) ou E=QU

Portanto, a potência eléctrica recebida pela porção de circuito de A até B, será, dividindo
a última expressão por ∆t:

Lei de Joule
Num condutor metálico, a perda da energia potencial eléctrica não se manifesta num
aumento de energia cinética dos electrões, excepto momentaneamente, antes de ser
transferida para os iões positivos do metal. Assim, a energia de vibração destes aumenta.
Isso corresponde, a nível macroscópico, a um aumento de temperatura do condutor. Este
fenómeno é conhecido por efeito Joule.

Para as porções dum circuito, onde a energia potencial eléctrica se transforma só em


energia térmica, isto é, nas resistências puras, a expressão anteriormente encontrada para
a energia eléctrica (E = U I ∆t) pode ser modificada, atendendo a que R = U/I. Assim,
substituindo U por R I nessa expressão, obtém-se a energia eléctrica dissipada por efeito
de Joule numa resistência pura:

A relação acabada de deduzir foi encontrada, experimentalmente, pela primeira vez, pelo
físico inglês James Prescott Joule, sendo conhecido por lei de Joule (figura a seguir):

 Numa resistência pura, a energia eléctrica que se transforma em energia térmica é directamente proporcional à
resistência, ao quadrado da intensidade da corrente e ao intervalo de tempo durante o qual ela passa.

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FÍSICA – 12º ANO

R(Ω) I(A) ∆t(S ∆Ɵ(ºC) ∆Ɵ/R


)

2,4 1,0 60 0,3 0,1

5,3 1,0 60 0,7 0,1

R(Ω) I(A) ∆t(S ∆Ɵ(ºC) ∆Ɵ/I2


)

5,3 1,0 60 0,7 0,7

5,3 2,0 60 2,8 0,7

Quanto à potência eléctrica transformada em


potência térmica, ou potência dissipada por efeito de Joule, ela é igual a:

Força Electromotriz e Potência dum Gerador


Um gerador é um dispositivo capaz de transformar energia química, ou mecânica, ou
outra forma de energia, em energia eléctrica. São exemplos de geradores as pilhas e os
acumuladores de chumbo, que transformam energia química em eléctrica e os dínamos,
que transformam energia mecânica em eléctrica.
R(Ω I( ∆t(S ∆Ɵ(ºC ∆Ɵ/∆t
) A) ) )
5,3 1,0 60 0,7 0,7
5,3 1,0 120 1,4 0,7

Consideremos um circuito eléctrico constituído por um gerador, um


condutor metálico AB e os fios de ligação (fig. ao lado). Quando
uma carga eléctrica positiva Q sai do pólo positivo do gerador, ela
perde energia quando passa do ponto A para o ponto B, visto que
atravessa um condutor metálico. Do pólo positivo até ao ponto A e
do ponto B até ao pólo negativo, não perde energia, visto que os fios de ligação têm
resistência desprezável.

Coordenação Concelhia
37
FÍSICA – 12º ANO

Ao chegar ao pólo negativo, a carga Q tem de se deslocar dum potencial mais baixo para
um potencial mais alto, dentro do gerador. Para isso, precisará de receber energia. O papel
desempenhado pelo gerador num circuito é, precisamente, aumentar a energia potencial
eléctrica da carga Q, à custa da sua energia química ou mecânica E, realizando trabalho
sobre ela. A grandeza Є , definida pelo cociente:

Chama-se força electromotriz do gerador e é, numericamente,


igual à energia (química, mecânica, etc.) convertida em energia eléctrica pelo gerador, por
cada unidade de carga que o atravessa.
Da equação de definição de força electromotriz, resulta que E = QЄ. Como Q = I ∆t, vem
para a expressão da energia fornecida pelo gerador:

Dividindo por ∆t, obtém-se a potência do gerador:

Unidade SI de força electromotriz


A grandeza força electromotriz não é, na realidade, uma força. Basta atender à sua equação
de definição. Dela se conclui que a sua unidade SI é o Joule / Coulomb ou Volt.
Isto significa que um gerador, com a força electromotriz de 1 Volt, transforma 1 Joule de
energia química ou mecânica ou outra forma de energia, em energia eléctrica, por cada
carga de 1 Coulomb que o atravessa.

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FÍSICA – 12º ANO

I – MOVIMENTO DE UMA PARTÍCULA MATERIAL

Cinemática
- é um dos ramos da mecânica clássica;
- estuda o movimento dos corpos independentemente das forças que o origina ou que o
pode modificar;
Referencial – é um corpo (ou conjunto de corpos) em relação ao qual são definidas as
posições de outros corpos. Um referencial pode ser unidimensional, bidimensional ou
tridimensional conforme o número de eixos coordenados associado a ele.
Posição – é o local onde se encontra um corpo, ou seja, é a localização de um corpo. No
sistema internacional, a unidade da posição é metro (m).
Tempo – é uma grandeza física associada à sucessão de acontecimentos. Permite
sequenciar eventos, comparar a duração de eventos e os seus intervalos. No sistema
internacional, a unidade do tempo é segundo (s).
Movimento – é a variação da posição de um corpo em relação a um determinado
referencial, no decorrer do tempo. Quando não há variação da posição de um corpo em
relação a um determinado referencial, diz-se que o corpo se encontra em repouso em
relação ao respetivo referencial.
Ponto (partícula) material – é um modelo criado na física que representa um corpo e que
significa um ponto geométrico no qual se concentra toda a massa do corpo. Um corpo é
considerado ponto material ou partícula se as suas dimensões forem irrelevantes na
situação em estudo.
Trajetória de um ponto material em movimento – é a linha constituída pelas diferentes
posições sucessivas ocupadas por um ponto material em movimento. Caso o ponto material
encontrar em repouso em relação a um determinado referencial, a sua trajetória reduz-se a
um ponto em relação a esse referencial. Uma trajetória pode ser retilínea (linha reta) ou
curvilínea (linha curva).
Relatividade do movimento/repouso
Movimento e repouso são conceitos relativos por dependerem do refrencial escolhido para
o estudo da posição de um corpo. Portanto, um corpo pode estar em movimento em relação
a um referencial e, ao mesmo tempo, em repouso em relação a outro referencial. Um corpo
pode descrever uma trajetória retilínea em relação a um referencial e, ao mesmo tempo,
curvilíneo em relação a um outro referencial.

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FÍSICA – 12º ANO

GRANDEZAS CINEMÁTICAS

As grandezas cinemáticas são grandezas que servem para descrever o movimento. Essas
grandezas são: posição, velocidade e aceleração.

2.1. Descrição de um movimento de uma partícula material

Esta descrição poderá ser feita de duas maneiras distintas, ainda que, qualquer uma delas se
traduza por uma equação – lei do movimento – que é em função do tempo.

2.1.1. Através da coordenada de posição, sobre a trajectória

Consideremos uma partícula a descrever uma trajectória conhecida (fig. 2.1.).

Para definirmos a posição da partícula, num dado


isntante, teremos de escolher, arbitrariamente, uma
posição fixa de referência – a origem O – e um sentido
positivo sobre a trajectória.

A posição s, da partícula em qualquer instante será


definida pelo comprimento do arco Os , precedido do

sinal (+) ou (–) conforme a partícula se encontra na parte positiva ou negativa da


trajectória.
Na figura 2.1. e de acordo com o sentido arbitrado, teremos:

s A  0 ; s A = OA

sB  0 ; sB = OB

sC  0 ; s A = OC
Poderemos assim concluir que se a trajectória da partícula é conhecida, a sua posição, em
qualquer instante, poderá ser definida por uma coordenada (s).

A equação
s = f(t) é denominada - lei do movimento.

2.1.2. Através do vector posição

Mas a posição de um ponto material também é dado por um vetor com origem na origem
do referencial cartesiano e extremidade na partícula material. Esse vetor é chamado de

vetor posição ( r ).
O vetor posição de um ponto material em movimento varia em módulo (norma) e direcção

no decorrer do tempo. Logo r é uma função do tempo.

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FÍSICA – 12º ANO

 
r  r (t )

a) Referencial Unidimensional b) Referencial bidimensional c) Referencial tridimensional

A coordenada do ponto material é As coordenadas do ponto material As coordenadas do ponto


dada, por exemplo, pela abcissa x: são dadas pela abcissa x e pela material são dadas pela abcissa
P(x). ordenada y: P(x;y). x, pela ordenada y e pela cota z:
P(x;y:z).


Expressões de r em função das componentes axiais

 
a ) r  rx
  
b) r  rx  ry
   
c ) r  rx  ry  rz


Equação cartesiana de r
A expressão de pode ser dada em função das coordenadas cartesianas:
 
a ) r  x ex  

  
rx  x ex
b ) r  x ex  y e y  
ry  y e y
   
 
c ) r  x ex  y ey  z ez rz  z ez

Equação paramétrica do movimento


As coordenadas cartesianas de uma partícula P identificam-se, portanto como as medidas
 
algébricas das componentes do vetor r . Dado que r é uma função do tempo, também as
medidas algébricas das suas componentes o serão. As equações correspondentes designam-
se por equações paramétricas do movimento, porque dependem do parâmetro t.
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FÍSICA – 12º ANO

a ) x  x (t )
x  x (t )
b)
y  y (t )
x  x (t )
c) y  y (t )
z  z (t )

Equação cartesiana da trajectória


Para determinar a equação cartesiana da trajectória em função coordenadas de P, elimina-
se o parâmetro t entre as equações paramétricas.

NB:
As referências, as coordenadas e as equações das curvas (trajectórias) dizem-se cartesianas, em
homenagem ao seu inventor, René Descartes, que foi filósofo e matemático francês (1596-1649). Em 1637
ele publicou quatro tratados: Discurso do Método, óptica, Meteorologia e Geometria. Neste ultimo,
estabeleceu os fundamentos da Geometria Analítica, um dos instrumentos matemáticos essenciais à Física.
O seu principal trabalho, Princípios de filosofia, surgiu em 1644.

Exercícios de aplicação

1. As posições de uma partícula material P que se move no plano OXY são definidas pelo
vector posição:
  
r  t ex  3t ey
2
( SI )
1.1. Para o instante t=2s:
1.1.1. Escreva a expressão cartesiana do vector posição.
1.1.2. Calcule a norma do vector posição.
1.1.3. Indique as coordenadas de P no referencial OXY.
1.2. Escreva a equação paramétrica do movimento.
1.3. Determine a equação cartesiana da trajectória, represente-a graficamente no

intervalo de tempo
 0s  3s  e indique, sobre a figura obtida, o vector posição no
instante t=2s.

2. O movimento no ar de uma bola de golfe é descrito, num sistema de coordenadas em


que a direcção vertical corresponde ao eixo OY e a direcção horizontal, sobre o relvado, ao
eixo OX pela seguinte equação:

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FÍSICA – 12º ANO

  
r (t )  5t ex  (10t  5t ) e y
2
(SI)
2.1. Para o instante t=1s:
2.1.1. Escreva a equação cartesiana do vector posição.
2.1.2. Calcule a norma do vector posição.
2.1.3. Indique as coordenadas da bola.
2.2. Escreva a equação paramétrica do movimento.
2.3. Determine a equação cartesiana da trajectória, represente-a graficamente e indique
sobre a figura obtida o vector posição no instante t=1s.

2.4. Vector deslocamento e deslocamento escalar


Conhecida apenas a forma como o vector posição
varia-se, no decorrer do tempo, podem determinar-
se, como veremos, os vectores deslocamento,
velocidade e aceleração. O comportamento do
vector posição no decurso do tempo mostra-nos as
diferentes posições ocupadas por uma partícula
material em instantes sucessivos. A variação da

posição r num intervalo de tempo considerado,

representa-se por um vector com origem na posição


inicial e extremidade na posição final da partícula denomina-se de vector deslocamento.
  
 r  rf  ri

O deslocamento pode ser escrito em função das suas componentes segundo as direcções de

 
r
cada um dos eixos coordenados. Consideremos os vectores ri e f num referencial
tridimensional:

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FÍSICA – 12º ANO

  
 r  rf  ri     
ri  xi ex  yi e y  zi ez
      
  r  ( x f ex  y f ey  z f ez )  ( xi ex  yi e y  zi ez )     
rf  x f ex  y f e y  z f ez
      
  r  x f ex  y f ey  z f ez  xi ex  yi e y  zi ez 
    x  x f  xi  x2  x1
  r  ( x f  xi ) ex  ( y f  yi ) e y  ( z f  zi ) ez 
y  y f  yi  y2  y1
   
 r  x ex  y e y  z ez z  z f  zi  z2  z1

O módulo do deslocamento entre dois pontos mede a distância entre esses dois pontos e é
igual a:

|  r |  (x) 2  (y ) 2  (z ) 2 

|  r |  ( x f  xi ) 2  ( y f  yi ) 2  ( z f  zi ) 2

O deslocamento escalar s , nesse mesmo intervalo de tempo, será dado pela mudança de
posição sobre a trajectória

s = s2 - s1
Na figura 2.4. estão representadas duas trajectórias, (A) e (B), em que as posições das
partículas, nos intervalos t1 e t2, são as mesmas.
 
Como poderemos observar:
r ( A)  r ( B )

s( A)  s( B )
No entanto
Note que:

s  r
- no caso da figura, ;

s  r
- se a trajectória da partícula é rectilínea

s
- o espaço percorrido pela partícula só coincidirá com se não houver inversões de
sentido e a trajectória for aberta.

Exercícios de aplicação

1. Uma partícula move-se no plano xoy, segundo a lei:


  
r  2t 2 ex  (8t  4) ey (SI)
Determine:

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FÍSICA – 12º ANO

1.1. O vector deslocamento, entre os instantes 1s e 3s.


1.2. O módulo do vector deslocamento, entre os instantes 1s e 3s.
1.3. A equação Cartesiana da trajectória.

2. As posições de uma partícula material P que se move no plano OXY são definidas pelo
vetor posição:
  
r  2t ex  (16t  8t 2 ) ey ( SI )

2.1. Para o instante t=1s:


2.1.1. Escreva a expressão cartesiana do vetor posição.
2.1.2. Calcule a norma do vetor posição.
2.1.3. Indique as coordenadas de P no referencial OXY.
2.2. Escreva a equação paramétrica do movimento.
2.3. Determine a equação cartesiana da trajetória, represente-a graficamente no

intervalo de tempo
 0s  2s  e indique, sobre a figura obtida, o vetor posição no
instante t=1s.
2.4. Determine o vetor deslocamento, entre os instantes 0,5s e 2s.
2.5. Calcule o módulo do vetor deslocamento, entre os instantes 0,5s e 2s.

2.5. V ETOR VELOCIDADE MÉDIA E VELOCIDADE ESCALAR MÉDIA


Velocidade média ( v m )
Seja o vector deslocamnto escalar de uma partícula num intervalo de tempo .
Chama-se vector velocidade média ao quociente:

 r
vm 
t

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FÍSICA – 12º ANO

A descrição do movimento em termos da sua velocidade média não permite conhecer o que
aconteceu em cada momento do seu percurso. Isso só é possível recorrendo ao valor da
velocidade instantânea.
O vector velocidade média tem:

 A direção do vetor , porque é uma grandeza


escalar;
 O sentido do vetor , porque é uma grandeza

escalar positiva.


r
vm 
t
A norma do vector velocidade média é:
Se para o mesmo intervalo de tempo t , for s o deslocamento escalar da partícula, à

s
razão t chamaremos velocidade escalar média ( vm ).
s
vm 
t
Podemos concluir que a velocidade scalar média será um escalar positivo ou negativo,
conforme o deslocamento se dá no sentido positivo ou no sentido negativo.

2.6. Velocidade instantânea ou simplesmente velocidade ( v )
  
  r   r (t  t )  r (t )
v  lim v m  v  lim  v  lim 
t 0 t 0 t t  0 t

dr
  
 v ou v  r '
dt
A velocidade também pode ser expressa em função das suas componentes cartesianas se

for conhecido o vetor posição r . Assim, sendo
   
r  x ex  y ey  z ez
E aplicando as regras de derivação da soma e do produto obtém-se:
   
d r dx  d e dy d e dz  de
 ex  x x  e y  y y  e z  z z
dt dt dt dt dt dt dt
      
ou r '  x ' ex  x ex ' y ' ey  y e y ' z ' ez  z ez '

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FÍSICA – 12º ANO

  
ex , e y e ez
Como são vetores constantes em norma, direção e sentido, as suas derivadas
em ordem ao tempo são nulas,
dx
vx  ou vx  x '
dt
 dx  dy  dz      dy
v ex  ey  ez ou v  x ' ex  y ' ey  z ' ez  vy  ou v y  y '
dt dt dt dt
    dz
 v  v x ex  v y e y  v z ez vz  ou vz  z '
dt
O módulo da velocidade pode ser calculado através das suas componentes cartesianas:

2 2 2

 dx   dy   dz 
| v | vx2  v y2  vz2         
 dt   dt   dt 

A direção da velocidade instantânea corresponde à


direção para a qual se aproxima o deslocamento quando
o intervalo de tempo se torna progressivamente menor.
A direção da velocidade instantânea é, em cada instante,
tangente à trajectória na posição em que se encontra a
partícula. O sentido da velocidade é o sentido do
movimento.

Por anologia com a definição do vector velocidade instantânea, poderemos definir a


velocidade escalar instantânea ou simplesmente, velocidade escalar, como sendo:

s ds
v  lim  v ou v  s'
t 0 t dt


Obs: Podemos conluir que tanto a equação = f (t) como s = f (t) nos podem conduzir ao
r

módulo da velocidade escalar v.

Exercícios de aplicação

1. Considera as seguintes equações paramétricas do movimento de uma partícula material:

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FÍSICA – 12º ANO

1.1. Escreve as expressões cartesianas dos vectores posição e velocidade, para t = 1s:
1.2. Determina o vetor deslocamento, entre os instantes 1s e 3s.
1.3. Calcula a velocidade média, entre os instantes 1s e 3s.

2. Considera o seguinte vector posição, em função do tempo, referente ao movimento de


uma partícula material P:

Para o instante t =1s:


2.1. Indica a distância da partícula P à origem do referencial.
2.2. Escreve a expressão cartesiana do vector velocidade.

2.7. Vector aceleração média e vector aceleração instantânea

No movimento curvilíneo, a velocidade para além de


poder variar em módulo e em sentido, varia de
direcção, uma vez que é sempre tangente à
trajectória. Deste modo a variação da velocidade e a
aceleração média apontam para o interior da
concavidade da trajectória.
 
A aceleração média ( am ) é a grandeza que representa a variação da velocidade (  v ) por
unidade de tempo.
 
 v (t  t )  v (t )
am  
t

 v
 am 
t

No movimento rectilíneo, a velocidade só pode variar em módulo e em sentido,


permanecendo sempre com a direcção do movimento.
A aceleração média e a variação da velocidade têm sempre mesma direcção e mesmo
sentido.

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FÍSICA – 12º ANO


Aceleração instantânea ou simplesmente aceleração ( a )
  
  v (t  t )  v (t ) v
a  lim am  lim  lim 
t 0 t  0 t t  0 t
 
dv     d2 r  
 a ou a  v '  a  2 ou a  r ''
dt dt
- Se o movimento for rectilíneo, a aceleração é tangente à trajectória porque a
velocidade só varia em módulo;
- No caso do movimento curvilíneo, a aceleração aponta para a concavidade da
trajectória, porque a velocidade também varia em direcção.

Tal como a velocidade a aceleração também pode ser expressa em função das componentes
cartesianas:

dvx
    ax   vx '
a  a x ex  a y e y  a z e z  dt
 dvx  dv y  dvz  dv y
a ex  ey  ez  ay   vy '
dt dt dt dt
    dv
 a  vx ' ex  v y ' ey  vz ' ez az  z  vz '
dt

Exercícios de aplicação

1. A posição de uma partícula que se move no plano x0y é dada por:


  
r  2, 0t 4 ex  2t 2 ey (SI)

a) Esboce o gráfico da partícula nos primeiros 2,0 s.

b) Determine a aceleração média nos intervalos de tempo


 0,5;1,5 ,  0,9;1,1 s.
c) Determine a aceleração no instante t=1 s.
d) Mostre que a aceleração aponta para o interior da concavidade da trajectória.

COMPONENTES
DO VECTOR

ACELERAÇÃO

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FÍSICA – 12º ANO

  
a  at  an

Aceleração tangencial
Essa componente do vector aceleração caracteriza a variação do vector velocidade em
módulo. Indica-nos se o movimento é acelerado, retardado ou uniforme.
 
at  v ' ut at  v ' 
v | v |

Aceleração normal (ou aceleração centrípeta)


Essa componente do vector aceleração caracteriza a variação do vector velocidade em
direção. Informa-nos sobre a forma da trajetória, isto é, indica-nos se o movimento é
retilíneo ou curvilíneo.
 v2  v2
an   u n an 
r r r - raio da curvatura

Vetor aceleração em função das suas componentes


  v2 
a  v ' ut   un
r

Podemos obter a norma de a através das
expressões:
a 2  at 2  an 2 a 2  ax 2  a y 2
ou

Classificação do movimento

Coordenação Concelhia
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FÍSICA – 12º ANO

É já sabido que:
   
- Se 90  ( v, a )  0 , a t e v
têm o mesmo sentido e o

movimento é acelerado;

   
- Se 180    ( v , a )  90 , a t e v
têm sentidos opostos e

o movimento é retardado;

   
- Se  (v, a ) =90 , a t é nulo, não havendo, portanto, variação da norma de v e o
movimento será uniforme.

    Movimento retilíneo e uniforme.


at  0 a0

an  0  Movimento retilíneo e uniformemente
at = Constante variado.
   
at  0 a  at  Movimento retilíneo variado, mas não
at Varia uniformemente.
    Movimento curvilíneo e uniforme (inclui
at  0 a  an

an  0 a
circular, em que n é constante).
   Movimento curvilíneo e uniformemente
at  0 at = Constante variado (inclui circular).
  
a  a t  an  Movimento curvilíneo variado, mas não
at Varia uniformemente.

Exercícios de aplicação

1. Uma partícula material move-se de acordo com as seguintes equações paramétricas:

1.1. Determina a equação da trajetória.

Coordenação Concelhia
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FÍSICA – 12º ANO

1.2. Escreve a expressão dos vetores posição, velocidade e aceleração da partícula.


1.3. Determina as componentes (tangencial e normal) do vector aceleração.
1.4. Classifica o movimento da partícula.

2. Considera o movimento de uma partícula material dado pelo seguinte vetor posição:
  
r  t 2  u x  3t  u y ( SI )

2.1. Para o instante genérico t, determina:



2.1.1. A expressão cartesiana do vetor aceleração a .

2.1.2. A componente tangencial de a

2.1.3. A componente normal ou centrípeta de a .

2.2. Para o instante t = 2s, calcula:



2.2.1. A expressão cartesiana do vector aceleração a .

2.2.2. A componente tangencial de a .

2.2.3. A componente normal ou centrípeta de a .
2.2.4. O raio da curvatura.
2.3. Representa, sobre a trajetória, os vetores calculados para t = 2s.
 

2.4. O que se pode dizer sobre este movimento, a partir do conhecimento de at e an

3. Um condutor faz uma travagem numa curva circular de raio 8, 0  10 m de acordo com a
2

lei: s  26, 0t  0, 60t ( SI ).


2


3.1. Para o instante genérico t, determine a expressão do vector aceleração a em

 

função das componentes at e an .


3.2. Para o instante t = 5s:
  

3.2.1. Calcule a expressão do vector aceleração a em função das componentes at e an .


   

3.2.2. Desenhe segmentos orientados que possam representar v , at , an e a .

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FÍSICA – 12º ANO

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