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Unidades de Medida
Notação Científica
Vetores
Mecânica
Cinemática Escalar Dinâmica
Introdução Introdução
Velocidade Princípios da Mecânica Clássica - Leis
Movimento Uniforme de Newton
Aceleração Força Peso
Movimento Uniformemente Variado Força Normal e Força de Tração
Movimento Vertical Força de Atrito
Força Elástica
Cinemática Vetorial Força Centrípeta
Sistemas de Forças
Introdução Plano Inclinado
Composição de Movimentos Trabalho de uma Força
Movimento Oblíquo Potência
Movimento Circular Energia - Introdução
Energia Cinética
Estática Energia Potencial Gravitacional e
Energia Potencial Elástica
Princípios Básicos Conservação da Energia Mecânica
Estática do Ponto Impulso
Centro de Massa Quantidade de Movimento
Momento de uma Força
Estática de um Corpo Extenso Gravitação Universal
Hidrostática Histórico
Leis de Kepler
Pressão Lei de Newton da Gravitação
Teorema de Stevin Universal
Experimento de Torricelli Aceleração da Gravidade
Teorema de Pascal Órbitas
Princípio do Empuxo Velocidade de Escape
Unidades Astronômicas
Marés
Termologia
Termometria Calorimetria
Temperatura e Equilíbrio Térmico Calor - Sensível e Específico
Medida de Temperatura Estados Físicos e Mudança de fase
Escalas Termométricas Calor Latente e Curva de
Conversões entre Escalas Aquecimento
Escala Absoluta Trocas de Calor
Capacidade Térmica
Estudo dos Gases Propagação de Calor e Fluxo de Calor
*Condução
Gases *Convecção
Transformação Isotérmica *Radiação
Transformação Isobárica
Transformação Isométrica Termodinâmica
Equação de Clapeyron
Lei Geral dos Gases Introdução
Misturas Físicas de Gases Perfeitos Energia Interna
Teoria Cinética dos Gases Trabalho
Temperatura na TC Calor
Energia Interna de um Gás Perfeito 1ª Lei da Termodinâmica
Equipartição da Energia Balanço Energético
Energia Cinética Média Molecular Transformações Termodinâmicas
Particulares
*Transformação Isotérmica
*Transformação Isométrica
Dilatação Térmica *Transformação Isobárica
*Transformação Adiabática
Linear (sólidos) Diagramas Termodinâmicos
Superficial (sólidos) Calor Específico dos Gases Perfeitos
Volumétrica (sólidos) Transformações Adiabáticas
Volumétrica (líquidos) A Energia Mecânica e o Calor
Dilatação anômala da água 2ª Lei da Termodinâmica
Volumétrica (gases) Ciclo de Carnot
Transformações Reversíveis e
Irreversíveis
Entropia
Entropi
Óptica
Fundamentos Reflexão da Luz
Luz - Comportamento e Princípios Reflexão da Luz - Princípios Básicos
Sombra e Penumbra Espelho Plano
Câmara Escura Espelhos Esféricos
Tipos de Reflexão e Refração Raios Luminosos Particulares
Ponto Objeto e Ponto Imagem Equação Fundamental dos Espelhos
Sistemas Ópticos Esféricos
Referencial Gaussiano
Refração da Luz Aumento Linear Transversal
Lentes Esféricas
Lentes Esféricas
Convergentes
Divergentes
Distância Focal e Pontos
Antiprincipais
Raios Luminosos Particulares
Imagens em Lentes Esféricas
Referencial Gaussiano
Equação dos Pontos Conjugados
Vergência
Equação dos Fabricantes de Lentes
Associação de Lentes
Ondulatória
MHS Ondas
MHS Visto como um Movimento Classificação das Ondas
Periódico Velocidade de Propagação das Ondas
MHS Visto como um Movimento O Som e a Luz
Oscilatório Velocidade de Propagação de Ondas
Equações Horárias do MHS Transversais em Cordas Tensas
Força no MHS Reflexão de Ondas
Oscilador Massa-mola Refração de Ondas
Pêndulo Refração e Reflexão de Ondas
Pêndulo de Foucault Transversais em Cordas
Superposição
Ressonância
Interferência de Ondas
Princípio de Huygens
Acústica Difração
Experiência de Young
Introdução à Acústica Interferência em Películas Delgadas
Som e sua Propagação
Considerações Gerais sobre o Som
Intervalo Acústico
Intensidade Sonora
Reflexão do Som
Sonar e Radar
Cordas Sonoras
Timbre de um Som
Batimento, Ressonância e Difração do
Som
Tubos Sonoros
Efeito Doppler
Sonoridade
Nível Relativo de Intensidade
Eletromagnetismo
Eletrostática Eletrodinâmica
Introdução à Eletrostática Introdução
Cargas Elétricas Corrente Elétrica
Princípios da Eletrostática Resistência Elétrica
Condutores e Isolantes Resistividade Elétrica
Processos de Eletrização Resistores
Lei de Coulomb Associação de Resistores
Campo Elétrico - Vetor e Orientação Geradores
Campo Elétrico de uma Partícula Associação de Geradores
Eletrizada Circuitos Elétricos Simples
Densidade Superficial de Cargas Corrente Contínua e Alternada
Campo Elétrico Uniforme Efeito Joule
Potencial Elétrico Potencia Elétrica
Equipotenciais Consumo de Energia Elétrica
Trabalho da Força Elétrica Capacitores
Ddp entre Dois Pontos em um Campo Associação de Capacitores
Uniforme Circuito RC
Potencial Elétrico em Situações
Particulares Força Magnética
Capacitância
Energia Potencial de um Condutor Origem do Campo Magnético
Potencial Terra Força Magnética sobre um Fio
Condutor
Campo Magnético Força Magnética sobre uma Espira
Campo Magnético em um Solenoide
Introdução ao Eletromagnetismo Propriedades Magnéticas dos
Ímãs e Magnetos Materiais
Campo Magnético Materiais Ferromagnéticos
Efeito do Campo Magnético sobre Ponto Curie
Cargas Elétricas Eletroímã
Regra da Mão Direita
Efeito Hall
Cargas em Campos Magnéticos
Uniformes
Indução Magnética
Introdução
Fluxo de Indução
Variação do Fluxo
Indução Eletromagnética
Lei de Lenz
Corrente de Foucault
Força Eletromotriz Induzida
Lei de Faraday-Neumann
Transformadores
Física Moderna
Física Quântica Relatividade
Introdução Introdução
Modelo Ondulatório Teoria da Relatividade
Radiação Térmica/Corpo Negro Dilatação do Tempo
Modelo Quântico para Radiações Contração do Comprimento
Eletromagnéticas Massa Relativística
Efeito Fotoelétrico Equivalência entre Massa e Energia
Contradições da Física Clássica ao Energia e Quantidade de Movimento
Efeito Fotoelétrico
Interpretação de Einstein para o
Efeito Fotoelétrico
Dualidade Onda-Partícula
Átomo de Bohr
Unidades de Medida
Unidades de medida são as formas adotadas para caracterizar grandezas físicas, comparando-as
com grandezas da mesma espécie, tomadas como padrões.
tsun 0,060
China
jin 58,800
Para facilitar as relações comerciais e a troca de informações científicas entre os países, optou-se
por adotar padrões internacionais, os quais foram agrupados no sistema que se nomeou Sistema
Internacional de Unidades (SI).
• As iniciais das unidades devem ser minúsculas quando escritas por extenso, mesmo se
forem nomes ou sobrenomes de pessoas.
Ex.: ampère, kelvin, newton, etc. A única excessão à regra é o grau Celsius.
• Os símbolos que representam as unidades são escritos com letras minúsculas, exceto
quando se referem a nomes. Ex.: N (newton), A (ampère), m (metro), etc.
Notação Científica
Em problemas de Física, é bastante comum nos depararmos com números muito grandes ou
muito pequenos. Para que se evite o uso de muitos zeros, principalmente em textos e artigos
científicos, é conveniente usar um padrão de representação de números chamado de Notação
Científica.
Nesse padrão, as grandezas são representadas por um número maior ou igual a 1 e menor que
10, multiplicado por um fator de 10 elevado a uma potência adequada. Isto é:
Onde:
Quando um número é representado nesse formato, dizemos que o número está normalizado.
Frequentemente utiliza-se apenas a ordem de grandeza de uma medida para estimar ou comparar
valores que não requerem precisão muito grande, por exemplo:
A velocidade da luz, em metros por segundo, tem ordem de grandeza 8, enquanto a velocidade
do som no ar, na mesma unidade, tem ordem de grandeza 2. Conclui-se que a velocidade da luz
é muito maior que a do som no ar.
Para voltar à notação não normalizada fazemos a operação inversa, ou seja, deslocamos a vírgula
para a direita, observando o número de casas decimais indicados pela ordem de grandeza.
Exemplos:
Para voltar à notação não normalizada repetimos o procedimento, deslocando a vírgula para a
esquerda o número de vezes igual ao módulo da ordem de grandeza.
Exemplos:
Operações com Números Normalizados
Muitas vezes é necessário realizar operações com os números normalizados. Para isso, as regras
são as mesmas utilizadas na potenciação.
Esse procedimento é bastante adotado em provas que não permitem o uso de calculadoras e
geralmente simplifica os cálculos com números muito grandes ou muito pequenos.
Adição e Subtração
Exemplo:
Multiplicação e Divisão
Para multiplicar ou dividir números normalizados, a operação com as mantissas é realizada e as
ordens de grandeza são somadas (multiplicação) ou subtraídas (divisão). Se necessário, o número
deverá ser novamente normalizado.
Exemplo:
tera- T
giga- G
mega- M
quilo- k
hecto- h
deca- da
deci d
centi- c
mili- m
micro- μ
nano- n
pico- p
Algumas Unidades
Muitas grandezas físicas importantes costumam ser representadas por notação científica, veja
alguns exemplos:
• número de Avogadro:
• massa do próton:
Saiba mais
Por exemplo:
O símbolo mais utilizado para representar vetores é o de uma letra abaixo de uma pequena seta,
como no exemplo. Também são utilizados uma letra em negrito ou ainda uma letra sublinhada
para representar essa grandeza.
Representação de Vetores
Essencialmente, existem três formas principais de representação de vetores: gráfica, polar e
cartesiana.
Representação Gráfica
Nesta representação, as operações com os vetores são feitas totalmente de forma gráfica, ou seja,
por meio de desenhos em escala correta, sendo possível somar, subtrair e multiplicar
vetores por números escalares.
Representação Polar
Essa representação é muito eficiente. Porém, requer bastante habilidade em trigonometria, já que
os cálculos baseiam-se em ângulos.
Representação Cartesiana
Para o caso de duas dimensões, podemos utilizar as projeções gráficas dos vetores ou calcular
cada uma das projeções quando a representação polar é conhecida:
Na representação cartesiana é útil adotar vetores unitários para indicar a direção das projeções.
Esses vetores têm módulo 1, por isso não alteram o vetor representado:
Dessa forma, uma representação possível para o vetor é:
Operações com Vetores
Para fazer cálculos com vetores é necessário conhecer as propriedades de suas operações e saber
como usá-las em cada uma das representações dos vetores.
Soma Vetorial
Para somar dois vetores, podemos simplesmente desenhar um vetor com a origem exatamente
sobre a extremidade do outro e traçar um novo vetor, que vai da origem do primeiro até a
extremidade do segundo.
Outra forma equivalente é a regra do paralelogramo. Nela, as origens dos dois vetores devem ser
postas na mesma posição. Feito isso, fecha-se um paralelogramo, fazendo retas paralelas entre si
a partir das extremidades dos vetores:
O vetor soma é obtido pela diagonal do paralelogramo, cuja origem é a mesma dos vetores.
Subtração Vetorial
A subtração de vetores pode ser analisada como uma soma em que um dos vetores tenha o seu
sentido invertido, ou seja:
Dessa forma, os métodos de resolução tornam-se idênticos à soma vetorial.
Fisicamente, indica o quanto um vetor influencia em outro, como, por exemplo, no trabalho
mecânico de uma força, analisando seu efeito em uma trajetória.
Produto Vetorial
É muito utilizado em Física para cálculos de Mecânica que envolvem rotações e para o estudo de
forças e campos magnéticos.
Hidrostática Histórico
Leis de Kepler
Pressão Lei de Newton da Gravitação
Teorema de Stevin Universal
Experimento de Torricelli Aceleração da Gravidade
Teorema de Pascal Órbitas
Princípio do Empuxo Velocidade de Escape
Unidades Astronômicas
Marés
Cinemática - Introdução
Cinemática é o ramo da Física que estuda os movimentos, ocupando-se da sua descrição, sem
ênfase nas suas causas. Normalmente, os objetos em deslocamento são tratados como partículas,
indicando que as suas características físicas (dimensões, massa, etc.) são desprezíveis na
compreensão do movimento.
Móvel
É o foco de estudo principal da Cinemática. Seu movimento é descrito pelas equações da
Cinemática.
Obs.: podemos notar que não há sentido falar em rotação de pontos materiais.
Posição
Normalmente é representada pela letra s minúscula. Outra forma comum é por meio de
coordenadas cartesianas, ou seja, a localização de um ponto no plano xy.
Indica o local onde se encontra o objeto de estudo. Para isso, utiliza-se a distância de algo tomado
como referência, por exemplo, uma fruta localizada a 2 m do chão.
Para o estudo da Cinemática Escalar costumamos utilizar posições sobre uma reta no espaço, de
modo que seja possível observar mudanças de posição em uma única direção.
Movimento
É o fenômeno em que um corpo muda sua posição no decorrer de um intervalo de tempo.
Repouso
É o fenômeno no qual o corpo mantém a sua posição no decorrer de um intervalo de tempo.
Referencial
É a referência de um movimento. Dependendo da escolha de um referencial, o mesmo corpo pode
estar em repouso ou em movimento. Por exemplo, uma pessoa dentro de um ônibus viajando está
em repouso em relação ao próprio ônibus; porém, está em movimento em relação à estrada.
Trajetória
É o conjunto de todas as posições ocupadas por um móvel durante um intervalo de tempo. No
estudo de Cinemática Escalar, as trajetórias sempre são apresentadas como retilíneas.
Deslocamento
É a diferença algébrica entre as posições final e inicial em um movimento. Para sua representação,
adota-se a letra grega Δ (delta maiúsculo) na frente do símbolo de posição, o que indica a
variação sofrida em um intervalo de tempo.
Velocidade Escalar
A velocidade de um móvel é a relação entre o seu deslocamento e o intervalo de tempo em que
se realiza. Pode ser considerada a grandeza que mede o quão rápido um corpo se desloca.
A conversão entre essas duas unidades é feita frequentemente na resolução dos problemas de
Cinemática. Por isso, convém encontrarmos um valor que converta uma unidade em outra. Assim,
podemos escrever a igualdade:
, ou de forma equivalente:
Exemplos:
1. A velocidade máxima permitida em uma rodovia é 80 km/h. A quanto equivale este valor em
metros por segundo?
2. Um corredor chega atingir 8 m/s durante uma competição. Qual é a sua velocidade em
quilômetros por hora?
A resolução desse problema é análoga ao exemplo anterior:
A abordagem traz uma aproximação dos movimentos que, para condições como a do exemplo
acima, costuma ser razoavelmente boa. Podemos, então, definir um valor médio para velocidade
partindo dessa abordagem global do movimento:
Onde:
= Velocidade Média
= Deslocamento
= Intervalo de tempo. Muitos autores utilizam simplesmente a letra t.
Exemplo:
Um carro se desloca de Florianópolis a Curitiba. Sabendo que a distância entre as duas cidades é
de 300 km e que o percurso teve início às 7 horas da manhã e terminou ao meio-dia, calcule a
velocidade média do carro durante a viagem.
Sabemos que:
E que:
Então:
Tipos de Movimento
Dependendo do sinal da velocidade, podemos classificar os movimentos
em progressivos e retrógrados. Devido ao intervalo de tempo ser sempre um valor positivo,
essa classificação depende apenas do sentido do deslocamento.
Movimentos Progressivos:
Movimentos Retrógrados:
Uma observação importante é que, ao se deslocar com velocidade constante em uma trajetória, a
velocidade instantânea do corpo será igual à velocidade média, pois o movimento será uniforme
em todo o percurso.
Assim, podemos escrever um função que calcula a posição final de um móvel em função de um
intervalo de tempo, chamada de equação horária da posição:
Mas:
Que também pode ser escrito, sem alteração do significado dos termos:
Exemplo:
Um automóvel descreve um movimento retilíneo uniforme com velocidade 12 m/s. Após 10 s, qual
a distância percorrida por ele?
Como não nos interessa as posições inicial e final do automóvel, mas apenas a distância
percorrida, utilizamos a equação:
s (m) t (s)
5 0
4 1
3 2
2 3
1 4
0 5
-1 6
-2 7
Considerando os gráficos com escalas iguais nos
dois eixos.
Saiba mais
Dado o diagrama, uma forma de determinar o deslocamento do móvel é calcular a área sob a reta
compreendida no intervalo de tempo considerado.
Para calcular a velocidade relativa entre dois móveis, temos que considerar duas possibilidades:
No exemplo:
A velocidade relativa será igual à soma das velocidades dos móveis, e o sentido será oposto ao da
velocidade do referencial.
No exemplo:
Aceleração Escalar
Normalmente dizemos que acelerar é o ato de aumentar a velocidade de algo ou de alguma ação.
No entanto, o sentido físico de aceleração é um pouco diferente.
Dizemos que existe aceleração quando um móvel tem sua velocidade alterada, ou seja, quando
aumenta ou diminui sua intensidade, direção ou sentido. Podemos dizer ainda que a aceleração
escalar é a variação na intensidade da velocidade durante um intervalo de tempo.
A unidade adotada pelo SI para aceleração é o metro por segundo ao quadrado (m/s²).
Onde:
= aceleração média;
Exemplo:
Assim, podemos escrever uma equação para o cálculo da velocidade instantânea em função do
tempo: a equação horária da velocidade. Considerando o tempo inicial sendo zero, ou
simplesmente usando a letra t para descrevê-lo, tem-se:
Exemplo:
Em um torneio de ciclismo, um dos competidores parte do repouso com aceleração igual a 2 m/s².
Considerando que essa aceleração seja mantida constante, qual será a velocidade dele após 10 s?
Dizer que um móvel parte do repouso indica que sua velocidade inicial é nula. Assim, podemos
utilizar a equação horária da velocidade, já que todas as suas variáveis são conhecidas. Portanto:
Diagrama a × t
Como a aceleração é constante e diferente de zero, no MUV o gráfico a × t é representado por
uma reta paralela ao eixo que representa o tempo, podendo ter valor positivo ou negativo:
Aceleração Positiva
Aceleração Negativa
A partir dessa igualdade também é possível chegar à equação horária da velocidade no movimento
uniformemente variado.
Exemplo:
A aceleração de um móvel é descrita pelo gráfico abaixo. Qual a variação da velocidade entre os
instantes t = 5 s e t = 10 s?
A variação da velocidade será igual à área sob a curva no intervalo de tempo que se pede:
Observe que não é possível calcular a velocidade instantânea nesse exemplo, pois não se conhece
nenhum valor de velocidade relacionado a um instante de tempo.
Diagrama v × t
No MUV a velocidade varia linearmente em função do tempo; por isso, é representada por uma
reta com inclinação constante.
Se pensarmos na figura geométrica formada sob a reta teremos um trapézio, cuja área é
calculada por:
Ou de forma equivalente:
Exemplo:
Um motociclista inicia seu deslocamento, partindo do repouso, com aceleração constante igual a
1,5 m/s². Considerando que a sua posição inicial é a origem do movimento, qual a sua posição
após 10 s?
quando
Saiba mais
Aceleração Positiva
Aceleração Negativa
Velocidade Positiva
Velocidade Negativa
Equação de Torricelli
Frequentemente nos deparamos com problemas de Cinemática em que não são expressos os
valores de tempo, ou simplesmente não são necessários para a compreensão de certo fenômeno.
Nesses casos, torna-se útil definirmos uma equação que não dependa do tempo. Essa equação
é chamada equação de Torricelli — em homenagem ao físico Evangelista Torricelli — e relaciona
a velocidade instantânea com o deslocamento do móvel.
(1)
(2)
Exemplo:
Um carro entra em um túnel com velocidade igual a 20 m/s e sai dele a 40 m/s. Desconsiderando-
se as dimensões do carro e sabendo-se que ele manteve uma aceleração constante igual a 2
m/s², qual é o comprimento do túnel?
O problema nos fornece os valores:
Analisando os valores e sabendo que é solicitada uma distância, verifica-se que podemos resolver
o problema usando a equação de Torricelli:
Isolando ΔS:
O valor da gravidade (g) varia de acordo com a latitude e a altitude do local, mas para a maioria
dos fenômenos, nas proximidades da superfície do planeta é tomado como constante. Seu valor
médio ao nível do mar é de:
g = 9,80665m/s²
g = 10m/s²
Esse exemplo nos leva a pensar que quanto mais pesado for o corpo,
maior será a velocidade alcançada por ele em um movimento. Porém,
se colocarmos a pedra e a pena em um tubo sem ar (vácuo),
observaremos que ambos os objetos levam o mesmo tempo para
cair.
g é negativo
Como a gravidade "aponta" sempre para baixo, quando jogamos algo para cima, o movimento
será acelerado negativamente, até parar em um ponto, o qual chamamos de altura máxima.
g é positivo
No lançamento vertical para baixo, tanto a gravidade como o deslocamento "apontam" para baixo.
Logo, o movimento é acelerado positivamente.
Exemplo:
Uma bola é lançada verticalmente para cima com velocidade inicial de 15 m/s. Considerando g=10
m/s² e desprezando o atrito do ar no movimento:
Solução:
a. As equações horárias do movimento de subida se dão "contra" a gravidade, por isso têm
aceleração negativa. Utilizando os dados do exercício:
Posição:
Velocidade:
]
b. Para calcular o tempo de subida da bola, basta utilizar a equação horária da velocidade no
tempo de subida, sabendo que a velocidade será nula no ponto de altura máxima:
d. O tempo de descida será calculado pela equação horária da posição, sabendo que o solo
representa a posição h = 0:
O tempo zero indica o momento do lançamento, no qual a bola também estava no solo. Portanto,
o tempo total do percurso é t = 3 s.
e. A velocidade da bola ao atingir o solo pode ser calculada pela equação horária da velocidade,
considerando-se o tempo total do percurso:
A velocidade negativa indica que ela tem sentido oposto ao que foi tomado como positivo, que no
caso foi o sentido do lançamento, ou seja, a velocidade de chegada tem mesmo módulo da inicial
e sentido oposto.
Cinemática Vetorial
A abordagem escalar da Cinemática descreve apenas movimentos unidirecionais, restringindo o
seu estudo. Para a maioria dos movimentos reais, em que acontecem duas ou até três dimensões
simultaneamente, é necessário utilizar grandezas vetoriais.
Vetor Posição
Em uma abordagem vetorial, a posição é descrita como um vetor que liga a origem da trajetória
ao ponto em que o móvel se encontra no instante de interesse.
Exemplo:
Vetor Deslocamento
De forma análoga à forma escalar, o deslocamento é tido como a variação da posição; porém,
neste caso, do vetor posição, ou seja:
Aceleração Vetorial
A aceleração vetorial, da mesma forma como a velocidade, é análoga ao caso escalar, ou seja, é
definida como a variação de velocidade em determinado tempo.
É o movimento que acontece quando a aceleração é constante ao longo do tempo, neste caso:
Equação de Torricelli
Exemplo:
Uma formiga desloca-se sobre uma folha de papel milimitrado. Ela parte do ponto de coordenadas
(3,2) mm até o ponto (2,5) mm. Se o movimento tiver sido retilíneo e uniforme, com duração de
5 segundos, determine a velocidade da formiga.
Solução:
mm
A partir daí, basta calcular a velocidade. Como o movimento é retilíneo uniforme, a velocidade
média será igual à velocidade instantânea:
Composição de Movimentos
Uma forma comum de caracterizar os movimentos mais complexos ocorre por meio da composição
de movimentos simples que resultem na situação de interesse.
Se o barco desloca-se com velocidade igual a 60 km/h em relação à água, na mesma direção da
correnteza, que tem velocidade 5 km/s em relação a terra, então a velocidade do barco em
relação a terra será calculada por:
Onde:
Supondo agora que o barco desloque-se na direção perpendicular às margens do rio, visando
atravessá-lo:
Graficamente:
Movimento Oblíquo
Um movimento oblíquo é um movimento bidirecional que tem uma parte vertical, sujeita à
aceleração da gravidade, e uma parte horizontal, cujo movimento é uniforme.
A composição de um movimento
uniformemente variado na direção vertical com
um movimento vertical faz a trajetória de um
movimento oblíquo ser uma parábola.
Lançamento Horizontal
É o caso particular do movimento oblíquo em que o projétil é lançado horizontalmente a partir de
uma altura inicial.
Exemplo:
Em uma plataforma de saltos ornamentais de 10 metros de altura, um competidor de salto tenta
alcançar um ponto horizontalmente distante do trampolim. Para isso, ele salta na direção
horizontal com velocidade inicial igual a 5 m/s. Responda:
(c) Qual o módulo da velocidade do saltador no momento em que ele atinge a superfície?
Solução:
(c) Para calcular o módulo da velocidade do saltador no momento da chagada à superfície da água
precisamos conhecer a sua componente vertical, utilizando uma das duas equações disponíveis:
ou
Cujo módulo é:
Lançamento Oblíquo
É o caso geral do movimento oblíquo, onde o lançamento é feito com um ângulo a partir do eixo
horizontal. Nesse lançamento, o vetor velocidade inicial tem um componente vertical e um
componente horizontal.
Onde:
Dentre as informações que são obtidas por essas equações, destacam-se o cálculo da altura
máxima atingida e do alcance horizontal.
Altura Máxima:
A condição utilizada para se encontrar a altura máxima em um movimento oblíquo é que a parcela
vertical da velocidade se anule nesse ponto, considerando que o movimento inicia sendo
desacelerado pela gravidade, até chegar a um ponto de velocidade nula, na altura máxima. Então,
começa a ser acelerado positivamente pela gravidade enquanto desce.
Por essa equação observamos que o instante t=0 satizfaz a condição; porém, não é o valor que
buscamos. Assim:
Lembrete:
Exemplo:
Um jogador de futebol chuta uma bola com velocidade inicial = 20 m/s, formando um ângulo de
30° com o campo. Desprezando o atrito do movimento da bola e considerando g = 10 m/s²,
responda:
Solução:
(a) Para calcular a altura máxima, basta aplicar a equação, utilizando os dados do exercício:
(b) A velocidade na altura máxima será representada apenas por sua componente no eixo
horizontal, que é constante, e, por isso, igual à componente da velocidade inicial nesse eixo:
(c) Uma das formas de obtermos o alcance horizontal da bola é aplicando os dados do problema
na equação reduzida. Assim:
Nos movimentos circulares, é conveniente utilizar as medidas de ângulos em radianos, já que sua
relação com o tempo se dá de forma direta, sem que sejam necessárias conversões.
Saiba mais
Por convenção:
Linear Angular
S = φR
v = ωR
a = αR
Período (T)
Na natureza existem diversos fenômenos que se repetem após um intervalo de tempo,
denominados fenômenos periódicos.
Um movimento periódico é caracterizado por repetir sua posição, velocidade e aceleração após um
determinado tempo, chamado período e representado pela letra T.
Em um movimento circular periódico, o período é o tempo necessário para que o móvel dê uma
volta completa, voltando à posição inicial, de modo que:
Frequência (f)
Assim como o período, a frequência é uma grandeza que representa fenômenos periódicos.
Exemplo:
Solução:
O ponteiro maior (dos segundos), completa uma volta a cada 60 segundos, logo:
E a frequência:
• Ponteiro dos minutos:
O ponteiro intermediário (dos minutos), completa uma volta a cada hora, ou seja:
E a frequência:
O ponteiro menor (das horas) completa uma volta a cada 12 horas em um relógio analógico
simples, ou seja:
E a frequência:
Movimento Circular Uniforme
Um movimento circular é dito uniforme quando sua aceleração angular é nula, ou seja, se a
sua velocidade angular for constante.
A velocidade instantânea é igual à média para todo instante nesse movimento. Assim:
De onde podemos definir a equação horária da posição angular no movimento circular uniforme:
Embora a velocidade angular seja constante, não se observa o mesmo com a velocidade linear, já
que esta é sempre tangente à trajetória, o que implica em uma mudança de direção do vetor.
Podemos escrever:
Os diagramas da velocidade e deslocamento angular no tempo do MCU são análogos aos do MRU:
Ainda é possível relacionar a velocidade angular com o período do movimento, dado que o
deslocamento angular para se completar uma volta é 2π:
Exemplo:
Em um parque de diversões, uma roda gigante leva 2 minutos para chegar ao ponto mais alto,
partindo da parte mais baixa. Sabendo que o módulo da velocidade das pessoas que estão no
brinquedo é 0,655 m/s, qual é o raio da roda gigante? Qual a aceleração centrípeta no
movimento?
Solução:
Dessa forma, basta relacionar a velocidade angular com a velocidade linear, encontrando o raio da
roda:
ou
Movimento Circular Uniformemente Variado
Um movimento circular uniformemente variado ocorre quando a velocidade angular de um
movimento circular varia com o tempo de forma constante, ou seja, há aceleração angular
constante e diferente de zero.
É possível deduzir, da forma como foi feito no movimento linear, as equações que relacionam a
velocidade angular e a posição angular com o tempo.
Outra forma de obtermos a mesma equação é partir da equação horária da velocidade linear e
dividi-la pelo fator 1/R, utilizando a relação entre grandezas lineares e angulares para reescrever a
equação:
Assim como no caso anterior, a equação horária do deslocamento angular pode ser obtida por sua
dedução geral, em que se considera a área do gráfico da velocidade angular no tempo (área do
trapézio), ou dividindo-se a equação horária do deslocamento linear pelo raio da trajetória
circular:
Equação de Torricelli:
Assim como nos casos anteriores, a equação de Torricelli tem uma forma equivalente para o
movimento circular, onde as grandezas angulares aparecem de forma análoga às lineares, na
equação original:
Exemplo:
Solução:
Para calcular o tempo necessário para que se complete uma volta utiliza-se a equação horária do
deslocamento. Considerando o ponto de partida como posição angular igual a zero e sabendo que
uma volta completa corresponde ao deslocamento angular de 2π radianos:
É possível deduzir, da forma como foi feito no movimento linear, as equações que relacionam a
velocidade angular e a posição angular com o tempo.
Outra forma de obtermos a mesma equação é partir da equação horária da velocidade linear e
dividi-la pelo fator 1/R, utilizando a relação entre grandezas lineares e angulares para reescrever a
equação:
Assim como no caso anterior, a equação horária do deslocamento angular pode ser obtida por sua
dedução geral, em que se considera a área do gráfico da velocidade angular no tempo (área do
trapézio), ou dividindo-se a equação horária do deslocamento linear pelo raio da trajetória
circular:
Equação de Torricelli:
Assim como nos casos anteriores, a equação de Torricelli tem uma forma equivalente para o
movimento circular, onde as grandezas angulares aparecem de forma análoga às lineares, na
equação original:
Exemplo:
Solução:
Para calcular o tempo necessário para que se complete uma volta utiliza-se a equação horária do
deslocamento. Considerando o ponto de partida como posição angular igual a zero e sabendo que
uma volta completa corresponde ao deslocamento angular de 2π radianos:
Corpos em equilíbrio são aqueles que não sofrem atuação de nenhuma força resultante, no
caso geral, e nenhum momento de força resultante, no caso dos corpos extensos.
Analisando a segunda lei de Newton, um sistema de forças onde a resultante é nula implica que a
aceleração do sistema seja igual a zero, ou seja, ele deve estar parado (equilíbrio estático)
ou se movimentando com velocidade constante (equilíbrio dinâmico).
Além das grandiosas aplicações da Estática, é por meio dela que se explicam fenômenos como:
• Por que em uma mesa sustentada por dois pés, estes precisam estar em determinada
posição para que a estrutura não balance?
• Por que a maçaneta de uma porta sempre é colocada no ponto mais distante em relação
às suas dobradiças?
• Por que um quadro pendurado em um prego precisa estar preso exatamente em sua
metade?
• Por que é mais fácil quebrar um ovo pelas laterais do que por suas extremidades?
A figura mostra a mesma força sendo aplicada em diferentes pontos do corpo, sobre a linha de
atuação. Em todos os casos o efeito observado devido à aplicação da força é o mesmo.
Centro de Gravidade (G)
Os corpos extensos podem ser analisados como uma sistema de infinitas partículas, cada qual com
mesma massa, concentrada em apenas um ponto.
A resultante dos pesos de cada uma das partículas do sistema resulta no peso do próprio corpo,
que pode ser representado como uma única força aplicada a um ponto que representa todo o
corpo: o centro de gravidade.
Para os corpos homogêneos, isto é, aqueles que têm distribuição uniforme de massa e que
apresentam simetria em relação a algum eixo (cubos, esferas, cilindros, etc.), o centro de
gravidade está localizado sobre este eixo.
Corpos que não apresentam simetria podem ter seu centro de gravidade determinado de forma
prática: suspende-se o corpo por um fio e traça-se um reta vertical, na posição em que o corpo
mantém o equilíbrio. Suspende-se novamente o corpo, em outra posição, e repete-se o
procedimento. O ponto onde ocorre o cruzamento das duas retas traçadas corresponde ao centro
de gravidade do corpo:
Para os casos gerais, o centro de gravidade coincide com o centro de massa do corpo. Tal
consideração não poderia ser feita se as dimensões do corpo fossem extremamente grandes, de
modo que a orientação do vetor gravidade não fosse a mesma para todos os pontos do corpo.
Ainda existem casos particulares em que o centro de gravidade e de massa do corpo não se
localizam "dentro" dele, como, por exemplo, uma esfera oca, que tem o centro de gravidade
localizado no espaço vazio de seu interior.
Estática de um Ponto Material
Ponto material é a forma como são tratados os corpos com dimensões que não são relevantes em
consideração ao sistema analisado. Essa consideração implica numa simplificação dos cálculos de
estaticidade, já que o "ponto" tem apenas a liberdade de ser transladado.
Para que um ponto material esteja em equilíbrio, é necessário que todas as forças que atuam
sobre ele se anulem entre si, de modo que a força resultante seja nula. Tal condição é expressa
matematicamente como:
A representação acima indica que a soma vetorial de todas as forças aplicadas a um ponto estático
é igual a zero. Tal soma pode ser feita utilizando-se dois métodos, equivalentes entre si:
Verifica-se que duas das forças já estão sobre os eixos coordenados (F2 e F3), então só é
necessário decompor a força aplicada no segundo quadrante. Essa decomposição é feita em
termos do ângulo entre a força e um dos eixos, ou seja:
A partir das relações trigonométricas de seno e cosseno:
logo:
Da mesma forma:
logo:
Ou seja, supondo que o problema fornecesse os módulos de cada força e pedisse a direção do
vetor F1, aplicando-se essas equações seria possível calcular as duas componentes de tal vetor.
Método do Polígono Fechado
Esse método consiste em ligar os vetores aplicados ao ponto, colocando o início de um no final do
outro. Para que o vetor soma seja nulo, é necessário que a extremidade do útimo vetor encontre a
origem do primeiro, de modo que se forme um polígono fechado.
Conclui-se que o sistema de forças está em equilíbrio, já que o vetor soma é nulo.
Esse método é eficaz para calcular, graficamente, uma força que precisa ser aplicada para que o
corpo fique em equilíbrio.
Por exemplo:
Que força F3 deve ser aplicada ao sistema para que este esteja em equilíbrio?
Sendo cada um dos pontos descritos no plano acima um ponto material com massa determinada,
é necessário calcular o ponto que representa a massa de todo o sistema. Esse ponto é chamado
de centro de massa.
O centro de massa é descrito formalmente como o ponto geométrico no qual se pode considerar
toda a massa do sistema concentrado.
O cálculo do centro de massa dá-se pela média ponderada da massa dos pontos, avaliada em cada
direção do plano cartesiano. Assim, para um sistema em duas dimensões:
Essas equações podem ser generalizadas para uma quantidade N de partículas, de modo que:
Exemplo:
Solução:
No plano:
Saiba mais
Para calcular o centro de massa de corpos que não podem ser simplificados,
como nos casos vistos, considera-se que cada ponto do corpo seja um ponto
material e, então, calcula-se o centro de massa.
Para que essa tendência de giro seja analisada matematicamente, define-se uma grandeza
chamada Momento de Força (M).
O Momento de uma Força é a relação entre a força aplicada e a distância perpendicular da sua
linha de atuação ao eixo de rotação do corpo. Caracteriza-se como a capacidade da força em
realizar um giro.
Essa distância é chamada de braço do momento (ou braço de alavanca), e sempre é tomada a
partir da direção da aplicação da força. Por exemplo, se a chave da figura fosse inclinada, mudaria
o valor de d:
O Momento pode ser positivo ou negativo, dependendo do sentido do giro. Geralmente, adota-se o
seguinte padrão:
Exemplo:
Para abrir uma porta é necessário aplicar a ela um Momento de Força igual a 60 N. Supondo que a
força seja aplicada perpendicularmente à porta, calcule a intensidade da força necessária para
abri-la quando a força é aplicada:
Solução:
Utilizando o módulo do momento pode-se encontrar a força necessária para cada braço de
momento especificado, ou seja:
a)
b)
Conclui-se, portanto, que a força necessária é reduzida ao ser aumentado o tamanho do braço de
momento.
Binário
Assim, o momento do binário equivale ao produto do módulo da força pela distância entre os dois
pontos de sua aplicação, independente da posição em que fique o polo de momento de cada um
deles.
Ainda se utiliza a distância entre os pontos da aplicação das forças, referida como b, medida a
qual se dá o nome de braço de binário, ou seja:
Um corpo extenso é dito em equilíbrio quando estiver em repouso completo (não houver
translação nem rotação) ou quando estiver em translação retilínea uniforme e/ou rotação
uniforme. Para que tais condições sejam satisfeitas, é necessário que além da força resultante
sobre ele seja nula, como no caso do ponto material, seja satisfeita a condição que não exista
aceleração angular atuando sobre o sistema, ou seja, a soma dos momentos de força atuantes
deverá ser nula. Dessa forma:
A determinação das forças de equilíbrio ocorre da mesma forma que no caso do ponto material,
pelo método da decomposição cartesiana ou do polígono fechado. Considera-se que a atuação de
forças (como a peso) acontece em posições determinadas pelo centro de massa dos corpos.
Esse sistema possibilita resolver problemas variados que contenham até três incógnitas.
Exemplo:
Determine a força que age sobre a barra no ponto A e a tração no fio, no ponto B.
Solução:
O componente Tx também não produz momento, pois sua linha de atuação está sobre o polo.
Assim:
T = 285 N
F = 248,3 N
Hidrostática
É a parte da Física que estuda os fluidos em repouso, sendo derivada da Mecânica de Fluidos.
Abrange o estudos das condições nas quais os fluidos em repouso mantêm o equilíbrio estático.
Apesar do termo "Hidrostática" se referir à água, uma vez que o início de seu estudo remonta a
experiências com água, essa ciência trata dos fluidos em geral, tanto os líquidos como os gasosos.
Os fluidos de interesse são considerados ideais.
Dado que a maioria das atividades humanas ocorrem submersas em fluidos (ar e a água, por
exemplo) o estudo da Mecânica de Fluidos é de grande importância, em especial o da Hidrostática
(ou Fluidostática). Existem três variáveis de maior interesse em um
fluido: densidade, pressão e volume.
Fluido
Densidade
A densidade, também chamada de massa específica, é uma propriedade da matéria que relaciona
a massa de um corpo ao seu volume. Para uma substância homogênea:
• Densidade absoluta (d) é a que trata da substância diretamente, sendo calculada pela
relação acima.
• Densidade relativa (dR) é a relação da densidade absoluta por um valor tomado como
referência (geralmente se usa a densidade da água d = 1g/cm³ = 1000 kg/m³), de modo
que a medida expresse a relação entre a densidade da substância considerada com a de
referência. Essa forma é muito utilizada quando se necessita comparar duas densidades.
A densidade relativa é um valor adimensional, sendo obtida pelo quociente de duas grandezas de
mesma unidade. A relação entre densidade absoluta e relativa é:
Exemplo:
Uma esfera de ferro, cuja densidade absoluta é 7,85 g/cm³, tem massa de 125,6 g. Determine o
volume e o raio da esfera.
Solução:
Ou seja:
Pressão
Ao se observar uma tesoura, verifica-se que no lado em que ela corta, a lâmina é mais fina que no
restante. Sabe-se ainda que quanto mais fino for o que chamamos o "fio da tesoura", menor será
a força necessária para realizar o corte. Isso acontece porque, ao se aplicar uma força, provoca-se
uma pressão. A intensidade da pressão é diretamente proporcional a essa força e inversamente
proporcional à área da aplicação. No caso da tesoura, quanto menor for o "fio da tesoura" mais
intensa será a pressão de uma força aplicada.
• 1 atm = 100000 Pa
• 1 Pa = 10 bar
• 1 mmHg = 133,33 Pa
• 1 mbar = 100 Pa
Algumas situações requerem que, ao se aplicar uma força, seja observada a maior pressão
possível, como no caso da tesoura, de um prego martelado contra uma parede ou de um corte
feito com uma faca, por exemplo. Para esses casos, utilizam-se áreas pequenas. Outros casos,
porém, necessitam que certa força não cause tanta pressão, como no caso dos esquis, carretas
com vários pneus, tanques de água e de gás, etc. Essas aplicações requerem que se utilizem
grandes superfícies de atuação das forças.
Pressão Hidrostática
Assim como os corpos sólidos, os líquidos exercem pressão, uns sobre os outros, devido ao seu
peso. Tal efeito é evidenciado ao se considerar um recipiente que contém um líquido de
densidade d, o qual preenche o recipiente até uma altura h, em um local em que a gravidade atue
com valor g:
A pressão exercida pela coluna de líquido na base do recipiente será:
Porém, a massa pode ser reescrita em termos de sua densidade, considerando que:
O volume da coluna de líquido está relacionado com a área da superfície e a altura da coluna, de
modo que:
Essa pressão pode ser referida a um ponto qualquer do fluido, considerando sua posição em
relação à superfície. É chamada de pressão hidrostática ou pressão efetiva.
Diante disso, é posível concluir que o ar contido na atmosfera, que também é um fluido, tem uma
pressão, a qual depende da altitude do local onde se está.
Assim, define-se como pressão absoluta ou pressão total a soma da pressão efetiva de um
fluido com a pressão atmosférica do local.
Pressão Atmosférica
A atmosfera é a camada de gases que envolve a Terra, formada principalmente por oxigênio e
nitrogênio. Considera-se que a maior parte do ar contido na atmosfera está em altitudes menores
que 18 km do nível do mar. Em altitudes maiores, o ar existente é extremamente rarefeito. Assim,
o ar contido nessa região tem massa (devido às partículas contidas nele) e peso, o que implica no
aparecimento de uma pressão sobre a superfície do planeta, denominada pressão atmosférica.
O valor da pressão atmosférica varia conforme a altitude do local em que se mede, já que esta
influencia na "altura de fluido" sobre o ponto de interesse. Dessa forma, verifica-se que a pressão
atmosférica no Rio de Janeiro, localizado ao nível do mar, é maior do que a pressão atmosférica
no Distrito Federal, localizado a cerca de 1170 m de altitude.
"A diferença entre as pressões de dois pontos de um fluido em equilíbrio é igual ao produto entre
a densidade do fluido, a aceleração da gravidade e a diferença entre as profundidades dos
pontos."
Esse teorema tem duas implicações principais. A primeira delas é que dois pontos situados no
mesmo nível de um fluido em equilíbrio estão submetidos a pressões iguais. E a segunda é que a
superfície livre de um líquido sempre é plana e horizontal, já que a pressão a que ela é submetida
é a pressão atmosférica, não podendo haver diferença de alturas entre os pontos.
Vasos Comunicantes
Chama-se vasos comunicantes o sistema formado por dois ou mais recipientes interligados por um
duto fechado.
Quando o sistema contém um único líquido, apresenta duas características:
• As alturas das colunas de líquido são iguais em todos os vasos. Isso acontece porque a
pressão na superfície de cada um deles é a pressão atmosférica.
• Os pontos situados em alturas iguais, dentro do líquido, estão submetidos à mesma
pressão.
Exemplo:
Solução:
A diferença de pressões entre os dois pontos pode ser calculada pelo teorema de Stevin ou
calculando-se a pressão efetiva do outro ponto (de forma análoga ao caso anterior) e então
subtraindo-a do valor já conhecido no primeiro ponto.
Utilizando a lei de Stevin, sabe-se a pressão da superfície livre de mercúrio no recipiente é igual à
pressão contida em um ponto do tubo na mesma altura e, ainda, igual à pressão atmosférica.
O valor da pressão atmosférica é influenciado pela altitude. A tabela abaixo traz alguns valores de
pressão atmosférica, em mmHg, referenciados à altitude:
A demonstração do Princípio de Pascal pode ser feita considerando-se uma força aplicada a um
líquido, causando um acréscimo de pressão em dois pontos (A e B).
Quando a força é aplicada, a pressão em cada um dos pontos é acrescida de uma parcela, de
modo que:
Sendo o líquido imcompressível, a distância entre os pontos A e B deve ser mantida, de forma que
a diferença de pressão entre os dois pontos seja:
Porém, sabe-se que:
Então:
Sendo aplicada uma força de intensidade F1 no êmbolo de área A1, a variação da pressão
hidrostática em cada ponto do líquido será:
Assim, a força transmitida ao segundo êmbolo pode ser reescrita em função da força aplicada no
primeiro, e das áreas de cada um dos êmbolos:
A forma acima refere-se à transmissão integral da variação de pressão nos dois êmbolos.
Exemplo:
F1 = 12 N
A1 = 10 cm²
A2 = 30 cm²
Quando o êmbolo é pressionado com força constante F1, a pressão aplicada no líquido é
transmitida até o outro extremo do tubo, de modo que a força transmitida seja obtida:
Nesse caso, não é necessário converter as unidades de área para o SI, pois elas serão
simplificadas no cálculo:
Empuxo
Uma modalidade de exercício aquático muito indicada a pessoas que
não podem sofrer grandes impactos durante suas atividades é a
hidroginástica. Nela, usam-se halteres feitos de um material leve,
nos quais a principal característica que dá o "peso" do equipamento
não é a sua massa, mas o seu volume.
O empuxo é a força vertical para cima que um líquido exerce sobre um corpo imerso, devido ao
efeito resultante da pressão do líquido.
Devido à sua configuração, o empuxo tem tendência de anular o peso de um corpo. Sendo assim,
um corpo imerso, total ou parcialmente, tem um peso aparente, dado pela subtração do peso
com o empuxo.
Diferentemente da força Peso, o empuxo não depende da massa do corpo, mas sim, do seu
volume e da densidade do líquido no qual é imerso. Para calcular o empuxo em um corpo, utiliza-
se um pirncípio enunciado pelo filósofo grego Arquimedes: o Princípio de Arquimedes.
Princípio de Arquimedes
Foi por volta do século II a.C. que o filósofo e matemático grego
Arquimedes descobriu, por meio de experimentos, como era possível
calcular o empuxo.
Arquimedes
Onde:
E é a intensidade do empuxo;
dliq é a densidade do líquido;
Vliq desl é o volume de líquido deslocado;
g é a gravidade.
No caso de o corpo estar completamente imerso no líquido, o volume de líquido deslocado é igual
ao volume real do corpo. Já no caso de haver apenas uma porção imersa, o volume de líquido
deslocado equivalerá ao volume dessa porção.
Exemplo:
Ao colocar um cubo de gelo com 3 cm de aresta na água, ele fica completamente imerso,
permanecendo na parte superior do líquido. Sabendo que a densidade da água é 1 g/cm³, a
densidade do gelo é 0,92 g/cm³ e considerando a gravidade igual a 10 m/s², qual é o empuxo
exercido pela água sobre o cubo de gelo?
Solução:
Primeiramente, deve-se fazer uma análise dos dados do exercício, a fim de verificar se todos eles
são fornecidos diretamente e se é preciso converter as unidades.
Nesse caso, verifica-se que é preciso calcular o volume do cubo e que as unidades de
comprimento e de densidade não se encontram no SI. É possível converter essas unidades antes
do cálculo ou depois (recomenda-se manter as unidades durante o cálculo para que seja possível
analisar a unidade da resposta final).
As arestas do cubo têm medida 3 cm = 0,03 m. Portanto, o volume do cubo é 0,000027 m³.
A densidade da água é 1 g/cm³, convertendo para o SI tem-se 1000 kg/m³. Assim, a intensidade
do empuxo sofrido pelo cubo de gelo é:
• Convertendo a unidade da resposta final:
O volume do cubo de gelo é 27 cm³. Se o cubo é completamente imerso na água, esse volume
equivale ao volume de líquido deslocado. Assim, a intensidade do empuxo sofrido pelo cubo de
gelo é:
Deseja-se converter essa unidade para newton, ou seja, é necessário que a resposta seja
encontrada em kg.m/s². Comparando com a resposta obtida, verifica-se que a única divergência
entre os resultados é a unidade de massa. Para que se faça a conversão, reescreve-se 1 grama (1
g) como 0,001 quilograma (0,001 kg), ou seja:
Os dois métodos são equivalentes (e válidos para a maior parte dos problemas). Convém que o
estudante teste os dois e verifique qual é o mais adequado aos seus estudos.
Equilíbrio de Corpos Imersos e Flutuantes
Quando um corpo é imerso em um líquido, ele sofre a ação de duas forças: o empuxo e seu
próprio peso.
Porém, a massa do corpo pode ser escrita em função de sua densidade e de seu volume.
No caso em que o corpo está completamente submerso, seu volume é igual ao volume de líquido
deslocado, de modo que se anulam:
Sendo assim, existem três possibilidades de atuação dessas duas forças. São elas:
Centro de Empuxo
Da mesma forma como um corpo extenso tem um centro de massa, definido principalmente a
partir de sua geometria, um corpo flutuante tem um centro de empuxo que, de forma simplificada,
equivale ao centro de massa do líquido deslocado pelo objeto.
Um objeto completamente imerso tem o centro de empuxo que coincide com o seu centro de
massa. O estudo do centro de empuxo é importante para a construção de objetos flutuantes, já
que sua posição, em comparação com o centro de massa do objeto, é utilizada para determinar a
estabilidade da flutuação.
No caso em que o centro de massa localiza-se acima do centro de empuxo, o objeto é dito
instável, pois não é capaz de flutuar sem virar. Se o centro de massa e de empuxo forem
coincidentes, então haverá uma situação de estabilidade crítica: sem a ação de forças externas o
objeto será estavel; porém, será instabilizado com qualquer perturbação que venha a ocorrer.
Dinâmica
É a parte da Mecânica que busca explicar as causas dos movimentos, estudando-os como efeito de
uma força. Dessa forma, o estudo da Dinâmica é focando em duas situações:
Para a compreensão dos movimentos e suas causas, alguns conceitos deverão ser apresentados,
como energia, trabalho, potência, impulso e quantidade de movimento.
Força ( )
O conceito de força é, de certa forma, intuitivo, já que essa palavra é usada com outros
significados em nosso idioma. Em Física, a força é definida como a interação entre dois corpos,
podendo aparecer devido ao contato ou à ação de um campo.
A principal forma de observar uma força é pela análise de seus efeitos, que podem ser o
de deformação dos objetos ou ainda o de imprimir a eles aceleração, fazendo-os se
movimentarem.
A unidade adotada para força, no SI, é o newton (N), que indica kg.m/s².
1 kgf = 9,8 N
1 N = 100000 dyn
A direção e sentido podem ser descritos pelo ângulo de Aplicação de uma força em um
abertura entre o vetor e uma referência (geralmente se adota corpo
o eixo horizontal x, no sentido positivo.)
Força Resultante ( )
Dado um conjunto de forças aplicadas a um corpo, é possível estabelecer uma única força, cujo
efeito seja equivalente à soma dos efeitos de todas as forças aplicadas. A esse equivalente único
dá-se o nome de força resultante.
Essa soma pode ser feita graficamente ou pela decomposição dos vetores nas direções dos eixos
cartesianos.
Exemplo:
Duas forças são aplicadas ao mesmo corpo na mesma direção e em sentidos opostos. Suas
intensidades são 50 N e 30 N, respectivamente. Determine a intensidade e o sentido da força
resultante.
Solução:
Sendo as duas forças aplicadas na mesma direção e em sentidos opostos, a sua influência
ocorrerá de modo que tendam a se anular, ou seja, a intensidade resultante será a diferença entre
as intensidades das forças aplicadas:
A direção será a mesma dos vetores das forças aplicadas e o sentido será o da maior força, em
módulo. Logo, será o sentido de F1.
Equilíbrio
Diz-se que uma partícula está em equilíbrio em relação a um referencial quando a sua velocidade
vetorial é constante em relação ao referencial em questão. Esse equilíbrio pode ser atingido em
dois casos distintos:
Em ambos os casos, a aceleração do movimento é nula. De acordo com a segunda lei de Newton,
isso implica que a força resultante sobre a partícula seja nula.
Por exemplo: um poste está em equilíbrio em relação à Terra, mas pode não estar em equilíbrio
em relação a um carro que descreva um movimento uniformemente variado.
Por outro lado, o passageiro de um automóvel está em repouso em relação ao veículo, mas não
em relação ao solo, caso o movimento do carro não seja retilíneo uniforme.
Princípios da Mecânica Clássica - As Leis de Newton
As três leis da Cinemática, bem como a Lei da Gravitação Universal,
constituem os pilares fundamentais da Mecânica Clássica. Essas leis,
desenvolvidas por Sir Isaac Newton, no século XVII, são capazes de
descrever os movimentos em níveis clássicos, ou seja, para velocidades
baixas (que não são comparáveis à velocidade da luz) e para partículas
de dimensões grandes o bastante (tamanhos maiores que os dos
átomos).
Esse efeito é observado frequentemente no cotidiano e pode ser interpretado, de forma ilustrativa,
como uma resistência à mudança no movimento.
A tendência dos corpos permanecerem parados é a mais usual. Pode ser observada, por exemplo,
quando um carro arranca a partir do repouso, fazendo os passageiros serem "empurrados" contra
o banco.
Esse caso é observado nos satélites que orbitam a Terra. Eles são lançados e permanecem se
deslocando com velocidade igual à do momento em que deixaram de ser acelerados, já que,
praticamente, não existe atrito no seu movimento no espaço.
Também é possível notar por meio dessa equação que os vetores força e aceleração devem ter a
mesma orientação.
Exemplo:
Ao ser submetido à ação de uma força, um bloco de massa igual a 5 kg adquire aceleração igual a
0,5 m/s². Considerando que a força aplicada seja a única que influencia no movimento, calcule o
seu módulo.
Solução:
É importante sempre observar as unidades das grandezas. Para que a força seja calculada em
newtons, é necessário que a aceleração seja dada em metros por segundo ao quadrado e a massa
em quilogramas.
Terceira Lei de Newton: Princípio da Ação e Reação
A terceira lei de Newton trata da atuação das forças, que acontece sempre aos pares.
Na notação mais usual, as forças são representadas com um índice composto por dois termos. No
exemplo que vimos, tem-se B (bloco) e M (mão); o primeiro termo do índice representa o corpo
que realiza a ação e o segundo, o que sofre a ação da força. Ou seja, a força com índice B(M), ou
simplesmente BM, pode ser interpretada como a força exercida pelo bloco sobre a mão.
Ambos os vetores têm mesmo módulo e mesma direção; porém, atuam em sentidos opostos.
Um erro comum, quando se estuda essa lei, é pensar que as forças de ação e reação se anulam,
devido a sua configuração oposta. Isso não se observa, já que as duas forças atuam em corpos
diferentes. No exemplo anterior, a força de ação atua sobre o bloco e a força de reação atua sobre
a mão.
Exemplo:
Uma bola de tênis atinge uma parede com aceleração 5 m/s². Medindo a distância atingida
quando a bola retorna, é possível determinar que a força exercida pela parede sobre a bola foi
0,25 N. Determine a massa da bola de tênis.
Solução:
Analisando o problema, é possível verificar que são envolvidas a segunda e a terceira lei de
Newton em sua resolução.
Dada a força medida da parede sobre a bola, verificamos que deve ter havido uma força de ação
da bola sobre a parede, com intensidade igual à medida, ou seja:
Da segunda lei de Newton obtemos uma relação entre essa força e a aceleração da bola:
Nas proximidades da Terra, o campo gravitacional faz os corpos ficarem sujeitos à ação de uma
força que atua na direção vertical, com sentido de atração à superfície. A essa força dá-se o nome
de peso ou força peso.
De acordo com a segunda lei de Newton é possível relacionar a força peso a uma aceleração, que
será a gravidade. Assim:
Assim como para as outras forças, a unidade adotada pelo SI para peso é
o newton (N).
Se utilizarmos um modelo real, devemos considerar que o módulo da gravidade varia com a
altitude. Porém, para situações que não envolvem variações muito grandes de altura, é possível
considerar a gravidade como um valor constante, de modo que:
g=9,80665m/s²
g=10m/s²
A unidade quilograma-força (kgf), apesar de não fazer parte das unidades adotadas pelo SI, é
bastante utilizada em aplicações que envolvam a força peso, já que é a força equivalente ao peso
de um corpo de 1 kg:
Saiba mais
Exemplo:
Uma maçã encontra-se em uma macieira, localizada a 2 m acima do solo. Sabendo que a sua
massa é 150 g, qual é a força exercida pela macieira para manter a fruta presa ao galho?
Solução:
Primeiramente, analisamos que a força exercida pela macieira sobre a maçã deve ser igual à
força exercida pela maçã sobre a macieira, conforme a terceira lei de Newton.
Também é possível perceber que o módulo dessa força é igual ao peso da maçã, logo:
Força Normal
Outra força que se observa frequentemente é a força normal. Ela aparece em oposição à
deformação de uma superfície devido à ação de uma força. Sua orientação é sempre normal à
superfície e "saindo" dela.
Saiba mais
Por exemplo: um bloco é posto sobre uma mesa. A força peso é exercida verticalmente sobre a
superfície da mesa; consequentemente, existe uma força de reação da mesa atuando sobre o
bloco. Essa é a força normal do sistema. Considerando que a superfície não seja deformada, o
módulo da força normal será igual ao módulo da força peso.
É importante não confundir: a força peso e a força normal não formam um par ação-reação,
pois atuam no mesmo corpo.
Força de Tração
Caso um dos componentes de um sistema mecânico seja
um fio ideal (isto é, sem massa, inextensível, flexível e
que transmita completamente toda força aplicada a ele),
podemos utilizar a definição de força de tração, ou força
tensora, que é a força trocada entre um corpo e um fio
ideal.
Obs.: em estudos mais avançados, como na abordagem da resistência mecânica dos mateirais,
esse conceito é expandido para outros materiais, além de fios ideais.
Força de Atrito
No ensino de Física adotam-se modelos que visam descrever e, com isso, prever os fenômenos
naturais. E o método mais comum de aprendizagem (não só em Física) é começar com o que é
mais simples e ir adicionando aos modelos as características que os tornam mais próximos da
realidade, uma a uma.
Até o momento foram vistas forças que poderiam ser analisadas isoladamente, pois compõem o
modelo mais simples da Dinâmica. Com a apresentação da força de atrito, que só existe em
oposição ao movimento, será preciso que se considerem pelo menos dois efeitos de força
simultaneamente.
Esse modelo é claramente mais próximo da realidade, já que sabemos que um corpo no qual se
aplica uma força momentaneamente não será capaz de se deslocar com a mesma velocidade
continuamente.
Onde:
Atrito Estático
É aquele que atua quando não há deslizamento dos corpos.
A força de atrito estático máxima é igual à força mínima necessária para iniciar o movimento de
um corpo.
Quando um corpo não está em movimento, a força da atrito é maior que a força aplicada. Nesse
caso, é usado no cálculo um coeficiente de atrito estático: .
Então:
Quando a força de atrito estático for ultrapassada pela força aplicada ao corpo, este entrará em
movimento e passaremos a considerar sua força de atrito dinâmico.
A força de atrito dinâmico é sempre menor que a força aplicada; no seu cálculo é utilizado o
coeficiente de atrito cinético:
Então:
Observação:
Segundo essa lei, quando uma força é aplicada no intuito de causar deformação em uma mola,
surge uma força que a equilibra, a chamada força elástica.
Para molas ideais, a relação entre a força elástica e a deformação, a partir do ponto de equilíbrio,
é linear.
Ou seja:
Onde:
A posição de equilíbrio da mola se dá quando não há forças agindo sobre ela. A principal
característica de uma mola ideal é ela voltar a sua posição sempre que cessada a aplicação de
forças.
Saiba mais
Exemplo:
Uma mola é presa a um suporte horizontal e então é puxada por uma força de 50 N. A
deformação da mola é medida por uma régua, na qual se lê 2,5 cm. Calcule a constante elástica
da mola.
Solução:
Considerando que apenas a força deformadora atue sobre a mola, a força elástica terá o mesmo
módulo desta:
Assim, basta calcular a constante elástica por meio do módulo da força elástica:
Força Centrípeta
Quando um móvel descreve um movimento circular, mesmo sendo uniforme, ele deve ter
associado ao movimento uma aceleração centrípeta, responsável pela mudança de direção do
movimento.
Sabendo-se que o módulo da aceleração centrípeta pode ser calculado com base na velocidade
linear ou na velocidade angular do movimento, tal que:
Então o módulo da força centrípeta também pode aparecer nas duas formas:
A força centrípeta é usada em diversas aplicações. Para um automóvel que faz uma curva, por
exemplo, a força centrípeta deve ser igual à força de atrito dos pneus com o solo, para que ele
não derrape.
Outra aplicação da força centrípeta é no estudo das órbitas dos corpos celestes, já que ela está
diretamente relacionada com a força de atração gravitacional.
Exemplo:
Solução:
(a) Utilizando os dados do exercício, podemos calcular a aceleração centrípeta pela relação:
(b) Sabendo a massa do bloco e sua aceleração centrípeta, basta aplicarmos a segunda lei de
Newton para encontrar a força centrípeta:
(c) Analisando o movimento, é possível perceber que a tração no fio deve ser igual à força
centrípeta, logo:
Plano Inclinado
Os planos inclinados são utilizados para facilitar o deslocamento no sentido vertical. Na imagem
abaixo, é intuitivo perceber que a segunda situação requer a aplicação de uma força menor que a
primeira:
Essa facilidade de movimentação em um plano inclinado acontece porque a força a ser "vencida" é
apenas a componente da força peso, que é paralela ao plano, e não todo o peso do corpo,
como na primeira situação.
Em um corpo colocado sobre um plano inclinado temos a atuação das forças peso e normal, da
seguinte forma:
A força normal atua sempre perpendicularmente ao plano e a força peso tem direção
vertical, independente da posição do bloco. Por isso, as duas forças não se anulam. Na imagem
acima, o bloco tenderá a descer no plano, como veremos ao analisar as componentes de cada
força.
Uma forma prática de resolver problemas que envolvam planos inclinados é fazendo
uma mudança de referencial: em vez de utilizarmos as direções vertical e horizontal como
orientação dos eixos cartesianos, utilizaremos a direção paralela e perpendicular ao plano. Assim:
A vantagem dessa mudança de referencial é que as relações trigonométricas dos componentes da
força peso são simplificadas, já que o ângulo entre o eixo perpendicular e a força peso é igual ao
ângulo de inclinação do plano. Da trigonometria:
Exemplo:
Um bloco de massa igual a 5 kg é abandonado sobre um plano que tem inclinação de 30° em
relação ao plano horizontal. Desconsiderando o atrito entre a superfície e não havendo
deformação, qual é a aceleração com que o bloco irá descer o plano? (Considere g = 10 m/s²)
Solução:
Para resolver esse problema é útil desenhar o que é descrito para facilitar o entendimento do que
se pede:
Analisando apenas o bloco com a mudança de referencial adequada:
Observamos que a componente perpendicular ao plano do peso (PY) será anulada pela força
normal, de modo que o movimento do bloco acontecerá devido à componente paralela ao plano
(PX). Utilizando a segunda lei de Newton, descobrimos a aceleração do bloco:
Para resolver esse tipo de problema, é necessário encontrar forças comuns a mais de um dos
móveis, e então chegar a um sistema de equações.
Um sistema com dois blocos gerará um sistema de equações com duas incógnitas; um sistema
com três blocos gerará um sistema de equações com três incógnitas e assim por diante. Isso quer
dizer, portanto, que os sistemas de equações sempre serão determinados.
A análise de cada tipo de problema torna possível definir quais as características comuns a cada
conjunto de móveis. Para isso, veremos alguns exemplos de sistemas comuns, lembrando que o
método da solução do sistema de equações de uma configuração qualquer é sempre válido, desde
que as relações entre os componentes do sistema estejam corretas.
Para cada exemplo de sistema considerado ainda é possível observar os movimentos com ou sem
a influência da força de atrito entre as superfícies.
Algumas das configurações possíveis para análise são as com corpos em contato, corpos
ligados entre si por fios ideais (com ou sem a presença de polias), entre outras.
Corpos em Contato
Quando se aplica uma força a dois ou mais corpos em contato, espera-se que ambos entrem em
movimento, sofrendo a mesma aceleração. De fato, é isso que ocorre, mesmo se os corpos
tiverem massas diferentes.
Para analisar essa situação é preciso verificar a existência de um par de forças ação-reação no
local em que há o contato, ou seja:
Se a superfície não sofre compressão, as forças verticais (peso e normal) se anulam para ambos
os blocos. Dessa forma, é possível considerar apenas a atuação das forças no sentido horizontal.
No bloco A:
No bloco B:
Se considerarmos que as forças da interface dos blocos têm a mesma intensidade (FAB = FBA= F')
e que a aceleração é igual nos dois blocos (aA = aB = a), podemos montar o sistema de equações:
Somando as duas equações, obtemos:
Analisando os resultados
- Podemos encarar os dois blocos em contato como se fossem apenas um, cuja massa é igual à
soma das massas de cada um dos blocos.
Para esse caso, devemos considerar que a força de atrito depende da força normal em cada um
dos blocos e que o coeficiente de atrito será estático, caso não haja deslizamento, e dinâmico,
caso haja. Assim:
No bloco A:
No bloco B:
Se considerarmos que as forças da interface dos blocos têm a mesma intensidade (FAB = FBA= F')
e que a aceleração é igual nos dois blocos (aA = aB = a), podemos montar o sistema de equações:
Somando as equações:
Ainda podemos relacionar as duas forças de atrito a fim de simplificar a equação, considerando:
Então:
Isolando a aceleração:
Aplicando esse valor de aceleração em uma das equações, podemos obter a intensidade da força
de ação e reação:
Analisando os resultados:
- Podemos encarar os dois blocos em contato como se fossem apenas um, cuja massa é igual à
soma das massas de cada um dos blocos (também para o cálculo da força de atrito).
- As forças de ação e de reação serão uma fração da força aplicada, sem dependência do atrito
entre as superfícies.
- A aceleração adquirida pelos blocos com a consideração do atrito é igual ao caso onde ele não é
considerado, diminuído de uma parcela (µ.g).
Exemplo:
Solução:
Esse sistema é equivalente ao caso dos blocos em contato; porém, em vez do par de forças ação-
reação, a força de tração é comum a ambos os blocos.
Da mesma forma como feito anteriormente, podemos estudar o movimento com ou sem a
consideração do atrito entre os blocos e a superfície.
Se o atrito for desprezível ao movimento, cada um dos blocos terá a atuação de uma força
resultante, tal que:
No bloco A:
No bloco B:
Substituindo o valor encontrado para a aceleração em uma das equações, chegamos ao módulo da
tração no fio:
Analisando os resultados:
- A força de tração é equivalente à força entre os blocos no caso em que o movimento acontece
com os blocos em contato.
- Esse sistema só merece nossa atenção no caso em que a força aplicada atua no sentido de
"puxar" os blocos, já que a tensão só tem significado quando o fio estiver completamente
esticado.
Assim como no caso anterior, a força de atrito depende da força normal em cada bloco e tem
direção oposta ao movimento. Logo:
No bloco A:
No bloco B:
A aceleração do movimento deverá ser a mesma, bem como o coeficiente de atrito entre a
superfície e o bloco. Assim:
Exemplo:
Dado o sistema da figura abaixo no qual os blocos A e B tem massa 5 kg e 7 kg, respectivamente,
qual será a aceleração e a tração no fio quando a força aplicada for 36 N, considerando:
Solução:
A aceleração e a tração no fio podem ser obtidas resolvendo o sistema de equações, utilizando os
valores numéricos, ou pelas equações deduzidas acima.
A tração no fio será equivalente ao caso anterior, onde os blocos estavam na mesma direção.
No sistema da figura acima, o movimento será na direção da maior força entre a força aplicada e o
peso do bloco B. Podemos escolher uma direção qualquer e, no caso da aceleração calculada ser
negativa, o sentido arbitrado estará errado.
O bloco B não fica sujeito ao atrito de contato entre superfícies (embora pudesse ser considerado
o atrito com o ar). No bloco A pode-se considerar ou não a influência do atrito.
No bloco A:
No bloco B:
A aceleração do movimento deve ser a mesma nos dois blocos, de modo que aA = aB = a. Assim,
podemos escrever o sistema de equações:
- O módulo da aceleração não depende da direção do movimento; porém, seu sinal será negativo
quando a direção considerada positiva estiver errada. Nesse caso, basta reconsiderar a direção e
inverter o sinal da aceleração.
- Se não houver a aplicação de uma força, o sistema tenderá a ir em direção do bloco que desce e
a força do cálculo será zero.
- Tanto a aceleração como a tração no fio podem ser separadas em duas parcelas: uma devido à
força aplicada (igual aos casos anteriores) e outra devido à força peso do bloco suspenso.
Nesse caso, é importante que se faça uma análise mais detalhada do sistema, para que se tenha
uma boa ideia do sentido do movimento, já que o sentido da força de atrito deve ser contrário ao
do movimento.
No bloco A:
No bloco B:
A aceleração do movimento deve ser a mesma nos dois blocos, de modo que aA = aB = a. Assim,
podemos escrever o sistema de equações:
É importante observar que, caso não haja aplicação de força, o sentido do movimento será para o
lado do bloco suspenso. Nesse caso, a força de atrito atuará para o outro sentido. Refazendo a
análise do problema, obteremos outras equações.
Trabalho Mecânico
O termo trabalho costuma ser usado pra designar uma atividade exercida. Em Física, o conceito
de trabalho está relacionado a trabalho mecânico. Assim, o trabalho é a uma grandeza que
mede energia e está associado ao movimento dos corpos. Uma força aplicada a um corpo realiza
trabalho se houver um deslocamento desse corpo.
Saiba mais
Formalmente, o trabalho de uma força constante é o produto entre a componente dessa força na
direção do deslocamento e o deslocamento. Fisicamente, é definido como o produto escalar entre
o vetor força e a o vetor deslocamento, ou seja:
Considerando que o corpo se desloca do ponto A até o ponto B, com a aplicação da força mostrada
na figura abaixo:
O trabalho da força será igual ao produto da força pelo deslocamento, pois o ângulo entre os
vetores força e deslocamento é 0° e , ou seja, o vetor está projetado sobre a trajetória.
No caso de uma força que se opõe ao movimento, como a força de atrito, o trabalho é negativo,
pois o ângulo entre a força e o deslocamento é 180° e .
O trabalho de uma força que tem direção perpendicular ao deslocamento é nulo, pois o vetor força
não tem nenhum componente projetado sobre a direção do vetor deslocamento, ou seja, o ângulo
entre a força e deslocamento é 90° ou 270° (na figura, seria o caso da força normal e da força
peso, respectivamente) e o cosseno desses ângulos é igual a zero.
Quando a força aplicada não for paralela e nem perpendicular ao movimento, será preciso
decompô-la em componentes nessas direções. A parcela da força que realiza trabalho será apenas
a da componente paralela ao deslocamento.
Trabalho Resultante
O que usualmente chamamos apenas de trabalho resultante é, utilizando-se a nomenclatura
completa, o trabalho da força resultante.
Sendo assim, para um sistema de n forças aplicadas a um móvel temos a força resultante:
Cada uma das forças aplicadas produzirá um trabalho, que terá a seguinte relação com a força
resultante:
Exemplo:
Na figura abaixo, a massa do bloco é 5 kg e a força aplicada a ele tem intensidade 50 N. Calcule o
trabalho realizado pela força resultante do sistema, durante um deslocamento de 10 m, para os
seguintes casos:
(a) não há atrito entre o bloco e a superfície e o ângulo entre a força e o deslocamento é:
i. θ = 0°;
ii. θ = 30°;
iii. θ = 60°;
iv. θ = 90°.
Solução:
(a) Quando o atrito é desprezível, a única força que realiza trabalho é a força aplicada.
ii. Nesse caso, a força forma um ângulo de 30° com o deslocamento, então:
iii. Nesse caso, a força forma um ângulo de 45° com o deslocamento, então:
iv. Esse é o caso em que a força tem direção perpendicular ao deslocamento, portanto não realiza
trabalho:
(b) Quando existe atrito, o trabalho resultante é a soma do trabalho da força aplicada (positivo) e
da força de atrito (negativo).
Conforme os casos considerados até agora, quando a força é constante, o trabalho é igual ao
produto da força pelo deslocamento (considerando que a força e o deslocamento tenham a mesma
direção). Assim, o trabalho será igual à area do gráfico acima.
Quando a força variar no tempo, essa característica será mantida. Porém, nem sempre será
possível calcular a área geometricamente, dependendo da forma como a força variar com a
posição. Nesse caso, utiliza-se um método de integração, estudado em cálculo integral.
Para as curvas mais simples, como constantes e retas, é possível calcular as áreas
geometricamente. No caso da força elástica, por exemplo, a intensidade da força varia
linearmente com o deslocamento.
Como a força elástica atua na mesma direção da elongação, teremos o trabalho dessa força
calculado pela área do triângulo no gráfico, de modo que:
Trabalho da Força Peso
A força peso realiza trabalho nas situações em que o deslocamento não é na direção horizontal.
Nesse caso, convém fazer uma mudança de referencial. Em vez de analisarmos a componente da
força que tem orientação paralela ao deslocamento, utilizaremos a componente do vetor
deslocamento paralelo à força peso (pois esta tem sempre orientação vertical).
Assim:
Consideremos dois maratonistas que completam uma corrida. A distância percorrida pelos dois é a
mesma, portanto, o trabalho realizado por cada um é igual. O que determina a vitória é o menor
tempo necessário para realizar esse trabalho.
A grandeza que relaciona o trabalho realizado com o tempo necessário para sua realização é
a potência. Em se tratando de um trabalho mecânico, podemos tratá-la por potência mecânica.
Quando a energia de um sistema é transferida sob a forma de calor, tem-se a potência
térmica e, sob forma de eletricidade, tem-se a potência elétrica. É importante ter atenção ao
tipo de potência referida, já que, em cada contexto, ela geralmente é expressa apenas por
"potência", sem que seja especificado o seu tipo.
Potência Média
A potência média é definida como o trabalho total realizado em um intervalo de tempo
considerado, de modo que:
Essa forma de cálculo da potência é adotada quando não se tem interesse em saber a potência em
cada instante, apenas a forma como ela se desenvolve em um intervalo de tempo considerado.
Solução:
O trabalho realizado pelos halterofilistas é igual ao trabalho da força peso, ou seja, é proporcional
à altura atingida.
• Para o halterofilista 1:
• Para o halterofilista 2:
Saiba mais
, , , ...
Potência Instantânea
Quando houver interesse na potência de um trabalho desenvolvido a cada instante de tempo, é
necessário expressá-lo como potência instantânea.
Esse cálculo pode ser analisado como o limite da potência média quando o intervalo de tempo
considerado é muito pequeno.
Exemplo:
Sabendo que a força aplicada para manter esse movimento é de 60 N, calcule a potência
instantânea nos instantes solicitados:
a) t = 1 s;
b) t = 5 s;
c) t = 10 s.
Solução:
Relacionando a velocidade instantânea em cada caso com a força aplicada, calcula-se a potência
instantânea pelo produto desses dois termos:
a)
b)
c)
Relação Gráfica entre Trabalho e Potência
Em um gráfico que relaciona a potência com o tempo, a área sob a curva representa o trabalho
realizado, isto é:
Rendimento
Máquinas são dispositivos cuja finalidade é transformar energia de um tipo em outro, o qual pode
ser utilizado para a finalidade desejada.
Para que uma máquina funcione, é necessário que ela receba certa potência,
denomidada potência total. Nos casos idealizados, é possível considerar que toda a potência
injetada no sistema seja utilizada para o fim a que se propõe a máquina em questão, isto é, seja
convertida em potência útil. No entanto, nos casos reais, parte da potência total é dissipada, a
fim de superar resistências passivas como o atrito, por exemplo.
Para saber qual o aproveitamento de uma máquina em relação à potência total recebida, define-se
uma nova grandeza: o rendimento.
O rendimento (η) é definido como a razão entre a potência efetivamente aproveitada (potência
útil) e a potência total. Matematicamente:
Onde P representa potência e os índices indicam total (T), útil (U) e dissipada (D).
O rendimento é obrigatoriamente menor ou igual (no caso ideal) a 1. Quanto mais próximo da
unidade, melhor aproveitada é a potência recebida pela máquina.
De forma geral, um sistema que tem energia é um sistema capaz de realizar trabalho.
Existem diversas formas de energia, tais como: energia elétrica, energia térmica, energia química,
energia luminosa, energia mecânica, energia nuclear, etc.
Energia Mecânica
É a energia que se relaciona aos movimentos. O potencial de um corpo entrar em movimento é
chamado de energia mecânica. É possível dividir a energia mecânica em dois tipos principais:
energia cinética e energia potencial.
Energia Cinética
É a energia dos corpos em movimento, relacionada diretamente ao trabalho da força que desloca
o corpo.
Energia Potencial
É a energia que é armazenada devido ao campo gravitacional (energia potencial gravitacional) ou
à deformação de um corpo elástico (energia potencial elástica).
A energia mecânica pode ser definida como a soma da energia cinética com as energias potenciais
de um sistema.
Energia Cinética
A energia cinética se refere ao movimento de um corpo ou partícula, ou seja, um corpo em
movimento tem a ele associado uma energia cinética.
Sua expressão pode ser deduzida considerando-se o trabalho de uma força que desloca um móvel
a partir do repouso, tendo a força e o deslocamento o mesmo sentido, conforme indica a figura:
O trabalho realizado pela força é transferido para o bloco na forma de movimento, ou seja, como
energia cinética. Sendo o trabalho da força:
Esse termo é o que caracteriza a energia cinética do sistema nesse instante, ou seja:
Uma bola de 500 gramas é lançada com velocidade igual a 25 m/s. Qual a energia cinética da bola
nesse momento?
Solução:
Onde:
m = 500 g = 0,5 kg
v= 25 m/s
Ou seja:
Exemplo:
Um corpo desloca-se, inicialmente, com velocidade de 2 m/s. Então é aplicada uma força no
sentido do deslocamento, que o faz alcançar 5 m/s após ter se deslocado 1 m. Sabendo que a
massa desse corpo é 20 kg, qual é a intensidade da força aplicada?
Solução:
Esse problema pode ser resolvido por meio dos conceitos da Cinemática: encontra-se a aceleração
e então utiliza-se a segunda lei de Newton.
Saiba mais
Ainda existe outra forma de energia cinética associada aos movimentos de rotação, por analogia
ao caso visto: trata-se da energia cinética de translação, quando os dois casos são considerados.
A expressão dessa energia é:
Onde I é o momento de inércia rotacional do corpo e ω é a velocidade angular.
Essa energia existe sob diversas formas. Porém, no estudo da Mecânica, dois tipos de energia
potencial são de maior interesse: a energia potencial gravitacional e a energia potencial elástica.
A água armazenada na barragem, a uma altura superior a do restante do leito do rio, tem energia
potencial gravitacional armazenada.
Para medir essa energia, consideramos o trabalho realizado pela força peso para movimentar um
corpo de uma altura h até o solo:
Conforme o teorema da Energia Cinética, este trabalho faz a energia cinética variar. Para que isso
ocorra, no entanto, é necessário que o corpo tenha energia armazenada que, nesse caso, está sob
a forma de energia potencial gravitacional:
Geralmente se atribui à superfície da Terra a energia potencial gravitacional nula, o que implica
que ela seja o nível de referência. Porém, é possível escolher qualquer referência para a altura.
Assim, como o trabalho da força peso, a energia potencial gravitacional não depende da forma
como o corpo chega ou se mantém a certa altura.
Exemplo:
Um estudante segura seus livros a uma altura de 1,4 m do chão. Sabendo que a
massa dos livros é 5 kg e considerando g = 10 m/s², qual a energia potencial
gravitacional dos livros?
Solução:
A forma mais usual de analisarmos a energia potencial elástica é pela deformação de molas.
Embora qualquer corpo que se deforme apresente armazenamento de energia, as molas (ideais)
são utilizadas por converterem essa energia integralmente em outros tipos de energia (cinética ou
potencial gravitacional).
Exemplo:
Uma mola ideal com constante elástica 50 N/m é deformada 20 cm. Qual a energia
potencial elástica armazenada na mola?
Solução:
Qualquer movimento pode ser descrito em termos de sua energia mecânica, uma vez que tem-se
a conservação dessa energia em sistemas em que não há dissipação devido a forças de atrito. Isso
quer dizer que, em meios conservativos, a energia mecânica inicial é igual à energia mecânica
final:
Para exemplificar esse fenômeno, consideram-se três casos básicos, dos quais derivam todos os
demais:
Seja um corpo qualquer, preso a certa altura h. Devido à ação da gravidade, esse corpo tem
energia potencial gravitacional armazenada. Sabemos ainda que, se ele não se movimenta, não
tem energia cinética.
Se, em dado instante, o corpo for solto, tenderá a cair, sendo acelerado à medida que sua altura
diminuir. Em outras palavras, conforme a energia potencial gravitacional diminui (pois h diminui),
a energia cinética aumenta (pois a velocidade aumenta).
Interpreta-se essa situação como uma conversão de energia potencial em energia cinética.
No momento em que o corpo chegar ao chão (nível de referência da altura), toda a sua energia
potencial gravitacional terá sido convertida em energia cinética.
Utilizando a conservação de energia mecânica é possível, por exemplo, calcular a velocidade final
do corpo, conhecendo apenas a altura inicial do movimento.
Consideremos um corpo arremessado contra uma mola. Ao antingi-la, sua velocidade inicial é v0 e
o corpo possui apenas energia cinética. Se a mola não estiver sendo deformada, não haverá
energia potencial elástica no sistema.
Quando o corpo em movimento atinge a mola, tenderá a deformá-la, reduzindo sua velocidade e,
com isso, diminuindo sua energia cinética. Por outro lado, conforme a mola é deformada, aumenta
sua energia potencial elástica.
No instante em que o corpo fica completamente parado e que a mola atinge sua máxima
deformação, toda a energia cinética inicial do sistema terá sido convertida em energia potencial
elástica.
Ainda verifica-se que, após esse momento, a mola tenderá a voltar ao seu estado de repouso,
empurrando o corpo de modo que sua velocidade aumente. Assim, a energia potencial elástica
armazenada é novamente transferida para o corpo, na forma de energia cinética.
Se não houver nenhuma perda de energia, o módulo da velocidade do corpo ao atingir a mola e ao
ser empurrado por ela será igual (mas os sentidos serão opostos).
Imagine um corpo preso a um fio inextensível. Ao ser segurado com uma abertura angular θ, a
altura do corpo em relação ao ponto onde o fio fica, na direção vertical, faz ocorrer um
armazenamento de energia potencial gravitacional e, como ele está parado, neste momento não
há energia cinética.
Ao ser solto, o corpo adquire velocidade, a qual aumenta até atingir a posição da referência de
altura. Nesse ponto, a energia potencial gravitacional é nula e a energia cinética é máxima.
Quando passa pelo ponto de referência, o corpo tende a subir, reduzindo sua velocidade (e,
consequentemente, a energia cinética), aumentando sua energia potencial gravitacional.
Se não há perdas de energia, o corpo atinge a mesma abertura angular da qual foi abandonado no
início do movimento, convertendo novamente toda a energia cinética em energia potencial
gravitacional.
Exemplos:
Solução:
Solução:
Sem a ação de forças dissipativas, a energia cinética inicial é integralmente convertida em energia
potencial elástica quando a mola atinge a compressão máxima, de modo que:
Impulso de uma Força
Para que um corpo inicie um movimento, é necessário que seja aplicado a ele uma força
resultante.
Durante os estudos anteriores, tratamos apenas da força aplicada, sem que nos preocupássemos
com o tempo de aplicação de tal força. É fácil perceber, entretanto, que uma força de mesma
intensidade e mesma orientação terá resultados que variam conforme o tempo de duração da
aplicação.
A fim de estudar essa interação entre a força aplicada e o tempo de aplicação, define-se uma nova
grandeza chamada impulso.
Essa grandeza vetorial é definida, para uma força constante no tempo, como o produto da força
aplicada pelo intervalo de tempo de aplicação, ou seja:
• O módulo do vetor impulso é dado pelo produto do módulo da força com o intervalo de
tempo de sua aplicação.
• A direção e o sentido do vetor impulso são os mesmos do vetor força.
Supondo que a força seja constante e que atue em um determinado instante de tempo Δt, tal que:
Sendo a área sob uma curva constante igual ao produto da função pelo intervalo de interesse,
verifica-se que a área do gráfico é igual ao impulso da força.
Tal relação vale também para casos em que a força não é constante; porém, geralmente, o cálculo
de áreas desse tipo requer ferramentas matemáticas mais avançadas.
Saiba mais
Exemplo:
Em um jogo de tênis, um atleta atinge a bola com força de 500 N durante um intervalo de 0,1 s.
Qual o módulo do impulso da força aplicada?
Solução:
O módulo do impulso é calculado como o produto da força pelo intervalo de tempo de aplicação,
ou seja:
Quantidade de Movimento (Q)
Observando a natureza, é possível perceber que alguns corpos em movimento são capazes de
transferir, de forma total ou parcial, seu movimento a outros corpos. Por exemplo: uma bola de
bilhar, ao colidir com outra; o vento, ao soprar um veleiro; o taco de beisebol, ao atingir a bola,
entre outros.
Analisando essa transmissão de movimento, os cientistas concluíram que ela depende de duas
características do sistema: a velocidade e a massa.
A fim de expressar esse fenômeno matematicamente, define-se uma nova grandeza: a quantidade
de movimento, também conhecida como quantidade de movimento linear, momento
linear, momentum, ou ainda, momentum linear.
Essa grandeza foi definida por Isaac Newton no livro Principia Mathematica. Uma forma de
expressá-la é:
Exemplo:
Uma pessoa que observa dois carros em movimento, na mesma direção, afirma: "Os dois carros
têm a mesma quantidade de movimento". Sabendo que a velocidade de uma deles é 36 km/h e do
outro é 54 km/h, qual a relação das massas dos dois carros?
Solução:
Considerando que o movimento dos dois carros acontece na mesma direção, é possível abandonar
a notação vetorial, considerando apenas os módulos dos vetores em questão.
As quantidades de movimento de cada carro são calculadas:
Conclui-se que a massa do primeiro carro é igual a 3/2 vezes a massa do segundo, ou seja, é 50%
maior.
Teorema do Impulso
O teorema do impulso traz uma forma alternativa de expressar a segunda lei de Newton.
Considerando a sua forma comum:
Ou seja:
Manipulando a equação:
Analisando essa equação, verificamos que um lado representa um impulso e o outro indica uma
variação da quantidade de movimento linear, ou seja:
Segundo essa equação, que expressa o teorema do impulso, o impulso de uma força é igual à
variação de sua quantidade de movimento.
É importante verificar que as unidades dos dois lados da igualdade são equivalentes
(N.s e kg.m/s), apesar de diferentes no SI.
Saiba mais
Um fato bastante curioso é que Sir Isaac Newton apresentou a sua segunda
lei, o Princípio da Dinâmica, expressa pela taxa de variação da quantidade de
movimento, em forma muito próxima a que foi deduzida acima.
Exemplo:
Qual o tempo necessário na aplicação de uma força de 200 N para fazer um corpo de 100 g,
partindo do repouso, atingir uma velocidade de 50 m/s?
Solução:
Aplicando o teorema do impulso:
Conservação da Quantidade de Movimento
Da mesma forma como a energia mecânica é conservada, sob a condição de não haver dissipação
de energia, a quantidade de movimento é conservada quando não há aplicação de forças
externas.
Forças internas são aquelas que atuam entre corpos e partículas do próprio sistema (forças de
ação e reação), ao passo que forças externas são aquelas oriundas de aplicadores fora do sistema.
Logo:
Onde as quantidades de movimento referidas são as do sistema fechado (sem presença de forças
externas) no momento inicial e final da análise.
Esse princípio vem da combinação do Princípio da Ação e Reação (terceira lei de Newton) com a
quantidade de movimento, e torna possível a descrição matemática de diversas situações como
colisões, explosões e choques.
Colisões
O estudo das colisões é um caso particular da conservação da quantidade de movimento. Nele
considera-se que a massa dos objetos envolvidos na colisão não se altera, ocorrendo apenas
variação na velocidade.
Explosões
Assim como as colisões, as explosões representam outra forma de conservação da quantidade de
movimento. Porém, nesse caso, considera-se que, após a explosão, a massa inicial é dividida em
frações, cada qual com uma quantidade de movimento, sendo a soma de todas elas igual à inicial:
Onde N é o número de partes na qual o corpo explodido se divide.
Exemplo:
Em um jogo de bilhar, a bola branca atinge outra bola exatamente em seu centro, com velocidade
5 m/s. Qual deve ser a velocidade da outra bola, sabendo-se que a bola branca segue o
movimento com velocidade 1 m/s na mesma direção? Considere a colisão perfeitamente elástica e
as massas das bolas branca e colorida 170 g e 100 g, respectivamente.
Solução:
Quando o ser humano abandonou a vida nômade e começou a plantar os alimentos, já havia
percebido que o clima variava de tempos em tempos. Também era conhecido o fato de que tais
características se repetiam de forma cíclica.
A partir da observação do céu, o homem passou a associar as imagens das estrelas a animais e
objetos, formando figuras que hoje conhecemos como constelações. Muitos povos também
passaram a cultuar os objetos celestes, associando-os às suas divindades de alguma forma.
Assim, o estudo dos objetos celestes começou a despertar grande interesse prático e filosófico, de
modo que praticamente todas as civilizações, mesmo sem terem tido contato umas com as outras,
têm registros de observações e estudos astronômicos.
Geocentrismo
Apesar da existência de diversos estudos e observações sobre o assunto, atribui-se aos gregos a
primeira teoria aceita sobre o movimento dos astros: trata-se da teoria geocêntrica.
Esse modelo perdurou até o século XV. As observações que não se adequavam às suas predições,
como o movimento de precessão dos planetas, por exemplo, eram explicadas pelas modificações
nas suas órbitas, e não pelo movimento da Terra.
O último astrônomo conceituado a defender o modelo geocêntrico foi o dinamarquês Tycho Brahe
(1546- 1601), para quem os planetas orbitavam o Sol, enquanto este orbitava a Terra.
Heliocentrismo
Embora a concepção do heliocentrismo já prevalecesse na Grécia Antiga, o geocentrismo perdurou
até o Renascimento. Foi Nicolau Copérnico quem retomou a ideia de colocar o Sol no centro do
Universo, além de considerar que o Universo era finito e que os planetas descreviam órbitas
circulares em torno do Sol.
* Afirmação de que a Terra é apenas um dos seis planetas (então conhecidos) girando em torno
do Sol.
* Dedução de que quanto mais perto do Sol o planeta está, maior é sua velocidade orbital.
Leis de Kepler
Quando o homem iniciou suas atividades agrícolas, fez-se necessária uma referência para que ele
identificasse as épocas de plantio e colheita.
Ao observar o céu, nossos ancestrais perceberam que alguns astros descreviam um movimento
regular, o que propiciou a eles obter uma noção de tempo e de épocas do ano.
Por volta do século XVI, Nicolau Copérnico (1473-1543) apresentou o modelo heliocêntrico. Nele,
o Sol estava no centro do universo, e os planetas descreviam órbitas circulares ao seu redor.
No século XVII, Johanes Kepler (1571-1630) enunciou as leis que regem o movimento planetário,
utilizando anotações do astrônomo Tycho Brahe (1546-1601). Kepler formulou três leis que
ficaram conhecidas como Leis de Kepler.
Nota: a excentricidade da elipse é dada pelo quociente entre a distância dos focos e o seu eixo
maior. Desse modo, quanto mais afastados estiverem os focos, mais oval será a elipse; quanto
mais próximos estiverem os focos, mais circular será a elipse. Assim, uma circunferência é uma
elipse cujos focos coincidem, ou seja, cuja excentricidade é zero.
* Periélio: ponto mais próximo do Sol, no qual o planeta move-se mais rápido.
* Afélio: ponto mais afastado do Sol, no qual o planeta move-se de forma mais lenta.
Como o período de rotação de um planeta é equivalente a um ano, conclui-se que quanto mais
longe o planeta estiver do Sol, mais longo será o seu período de rotação, e, consequentemente, o
seu "ano".
IMPORTANTE: as leis de Kepler são válidas apenas para sistemas de corpos que orbitam em
torno de um corpo central, como, por exemplo, planetas em torno de uma estrela.
Força Gravitacional
Ainda que as leis de Kepler servissem para a descrição dos movimentos planetários, não havia
nenhuma formulação para explicar as razões pelas quais ocorriam esses movimentos. Foi então
que, ao estudar o movimento da Lua, Newton concluiu que a força que faz com que ela esteja
constantemente em órbita é do mesmo tipo que a força que a Terra exerce sobre um corpo em
suas proximidades. A partir daí, surge a Lei da Gravitação Universal.
"Dois corpos atraem-se com força proporcional às suas massas e inversamente proporcional ao
quadrado da distância que separa seus centros de gravidade."
Onde:
Nas proximidades da Terra, a aceleração da gravidade varia, mas em toda a Litosfera (camada em
que há vida) essa aceleração pode ser considerada constante. Conheça os valores para algumas
altitudes determinadas:
Altitude
Aceleração da Gravidade (m/s²) Exemplo de altitude
(km)
0 9,83 nível do mar
8,8 9,80 cume do Monte Everest
maior altura atingida por balão
36,6 9,71
tripulado
400 8,70 órbita de um ônibus espacial
35700 0,225 satélite de comunicação
Aceleração da Gravidade - Intensidade do Campo Gravitacional
Por meio da Lei da Gravitação Universal proposta por Newton, sabemos que o planeta Terra, de
massa M e raio R, exerce uma força gravitacional sobre um corpo de massa m localizado na sua
superfície. A saber, a distância entre o centro de gravidade da Terra e o corpo é igual ao seu raio
R (d = R). Se desprezarmos os efeitos de rotação da Terra, a força gravitacional será, neste caso,
exatamente igual ao peso do corpo, de modo que:
Para o caso em que o corpo encontra-se a uma altura h em relação à superfície do planeta, a
distância d da lei da gravitação universal passa a ser R + h. Dessa forma, a aceleração da
gravidade será:
Isso implica que, nas proximidades da superfície do planeta, a intensidade do campo gravitacional
seja constante. Observe a tabela a seguir. Ela mostra os valores de algumas acelerações da
gravidade na superfície dos planetas:
Resolvendo a equação para v, chegamos a uma expressão para a velocidade escalar do satélite,
que está descrevendo um MCU:
Rearranjando os termos:
Admitindo que:
Onde:
*M = massa do planeta
*m = massa do corpo
Note que o valor dessa energia é negativo, pois trata-se de um potencial atrativo, o que significa
dizer que em quaisquer pontos do campo gravitacional tem-se energia potencial gravitacional
menor do que a energia (potencial gravitacional) no infinito, definida, convencionalmente, como
sendo nula (Ep= 0). Uma vez conhecida a equação para a energia potencial gravitacional, é
possível obter uma expressão para a determinação da velocidade de escape (ve) de certo corpo
em relação a um planeta. A velocidade de escape diz respeito à velocidade mínima necessária
para que o corpo lançado da superfície do planeta "vença" a atração gravitacional desse planeta.
E, no infinito:
Planeta ve(km/s)
Mercúrio 4,2
Vênus 10,3
Terra 11,2
Marte 5,0
Júpiter 60,5
Saturno 35,2
Urano 21,7
Netuno 24,0
Unidades Astronômicas
No estudo de astronomia, as unidades do Sistema Internacional (SI) costumam ser ineficientes,
uma vez que as distâncias a serem expressas são muito grandes.
Por exemplo: a distância da Terra até Marte é de cerca de 75 milhões de quilômetros, que, no SI,
é expresso por 75 000 000 000 metros.
Devido à necessidade de unidades mais eficientes, são utilizadas: Unidade Astronômica (UA),
Anos-luz (a.l) e Parsec (Pc).
Conheça o tamanho médio da órbita dos planetas do Sistema Solar, ou seja, a distância de cada
um deles em relação ao Sol:
Ano-Luz (a.l.)
É a distância percorrida pela luz, no vácuo, no tempo de 1 ano terrestre.
A estrela mais próxima do Sol é a Próxima Centauri, localizada na constelação de Centauro. Sua
distância ao Sol é de 4,22 a.l.
Parsec (Pc)
É a distância na qual 1 UA é representada por 1'' (1 segundo de arco) em uma medição por
paralaxe.
Essa unidade é usada para distâncias muito grandes, como a distância entre estrelas, entre
galáxias ou de objetos muito distantes, como quasares.
Marés
Forças Gravitacionais Diferenciais
Os corpos esféricos atuam, gravitacionalmente, como massas pontuais, o que torna facilmente
calculável as suas interferências gravitacionais. Entretanto, a maioria dos corpos não são
perfeitamente esféricos.
Dentre as principais contribuições da não esfericidade dos corpos está a rotação, como ocorre, por
exemplo, com os planetas, além das forças gravitacionais diferenciais que os corpos exercem uns
sobre os outros, responsáveis por fenômenos como as marés.
É possível encontrar uma expressão para a força diferencial. Para tanto, consideremos duas
partículas como as da figura abaixo. Chamaremos de R a distância entre as duas partículas e
de r a distância de M à partícula m2, de modo que:
Sendo:
De forma que:
Ainda é possível obter uma expressão para a força diferencial, derivando a equação da força
gravitacional:
O esperado seria que, caso o campo gravitacional da Terra fosse ideal, as águas da superfície e do
centro de massa sofressem uma aceleração de mesma intensidade. No entanto, devido à
intereferência de outros campos gravitacionais com o da Terra, essas interações provocam
diferentes acelerações, que atuam na massa do planeta com diferentes intensidades.
O que ocorre, para o caso Terra e Lua, é que a atração gravitacional em cada ponto da Terra
depende da distância desse ponto à Lua, de modo que a atração no lado da Terra que está mais
próximo da Lua é maior do que no centro da Terra, ao passo que a atração no lado mais distante
da Lua é menor do que a sentida no centro da Terra.
Já com o centro da Terra, o que ocorre é que um dos lados é atraído em direção à Lua, enquanto
que o outro é puxado na direção oposta. A maré do lado oposto não é ocasionada pelo movimento
de rotação da Terra: como a água flui facilmente, ela acaba sendo acumulada nos dois lados da
Terra, criando uma espécie de bojo de água, um na direção da Lua, e outro na direção oposta.
Quando a maré está em seu ápice, temos a maré alta; quando está em seu nível menor, temos
a maré baixa. Em geral, elas oscilam em um período de 12 h e 24 min: as 12 horas são devido à
rotação terrestre, e os 24 minutos, devido à órbita da Lua.
Questões - Gravitação Universal
Leis de Kepler
Um satélite de comunicação em órbita circular tem raio R e período T. Outro satélite de órbita
circular tem período T/3. Qual o raio da órbita do segundo satélite?
Solução:
Gravitação Universal
Qual a intensidade do campo gravitacional da Terra sobre a Lua?
Dados:
Solução: