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Conversão Eletromecânica

Circuitos
Magnéticos
Prof. Reginaldo Miranda
Instituto Federal-MA
Email: rmiranda@ifma.edu.br
Campo Magnético
 Mecanismo fundamental pelo qual a energia é convertida de uma forma
para outra.
IMÃ Condutor percorrido por corrente elétrica

Campo de forças produzido por cargas em


movimento.
Campo Magnético
Linhas de Campo
 Campo Magnético produzido por imãs.
Mesma área Linhas de Campo

Ferro

vidro
Campo Magnético
 Campo magnético produzido por corrente elétrica

_ _
+ +

Regra da mão direita


H

Condutor
Linhas de Campo
Campo Magnético
 Campo magnético produzido em uma espira

Regra da mão direita


Campo Magnético
 Campo magnético produzido em uma bobina

N S

P.
Campo Magnético
 Conceitos básicos
i – corrente elétrica (A)

Linhas de Campo
Região
de área
A
B

φ
Fluxo magnético (Wb)
B – Densidade de campo (Tesla)
H – Intensidade de campo (A.e/m)
Campo Magnético
 Relação entre B e H

−7
µ o = 4π 10 (Tm/A )
Permeabilidade magnética do ar: Representa a facilidade relativa do
estabelecimento do campo magnético no ar.
Campo Magnético
 Núcleo magnético (ferro, níquel, cobalto e suas ligas)

Tubo de fluxo núcleo

bobina
bobina

Bobina com núcleo de ar Bobina com núcleo de ferro


Ferromagnetismo
 Núcleo magnético (ferro, níquel, cobalto e suas ligas)

cristal molécula

matéria átomo
Ferromagnetismo
 Momento magnético

Uma carga negativa girando no sentido anti-horário num


caminho circular é equivalente a uma corrente i no sentido
horário em torno do caminho.

momento
magnético de
spin momento
magnético orbital
Ferromagnetismo
 Domínios magnéticos
Em cada domínio todos os átomos estão alinhados
com seus momentos magnéticos apontando na
mesma direção, de tal forma que cada domínio
dentro do material atua como se fosse um pequeno
ímã permanente;

A razão de um bloco de ferro parecer não ter fluxo


é que estes minúsculos domínios estão orientados
aleatoriamente dentro do material.
Ferromagnetismo
 Domínios magnéticos

A orientação atômica dos momentos magnéticos


não varia abruptamente de uma direção para a outra
e sim gradualmente através da parede do domínio.
Magnetização
• Suponha que um momento magnético Pm seja colocado
em um campo magnético de densidade de fluxo B. O
momento sofrerá um conjugado que tende a girar o
momento na direção de alinhamento com o campo
externo.

• Somente os momentos na região de transição (parede do


domínio) é que sofrerão um conjugado, tendendo a
alinhá-los com o campo aumentando a largura do parede do domínio
domínio superior e diminuindo aquela do domínio
inferior.

• Isto aumentará o fluxo no ferro, que por sua vez


causará o alinhamento de mais domínios, aumentando
ainda mais o fluxo.
Magnetização
 À medida que o campo magnético externo continua a crescer, a maior parte dos
domínios que estão orientados na direção errada eventualmente se orientam na direção
do campo. Finalmente, quando quase todos os átomos e domínios estão alinhados
qualquer aumento adicional no campo externo somente causará um aumento de fluxo
semelhante àquele causado no espaço livre. Neste ponto, o ferro está saturado.

Material
Ferromagnético

A quantidade de momentos magnéticos alinhados por unidade de volume é chamado


magnetização M.

B = µo M
Magnetização
 A densidade de fluxo resultante é devido a bobina
mais a magnetização.

=B µo ( H + M )
M
B µo (1 + ) H
= núcleo

H bobina

B µo (1 + χ m ) H
=
B = µo µ r H susceptibilidade
magnética

B = µH Permeabilidade
relativa
Permeabilidade
do material
Magnetização
Ex.: ferro, níquel, cobalto

Ex.: Alumínio, platina

Ex.: cobre, bismuto, ouro


Magnetização
 Núcleo magnético (ferro, níquel, cobalto e suas ligas)

1 - Campo magnético uniforme Magnetização


2 - Comprimento do caminho magnético bem definido
3 - Fluxo essencialmente confinado no núcleo
4 – Núcleo magnetizado
5 - Alta permeabilidade

A permeabilidade de qualquer outro material está


relacionada com a permeabilidade do espaço livre através da
permeabilidade relativa:
µ = µ r µo
Permeabilidade magnética do material
Material Permeabilidade
Ligas de ferro 0,8K a 25K
ferrites 0,8K a 20K
Amorfos 0,8K a 80K
Materiais Magnéticos
 Há duas classes de materiais ferromagnéticos:

1. Materiais suaves (soft materials): o alinhamento magnético pode mudar


facilmente pelo uso de pequenos campos magnéticos (ferro e suas misturas
com outros elementos tais como o silício);

2. Ímãs permanentes (hard materials): mantém um alinhamento quase


permanente de seus domínios magnéticos.
Campo Magnético
 Lei de Ampere: A integral de linha da intensidade de campo magnético H em um
caminho fechado é igual a corrente total enlaçada pelo caminho.

∫ H dl = ∫ JdA
caminho fechado

caminho fechado simétrico


∫ H dl = itotal
Campo Magnético
 Núcleo magnético
Comprimento
médio do caminho lc

N espiras →
Hlc = Ni
∫ H dl = itotal
Ni
H ∫ dl = NI H=
lc
Hl = NI
Fluxo Magnético
 O fluxo total através de uma área é:


φ = BdA
A
( Weber − Wb)

 Supondo que a densidade de fluxo é uniforme através da seção transversal

µNi
Ni
φ = BA = A=
l l µA
 O fluxo magnético é uma quantidade escalar e é contínuo ao longo de um caminho
fechado, similar a corrente elétrica que é contínua ao longo de um condutor;
Força Magnetomotriz (FMM) e Relutância
 A corrente na bobina ao redor do núcleo produz um fluxo magnético da mesma forma
que a tensão em um circuito elétrico produz corrente elétrica.

Ni
φ=
l µA

 Em circuitos elétricos a tensão ou força eletromotriz (fem) produz o fluxo de corrente,


por analogia no circuito magnético a quantidade correspondente é chamada de força
magnetomotriz (fmm) e é dada por

F = Ni Amper-espira (A)

A constante de proporcionalidade entre F e φ é a relutância R do circuito magnético:

F l
R= = (A/Wb)
φ µA
Indutância
 Uma bobina sobre um núcleo magnético pode ser representado por um elemento de
circuito chamado de indutor. O indutor é caracterizado por sua indutância (auto
indutância, indutância própria), que é definida como o fluxo concatenado (enlaçado) da
bobina por amper de corrente.

 Fluxo concatenado λ = Nφ (Weber - espira)

 Indutância L =
λ
(Henries)
i
λ Nφ NBA NµHA
L= = = =
i i i i
NµHA N 2 N2
= = =
Hl N l µA ℜ
Exemplo 1
 A figura abaixo mostra uma bobina toroidal enrolada em um anel de plástico de seção
transversal retangular. A bobina tem 200 espiras de fio de cobre de 3 mm de diâmetro.
Pede-se: a) para uma i = 50 A, encontre a densidade de fluxo no diâmetro médio do anel;
b) Encontrar a indutância da bobina assumindo que o campo dentro da mesma é uniforme
e igual àquele do diâmetro médio; c) determine a percentagem de erro na indutância
quando se supõe uma densidade de fluxo uniformemente distribuída no núcleo de
plástico; d) dado que a resistividade do cobre é 1,72 × 10-8 Ω.m, determine a resistência
da bobina.

Área
Circuito Magnético Simples
Analogia entre Circuitos Elétricos e
 (A) Circuito Elétrico; (B)Magnéticos
Circuito Magnético

Circuito Magnético Circuito elétrico


F Ni v
Fluxo φ i
relutância ℜ R
permeabilidade µ δ = condutividade
Analogia entre Circuitos Elétricos e
Magnéticos
 Os circuitos magnéticos podem consistir em múltiplos elementos em série e
em paralelo. Logo, pode-se generalizar a Lei de Ampere:


F = H dl = ∑ Fk = ∑ H k lk
k k
 Sendo F a fmm total que atua impulsionando o fluxo em um laço fechado do
circuito magnético e F k = Hklk a queda de fmm no k-ésimo elemento daquele
laço.

 Isto está em analogia com a lei das tensões de Kirchhoff aplicada a circuitos
elétricos constituídos por fontes de tensões e resistores
V= ∑ Rk ik
k
Analogia entre Circuitos Elétricos e
Magnéticos
 De modo semelhante, a equação da lei das correntes de Kirchhoff

∑ in = 0
n

 Tem como análogo a equação

∑ φn = 0
n
Analogia entre Circuitos Elétricos e
Magnéticos
 A fmm está relacionada ao fluxo magnético da mesma forma que a tensão
está relacionada com a corrente elétrica;

 A R de circuitos magnéticos é análoga da resistência em circuitos elétricos,


logo obedecem as mesmas regras:
– Relutâncias em série se combinam de acordo com:

Req = R1 + R2 + R3 + ...
– Relutâncias em paralelo se combinam de acordo com:
1 1 1 1
= + + + ...
R eq R1 R2 R 3
Exemplo 2
 Um núcleo ferromagnético é
mostrado na figura abaixo. Três
dos lados do núcleo possuem
comprimento uniforme, enquanto o
quarto lado é mais fino. A
profundidade do núcleo é 10cm, e
as outras dimensões são mostradas
na figura. Existem 200 espiras na
bobina enrolada no lado esquerdo
do núcleo. Assumindo uma
permeabilidade relativa de 2500,
quanto de fluxo será produzido por
1 A de corrente na bobina?
Exemplo 3
 Determine a corrente que deve fluir no enrolamento de excitação, o qual está acoplado
a uma estrutura ferromagnética mostrada na figura abaixo. O enrolamento possui 500
espiras, o fluxo na perna direita deve ser de 9×10-4 Webers. Assuma uma permeabilidade
relativa de 5400.
0,4m
0,05 m 0,05 m 0,05 m

a b c 0,05 m

0,2m

0,05 m
f e d
Circuito Magnético com Entreferro
 Em alguns dispositivos magnéticos como nos transformadores, o fluxo principal fica
confinado no núcleo magnético. Entretanto, em máquinas é geralmente necessário
estabelecer um fluxo entre a parte fixa e a parte girante através de um entreferro. A cria
ção de fluxo em um entreferro é necessária tambem para outros dispositivos como um
eletroimã.

Materiais de
preenchimento do
entreferro: papel,
mylar ou vidro

Permeabilidade do núcleo: µ
Circuito Magnético com Entreferro
 Aplicando a lei de amper no circuito da figura abaixo, obtem-se a fmm da bobina
necessária para estabelecer a densidade de fluxo no núcleo e no entreferro.

F = H c lc + H g g H g g >> H c lc
Bobina de
N espiras  Relação corrente-fluxo para
um núcleo com entreferro.

Bferro

Linear nesta faixa

 Pode ser usado para produzir uma


indutância aproximadamente constante
Circuito Magnético com Entreferro
Circuito Magnético com Entreferro
 Linear sem saturação  Linear com saturação  Linear com entreferro

 Efeitos do entreferro
1 – Controle do entreferro controla a relutância
3 - Diminui a indutância
4 – Aumento da corrente de saturação
5 – O valor da indutância é menos dependente da permeabilidade
Analogia entre Circuitos Elétricos e
Magnéticos
 (A) Circuito Elétrico; (B) Circuito Magnético
Analogia entre Circuitos
Circuito Magnético comElétricos e
Entreferro
Magnéticos
(A) Circuito Elétrico; (B) Circuito Magnético
Circuitos Magnéticos – Erros e Causas
 Os cálculos de fluxo em um núcleo usando os princípios de circuitos magnéticos são
sempre aproximações (erro ∼5%):

 Nem todo o fluxo está confinado no núcleo magnético, sempre há dispersão (a


razão das permeabilidades do material e do ar não é tão grande como a
condutividade em condutores elétricos);
 O cálculo da relutância assume um certo caminho médio e seção transversal. Esta
suposição não é muito boa, especialmente nos cantos;
 A permeabilidade magnética dos materiais varia de acordo com o nível de fluxo;
 Há entreferro no caminho do fluxo magnético, a área específica do entreferro é
maior que a área da seção transversal do núcleo.
Indutância de dispersão
 Para levar em conta o efeito do fluxo de dispersão, deve-se fazer algumas
aproximações (a análise exata requer métodos numéricos). Divide-se o fluxo total em
duas partes: o fluxo magnético φm , que está completamente confinado no núcleo e liga
todas as N espiras, e o fluxo de dispersão φl , o qual também liga todas as espiras do
núcleo mas não percorre completamente o caminho magnético, portanto,
φ = φ m + φl λ = Nφ = 
Nφm + Nφl = λm + λl

λm λl

A indutância total (chamada de auto indutância, indutância própria) pode ser obtida pela
divisão de ambos os lados da equação anterior pela corrente i:

λ λm λl
= + = L = Lm + Ll
i i i
Lm é a indutância de magnetização devido ao fluxo φm no núcleo, e Ll é a indutância de
dispersão devido ao fluxo de dispersão φl. O fluxo concatenado total da bobina pode ser
escrito como
λ = ( Lm + Ll )i
Circuito Magnético com Entreferro
 Efeitos do entreferro
Fluxo de espraiamento
Núcleo
Núcleo Núcleo

Núcleo
Núcleo Núcleo

Aumento da área
Aumento de ruído
Induz correntes parasitas
Exemplo 4
 A figura abaixo mostra um núcleo ferromagnético cujo caminho médio é 40 cm. Há um
pequeno entreferro de 0,05 cm na estrutura. A seção transversal do núcleo é 12 cm2 e a
sua µr = 40000. A bobina do fio tem 400 espiras. Assumindo que o espraiamento no
entreferro aumenta a sua área em 5%, encontre: a) a relutância total do circuito; b) a
corrente necessária para produzir uma B = 0,5 T no entreferro.
Circuito Magnético com dois
Enrolamentos
Circuito Magnético com dois
Enrolamentos
 Força magnetomotriz do circuito:
F = N1i1 + N 2i2
 Desprezando a relutância do núcleo, o fluxo é calculado por:
F µo Ag
φ = = ( N1i1 + N 2i2 )
R g
 Fluxo concatenado com o enrolamento 1 e 2:
µ o Ag µ o Ag
λ1 = N1φ = N12 i1 + N1 N 2 i2 = L11 i1 + L12 i2
g g  
própria mútua

µ o Ag µ o Ag
λ2 = N 2φ = N1 N 2 i1 + N 22 i2 = 
L21 i1 + 
L22 i2
g g mútua própria
Exemplo 5
 Para a estrutura magnética apresentada na figura abaixo, determine a direção das correntes
que devem fluir nos dois enrolamentos de excitação para estabelecer um fluxo φa =
0,0018 weber, φb = 0,0008 weber e φc = 0,001 weber nas pernas A (µr=3980), B
(µr=4473) e C (µr=5673) , respectivamente nas direções mostradas.
Exemplo 6
 No circuito magnético da figura abaixo, a permeabilidade magnética do material é 1200.
Despreze a dispersão magnética e o frangeamento. Todas as dimensões estão em
centímetros e o material possui uma área de secção transversal quadrada. Determine o
fluxo, a densidade de fluxo e a intensidade de campo no entreferro.
Exemplo 7
O circuito magnético da Figura abaixo tem dois enrolamentos e dois entreferros. Pode-se supor que
o núcleo tenha permeabilidade infinita. As dimensões do núcleo são indicadas na figura.
a. Supondo que a bobina 1 esteja conduzindo uma corrente I1 e a corrente na bobina 2 seja zero,
calcule (i) a densidade de fluxo magnético em cada um dos entreferros, (ii) o fluxo concatenado do
enrolamento 1 e (iii) o fluxo concatenado do enrolamento 2.
b. Repita a parte (a), supondo uma corrente zero no enrolamento 1 e uma corrente I2 no
enrolamento 2.
c. Repita a parte (a), supondo que a corrente do enrolamento 1 seja I1 e a corrente do enrolamento
2 seja I2.
d. Encontre as indutâncias próprias (autoindutâncias) dos enrolamentos 1 e 2 e a indutância mútua
entre os enrolamentos.
Magnetização
Curva de Magnetização

Saturação (Todos os dominios


magnéticos alinhados)

Parcialmente
magnetizado

Desmagnetizado
Curva de Magnetização de
Materiais Magnéticos
 Se a intensidade de campo aumenta devido ao aumento da corrente, a densidade de
fluxo varia de acordo com a curva de magnetização do material. B aumenta quase que
linearmente na região de baixo H. Entretanto, quanto maior H, a variação de B se
torna não linear. Na região de saturação da curva, B praticamente não se altera com o
aumento de H.
Curva de Magnetização de Materiais
Magnéticos (Aço)
Curva de Magnetização de Materiais
Magnéticos (Aço)
Curva de Magnetização de Materiais
Magnéticos

Aço laminado

Aço

Ferro
Exemplo 8
Assuma que o material magnético do núcleo da Fig. abaixo seja aço M-5, cuja curva de
magnetização é mostrada na próxima página. Encontre a corrente i que é necessária para
produzir uma B = 1 T no núcleo. Dimensões do núcleo: Ac = Ag = 9 cm2; g = 0,05 cm; lc =
30 cm; N = 500
Curva de Magnetização
 Aço M – 5 com grãos orientados e 0.012 mm de espessura
Exemplo 9
Um núcleo com três pernas é mostrado abaixo. Sua profundidade é 5 cm e há 400 espiras na perna
central. As demais dimensões estão mostradas na figura. O núcleo é composto de um aço cuja curva
de magnetização está mostrada também. Que corrente é necessária para produzir uma densidade de
fluxo de 0,00125 Wb na perna central do núcleo?
Lei de Faraday
 Lei da indução eletromagnética de Faraday: O movimento relativo entre um condutor e
um campo magnético gera no condutor, uma força eletromotriz induzida (fem). A amplitude
da fem é proporcional a taxa de variação no tempo do fluxo concatenado .


eind =
dt

 Lei de Lenz: A polaridade da f.e.m será tal que a corrente resultante criará um campo
magnético em torno do condutor que reagirá com o campo do imã e se oporá ao movimento
da bobina.


eind =−
dt
Energia no campo magnético
 A energia transferida durante um intervalo de tempo t1 a t2 é

t2 t2
λ
=W ∫=
pdt
t1 ∫ t1
eidt

λ2 λ2
∫=
λ1 dt
idt ∫λ1
id λ λ

Assumindo que λ1 está na origem Energia


armazenada dW
λ W
W = ∫ id λ
0

 Esta integral representa a área


entre o eixo do λ e a curva i
característica.
Energia no campo magnético
No caso de um sistema com um único enrolamento de indutância constante, a
variação da energia magnética armazenada, quando o nível do fluxo varia de 0 a λ ,
pode ser escrita como é
λ 1 2 L 2λ λ
W ∫=
= id λ ∫ = dλ = λ i
0 0 L 2L 2
v vR + vL
=
di
v Ri + L
=
dt
di
2
vi Ri + Li
=
dt

Potência fornecida vi = 2
Ri +
d ( 1
2 Li 2
) di
∴ Li =
d ( 1
2 Li 2
)
ao circuito dt dt dt
Perdas resistivas Potência fornecida para o
armazenamento de energia
Energia no campo magnético
 Frequentemente é muito útil expressar a energia armazenada em termos
da densidade de fluxo B e intensidade de campo H.

Hl
λ = Nφ φ = BA i =
N
λ B2 Hl B2
W = ∫ id λ
0 W= ∫B1
N
N
AdB = lA ∫ B1
H dB
B2
= Vnúcleo ∫B1
H dB

Vnúcleo=Al representa o volume do núcleo.


Energia no campo magnético
 Circuito magnético com entreferro
λ
B H c lc + H g lg B  B 
W
=cmp ∫=
0
id λ ∫
0 N
NAdB
= ∫0
 H c lc A +
 µo
lg A  dB

wg

  wh 
B B2
= ∫ H c dB × Volume do núcleo +
Wcmp × Volume do entreferro

0
 2 µo
 
W fc  
W fg
Energia no material magnético Energia no entreferro

 Normalmente a energia armazenada no entreferro


é muito maior que a energia armazenada no material
magnético
Exemplo 10
As dimensões de um sistema atuador são mostradas na figura abaixo. O núcleo da bobina é feito
de aço fundido cuja curva B-H é dada também. A profundidade do núcleo é de 10 cm.
A bobina possui 250 espiras, e a resistência da bobina é 5 ohms. Para um entreferro de 5 mm, uma
fonte CC é conectada à bobina para produzir uma densidade de fluxo de 1.0 T no entreferro.
a) Obter a tensão da fonte
b) Encontrar a energia armazenada no campo
Excitação CA
 Os núcleos magnéticos normalmente operam com excitação alternada:

1. Somente com variação de fluxo é que haverá tensão induzida;


2. Variação em qualquer direção é limitada pela saturação.

 Excitação comum: senoidal, pois está disponível em fontes comerciais. A integral e


a derivada de funções senoidais também são funções senoidais;

 A Lei de Faraday é a base para compreensão dos dispositivos submetidos a campos


magnéticos variantes no tempo.
Excitação CA
 Suponha que uma bobina de N espiras está enrolada em um núcleo magnético de área
Ac e alimentado com uma tensão senoidal: v = Vmaxcos(ωt). Esta tensão está
relacionada com a corrente na bobina e a densidade de fluxo através de:
dλ di
v = ri + = ri + L = ri + e
dt dt
 O fluxo λ está relacionado com a corrente da bobina através das dimensões do núcleo e
da característica B – H para o material do núcleo.

+
+
v
e
-
_
N
espiras

Área A

Comprimento médio
do caminho lc
Excitação CA
 Na maioria das situações a resistência r ≅ 0 e a queda de tensão na mesma é
desprezível em relação a taxa de variação do fluxo. Assim, em regime permanente,
com tensão senoidal aplicada, o λ também é forçado a ser essencialmente senoidal.
Logo, em regime permanente:


dt
= v ⇒ dλ = vdt ⇒ λ = vdt ⇒

Vmax
λ= sen(ωt ) = λmax sen(ωt ) = Nφ max sen(ωt )
ω
λ = NAc Bmax sen(ωt )
Excitação CA
 Portanto, a densidade de fluxo também é senoidal;
 A tensão induzida no enrolamento de N espiras é:

dλ dNφ max sen(ωt )


e= = = ωNφ max cos(ωt ) = E max cos(ωt )
dt dt
E max = ωNφ max = 2πfNAc Bmax 1 T 2 

Frms = 
T ∫
0
f (t )dt 

E rms = fNAc Bmax = 4,44 fNAc Bmax
2

λ
Exemplo 11
 Uma fonte monofásica, 120 V,60 Hz é conectada a uma bobina. A bobina tem 200
espiras.Os parâmetros do núcleo são: Comprimento do núcleo de 100 cm; área da
seção transversal do núcleo de 20 cm2 e permeabilidade relativa do núcleo de
2500. Obtenha (a) uma expressão para a densidade de fluxo no núcleo e (b) uma
expressão para a corrente na bobina.

+
+
v
e
-
_
N
espiras

Área A

Comprimento médio
do caminho lc
Exemplo 12
O indutor da figura abaixo deve operar com uma fonte de tensão de 60 Hz.
a) Supondo uma resistência de bobina desprezível, calcule a tensão eficaz no indutor que
corresponde a uma densidade de fluxo de pico no núcleo de 1,5 T.
b) Sob essa condição de operação, calcule a corrente eficaz e a energia armazenada de
pico.

Ac = 1,0 cm2
lc = 15 cm
g = 0,8 mm
N = 480 espiras
µr = 1.000
Exemplo 13
 Uma tensão onda quadrada de amplitude E = 100 V e freqüência 60 Hz é aplicada a
uma bobina enrolada em um núcleo de ferro. A bobina possui 500 espiras e a área da
seção transversal do núcleo é de 0,001 m2. Assuma que a bobina não tem resistência.
a) Encontrar o valor máximo do fluxo e verificar as formas de onda de tensão e de
fluxo como uma função do tempo,
b) Encontrar o valor máximo de E se a máxima densidade de fluxo não excede a 1,2
T.
Histerese
 Suponha uma bobina enrolada em um núcleo de ferro, inicialmente B = 0;
 A corrente i aplicada à bobina produz uma H e uma B conforme mostrado abaixo.
Histerese
 Inicialmente pouco aumento é observado em
B até que H atinge um valor suficiente para
girar as paredes dos domínios;

 Então, com um pequeno aumento de H, B


crescerá consideravelmente devido ao
movimento das paredes dos domínios.
Quando a maioria dos domínios estiver
alinhada com o eixo do cristal de direção
mais próxima ao campo H, um aumento
adicional de H tem o efeito de girar estes
domínios na direção de alinhamento com H,
apesar da tendência de alinharem-se ao longo
dos eixos do cristal. A B adicional devido a
um aumento em H gradualmente decresce à
medida que o ferro aproxima-se da saturação;
Histerese

 Agora suponha que a corrente é gradualmente


reduzida. Primeiro, os domínios rotacionados
devido a H aplicada relaxarão de volta para a
orientação na direção dos eixos do cristal.
Contudo, a maioria das paredes dos domínios
permanecerá na mesma posição à medida que H
é reduzido a zero, deixando um fluxo residual Br
no núcleo. É somente quando um campo reverso
Hc, suficiente para mover as paredes do domínio
é aplicado, é que a densidade de fluxo reduzirá a
zero e se reverterá. Se a H é repetida conforme
mostra a figura, a curva B - H será um laço,
chamado Laço de Histerese.
Histerese
 Definições

Curva de
 Retentividade é a densidade de fluxo que Magnetização
permanece no material depois que uma
força magnetizante suficiente para provocar
a magnetização do material foi aplicada e
depois removida.
 Densidade de Fluxo residual em um
material magnético é a densidade de fluxo
correspondente a intensidade magnética
zero, quando o material é simetricamente e
ciclicamente magnetizado.
 Força Coercitiva é a amplitude da
intensidade magnética na qual a densidade
de fluxo é zero quando o material é
ciclicamente e simetricamente magnetizado.
Histerese
H

Densidade Saturação
de Fluxo
Retentividade
H
H
H

Coercitividade
H
H

Força Magnetizante Força Magnetizante


na direção oposta

Aproximação
Linear
Saturação na
direção oposta
Corrente de Excitação
 A corrente que flui na bobina para manter a B e a tensão induzida φ = Bc Ac
senoidais é usualmente chamada de corrente de excitação (mostrada
H c lc
abaixo). iϕ =
N
 Sem histerese.

v V

iφ = im
V
Corrente de Excitação
 Com histerese.

iφ = ic + im
Corrente de Excitação
 Observa-se na figura anterior que iϕ não é senoidal. Ela tem simetria alternada em regime
permanente e, assim, é composta de um componente na freqüência fundamental mais
harmônicos de ordem ímpar. A componente fundamental de iϕ pode ser representada por um
fasor consistindo de dois componentes, conforme mostrado na figura abaixo.

ϕ
Corrente de Excitação
 A componente Ic está em fase com o fasor da tensão aplicada e, devido ao fato de v ser
senoidal, está relacionado com a potência dissipada no núcleo;

 A componente I1m está em fase com o fasor de fluxo concatenado e, portanto, atrasada
de 90o em ralação a V.

 Com excitação senoidal, o indutor pode ser representado aproximadamente pelo circuito
equivalente na freqüência fundamental (veja Fig. b, página anterior). As correntes
harmônicas foram ignoradas. A resistência Rc representa as perdas no núcleo e a
reatância indutiva Xm carrega a corrente de magnetização fundamental. Os valores de Rc
e Lm são funções não-lineares do valor máximo de B e da freqüência, embora valores
constantes muitas vezes são usados.
Corrente de Excitação
 A corrente de excitação fornece a FMM necessária para produzir o fluxo no
núcleo e a potência de entrada associada com a energia do campo magnético
no núcleo;
 Parte desta energia e dissipada como perdas e resulta no aquecimento do
núcleo;
 O restante aparece como potência reativa associada com o armazenamento
da energia no campo magnético. Esta energia é ciclicamente fornecida e
absorvida pela fonte de excitação.
Caracterização das propriedades do
material ferromagnético
 Para muitas aplicações a forma de onda da corrente por si só não é muito
importante. È necessário saber:
1 - A quantidade de perdas no núcleo para ajudar a avaliar as perdas
totais e por útimo o aumento na temperatura do dispositivo
2 - O valor rms da corrente para permitir calcular as perdas i2R no
dispositivo e no circuito de alimentação do dispositivo.
 Mecanismos de perdas associados com a variação de fluxo em materiais
magnéticos:
1. Perdas Ohmicas I2R associadas com correntes induzidas no núcleo;
2. Perdas por histerese.
Perdas por Histerese
 Se o campo magnético num material ferromagnético é periodicamente
revertido, durante um certo intervalo de tempo a energia flui da fonte para o
campo magnético e durante um outro intervalo de tempo a energia retorna a
fonte. Entretanto, a energia que flui para o núcleo é maior que a energia que
retorna para a fonte. Portanto, durante um ciclo de variação de i, existe um
fluxo de energia resultante da fonte para o campo magnético. Parte da
energia será dissipada como calor no núcleo. Esta perda é chamada de perda
por histerese e ocorre porque energia é requerida para reorientar os domínios
em cada ciclo de corrente ca aplicado a bobina. Será mostrado que a
tamanho do laço de histerese é proporcional a perda por histerese.
Assuma uma bobina com resistência desprezível e fluxo no núcleo Φ. A
energia armazenada no campo, é

B2
W = Vnúcleo ∫ HdB
B1
Perdas por Histerese
 Um ciclo completo de magnetização tem o seguinte caminho a-b-c-d-e-f-a
Perdas por Histerese
 a-c (W - positiva)
+ Bmax


Wac = Vnúcleo H dB
− Br

 c-d (W - negativa)
+ Br


Wcd = Vnúcleo H dB
+ Bmax

 d-f (W - positiva)
− Bmax


Wdf = Vnúcleo H dB
+ Br
 f-a (W - negativa)
− Br


W fa = Vnúcleo H dB
− Bmax
Perdas por Histerese
 Energia armazenada pelo campo magnético durante um ciclo completo de
magnetização

W = Wac + Wcd + Wdf + W fa


= Vnúcleo (wh _ ac − wh _ cd + wh _ df − wh _ fa )
= Vnúcleo (área do laço de histerese) (Joule)
 A energia W não retorna para a
fonte, mas é dissipada no material
ferromagnético na forma de calor. O
termo wh representa as perdas de
histerese por ciclo por unidade de
volume do material magnético.
Perdas por Histerese
 A energia para um ciclo completo da variação é:


W = Vnúcleo H dB

= Vnúcleo × área do laço B - H


= Vnúcleo × wh

wh - densidade de energia no núcleo e representa energia amazenada por


unidade de volume.
Perdas por Histerese
 Na prática, é conveniente falar em perdas de energia por segundo no núcleo. Se o
número de ciclos de uma magnetização completa por segundo é f (f é a freqüência do
sinal periódico), então as perdas em um núcleo de volume V, com ciclo de freqüência
f, devido a este efeito de histerese será:

Ph = Vnúcleo wh f W
 É difícil avaliar a área do laço de histerese, pois a curva B-H é não linear e multivalor e
nenhuma expressão matemática simples pode representar o laço de histerese. Charles
Steinmetz da General Electric realizou um grande número de experimentos e
encontrou uma relação aproximada para materiais magnéticos usados em máquinas
elétricas:
n
Área do laço B - H = KBmax 1,5 ≤ n ≤ 2,5
Usando esta relação, a perda por histerese se torna:
n
Ph = k h fB max
Exemplo 14
 Um núcleo toroidal de seção transversal retangular de 10 × 20 mm com diâmetro médio
de 80 mm é fabricado usando material deltamax cuja curva B – H é mostrada abaixo. Se
a B é variada entre ± 1.4 T, pede-se: a) determine a perda de energia por ciclo de
histerese; b) determine a perda de potência por histerese na freqüência de 400 Hz.

Ph = Vnúcleo wh f W

lc = 2πr
Perdas por Correntes de Eddy
 Uma perda adicional chamada perda por correntes de eddy (parasitas) ocorre
num material ferromagnético condutor como resultado da taxa de variação da
densidade de fluxo com o tempo (Lei de Faraday);
 Considere a estrutura ferromagnética da figura abaixo. Se um campo magnético
variante com o tempo é estabelecido no núcleo, uma tensão é induzida e provoca
um fluxo de corrente no núcleo.

Correntes de Eddy

i Bobina

Núcleo ferromagnético
Perdas por Correntes de Eddy

 A circulação de corrente no núcleo causa dois efeitos:

1. O núcleo possui resistência finita e então a energia é dissipada devido as perdas


ôhmicas (i2R). Estas correntes são chamadas de correntes parasitas.

2. A intensidade de campo magnético H no núcleo e a resultante densidade de fluxo B


não serão uniformes através da seção transversal. A direção do fluxo das correntes
parasitas é tal que se opõem a mudança de fluxo no núcleo, particularmente no
centro da secção transversal do núcleo. A área secção transversal não é totalmente
utilizada pelo fluxo, pois as linhas tendem a se concentrar na superfície do núcleo.
Este efeito é conhecido como efeito skin (pelicular)
Perdas por Correntes de Eddy
 A circulação de corrente no núcleo pode ser reduzido de duas formas:

1. Usar o material do núcleo com alta resistividade. A adição de um pouco de silício


(4%) ao ferro irá aumentar a resistividade significativamente. O uso de ferrites (
mistura de óxidos de ferro com outros elementos tais como magnésio, níquel ou
zinco) pode manter as perdas por correntes parasitas baixas.
2. Usar um núcleo laminado, onde as finas lâminas são eletricamente isoladas uma da
outra. A laminação é realizada no plano do fluxo. Isto irá confinar as correntes
parasitas em laminações individuais e então minimizar as correntes parasitas.
Perdas por Correntes de Eddy
 As perdas por correntes parasitas no núcleo magnético
sujeito a um fluxo variável é dada por

Pe = keω B 2 2
W/m 3

onde ke é uma constante depende do tipo de


material e de sua espessura. A espessura típica
da laminação usada em máquinas elétricas e
transformadores é de 0,5 a 5 mm e de 0,01 a
0,05 mm para dispositivos usados em circuitos
eletrônicos operando em alta freqüência.
Perdas no Núcleo
 A perda total do núcleo é a soma das perdas por correntes por histerese e as perdas
por correntes parasitas.
Pc = Ph + Pe
 Se a corrente na bobina varia lentamente, as correntes parasitas induzidas no
núcleo serão muito pequenas. Nesta situação a curva B-H é denominada laço de
histerese ou laço estático.
 Se a corrente na bobina varia
rapidamente, a curva B-H torna-se mais
“cheia” devido ao efeito pronunciado das
correntes parasitas induzidas no núcleo.
Nesta situação a curva B-H é denominada
laço dinâmico. Como as correntes
parasitas tendem a alterar o fluxo
(desmagnetizar o núcleo), a corrente na
bobina deve aumentar para
contrabalancear este efeito.
Perdas no Núcleo
 A informação sobre as perdas no núcleo é tipicamente apresentada na
forma gráfica. Ela é plotada em termos de watts por unidade de massa
em função da densidade de fluxo. Normalmente uma família de curvas
para diferentes espessuras da laminação e freqüências é dada.

 Quase todos os transformadores e certas partes das máquinas elétricas


usam materiais a base de chapas de aço. Essas apresentam direções
altamente favoráveis de magnetização, ao longo das quais as perdas no
núcleo são baixas, e a permeabilidade é alta. Esse material é chamado
de aço de grão orientado.
Perdas no Núcleo
Perda no núcleo em 60 Hz (W/kg) para o aço M-5 com grãos orientados e
0,012” de espessura
Perdas no Núcleo
Perdas no núcleo em função da espessura do material e da
densidade de fluxo – Aço M - 36
Perdas no Núcleo
Perdas no núcleo em função da freqüência e da densidade de fluxo para
o Aço M – 36, 0,356 mm
Excitação CA
 As características de excitação CA dos materiais do núcleo são frequentemente
descritas em termos dos seus voltamperes. Os voltamperes rms necessários para excitar
um núcleo com uma densidade de fluxo específica é dado por:
H c, rms lc
E rms I ϕ , rms = 2πfNAc Bmax = 2πfBmax H c, rms ( Ac lc )
N 
Vnúcleo
 Para um material magnético de densidade de massa ρc, a massa do núcleo é Aclc ρc e os
voltamperes rms de excitação por unidade de massa (Pa) é calculado por:

E rms I ϕ , rms 2πf


Pa = = Bmax H c, rms
massa ρc

 Como resultado, os requisitos de excitação CA requeridos por um material magnético


são normalmente fornecidos pelos fabricantes em termos dos voltamperes rms por
unidade de massa que são determinados em ensaios em laboratório. E são apresentados
de forma gráfica.
Excitação CA
Volt-Amperes rms de Excitação por kg em 60 Hz para o aço M-5 com
grãos orientados e 0,012” de espessura
Exemplo 15
 Um núcleo toroidal tem uma área da seção transversal retangular de 30 mm × 50 mm
e um diâmetro médio de 150 mm. Uma bobina é enrolada no núcleo e conectada a
uma fonte de 115 Vrms, senoidal, 60 Hz. A densidade de fluxo máxima no núcleo é
Bmax = 1,5 T. Pede-se:
a) Encontre o número necessário de espiras na bobina (considere desprezível a
resistência da bobina);
b) O material do núcleo é aço M – 36 com espessura de 0,47 mm e densidade de
massa do aço é 7760 kg/m3. Encontre a perda no núcleo;
c) Determine um valor apropriado para a resistência que representa as perdas no
núcleo.
Exemplo 16
 O núcleo magnético mostrado abaixo é feito de laminações de Aço M-5 com grão
orientados. O enrolamento é excitado com uma tensão em 60 Hz para produzir uma
densidade de fluxo no aço de B = 1,5 sen ωt. O aço ocupa 94 % da seção transversal do
núcleo. A densidade de massa do aço é 7,65 g/cm3. Encontre: a) a tensão aplicada; b) a
corrente de pico c) a corrente rms de excitação; d) as perdas no núcleo.
Materiais Magnéticos
Propriedades dos materiais de ligas de ferro
Materiais Magnéticos
Propriedades dos materiais Amorfos – “Vidros metálicos”
Propriedades dos materiais de Ferrites

Propriedades dos materiais de Ferrites


Propriedades dos materiais de pó de ferro compactado
Imãs Permanentes
 Um imã permanente é capaz de manter um campo magnético sem qualquer fmm de excitação.
São normalmente ligas de ferro, níquel e cobalto. Eles são caracterizados por uma grande curva
B-H, alta retentividade (Br) e elevada força coercitiva (Hc).
Assuma que a área da seção transversal do imã, do núcleo e do entreferro sejam iguais de
forma que a densidade de fluxo seja a mesma em todo o circuito magnético.
Núcleo Núcleo
Área = Ac Área = Ac
Elimina as perdas I2R
Elimina a fonte de potência
Custo maior
Espiras N Possui limitações de temperatura

Entreferro Imã Entreferro


Área = Ag Área =Am Área = Ag
Comprimento = g Comprimento = lm Comprimento = g

H g g = NI H g g + H m lm = 0 ⇒ − H m lm = H g g
Imãs Permanentes
 Para produzir uma determinada densidade de fluxo Bg no entreferro de comprimento g,
a bobina requer um valor especifico de corrente enquanto o imã requer um valor negativo
de Hm quando Bm=Bg é positivo com apropriado comprimento do imã. A porção da curva
de magnetização que possui esta combinação (B positivo com H negativo) é o segundo
quadrante.

Um bom imã

Outros materiais
Imãs Permanentes
 Uma família de ligas chamada AlNiCo (aluminio-niquel-cobalto) tem sido usada para
imãs permanente desde 1930. O alnico tem elevada densidade de fluxo residual bem
como a força coercitiva.
 O material ferrite (cerâmica) é usado desde os anos 50. Eles tem baixa densidade de fluxo
residual mas elevada força coercitiva.
 Samário-cobalto: 1960s
 Neodímio-ferro-boro: mais novo material usado em ímãs.

NeFeB
Alnico
Ferrite
Smario-
Cobalto
Curvas de magnetização de imãs
Magnetização de Imãs
 Circuito magnético incluindo um enrolamento de excitação, um ímã e um êmbolo
móvel inicialmente ocupando toda a área do núcleo (assuma o circuito desmagnetizado).

Parte da curva B - H

A inclinação da
reta é chamada
permeabilidade
de recuo
Magnetização de Imãs
 Se a corrente for variada entre zero e –i(d), a curva B-H seguirá o traçado do laço
menor como mostrado na figura. Como o laço é estreito ele pode ser aproximado por
uma linha reta, conhecida como reta de recuo cuja inclinação é chamada de
permeabilidade de recuo µR.

Uma vez desmagnetizado o material até o ponto d , a magnetização remanescente do


material será no ponto f, que é inferior a Br. Nesse ponto o imã foi efetivamente
enfraquecido.

Como resultado, os materiais magnéticos como o Alnico, frequentemente não operam


de maneira estável em situações FMM variável, além de uma operação imprópria possa
desmagnetizá-los.

Uma vantagem importante de materiais como cerâmica 7, samário cobalto e o


neodimo-ferro-boro é que, devido à característica de “linha reta” no segundo quadrante,
suas retas de recuo igualam-se de perto às suas curvas características de magnetização.
Como resultado, os efeitos de desmagnetização são reduzidos e podem ser ignorados.
Análise de circuito com imã permanente
 Assuma o imã permanente magnetizado com densidade de fluxo residual Br e o
êmbolo totalmente retirado do núcleo introduzindo um pequeno entreferro. Qual o ponto
de operação do imã nesta condição?
Como se supõe que a permeabilidade do núcleo seja infinita, então a
intensidade H no núcleo é desprezível. Verificando que a FMM que
atua no circuito magnético é zero (não existe corrente enlaçada),
podemos escrever
 lm 
F = 0 = H g g + H mlm ⇒ H g = −  H m
g
Como o fluxo deve ser contínuo ao longo do circuito magnético,
então  
A
φ = Ag Bg = Am Bm ⇒ Bg =  m  Bm
 Ag 
Essas equações podem ser resolvidas fornecendo uma relação linear
para Bm em termos de Hm

 Ag  lm 
Bm = − µ 0    H m

A  g 
 m  
reta de carga
Análise de circuito com imã permanente
 A equação representa uma linha reta saindo da origem, chamada de reta de carga. A
intersecção da reta de carga com a curva de desmagnetização determina o ponto de
operação do imã no circuito com entreferro.
 Se o êmbolo é inserido novamente, o ponto de operação move-se na reta de recuo.
 O efeito desmagnetizante da excitação negativa é equivalente aquele causado pela
abertura de um entreferro no circuito magnético cujo comprimento é:

Ag  H (d ) 
g = lm  − µo 
Am  B (d ) 

Reta de carga
Exemplo 17
 A figura mostra um circuito magnético com um núcleo de
alta permeabilidade (µ → ∞), com entreferro de comprimento
g = 0,2 cm, e um material magnético de comprimento lm = 1
cm. As seções transversais do núcleo e do entreferro são
iguais a Am = Ag = 4 cm2. Calcule a densidade de fluxo Bg no
entreferro se o material magnético for: a) Alnico 5 e b) aço
M-5.

Alnico 5 Aço M-5


Exemplo 17
 Características básicas do Alnico 5 e do Aço M-5:

– Ambos têm uma elevada densidade de fluxo residual;


– A força coercitiva do aço M-5 é aproximadamente Hc = -6 A/m, que é muito menor
que aquela do Alnico 5 (Hc = -49 kA/m)

 O significado da densidade de fluxo residual (Br) é que ela pode produzir fluxo no
circuito magnético na ausência de excitação externa. Portanto, poderia se concluir que
tanto o Alnico 5 quanto o aço M-5 seriam úteis na produção de fluxo em circuitos
magnéticos sem excitação, pois ambos apresentam uma elevada densidade de fluxo
residual. Isto não é verdade.
Exemplo 17
 A solução é obtido graficamente usando a reta de carga para ambos materiais.

 Ag  lm 
Bm = − µ 0    H m = −5µ 0 H m = −6,28 ×10 −6 H m
 Am  g 

Aço M-5
Alnico 5

Reta de carga

Reta de carga
Análise de circuito com imã permanente
 Para imãs de terras raras, a curva B-H é linear e permite usar um modelo linear
para o material usando a seguinte relação:
Bm = Br + µ r µ o H m
Do circuito magnético temos
F = 0 = H g g + H m lm
Que usando a equação linear resulta
 Bm − Br  B
 lm + g g = 0
 µ r µo  µo
Usando a condição de fluxo continuo :
φ = Ag Bg = Am Bm
Obtem-se a seguinte relação para a densidade de fluxo no entre
ferro: Br
Bg =
 Ag g
 + µ r 
 Am lm 
Imãs Permanentes
 O volume do imã permanente é

Bg Ag  H g g  Vol g Bg2
Volmag = Amlm = ×  −  =
Bm  H m  µ o (− H m Bm )

 Esta equação indica que para produzir a densidade de fluxo desejada, Bg. o volume
necessário do imã pode ser minimizado, operando o imã no ponto do maior valor
possível do produto HmBm, e está localizado no segundo quadrante do laço de histerese.
Este produto tem dimensão de densidade de energia (J/m3). Além disso, quanto maior for
o valor desse produto, menor será o tamanho do imã necessário. Assim, o produto
energético máximo é uma medida útil do desempenho de um material magnético, e
freqüentemente é encontrado tabulado como “figura de mérito” em folhas de dados de
especificações de imãs permanentes.
Imãs Permanentes
 O produto energético máximo para o Alnico 5 é 40 kJ/m3, e isso ocorre no ponto
B = 1,0 T e H = – 40 kA/m.
Imãs Permanentes
350
1984
300
Nd-Fe-B
(BH)max kJ/m3

250
1980
200
SmCo 2:17
150 SmCo 1:5
1970
100 AlNiCo
1940
50 Nd-Fe-B
ferrite 1987
1950
0
HCJ kA/m
0 500 1000 1500 2000 2500
Exemplo 18
 O circuito magnético abaixo tem uma área de entreferro Ag = 2 cm2. Encontre o
volume mínimo do ímã para que Bg = 0,8 T.
Exemplo 19
 Em um dispositivo usando imã permanente mostrado na figura abaixo, o entreferro
possui comprimento de 1,5 mm e seção transversal de 60 x 40 mm. O imã é de neodimo-
ferro-boro. O imã tem área de seção transversal de 60mm2 e comprimento de 2,5mm. A
permeabilidade do ferro é muito grande, o frangeamento do fluxo é ignorado. Determine a
densidade de fluxo no entreferro e no material do imã.

NdFeB
FIM

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