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CAPÍTULO 1

“CIRCUITOS
MAGNÉTICOS”
TÓPICOS
• 1.1 Conceituação;

• 1.2 Campos magnéticos;


• 1.3 Densidade de fluxo magnético;
• 1.4 Permeabilidade magnética;

• 1.5 Relutância;

• 1.6 Força magnetizante;

• 1.7 Entreferros;

• 1.8 Histerese – Curva B x H;


• 1.9 Lei de Ampère para circuitos magnéticos;
• 1.10 Circuitos magnéticos em série;
• 1.11 Circuitos magnéticos em série-paralelo
• 1.12 Fluxo concatenado, indutância e energia
• 1.13 Excitação CA
1.1 Conceituação

Os dispositivos de Conversão de Energia se fundamenta, na


atualidade, em princípios originados, principalmente, no acoplamento
eletromagnético.

Os geradores, motores elétricos, transformadores, disjuntores,


aparelhos de televisão, computadores, gravadores, telefones, etc.,
empregam efeitos magnéticos para realizar uma grande variedade de
tarefas.
1.1.1 Histórico
 Há mais de 2000 anos os gregos já sabiam que certas pedras da região da
Magnésia (Ásia Menor) se atraíam e também atraíam pedaços de ferro. Essas
pedras são conhecidas hoje como Magnetita.

 Na China, no século I a.C. observou-se que um imã suspenso por um fio,


alinha-se, aproximadamente, na direção norte-sul terrestre. Isto deu origem a
bússola.

 Em 1260 Petrus observou que, as extremidades de um imã possuem um


poder maior de atração pelo ferro: são os polos magnéticos. E também
verificou que os pólos não existem separadamente.
1.1.1 Histórico
 Em 1269 Pierre, fez um experimento e descobriu que qualquer que fosse
forma do imã, sempre havia dois pólos, um norte e outro sul, e que pólos de
mesmo nome se repeliam e de nomes opostos se atraíam.

Fig. 1 – Atração e repulsão magnética


1.1.1 Histórico
 Em 1600, Willian Gilbert, físico e médico inglês, descobriu a razão de a
agulha de uma bússola orientar-se em direções definidas: a própria
Terra era um ímã permanente. De vez que o pólo norte da agulha da
bússola é atraído para o pólo norte geográfico, este pólo norte geográfico da
Terra é, na realidade, um pólo sul magnético.
Os pólos geográficos e magnéticos da terra não coincidem exatamente. O
ângulo entre eles é chamado de declinação magnética. A declinação magnética
e a intensidade do campo magnético terrestre variam lentamente ao longo dos
milhões de anos.

Fig. 2 – Bússola: orientação geográfica dos pólos de um imã


1.1.1 Histórico
 John Michell, em 1750 usando uma balança de torção, mostrou que a
atração e a repulsão dos pólos de dois ímãs tinham igual intensidade e
variavam inversamente com o quadrado da distância entre os pólos.
Estes resultados foram confirmados pouco depois por Coulomb.

 Em 1920 foram desenvolvidos ímãs de maior capacidade com ligas de


Alnico (Alunínio, Níquel e Cobalto), que retêm um magnetismo muito
intenso e são usados na fabricação de alto-falantes, por exemplo.

 Em 1950 grandes avanços foram feitos no desenvolvimento de ímãs


cerâmicos orientados (Ferrites) feitos com ligas de Manganês e Zinco
(MnZn) e Níquel e Zinco (NiZn).

 Em 1970 foram obtidos impressionantes aumentos de forças magnéticas a


partir de ligas de Samário Cobalto (terras raras), mas com custos elevados.

 Em 1980, da família das terras raras, os ímãs de Neomídio-Ferro-Boro


surgiram com capacidades magnéticas ainda maiores e com custos
menores, porém muito sensíveis a temperaturas elevadas.
1.2 Campos magnéticos

Campo Magnético é a região ao redor de um imã, na qual ocorre um


efeito magnético. Esse efeito é percebido pela ação de uma Força
Magnética de atração ou de repulsão.

A representação visual do Campo Magnético é feita através de


Linhas de Campo Magnético, também conhecidas por Linhas de
Indução Magnética ou ainda por Linhas de Fluxo Magnético, que
são linhas envoltórias imaginárias

Fig. 3 – Linhas de Campo Magnético Fig. 4 – Visualização das linhas de


Campo Magnético com limalha de ferro.
1.2 Campos magnéticos

A intensidade do campo magnético em uma dada região é diretamente


proporcional à densidade de linhas de campo nesta região. Assim a
intensidade em a é o dobro da intensidade em b.
1.2 Campos magnéticos
1.2 Campos magnéticos
1.2 Campos magnéticos

Densidade de linhas de campo, menor


que a do imã permanente.

Para determinar a direção e sentido Corte transversal do eletroimã.


das linhas de campo magnético – regra Convenção das correntes
da mão direita.
1.2 Campos magnéticos
Algumas aplicações de campos magnéticos
1.3 Fluxo magnético (Φ)
O Fluxo magnético, simbolizado por Φ, é definido como o conjunto de todas as linhas de
campo que atingem perpendicularmente uma dada área, como mostra a figura 5. A unidade de
Fluxo Magnético é o Weber (Wb). Um Weber corresponde a 1x108 linhas do campo magnético.

Figura 5 – Fluxo Magnético: quantidade de linhas de campo numa área.


1.3.1 Densidade de fluxo magnético (B)
A Densidade de Campo Magnético também conhecida como Densidade de Fluxo
Magnético ou simplesmente Campo Magnético, é uma grandeza vetorial representada
pela letra B, cuja unidade é o Tesla (T) e é determinada pela relação entre o Fluxo
Magnético Φ e a área de uma dada superfície perpendicular à direção do fluxo magnético.
Assim:


B
A
onde:
B – Campo Magnético ou Densidade de Campo Magnético, Tesla (T);
Φ - Fluxo Magnético, Weber (Wb);
A – área da seção perpendicular ao fluxo magnético (m2).

Dessa equação podemos verificar que 1T = 1Wb/m2.


1.3.1 Densidade de fluxo magnético (B)
Exemplo:
Um fluxo magnético de 8.10-6 Wb atinge perpendicularmente uma superfície de 2cm2. Determine
a densidade de fluxo B.

Temos: 2cm2 = 2.10-4 m2. Substituindo na equação:

Assim, a densidade de fluxo magnético é de 4.10-2T.


1.3.2 Variação do fluxo magnético
O Fluxo Magnético é quantificado pelo número de linhas de campo que atravessam
a área de uma superfície. Quanto mais linhas, maior o Fluxo Magnético.

Figura 6 – Linhas de Campo Magnético atingindo uma superfície produzem fluxo magnético
1.3.2 Variação do fluxo magnético
Consideremos uma superfície plana de área A, num local onde há um campo
magnético uniforme e de indução magnética B. Seja n normal à superfície e θ o
ângulo que n faz com a direção da indução magnética.

Figura 7 – Indução magnética B atravessando uma determinada área.


1.3.2 Variação do fluxo magnético
Dessa forma, podemos definir fluxo magnético pela letra Φ, como sendo o produto entre a
indução magnética, a área da superfície plana e o cosseno do ângulo formado, ou seja:

onde:
B – Densidade de campo magnético ou densidade de fluxo magnético (T)
A – área de incidência das linhas (m2)
θ - ângulo de incidência das linhas de campo com a superfície (o ou rad)
Φ - Fluxo Magnético (Wb)
1.3.2 Variação do fluxo magnético
Casos Limites:

Se as linhas de campo incidirem perpendicularmente à superfície, o ângulo de incidência com a


normal de área será de 0º (cos0º = 1) e o Fluxo Magnético será máximo; A figura 8 mostra
essa situação.

Figura 8 – Fluxo Máximo: Linhas de Campo Magnético incidindo perpendicularmente à superfície.


1.3.2 Variação do fluxo magnético
Casos Limites:

Se as linhas de campo incidirem paralelamente à superfície, o ângulo de incidência entre o vetor


B e a normal de área n será 90º (cos90º=0) e o Fluxo Magnético será nulo. A figura 9 mostra
essa situação.

Figura 9 – Fluxo Nulo: Linhas de Campo Magnético incidindo paralelamente à superfície.


1.3.2 Variação do fluxo magnético
Como o Fluxo Magnético é diretamente proporcional ao campo magnético B, à área da superfície
A, e ao ângulo de incidência das linhas de campo θ, se um ou mais destes valores variar, o Fluxo
Magnético também varia. A figura 10 mostra a variação do fluxo pela redução da área da bobina.

Figura 10 – Variação de fluxo magnético pela redução da área


1.3.2 Variação do fluxo magnético
O fluxo magnético também pode variar devido a um movimento relativo entre a superfície
e as linhas de campo, como na bobina girando com relação ao campo magnético, na figura 11.

Figura 11 – Variação do fluxo magnético numa bobina girando


1.3.3 Circuito Magnético

Um circuito magnético consiste em uma estrutura que, em sua maior parte, é composta por
material magnético de permeabilidade elevada que tende a fazer com que o fluxo magnético
seja confinado aos caminhos delimitados pela estrutura.
1.3.4 Indução Magnética (Imantação)
É o fenômeno de imantação de um material provocada pela proximidade de um
campo magnético. Como podemos ver na figura 12, o ímã induz magneticamente
(imanta) os pregos e estes sucessivamente imantam uns aos outros e atraem-se.

Figura 12 – Imantação por Indução Magnética


1.3.4 Indução Magnética (Imantação)
Quando o ferro encontra-se próximo de um imã, o campo magnético faz com que a
barra de ferro se transforme temporariamente em um imã. Isto acontece porque na
presença de um campo magnetizante (ou campo indutor) os domínios magnéticos
do ferro, que normalmente estão orientados em todas as direções ao longo da
barra, ficam orientados em uma direção predominante, como num imã. Esta situação
está demonstrada na figura 13.

Figura 13– Indução magnética


1.3.4 Indução Magnética (Imantação)
Quando afastamos o ímã indutor, a maioria dos domínios magnéticos do ferro volta ao
estado de orientação desorganizada fazendo com que o material praticamente perca
as suas propriedades magnéticas. Materiais com esse comportamento, como o ferro
puro (ou ferro doce), são chamados Materiais Magneticamente Moles.

Os materiais nos quais os domínios magnéticos não perdem a orientação obtida com
a aproximação de um campo magnético são chamados Materiais
Magneticamente Duros, como o aço e o ferrite. Isto acontece porque nessas
ligas os átomos de ferro uma vez orientados sob a ação do campo magnético
permanecem magnetizados. É assim que são fabricados os ímãs permanentes.
1.3.4 Indução Magnética (Imantação)
Aquecendo-se uma barra de ferro sob a ação de um campo magnético acima de uma
certa temperatura, no caso 770o C, ela deixa de ser atraída pelo imã. Esta
temperatura é denominada Ponto Curie.

Isto acontece, pois o aquecimento provoca uma agitação nos átomos de ferro, de tal
maneira que eles se desorganizam e a barra de ferro perde as suas propriedades
magnéticas. Quando a barra de ferro é esfriada, ela novamente será atraída pelo imã.
A figura 14 ilustra essa situação.

Figura 14 – Influência da temperatura no magnetismo


1.4 Classificação dos Materiais quanto ao
Comportamento Magnético

 Material Ferromagnético
Seus imãs elementares sofrem grande influência do campo
magnético indutor. Exemplos: ferro, aços especiais,
cobalto, níquel, e algumas ligas (alloys) como Alnico e
Permalloy.
 Material Paramagnético

Seus imãs elementares ficam fracamente orientados no


mesmo sentido do campo magnético indutor. Surge,
então, uma força de atração fraca entre o imã e o material
paramagnético. Exemplos: alumínio, manganês,
estanho, cromo, platina, paládio, oxigênio líquido,
etc.
 Material Diamagnético

São aquelas que quando colocadas próximas a um


campo magnético indutor proveniente de um imã, os
seus imãs elementares sofrem uma pequena influência,
de modo que eles ficam fracamente orientados em
sentido contrário ao campo externo aplicado. Surge,
então, entre o imã e o material diamagnético, uma força
de repulsão fraca. Exemplos: chumbo, água,
mercúrio, ouro, prata, bismuto, antimônio, zinco, etc.
 Materiais Não-Magnéticos ou Indiferentes

Material indiferente (não magnético) é o material que não


exerce ação alguma sobre as linhas de força que intercepta.
Exemplo: cobre, madeira, vidro, ar, plásticos, etc. Sua
permeabilidade considerada referência é igual a do vácuo.
1.4.1 Permeabilidade magnética ()
Característica do material, fornece maior ou menor facilidade com que o meio se deixa
atravessar pelo fluxo magnético circulante (Wb/Ae.m).

A permeabilidade magnética do vácuo, vale:

1.4.2 Permeabilidade relativa (r)


A relação entre a permeabilidade de um dado material e a permeabilidade do vácuo é
chamada de Permeabilidade Relativa, assim:

onde:
µr – permeabilidade relativa de um material (adimensional);

µm – permeabilidade máxima de um dado material

µo – permeabilidade do vácuo .
Geralmente, µr ≥ 100 para os materiais ferromagnéticos, valendo entre 2.000 e
6.000 nos materiais de máquinas elétricas e podendo chegar até a 100.000 em
materiais especiais. A tabela 1 mostra uma relação simplificada dos valores de
permeabilidade relativa dos materiais. A tabela 2 apresenta valores de permeabilidade
magnética relativa para alguns materiais ferromagnéticos utilizados em dispositivos
eletro-eletrônicos.

Tabela 1 – Materiais quanto à Permeabilidade Relativa

Tabela 2 – Permeabilidade Relativa de Materiais Ferromagnéticos


1.5 Relutância (R)
A relutância magnética é uma medida da oposição que um meio oferece ao
estabelecimento e concentração das linhas de campo magnético e a permeância é
a propriedade que tem um circuito magnético em permitir a passagem das linhas de
campo magnético através do mesmo. A permeância então é o inverso da relutância.

A relutância magnética é determinada pela equação:

e a Permeância por:

onde:
- relutância magnética, dada em Ae/Wb (Ampéres-espiras por Weber) ou rels;

- permeância magnética (Wb/Ae)

– comprimento médio do caminho magnético das linhas de campo no meio (m);


- permeabilidade magnética máxima do meio (do material) ;
– área da seção transversal ( ).
1.5 Relutância (R)
A figura 15 ilustra o comprimento médio do caminho magnético e a área da seção
transversal.

Figura 15 – Caminho médio e seção transversal.


1.6 Lei de Ohm para Circuitos Magnéticos
Podemos definir Força Magneto-Motriz (Fmm) como a causa da produção do fluxo
no núcleo de um circuito magnético, analogamente à força eletro-motriz que produz
o fluxo de cargas elétricas (corrente) em um circuito elétrico.

A representa a força externa (“ou pressão”) necessária para estabelecer


um fluxo magnético no interior do material.

A Força Magneto-Motriz produzida por uma bobina é dada pelo produto:

onde:
FMM – Força Magneto-Motriz, em Ampère-espira (Ae)
N – Número de espiras;
i – Intensidade da corrente elétrica, em Ampères (A)
1.7 Intensidade do Campo Magnético ou Força
magnetizante – (H)

Define-se intensidade de campo magnético H, como sendo uma medida do


“esforço” que uma corrente está fazendo para estabelecer um campo magnético.

A força magnetomotriz (Fmm) por unidade de comprimento é mais conhecida como


Intensidade de Campo e é dada por:

(Ae/m)
l

ou

onde:
H – Intensidade de Campo (Ae/m);
FMM – Força Magneto-Motriz,(Ae)
N – Número de espiras da bobina
l - Comprimento médio do caminho do circuito magnético, (m)
A densidade de campo magnético, para uma bobina, pode ser dado por:

Resolvendo:

Onde:
1.8 Entreferros
A densidade de fluxo no entreferro pode ser
expressa por:
g
Bg 
Ag

Onde para efeitos práticos:

 g  c Ag  Ac

Considerando a permeabilidade do ar como sendo igual à do vácuo, a força magnetizante é:

Bg
Hg 
o
1.8.1 Circuitos magnéticos com entreferro


Bg 
Ag


Bc 
Ac

Fmm  H c .l c  H g .g
Bc .l c B g .g
Fmm  
 o
 lc  lc g
Fmm    
g  c  e g 
 . A
 c o. Ag 
  . Ac o. Ag

Logo: Fmm   . c   g 


Fmm
 
 total
Para núcleo com entreferro: Fmm Fmm.o. Ag NIoAg
logo:   
 g  c g g g
1.8.2 Analogia entre circuitos elétricos e magnéticos
1.9 Histerese – Curva B x H
• A permeabilidade dos materiais magnéticos não é uma constante e sim uma função de H, em
conseqüência, não pode ser calculada e sim, obtida experimentalmente, através de curvas levantadas
para cada material.

• Inicialmente o núcleo não está magnetizado e a corrente no enrolamento é nula.

N .I 
• Quando a corrente aumenta de 0 para I: H 
l
1.9 Histerese – Curva B x H
1.9 Histerese – Curva B x H
Br – densidade de fluxo remanente e esta é quem
torna possível a existência de imãs permanentes;
-Hd – força coerciva;
Em uma curva de histerese B está sempre atrasada
em relação a H

Curva normal de magnetização


LIGAS FERROMAGNÉTICAS

• A união do ferro com outros materiais produz ligas ferromagnéticas de especiais


propriedades. Dentre elas podem-se citar:

• FERRO-NÍQUEL;
•FERRO-COBALTO;
• FERRO-SILÍCIO;
•AÇO SILÍCIO (ferro+carbono+silício);
• COBRE-MANGANÊS-ALUMÍNIO (ligas de Heuler);
• NÚCLEOS EM PÓ E AGLOMERADOS – FERRO-SILÍCIO DE GRÃO ORIENTADO
1.10 Lei de Ampère para circuitos magnéticos

 H  dl  I enl

 Fmm  0

Fmm  NI Fmm  .R

Fmm  H .l
1.11 Circuitos magnéticos em série
Exemplo: Para o circuito magnético em série ao lado,
pede-se:
• O circuito magnético equivalente;
• O valor de I para que o fluxo magnético seja =4x10-4
(Wb)
• Determine  e r, para o material nestas condições
1.12 Circuitos magnéticos em série-paralelo
A analogia que existe entre os circuitos elétricos e magnéticos leva, como era de se esperar,
ao conceito de circuitos magnéticos em série-paralelo, semelhantes, sob muitos aspectos, aos
circuitos elétricos.
1.13 Fluxo concatenado, indutância e energia

1.13.1 Fluxo concatenado e indutância para 1 enrolamento

O fluxo concatenado de um enrolamento com N espiras é dado por:

  N .
A tensão em um enrolamento com N espiras poder ser dada por:

d d
e  L.
di ou: e  N. 
dt dt dt

di d  T .
L.  L mas:   N . I
dt dt I N

N . .N N2
Logo; L  L (henrys)
T . T

Para circuitos com entreferro: N2 N 2 o. Ag


L
g / o.Ag   g (henrys)
1.13.2 Fluxo concatenado e indutância para circuito
magnético com entreferro e 2 enrolamentos
Seja o circuito magnético dado abaixo:

Fmm  N 1 .i1  N 2 .i2

Desprezando a relutância do núcleo e assumindo Ac=Ag, o fluxo do núcleo é dado por:

o. Ac
 N1 .i1  N 2 .i2 .
Fmm

T g

 o. Ac   o. Ac 
Decomposição do fluxo devido a cada corrente 1  N1 .  N12 . .i1  N1 .N 2  .i2
 g   g 

Que pode ser escrita como: 1  L11 .i1  L12 .i2


1.13.2 Fluxo concatenado e indutância para circuito
magnético com entreferro e 2 enrolamentos

o. Ac
Onde: L11  N12
g

1  Fluxo concatenado resultante na bobina 1;


L11  Indutância própria da bobina 1;
L11 .i1  É o fluxo concatenado da bobina 1 devido a sua própria corrente.

A indutância mútua entre as bobinas é:

o. Ac
L12  N1 .N 2
g

L12 .i 2  É o fluxo concatenado da bobina 1 devido a corrente i2 da outra bobina.


1.13.2 Fluxo concatenado e indutância para circuito
magnético com entreferro e 2 enrolamentos

 o. Ac   o. Ac 
Na bobina 2: 2  N 2 .  N1 .N 2  .i1  N 22 . .i2
 g   g 
 2  L21 .i1  L22 .i2

Onde: L21  L12  É a indutância mútua.

 o. Ac 
L22  N 22 .   Indutância própria da bobina 2.
 g 
1.13.3 Energia
A energia armazenada em um circuito magnético com 1 indutor, é dada por:

1
Wcampo  .L.i 2 ( Joule)
2

A energia armazenada em um circuito magnético com 2 indutores, é dada por:

1 1
Wcampo  .L11.i12  .L22 .i22  L12 .i1.i2 ( Joule)
2 2
1.14 Excitação CA

Seja o circuito magnético:

Vamos admitir que a corrente seja:


i  I m .sent

A Fmm é dada por:.


Fmm  Ni
Fmm  NI m sent  Fmáx  NI m
Fmm  Fmáx.sent

Como a Fmm é quem produz o fluxo,

   m .sent  e m  Ac .Bm
  Ac Bm sent
Onde:

m  Amplitude máxima do fluxo no núcleo em Wb;


Bm  Amplitude máxima da densidade de fluxo no núcleo em T;
 Frequência angular em rad/s;
f  Frequência em Hz.

A tensão induzida é dada por:


d
 e  N  m .sent 
d
eN
dt dt
e  N .m.. cos t
e  E m cos t  E m  N . m .  E m  2. . f .N . m

O valor eficaz é dado por:

Em 2. . f .N . Ac .Bm
Eef   Eef 
2 2

E ef  4,44 . f .N . Ac .Bm Valor eficaz da tensão na bobina


Para se produzir fluxo magnético no núcleo é necessário uma corrente de magnetização i
Como o material magnético é não linear, isto implica em uma corrente de magnetização não linear, ou seja,
distorcida, com predominância da componente de terceiro harmônico. Para simplificar os estudos, vamos
ignorar tal situação. Assim:

i  I m .sent
Fmm  H c .l c

Para uma corrente de magnetização eficaz, tem-se que:


l c .H cef
N .I ef  H cef .l c  I ef 
N
É comum utilizar-se em circuitos magnéticos os volt-amperes para magnetização do núcleo, assim:

l c .H cef
Eef .I ef  4,44. f .N . Ac .Bm .
N

E ef .I ef  4,44 . f ..Bm .H cef . Ac .l c .

Onde: Ac .l c Volume do núcleo.


Para um material magnético com densidade de massa  c , a massa do núcleo pode ser obtida por:

massa  Ac l c . c

Assim, os volt-amperes-eficazes por unidade de massa pode ser obtido por:

Eef .I ef 4,44. f .Bm .H cef . Ac .l c


Sa  
massa Ac .l c . c

.Bm .H cef VA / kg ) 


4,44. f
Sa 
c
As condições de excitação CA de um material magnético são fornecidos pelos fabricantes em termos de
volt-amperes-eficazes por unidade de peso. A figura abaixo ilustra os resultados para um tipo de material.
Perdas no Núcleo
As perdas no núcleo são provenientes das perdas por histerese e perdas por Foucault (correntes parasitas).
As perdas por histerese pode ser obtida através da seguinte equação:

PH  Ks.Bm1, 6 . f

PH  Perdas por histerese, em watts por quilograma de núcleo;


Ks  Coeficiente de Steimmets (depende do tipo de material);
Bm  Densidade de fluxo máximo (T);
f  Frequência em Hz.

As perdas por correntes parasitas podem ser obtidas por:

PF  2,2. f 2 .Bm2 .d 2 .10 3

PF  Perdas por correntes parasitas (W/kg);


d  Espessura da chapa (mm)
Em geral, as perdas no núcleo são apresentadas em forma de gráficos, em watts por unidade de massa em
função da densidade de fluxo. O gráfico a seguir ilustra tal situação.

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