Você está na página 1de 3

Elaborei este apanhado de informações para auxiliar os criadores da espécie Melipona bicolor

schenki Gribodo. O estudo é longo e requer muita observação.


Para todos que lerem esta pequena cartilha e quiserem enriquecê-la, favor enviar informações,
dicas para torres_628@hotmail.com
Marco Torres – RS

Melipona bicolor schenki Gribodo, 1893

A gurupu (Melipona bicolor) é uma abelha social da subfamília dos meliponíneos, de ampla
distribuição brasileira. Tal espécie atinge até 9 mm de comprimento e possui coloração preta
com a cabeça manchada de amarelo, construindo ninhos em árvores ocas, especialmente na
base, e produz mel apreciado. Também é conhecida pelos nomes de fura-terra, garapu, graipu,
guaraipo,gurupu guarapu, pé-de-pau e uruçu.

Fonte: http://www.apacame.org.br/mensagemdoce/86/artigo2.htm

As guaraipos são encontradas no Rio de Janeiro, Minas Gerais, S. Paulo, Paraná, Santa
Catarina e Rio Grande do Sul (Silveira et al., 2002).

Manejo com as guaraipos:


É uma abelha de sub-bosque, prefere regiões úmidas, normalmente encontradas próximas ao
chão, então o nome vulgar de pé de pau.
Para recriar situações similares a encontradas na natureza temos que adaptar algumas coisas
para que se torne possível sua criação.
1- Preferencialmente colocar as caixas em local sombreado, e próximo ao chão,
aproveitando assim a convecção, que mantém esta região mais fria e úmida, embora
na região de Cambará do Sul- RS sejam naturalmente encontradas em outras alturas
conforme tabela abaixo, os melhores resultados que obtenho na criação racional, é
colocando a alturas próximas ao solo, não tendo esta possibilidade, mantenha apenas

Elaborado por Marco Aurélio S. Torres.


em local sombreado, no período mais quente, enxames embaixo de cobertura tipo
telhas tem uma maior perda de cria no favo e enxames embaixo de arbustos ou
árvores e próximos ao solo não tem esta perda;
2- Preferencialmente utilizar plástico entre a tampa e a caixa, desta forma com o ar
quente condensando irá manter uma umidade maior dentro da colméia, beneficiando
assim a colméia;
3- É muito comum o uso de água internamente em regiões mais quentes, mantendo
assim a umidade interna;
4- O alimento artificial é diferenciado, deve ser feito na proporção 1/1, assim elas tem que
desumidificarem mais o xarope e o resultado é mais umidade interna o que para as
guaraipos é positivo, um detalhe muito importante para quem cria e fornece
alimentação artificial, sempre ter o cuidado de fornecer alimento proporcional ao
desenvolvimento do enxame, pois as abelhas precisam produzir inibina para
conservação do mel, e sendo este em demasia não haverá produção suficiente e
consequentemente o alimento fermentará e poderá ocorrer uma parada de postura da
rainha pela confusão causada pelo cheiro deste alimento ou mesmo uma confusão
feromonal e a rainha ser descartada;
5- As divisões de guaraipo podem ser feitas como na mandaçaia, apenas transferindo
discos e colocando a caixa filha no local da mãe, mas o sistema que mais funciona é
retirar os discos RECENTES com a rainha e colocar na caixa filha, e a caixa filha no
local da caixa mãe;
6- A postura das Guaraipos pode ser sobre-postas ou helicoidais e sempre a postura
nova estará em cima, ou seja é muito comum verificar a rainha em cima do favo.
7- As colméias de guaraipo podem ter até 5 rainhas simultâneamente tal acontecimento
chama-se poliginia e quando apenas uma monoginia, a poliginia é referente a
complementaçào feromonal, as rainhas não devem ser separadas numa divisão, elas
devem ser colocadas juntas na colméia filha;
8- No caso de transporte dos enxames é bem comum a parada temporária de postura da
rainha, recomeçando em até 2 semanas, existem relatos de tempos maiores;
9- As guaraipos são territorialistas, não permitem abelhas mortas na frente da colméia,
retirando quaisquer individuos que ocasionalmente ali estiverem mortos ou atacando
algum muito próximo;
10- É comum nas regiões mais frias colocarem umidade para fora da caixa, resultado da
condensação interna devido as diferenças de temperatura interna mais externa, bem
como da desidratação do néctar
11- São na grande maioria das vezes muito tímidas, ao verem movimento evitam de
sair,existem comentários que se usarmos cêra da abelha limão, consegue-se retirá-las
da colméia, é um ato defensivo que acaba revelando o local de sua colméia...

Elaborado por Marco Aurélio S. Torres.


12- Existem casos mais raros de substituição de rainha e problemas na fecundação da
nova rainha ou a princesa sair para o vôo nupcial e ser comida por alguma ave,
deixando desta forma a colônia órfã e levando a perda da mesma;
13- Preferencialmente sempre possuir ao menos 2 colméias desta espécie para que num
futuro problema em uma divisão ou necessidade de reforço de alguma colméia, tenha
material para fornecer e desta forma salvar o enxame ou reforçá-lo;
14- Na cidade de taquara o Sr Pedro Martini presenciou a venda de mel de guaraipo de um
apicultor ao sr Alexandre, ao oferecer 8,5 kg de mel, o sr Pedro perguntou de quantas
colméias era oriundo este mel e a resposta foi, apenas uma, nestas regiões
normalmente os criadores usam caixas rústicas aonde retiram inclusive o mel do ninho
o que não é aconselhável,se estima uma produção media de 4 kg ano desta espécie.

Fonte: http://www.apacame.org.br/mensagemdoce/86/artigo2.htm

A grande maioria dos relatos aqui contidos são produto de minha experiência com esta
espécie, mas aconselho ao criador que não se restrinja a estas informações, visite o site
www.abelhanativa.com.br, busque na internet artigos sobre esta espécie e principalmente
associe-se a grupos de discussão sobre abelhas, como por exemplo o Abena,
www.meliponário.com.br , www.apisguia.com.br , onde poderá trocar informações com diversos
criadores.

Elaborado por Marco Aurélio S. Torres.

Você também pode gostar