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Apicultura. Praticando e conhecendo o comportamento.

Por: Ângelo Márcio Laytynher Brasil

Captura de enxame

Localize o enxame e se possível determine seu tamanho, isto é, se


ele é grande, médio ou pequeno, a fim de saber se será capturado em
núcleo, caixa ou melgueira. Evite fazer capturas em locais que ponha em
risco sua vida, seja prudente, um enxame por mais bonito que seja não
vale sua vida, você encontrará outros enxames para capturar. Evite
sacrificar grandes árvores derrubando-as, elas valem muito mais do que o
enxame e depois você pegará ele ou os filhos dele quando ele enxamear.
É importante observar que uma captura por mais simples que pareça não
deve ser feita por um único apicultor, uma dupla, alem de oferecer maior
segurança, proporciona maior conforto, rapidez e qualidade ao trabalho.
Providencie todo material necessário à captura:

Caixa, núcleo ou melgueira; moto serra, machado, facão ou ainda uma


enxada ou enxadete; faca, barbante ou borrachinhas, fósforo, balde com
tampa, fumegador, indumentária (macacão, mascara, chapéu, botas e
luvas) martelo, gaiola de rainha, maravalha, tela excluidora de alvado,
tela de transporte, lanterna, água e se for demorar realizando outra
captura, leve seu alimento.
Ao sair para fazer a captura faça a chamada de todo o material
verificando se nada esta faltando. Ao chegar ao local da captura, a cem
metros do enxame, acenda o fumegador e vista a indumentária corrigindo
se não há furos no macacão ou na máscara de quem estiver presente, só
deverá participar da captura quem estiver com os meios de proteção em
ordem. Antes de fazer qualquer movimento onde está o enxame, aplique
fumaça espere um minuto até fazer o efeito a fim de mantê-lo sob seu
controle.
Faça uma boa limpeza do local para dar mais qualidade e segurança
à captura, ficará mais fácil se movimentar, localizar as abelhas e a
rainha; tenha cuidado com animais peçonhentos (cobras, aranhas e
escorpiões); aplique fumaça novamente, só assim comece a captura.
Sendo num tronco faça uma abertura lateral evitando que a lamina da
moto serra ou machado danifique os favos ou venha matar a rainha.
A abertura deve ser feita num tamanho que possibilite a localização
e retirada dos favos. A aplicação da fumaça dede ser cuidadosa, sempre
fria (branca), deve-se ter o cuidado com o excesso de fumaça a fim de
não afugentar a rainha, ela poderá voar e pousar numa árvore muito alta,
dificultando ou impossibilitando a captura.
Coloque a caixa ou núcleo próximo ao local da captura
posicionando-a, se possível à sombra com a face interna da tampa
voltada para cima, ela servirá de apoio para quando for necessário cortar
os favos.
Localize os favos e com a faca, corte junto à madeira na parte que está
fixo, tendo o cuidado para danificar o mínimo possível os favos, sendo
de mel ou pólen, guarde-os no balde que deverá permanecer sempre
fechado para evitar pilhagem; os favos de mel, pólen e zangão não
devem ser utilizados na captura, pois que facilmente quebram no
transporte, oferecendo risco ao enxame. Se ainda tiver favos com mel,
continue cortando e guardando-os até localizar os favos com crias.
Localizado os favos com crias, corte-os junto à madeira com
cuidado para não ferir as crias. Se tiver trabalhando em dupla enquanto
um corta os favos o outro organiza os que serão aproveitados colocando-
os sobre a tampa da caixa; coloque o favo sobre a tampa e sobre ele um
quadro, veja agora a melhor posição. Muitas vezes os favos são maiores
que os quadros e precisam cortados para caber dentro do quadro, então
corte e aproveite o pedaço que sobrou para preencher outro quadro e
assim vá montando e amarrando os favos nos quadros, para isso utilize
borrachinhas, elas são práticas e rápidas. Estando todos os quadros
amarrados, comece a pegar os bolos de abelhas que estão aglomeradas
no tronco; esse momento é muito importante na captura, pois é o
momento de localizar a rainha e conduzi-la para dentro da colméia;
podemos facilitar sua localização; colocamos o alvado da colméia bem
rente ao chão para evitar que as abelhas e a rainha vão para debaixo da
colméia; e com o alvado bem limpo pegamos os bolos de abelhas que
estão no tronco, colocando-as a 20 centímetros do alvado; isto é para
permitir que, antes de entrar na caixa elas façam esse percurso, dando
tempo de visualizar a rainha se locomovendo entre as operárias,
deixando ela percorrer e entrar na colméia. É importante ter a certeza de
que a rainha entrou na colméia para podermos colocar a tela excluidora
de alvado, caso contrário, a rainha ficará presa do lado de fora da tela. Se
a rainha for localizada no inicio da captura prenda-a numa gaiola e no
final solte-a; o enxame deve permanecer com a tela excluidora de alvado
por 15 dias até que a rainha restabeleça a postura. Agora é só esperar o
entardecer, a fim de pegar a maior parte das campeiras; substituir a tela
excluidora de alvado pela de transporte, pregar a tampa e a tela e
transportar o enxame com cuidado para o apiário, colocá-lo sobre o
cavalete com óleo queimado na esponja. No dia seguinte faça uma
revisão para ver se não houve queda de algum favo que poderá ser
novamente amarrado; estando tudo em ordem alimente-o. Se o enxame
for pequeno inicie com 400 ml. Se o enxame possuir de cinco quadros de
cria acima forneça 700 ml de xarope, e por mais que seja grande não dê
mais que isso para que não haja acumulo de alimento. Lembre-se de doar
o mel da captura a quem lhe deu o enxame

Desenvolvimento de apiário

Ao desenvolver um apiário, nem sempre iniciamos o processo de


desenvolvimento em cada enxame partindo do mesmo ponto, pois que nem
todos os enxames possuirão o mesmo tamanho, nem internamente estarão
nas mesmas condições e foram adquiridos sob diversas condições. Alguns
são capturados em troncos de árvores, outros em cupinzeiros; capturamos
enxames grandes, médios e pequenos; as rainhas nem sempre são novas e
muito menos tem qualidades genéticas desejáveis; as abelhas podem ser
muito pequenas por terem nascidas em favos velhos e tortos e mesmo que
sejam novos, não devem ser utilizados na produção, pois as abelhas os
construíram com alvéolos menores que a medida dos alvéolos das ceras
alveoladas,
Pois bem, já que os enxames são adquiridos em tão variada condição,
devemos adequá-los a condição que nos interessa:
 Vamos alimentá-lo.
 Vamos desenvolvê-lo adequadamente substituindo os favos indesejáveis
por cera alveolada inteira de boa qualidade e alvéolos grandes de 17 ou
18 por decímetro.
 Trocaremos a rainha de qualidade duvidosa e velha ou nova, por uma
rainha nova selecionada, adaptada ao tipo de produto que desejamos
explorar, bem como a região.

Alimento e alimentador

O alimento energético (xarope) deverá ser fornecido através de


alimentador boardman individual com muitos furos na tampa. (mínimo
de 30 furos).
A água usada para fazer o xarope devera ser potável, não sendo
necessário fervê-la; deverá ser fornecido diariamente, se possível à
tarde; na proporção de um para um (1 litro de água para 1 quilo de
açúcar); começaremos com 400 ml para os enxames menores, de até
cinco quadros de crias, e será elevada a 600 ml quando os enxames
passarem de cinco quadros de crias.

A alimentação no desenvolvimento visa estimular a rainha e o enxame


como um todo; construção dos favos, bem com transmitir os estímulos
necessários a produção.

A quantidade de xarope aplicado está assim delimitada nessas


quantidades para que as abelhas apenas consigam “construir a cera,
elaborar o alimento larval, aquecer-se e voar”; evitando assim acúmulos
de alimento nos favos do ninho. Consideramos que o ninho é um
compartimento na colméia destinado ao desenvolvimento das crias; o
bloqueio do ninho traz graves conseqüências ao desenvolvimento e a
produção da colméia. Podemos citar alguns desses problemas, tais
como: enxameação, desestímulo a coleta de pólen e néctar, paralisia do
crescimento, redução drástica do tamanho do enxame por falta de
reposição das crias...
Cinco dias após termos iniciado a alimentação energética (xarope)
a rainha receberá intensa alimentação pelas nutrizes, recebendo assim o
estimulo necessário a intensificar a postura; sendo ela nova e prolífera,
poderá preencher todo um lado de um quadro de ninho com postura,
aproximadamente 2500 alvéolos por dia. Caso haja florada forte de
néctar, o xarope será dispensado. No momento do desenvolvimento dos
enxames a florada de néctar será considerada forte quando os enxames
sem receber alimento conseguem construir e efetuar postura facilmente
a cada cinco ou seis dias na cera que lhes é oferecida, mantendo assim
esse ritmo.

Desenvolver o enxame

Consideremos que o primeiro enxame adquirido seja pequeno e possua


apenas três favos de 10 cm; e nessa condição ele não suporta
intervenções drásticas, então vamos auxiliá-lo. Vamos colocá-lo num
núcleo de cinco quadros com alvado reduzido; evita-se utilizar núcleo de
três quadros por provocar rapidamente o extinto enxameatório, alem de
ter quase o mesmo custo do núcleo de cinco quadros.
Primeiro passo é não prejudicá-lo colocando os três favos num
quadro só, pois perderá a capacidade de se aquecer. Colocaremos então
os favos em três quadros um ao lado do outro, ou seja, como ele estava.
O próximo passo seria colocarmos a cera alveolada, mas, ainda
não será possível, por possuir poucas abelhas, elas só construirão a cera
até o tamanho dos favos e o restante ficará ocioso sendo eventualmente
ruída e danificada, é preferível então alimentá-lo até que esses favos se
desenvolvam ao tamanho de 70% da cera alveolada, agora sim,
podemos colocar o primeiro quadro com cera alveolada; outra dúvida é
onde colocarmos esse quadro com cera nova, de forma que seja mais
bem aproveitado e prejudique menos o enxame. Sabemos que o enxame
se desenvolve num espiral crescente, do centro para as laterais e que o
centro é a área mais quente do enxame e por isso é prioritariamente
utilizada para a produção de crias. Por tanto, se quisermos que a cera
que vamos colocar seja construída e preparada para a rainha fazer
postura, é no meio que devemos colocá-la.

Agora já temos um enxame com três favos bem desenvolvidos e


sabemos que é no centro que devemos colocar o novo quadro com cera,
resta-nos saber onde é o meio do enxame, pois que ele só tem três
quadros e três é um número ímpar, pois bem, podemos usar um recurso
que resolverá nosso problema sempre que formos fazer
desenvolvimento de enxames e o número de quadros com crias for
ímpar. É simples, temos um enxame de três quadros dentro de um
núcleo de cinco quadros e queremos colocar mais um quadro com cera.
Juntemos os três quadros com crias para um dos lados do núcleo e
contamos a lateral do núcleo onde estão os quadros, como sendo mais
um quadro e assim contaremos a parede, mais um quadro com cria será
igual a dois quadros, mais dois quadros, será igual a quatro quadros;
agora é fácil sabermos onde é o meio do enxame; então, após
colocarmos a cera teremos um enxame na seguinte disposição: a lateral
do núcleo, mais um quadro com cria, o novo quadro com cera alveolada
e os outros dois quadros com crias. Essa situação ocorrerá sempre que o
número de quadros de crias for impar (um, três, cinco, sete ou nove).
Sendo par o número de quadros fica mais fácil localizar o meio do
enxame, é só localizar os quadros com crias, afastar metade para um
lado, metade para o outro e colocar a cera no meio.

Cinco ou seis dias após termos colocado a cera ela estará toda
construída e a rainha deverá ter efetuado de 70 a 100 % da postura dos
dois lados do novo favo; podemos colocar o quinto quadro. Neste
processo de desenvolvimento do enxame, a introdução de cada quadro
novo com cera alveolada a cada cinco dias, só deverá ser feita se a
rainha tiver efetuado a postura em no mínimo 70 % de cada lado da
cera que foi introduzida no manejo anterior. Caso a cera seja
introduzida antes que a rainha efetue a postura haverá um acumulo de
alimento no centro do enxame bloqueando a área da postura da rainha
atrasando o seu desenvolvimento. Isso ocorre porque quando as abelhas
constroem um favo novo mesmo que ele esteja no centro do enxame,
esse favo, pela lógica do comportamento seria preferencialmente
utilizado para a postura da rainha, porém, outro favo terá a preferência;
será qualquer favo que naquele momento tenha nascido abelhas; mesmo
que esse favo seja velho ou até mesmo de captura, por estar marcado
quimicamente para este fim. Assim que a rainha realize a postura nesse
favo, ela volta, e aí sim a preferência será o favo novo que foi colocado
no meio. Por tanto só introduza a cera nos enxames que fizeram a
postura ideal, dando tempo aos que não conseguiram, no próximo
manejo todos conseguirão. Quanto melhor for a rainha, mais os
enxames obedecerão ao manejo.
Vale lembrar que o manejo de aplicação de quadro com cera será
sempre de cinco em 5 ou seis em 6 dias, sem nenhum prejuízo para o
enxame.
Após a rainha ter efetuado a postura no quarto e no quinto favo e a
população do enxame já cobre bem os quadros de crias, já é hora de
transferi-lo para uma caixa padrão; o processo continuará sempre com
uma cera no meio do enxame, agora vamos acrescentar outro quadro
com cera protegendo as crias do quadro que está no lado vago da caixa.
Esse quadro além de proteger a cria do quadro lateral desempenha
outras funções auxiliares. Uma é a de absorver parte do alimento que
seria depositado nas áreas de postura da rainha, que será metabolizado
em cera. Outra é, que as abelhas, ao transformarem esse excesso de
alimento em cera, elas já irão trabalhando nela e o próximo quadro com
cera a ser colocado no centro do enxame será ele, com uma vantagem
de já estar pré-construído.
De agora em diante será sempre colocado uma cera no meio e outra do
lado.
Se você se perguntar, por que não completar a caixa com os outros
quadros com cera? A resposta é, por que elas não utilizam logo essas
ceras e passarão roer e danificá-las, e você já sabe quanto custa uma
folha de cera, não sabe?
Se florada de néctar for muito forte e a rainha é nova e
geneticamente boa, com capacidade alta de postura não será possível
colocar mais de um quadro de cera no meio do enxame?
Quando o enxame é populoso com equilíbrio biológico, ele pode
ate construir a cera que foi colocada no meio do enxame em ate três
dias e preenche-lo com postura, nesse caso pode se colocar até mais de
um quadro de cera no meio do enxame, desde que não sejam colocados
juntos formando um grande espaço no meio do enxame que em alguns
casos pode ate provocar o abandono das crias de um dos lados e o lado
abandonado as nutrizes puxarão realeiras e o enxame enxameará. Nesse
caso as ceras serão colocadas em intervalos de dois em dois quadros de
crias ou três em três sempre com a cera do outro lado interno, mais nem
sempre encontramos essas condições, o melhor é proceder sem pressa e
colher os melhores resultados, porém, quando se conhece bem a florada
que se tem e a genética garantida é possível sim avançar e obter bons
resultados, vale lembrar também, que por mais forte que seja a florada
de néctar ou xarope dado a um enxame ele só produzirá crias se houver
uma boa florada paralela de pólen, ou seja, disponibilizado uma fonte
de proteínas e vitaminas.
Neste momento o enxame já coleta boa quantidade de pólen, e para que
essa entrada de pólen não seja um problema, sendo acumulado e
bloqueando as áreas da postura da rainha. Por exemplo: se o quadro do
canto junto a lateral for um favo novo e estiver com cria operculada
prestes a nascer, logo que as crias nasçam, poderá ser ocupado com
pólen e aí teremos um favo novo que poderia ser ocupado com cria, que
estará repleto de pólen atrasando seu desenvolvimento, aumentando o
custo e atrasando o trabalho. Isso ocorre porque as abelhas possuem
uma ordem de prioridade na arrumação de tudo o que entra e tudo que é
gerado dentro da colméia. A ordem é a seguinte: no centro os favos são
desinfetados com os líquidos-remédios provenientes das glândulas
salivares, mandibulares e marcados para receber crias; em seguida
envolvendo toda a área de cria os alvéolos são desinfetados e marcados
para receber pólen e por último os alvéolos são ocupados com mel e as
abelhas não sobrepõem produtos, pondo, por exemplo, mel em cima de
pólen, cria sobre pólen...; Pode e até acontece, más não é comum. É na
observação desses comportamentos que vamos saber agir para evitar o
acúmulo de pólen nos favos novos onde queremos postura.
Para resolver nosso problema, a cada revisão que fizermos para
colocar cera no meio dos enxames que estão acima de cinco quadros de
crias, se arrumarmos na seguinte disposição: a cera nova no meio, em
seguida crias operculadas; vamos localizar um ou dois quadros com
larvas (crias abertas) e colocá-los no canto junto à lateral, elas serão
obrigadas a mudar a forma de armazenar o pólen.

Homogeneização dos enxames

Durante o processo de desenvolvimento dos enxames nem sempre a


maioria estará em condições de produção ao mesmo tempo, pois que
iniciamos com enxames de vários tamanhos. Chegara o momento em
que estaremos com 30 ou 40 % dos enxames no ponto de produção,
sendo que a maioria ainda necessita atingir o número de quadros de cria
e população ideal. Entramos na florada, e só quando boa parte dela já
passou e que os outros estarão em condições de produzir. Por isso é se
justifica a homogeneização dos enxames. Esse manejo se inicia quando
já se têm 30 ou 40 % dos enxames com sete quadros de creias. Fazemos
uma revisão geral no apiário, a fim de saber quais enxames poderão
doar quadros de crias e os que necessitam receber.
 As crias a serem doadas deverão ser operculadas para não dar trabalho
aos pequenos enxames que irão receber.

 Agora que sabemos quem pode doar as crias, faremos a coleta das
crias sem abelhas aderentes que serão colocadas em cubas de ninho
com uma tampa em baixo e outra em cima para evitar pilhagem.
 A quantidade de crias que pode ser retirada dos enxames varia, utiliza
se o bom senso, podem do ser para um enxame que está bastante
populoso e possui 8 quadros com cria, poderá doar até 3 quadros
 Colocamos em cada enxame que doar crias, dois quadros de cera
alveolada sendo um colocado no meio e outro na lateral, e
continuamos com o manejo de desenvolvimento
 Agora faremos a distribuição proporcional ao tamanho do enxame; em
média dois quadros por enxame; evitamos fornecer muitos quadros
para evitar problemas com a temperatura.
 Continuamos o processo de desenvolvimento nos enxames doadores
que evoluirão um quadro de cria a cada cinco ou seis dias e até em
menos tempo.
 Esse procedimento poderá ser repetido uma ou duas vezes e a
homogeneização continuará até que a maioria dos enxames esteja em
condições de produzir.

Colméia reciclagem
Começamos o desenvolvimento dos enxames fazendo uma limpeza
retirando os favos velhos, tortos de alvéolos pequenos que estão sem
crias, ainda que possua alimento. Porém quando vamos realizar a
substituição dos outros favos velhos, eles sempre estão com crias, pois
a rainha insiste em fazer postura neles por possuir marcação química
para postura e as operárias sempre conduzirão a rainha para realizar
postura neles ainda que estejam velhos e com alvéolos pequenos,
sobretudo se estiverem no meio do enxame; uma dica é durante o
desenvolvimento é colocar os favos velhos com crias já operculadas
nos lados esternos dos enxames, pois assim que as crias nascerem elas
colocarão pólen e poderão ser retirados sem perdas de crias.
A colméia reciclagem é um recurso que nos ajudará a resolver esse
problema.
 Para isso o apiário já está com os enxames bem desenvolvidos. Já
conseguimos retirar alguns favos que as abelhas abandonaram
colocando alimento; mais ainda restam muitos favos velhos com
crias.
 O preparo da colméia reciclagem consiste em escolher dentre os
enxames alguns com sete ou oito quadros de crias; retiramos dois
quadros de crias operculados de cera nova e doe para outros
enxames. Colocamos dois quadros de cera alveolada sendo um
colocado no meio e outro na lateral como no manejo de
desenvolvimento; colocamos agora em cima uma tela excluidora
de ninho e sobre ela um sobre ninho sem quadros para receber os
favos velhos com crias que virão dos outros enxames.
 Retiramos em media dois quadros velhos de crias operculadas,
sem abelhas aderentes, por enxame; guardamos numa cuba de
ninho com tampa; ao completar dez quadros colocamos no sobre
ninho da colméia reciclagem.
 Os favos por estarem operculados suas abelhas nascerão todas
após 12 dias. Repita o processo até eliminar todos os favos velhos
e irregulares e para que o enxame preparado para receber as crias
não fique demasiado grande o procedimento poderá ser feito em
outro enxame.

Divisão de Enxames

A divisão de enxames é um processo de aquisição de enxames


qualitativamente superior às capturas, sejam elas de enxames silvestres
alojados em troncos ou caixas iscas, oferecendo muitas vantagens.
 Não depende da disponibilidade de enxames na natureza.
 Não depende das épocas de enxameação, o que às vezes ocorre
quando já se passou boa parte da florada.
 Oferece maior controle sobre a procedência e a qualidade das
rainhas.
 Maior possibilidade de se produzir enxames com a qualidade
total.
 Possibilita a produção contínua de enxames independente de
haver florada, através da alimentação artificial.

Circunstâncias

Vários são as circunstâncias e métodos em que se pode dividir um


enxame. Vamos agora analisar as circunstâncias e os métodos mais
comuns.
 Dividir um enxame e levar a divisão para outra área a uma
distância de 2 km a fim de evitar o retorno das campeiras. Isso
implica em ter disponível outra área para colocar as divisões; ter
uma distância maior para percorrer e descentraliza o trabalho.
 Dividir um enxame transportando-o para outro cavalete dentro do
mesmo apiário e deixando a divisão em seu local. Isso implica em
direcionar todas as campeiras para a divisão e deixar o enxame
dividido sem campeiras, enfraquecendo um enxame que já está
criado em favor de um que se deseja criar. Isto é trocar o certo
pelo duvidoso. Estaremos também formando um enxame com a
maior parte de abelhas velhas que em breve começarão a morrer
enfraquecendo o enxame que se deseja criar
 Dividir um enxame deixando-o no mesmo local, a fim de não
perder campeiras, e transferir a divisão para outro cavalete dentro
do mesmo apiário, essa circunstância oferece as vantagens de: não
necessita de outra área; não enfraquece tanto o enxame dividido
que logo se recuperará, podendo ser novamente dividido em breve
tempo; tem melhor possibilidade de fecundação de uma nova
rainha, pois, que a fecundação tem os melhores resultados em
enxames pequenos.

Divisão – 1

As divisões poderão ser com introdução de rainha, sem rainha; a


rainha poderá ser virgem ou fecundada; com realeira ou quadro com
larvas de um dia.
A divisão será sempre feita em enxame adulto. Ele deverá ter uma
população que cobre oito quadros de crias ou maior. Colocaremos ao
seu lado um núcleo de cinco quadros ou ninho com tabua divisória.
Divisão com rainha, fecundada ou não, deverá ser feita sempre com
crias operculadas para evitar a rejeição da rainha.
 Abrimos o enxame a ser dividido e retiraremos dois ou três
quadros de crias operculadas. Os quadros deverão ser transferidos
um a um com abelhas aderentes, tendo o cuidado para não
transferir a rainha;
 Colocar a rainha engaiolada sem abelhas acompanhantes com
candy ou ração na válvula da gaiola; a gaiola será presa na parte
inferior do quadro central; a válvula deverá está fechada comum
pedacinho de cera alveolada a fim de evitar a libertação imediata
da rainha.
 Colocamos um favo de mel, favo de xarope ou alimentar com 400
ml de xarope a fim de evitar o abandono e estimular a aceitação
da rainha; completamos o núcleo com quadros de cera alveolada;
 Pregamos a tampa; colocamos a tela de transporte e leváramos a
divisão para outra área a 2 km de distância para evitar o retorno
das campeiras;
 Verificar se a rainha esta viva na gaiola; liberar a entrada da
válvula da gaiola para que as operárias comessem a comer a ração
e aos poucos vá liberando a rainha; aproveite e retire realeiras se
tiver.
 Com dez dias verificar a fecundação, caso não haja fecundado
introduza outra rainha, quadro de cria, realeira ou faça união.

Divisão – 2
 Abrimos o enxame a ser dividido e retiraremos dois ou três
quadros de crias operculadas. Os quadros deverão ser transferidos
um a um com abelhas aderentes, tendo o cuidado para não
transferir a rainha;
 Colocar a rainha engaiolada sem abelhas acompanhantes com
cande na válvula da gaiola; a gaiola será presa na parte inferior do
quadro central; a válvula deverá está fechada comum pedacinho
de cera alveolada a fim de evitar a libertação imediata da rainha.
 Colocamos um favo de mel, favo de xarope ou alimentar com 400
ml de xarope a fim de evitar o abandono; completamos o núcleo
com quadros de cera alveolada;
 Varrer para o núcleo as abelhas aderentes de dois ou três quadros
de com larvas.
 Colocar a tampa do núcleo e transferi-lo para outro cavalete
dentro do mesmo apiário, as campeiras retornarão, mas as abelhas
de outras funções não.
 Com três dias verificar se a rainha esta viva na gaiola; liberar a
entrada da válvula da gaiola; retirar realeiras.
 Com dez dias verificar a fecundação, caso não haja fecundado
introduza outra rainha ou quadro de cria, realeira ou faça união.
Recuperação de apiários
A recuperação de apiários será necessária quando:
 Adquirimos enxames de terceiros e os enxames estavam sem
receber os manejos necessários.
 Apiários nossos que atravessaram o inverno e houve redução
do número de quadros com cria. (De agora em diante nos
referiremos a inverno as épocas frias, secas ou chuvosas; com
ausência de néctar, e que às vezes há presença de pólen)
 Enxames de final de florada nectarífera que, apesar de grandes
possuem poucos quadros de crias. E precisamos desenvolver
crias.
 Enxames de captura

Faremos uma limpeza do enxame deixando apenas, o que


denominaremos “O enxame em si”. Que são os componentes ativos do
enxame: as abelhas (a rainha e as operárias) e eliminaremos os
componentes passivos que são os favos vazios, os favos de zangões e os
favos de alimento: mel e pólen.
A presença dos favos vazios ou de alimento permitirá que as
abelhas estoquem grande quantidade de alimento que estamos aplicando
com a finalidade de desenvolvê-lo. Para que um enxame se desenvolva
não há necessidade de estoque de nenhum alimento (mel ou pólen).

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