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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ - UFPI

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE


BACHARELADO EM MEDICINA

DISCIPLINA: PARASITOLOGIA MÉDICA


PROF. DR. REGINALDO RORIS

Hidatiose e Fasciolose

Jordana Fonseca Reis


Valber Tiago Saboia
Hidatiose
➔ Reino: Animalia
➔ Filo: Platyhelminthes
➔ Classe: Cestoda
➔ Ordem: Cyclophyllidea
➔ Família: Taeniidae
➔ Gênero: Echinococcus
➔ Espécies: E. vogeli
E. granulosus
E. oligarthus
E. multilocularis
Echinococcus granulosus
Hospedeiros definitivos: cães domésticos e
canídeos silvestres.

Hospedeiros intermediários: ovinos e bovinos, mas


podem ser encontradas em suínos, caprinos,
bubalinos, cervídeos, camelídeos e,
acidentalmente no homem.

A forma larval, hidátide ou cisto hidático,


apresenta-se com uma só cavidade, responsável
pela hidatidose cística ou unilocular.

A hidatidose decorrente de E. granulosus constitui


uma zoonose amplamente distribuída,
principalmente em regiões rurais de clima
temperado.
Echinococcus multilocularis
➔ Responsável pela hidatidose alveolar com caráter difuso,
infiltrando-se nos tecidos, semelhante a um tumor maligno.
➔ Hospedeiro definitivo: raposa
➔ Hospedeiros intermediários: pequenos roedores.
➔ Esta parasitose em pacientes humanos é potencialmente grave e
geralmente fatal.
➔ O sítio primário de desenvolvimento da larva é, principalmente, o
fígado, podendo atingir outros órgãos.
Echinococcus vogeli
A forma larval é responsável pela hidatidose policística, caracterizada por
cistos múltiplos, que podem atingir vários tecidos.

Hospedeiros definitivos são carnívoros silvestres

Hospedeiros intermediários várias espécies de roedores silvestres,


principalmente pacas.

Os humanos adquirem esta parasitose acidentalmente, sendo a fonte de


infecção geralmente cães alimentados com vísceras infectadas de roedores
silvestres (pacas e cutias).

A evolução da hidatidose policística é de curso lento, assintomático,


sendo o órgão mais afetado o fígado, podendo também ser encontrado
nos pulmões e no mesentério
Echinococcus oligarthus
A forma larval é responsável pela hidatidose policística, caracterizada
por cistos múltiplos, que podem atingir vários tecidos.

Hospedeiros definitivos são carnívoros silvestres.

Hospedeiros intermediários várias espécies de roedores silvestres,


principalmente pacas.

Os humanos adquirem esta parasitose acidentalmente, sendo a


fonte de infecção geralmente cães alimentados com vísceras infectadas
de roedores silvestres (pacas e cutias).

Pouco é conhecido sobre a sua epidemiologia e as vias de transmissão.


Morfologia

Ovo Cisto Hidático Parasita Adulto


Habitat
● Localiza-se junto à mucosa do intestino delgado de cães nos hospedeiros
definitivos;
● O cisto hidático é encontrado, principalmente, no fígado e nos pulmões
de ovinos, bovinos, suínos, caprinos e cervídeos, hospedeiros
intermediários.
● Em humanos, hospedeiro acidental, as localizações preferenciais dos
cistos são fígado, pulmões, além de outros órgãos, como cérebro, ossos,
baço, músculos, rins, olhos etc.
Ciclo Biológico
Patogenia e Sinais clínicos
A patogenia da hidatidose humana dependerá dos órgãos atingidos, locais, tamanho e número de cistos.

Também podem ser observadas reações alérgicas, devido ao extravasamento de pequenas quantidades
de líquido hidático para os tecidos. No caso de ruptura do cisto, após punção, cirurgia ou acidentes, o
líquido hidático (rico em proteínas e altamente antigênico), ao cair na cavidade abdominal e/ou peritoneal,
pode desencadear choque anafilático.

Hidatiose Hepática: Hidatidose pulmonar:


➔ Os sintomas são distúrbios ➔ O pulmão é o segundo órgão mais afetado pela
hepatogástricos; hidatidose.
➔ Sensação de plenitude pós-prandial; ➔ O parênquima pulmonar oferece menor resistência
➔ Em casos mais graves, pode ocorrer ao crescimento do cisto, que pode e atingir grandes
congestão porta e estase biliar, com dimensões, comprimindo brônquios e alvéolos.
icterícia e ascite. ➔ As manifestações mais relatadas são cansaço ao
esforço físico, dispneia e tosse com expectoração.
Patogenia e Sinais clínicos
Hidatidose óssea: Hidatidose cerebral:

➔ Rara, mas de longa duração. ➔ Rara


➔ Os cistos, que são desprovidos de ➔ O tecido cerebral apresenta pouca
membrana adventícia, crescem resistência e os cistos evoluem rápido,
adaptando-se e invadindo os locais do com sintomas neurológicos de acordo
tecido ósseo que apresentam menor
com a localização do cisto.
resistência.
➔ O paciente conserva bom estado geral,
sendo muitas vezes o diagnóstico realizado
no momento de fraturas do osso, que está
fragilizado pela destruição do tecido.
Epidemiologia
A hidatidose é uma zoonose rural com ampla
distribuição geográfica, presente em todos os
continentes.

As regiões de maior prevalência têm tradição na


criação de ovinos associada à presença de cães de
pastoreio.

No Brasil, o Estado Rio Grande do Sul é uma região


endêmica.
Diagnóstico
Laboratorial:
Clínico: Métodos de imagem :
❖ As técnicas de
Considera-se as manifestações
: imunodiagnóstico de ❖ Radiografia,
clínicas, quando presentes, são imunodifusão arco 5, ❖ Ecografia,
geralmente causadas pelo
crescimento expressivo do hemaglutinação, ❖ Ultrassonografia,
cisto, que leva a compressão e ❖ imunofluorescência ❖ Cintilografia,
injúrias do órgão parasitado e ❖ ELISA ❖ Tomografia
das estruturas adjacentes. No Imunoblot
❖ computadorizada,
exame físico, dependendo do
tamanho e da localização do ❖ Ressonância magnética.
Os antígenos 5 (arco 5) e o
cisto, podem ser detectadas
massas palpáveis.
recombinante B (EgB), obtidos
do líquido hidático, são os
mais utilizados.
Diagnóstico em Animais
Hospedeiro definitivo Nos hospedeiros intermediários
❖ Pelo exame morfológico do
(bovinos, ovinos, suínos)
parasito adulto, obtido por
expulsão do cestóide
íntegro, após a É obtido pela presença de
administração de
cistos ao exame post mortem,
bromidrato de arecolina;
no momento do abate destes
❖ Necropsia de cães e exame
do raspado da mucosa animais.
intestinal.
❖ ELISA.
Profilaxia
➔ Não alimentar cães com vísceras cruas de animais como ovinos, bovina e
suínos;
➔ Tratar periodicamente os cães com anti-helmínticos;
➔ Manter um número ideal de animais nas propriedades;
➔ Cuidados com higiene pessoal, lavando as mãos antes de ingerir
alimentos e depois de contato com cães;
➔ Impedir o acesso de cães em hortas e reservatórios de água;
➔ Lavar frutas e verduras com água tratada;
➔ Impedir o acesso dos cães ao local de abate.
Fasciolose
➔ Reino: Animalia
➔ Filo: Platyhelminthes
➔ Classe: Trematoda
➔ Ordem: Echinostomatiformes
➔ Família: Fasciolidae
➔ Gênero: Fasciola
➔ Espécies: F. hepatica e F. gigantica
Fasciola hepática
● É um parasita de canais biliares de
ovinos, bovinos, caprinos, suínos e
vários mamíferos silvestres.
● Apresenta um ciclo evolutivo do tipo
heteroxênico.
● Hospedeiros intermediários: moluscos
do gênero Lymnaea.
● Hospedeiros definitivos: ruminantes,
suínos, mamíferos silvestres ou o
homem.
Fasciola gigantica
● Parasita de canais biliares de diversos mamíferos.
● Hospedeiro intermediário: moluscos do gênero
Lymnaea
● Hospedeiros definitivos: ruminantes, suínos, mamíferos
silvestres ou o homem.
● Também pode, raramente, causar fasciolose no homem.
● A Fasciola gigantica causa surtos em áreas tropicais do
Sul da Ásia, Sudeste Asiático e África.
● A infecção é mais prevalente em regiões com produção
intensiva de ovinos e bovinos
Habitat
● Fígado e canais biliares de animais de sangue quente, ocorrendo em
ovinos, caprinos, bovinos, búfalos, suínos e em seres humanos.
● No homem, que não é seu hospedeiro habitual, encontra-se nas vias
biliares, alvéolos pulmonares e esporadicamente em outros locais.
Ciclo biológico
Patogenia
A fasciolose é um processo inflamatório crônico do fígado e dos duetos
biliares.

No homem, por não ser o hospedeiro normal do parasita, o número de


formas presentes costuma não ser elevado. Ainda assim, podemos constatar
alterações orgânicas provocadas pelo helminto. Essas lesões são de dois
tipos:

● Provocadas pela migração de formas imaturas no parênquima hepático.


● Ocasionadas pelo verme adulto nas vias biliares.
Sinais clínicos
● Dor abdominal
● Hepatomegalia
● Náuseas
● Vômitos
● Febre intermitente
● Urticária
● Eosinofilia
● Perda ponderal decorrente de lesão hepática
Epidemiologia
A fasciolose é uma zoonose na qual a fonte de infecção para o homem são as
formas larvárias provenientes de caramujos, infectados principalmente por
miracídios provenientes de ovos expelidos juntos com fezes de ovinos e
bovinos.

● Os próprios ovinos e bovinos são as principais fontes de infecção.


● A epidemiologia da fasciolose está relacionada a fatores climáticos,
topográficos, presença de água e biologia dos hospedeiros
intermediários.
Diagnóstico
● Clínico
- É difícil, podendo ser confundido com outras doenças, tornando-se necessário o
diagnóstico laboratorial.
● Laboratorial
- Pode ser feita a pesquisa de ovos nas fezes ou na bile (tubagem). Entretanto,
como a produção de ovos no homem é pequena, pode haver resultados
negativos, mesmo com a presença de parasito. O diagnóstico sorológico oferece
maior segurança, apesar de não apresentar sensibilidade muito elevada.
Profilaxia
A profilaxia da fasciolose humana depende primariamente do controle dessa
helmintose entre os animais domésticos.

● Evitar disseminação
● Destruição dos caramujos
● Tratamento em massa dos animais
● Isolamento de pastos úmidos

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