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Espiroquetídios

A organização estrutural e qúimica dos esproquetídios é semelhante as outras


bactérias. A distribuição dos seu flagelos no entanto é bastante diferente. De cada
extremidade e por dentro da membrana os flagelos ( endoflgelo ) estende-se para o
centro da célula. Os gêneros Treponema, Leptospira e Borrelia são os de maior
interesse humano.
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Treponemas: T. pallidum (sífilis), T. pertenue (bouba) , T. carateum ( pinta )


A sífilis é uma doença venérea enquanto as outras não o são. A bactéria possui
de 9 a 14 espirais com 5 a 20µm de comprimento e 0,1 a 0,2 µm de espessura. O
microrganismo não é cultivável mas pode se mantido inoculado em coelhos ou
macacos. No coelho permanece por longos períodos e pode ser encontrado nos nódulos
linfáticos. A limitação de seu cultivo in vitro dificulta o seu conhecimento antigenico
detalhado. A cardiolipina está presente na sua estrutura, composto também encontrado
nos tecidos do homem e animais que possui importancia no diagnóstico sorológico. A
cardiolipina é utilizada no teste VDRL (Venereal Diseases Research Laboratory) para
triagem de anticorpos no soro de pacientes.
A sífilis é dividida em três estágios. Após contato sexual pode provocar uma
lesão evidente (cancro duro-sífilis primária) após 2 a 3 semanas de incubação. Para
tanto é necessário cerca de 107 a 109 treponemas. A bactéria atravessa o epitélio ou
mucosas se fixa e começa a proliferar. O longo período de incubação se deve a sua
duplicação a cada 30 horas.
Os fatores de virulencia não são bem conhecidos, mas algumas evidencias
sugerem que: A bactéria se fixa, por uma das extremidades a receptores existentes nos
mucopolissacarídios do tecido conjuntivo.

a) Estudos recentes sugerem que o receptor é a fibronectina e que a bactéria adere


a esta glicoproteína através de adesinas da natureza proteica.

b) O T. pallidum produz uma mucopolisacaridase que provavelmente dissolve os


mucopolissacarídios que unem as células vasculares, permitindo a passagem da
bactéria para os espaços perivasculares. Além disso, ocorre a destruição dos
mucopolissacarídios vasculares, trombose e obstrução vascular com necrose
susequente.

c) A cápsula do T. pallidum é constituída por ácido hialurônico e de sulfato de


condrointin sunstancias semelhantes às encontradas nos tecidos do organismo.
Característica provavelmente relacionada com o processo infeccioso.

d) Esta cápsula possui propriedades antifagocitárias e parece proteger a bactéria


contra anticorpos.

e) Observa-se imunossupressão na doença que indica ser provocada pelos


mucopolissacarídios da bactéria. Sugere-se que as manifestações clínicas da sífilis
estejam relacionadas com as fases de supressão imunológica do hospedeiro.

A infecção pelo T. pallidum determina imunidade eficaz e persistente. Apesar da


variedade de anticorpos, não há evidencias que estes sejam protetores. A ocorrência de
hipersensibilidade tardia, alguns meses depois do início da doença sugere o
desenvolvimento de imunidade celular.
O cancro duro pode não ser evidente, mas o indivíduo desenvolve doença e
anticorpos. Se indivíduo não for tratado, após outro período de incubação, dependendo
do pcientepode ocorrer o desenvolvimento da sífilis secundária ( desenvolvimento de
petéquias pelo corpo) e novamente dependendo do hospedeiro não tratatado, este pode
desenvolver a sífilis terciária que pode se manifestar através de lesões ou
deformações graves( SNC, artérias, etc.)1

Diag. de Lab. – Microscopia

Sorologia VDRL (existem reações cruzadas/consultar)


e FTA – ABS(imunoflurescencia indireta/ consultar).

Tratamento – penicilina

Epidemiologia - transmissão sexual (mais frequente), placentária, beijo, outros


contatos não sexuais, principalmernte quando existem ulcerações e transfusão
sanguínea.

Prevenção
Não há vacinas
Quimioprofilaxia é controversa.

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Borrélia

A classificação é bastante confusa, mas de modo geral, as espécies de B. recurrentis e


B.burgdorferi são as de maior importância humana.

B. recurrentis causa a febre recorrente devido ao caráter recidivante.


Antigamente aparecia sob forma de extensas epidemias, mas atualmente são registrados
apenas surtos esporádicos limitados a uma ou outra região. Não há menção na literatura
de ocorrência da doença no Brasil. É transmitida por carrapatos ou piolho.
Diagnostico de Laboratório. É realizado pela detecção da da bactéria no sangue do
paciente observando-se esfregaços de sangue corados específicamente ou em campo
escuro.

Tratamento – tetraciclinas

A B. burgdorferi foi descrita em 1984 como causa da Doença de Lyme. Lyme é uma
cidade nos EUA onde a infecção foi detectada em 1975. Causa eritema e artrite. Alguns
pacientes desenvolvem manifestações neurológicas e cardíacas.
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Leptospira
Zoonose usualmente é transmitida pela urina de ratos e raramente por outros animais
domésticos ou silvestres.
1
O gênero compreende por grupos Leptospira interrogans (patogênicas) e Leptospira
biflexa (ambientais não patogênicas/ 60 sorotipos). Podem ser subdivididas em vários
sorotipos.

São micro-orgnanismos de 6 a 12 µm de comprimento por 0,1 µm de diametro em


forma de S, C ou J. são visualizadas com auxílio de microscopia de campo escuro ou
impregnação argentea ( Fontana de Tribondeau).

L. interrogans: Composta por 18 sorogrupos com mais de 200 sorotipos, os mais


frequentes são:
L. icterohaemorrhagiae, canicola, pomona, gryppotyphosa, panama, hargdo, australis e
eventualmente outros dependendo da região. A infecção causada pelo sorotipo
icterohaemorragiae. É conhecida como síndrome de Weil.
As leptospiras depois de penetrar pela pele amolecida ou lesionada multiplica-se
no sangue e localizam-se nos rins, figado e SNC. As letospiras desaparecem do sangue a
medida que aparecem anticorpos. A proteção humoral é duradoura mas é específica para
o sorotipo. A permanencia das leptospiras nos rins (leptospiúrira) tem sido atribuída a
ineficácia dos anticorpos nos túbulos renais onde os microrganismos se multiplicam. As
lesões dos respectivos parenquimas tem sido atribuídas à toxinas pouco conhecidas .

Doença : Após 1 a 2 semanas de contaminação a doença pode evoluir praticamente


de assintomática, intermediária a doença grave . Depende da espécie e imunidade
do paciente. Se houverem sintomas, nesta fase (aguda), a bactéria pode ser
encontrada no sangue, tecidos parenquematosos (principalmente no fígado e rim) e
mais raramente causa meningite de evolução branda. Pela microscopia de campo
escuro é possível detectar formato das leptospiras na urina, liquor e mais
raramente no sangue, ou outros tecidos. Mas a doença pode ser fatal.
O cultivo e realizado, filtrando-se em 0,45µm de porosidade o material clínico e
inoculando-se o material retido usualmente em meio semi-sólido Fletcher
(consultar).

Na segunda fase, fase imune, após aproximadamente 7 dias de infecção, aparecem


anticorpos que atingem o pico (IgM) em 5-8 semanas. Desta maneira, diversas
reações sorológicas podem ser realizadas. A reações de microaglunaçao (MAT/
consultar) são as mais utilizadas.

Diversos animais domésticos ou silvestres desenvolvem também a doença, com


capacidade de transmitir a bactéria para o homem e outros animais. A transmissão
entre humanos é bastante rara.

Diagnóstico de Laboratório (usualmente realizados por laboratórios de referência


de leptospirose).

Microscopia de campo escuro, cultivo ou inoculação em cobaias. Os meios de


cultura contém soro e ácidos graxos. Com estas bactérias se multiplicam
aproximadamente a cada 12 horas, as culturas são observada após 4 a 6 semanas de
incubacão (ocorre turvação)
Na primeiras semanas o material ideal a ser observado é o sangue em seguida a
urina. Havendo sintomas neurológicos deve-se proceder o exame do líquor.
O diagnóstico sorológico é o recurso mais utilizado na rotina com a pesquisa dos
respectivos anticorpos.

Tratamento
Penicilinas e tetraciclinas possuem valor se administradas nos primeiros dias da
doença. De maneira geral o tratamento inespecífico é mais importante que o
específico. Antisoros específicos apresentam bons resultados.

Epidemiologia
Zoonose de distribuição universal. O reservatório é representado por animais
silvestres e domésticos assintomáticos ou não. O rato é o mais importante para
humanos.
O período de incubação é de aproximadamente 10 dias sendo mais frequente em
trabalhadores de esgotos, lavradores e regiões que ocorrem inundações.

Existem vacinas contra algumas espécies de importância veterinária mas não conferem
imunidade protetora a algumas espécies.

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