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UNIVERSIDADE ZAMBEZE

FACULDADE DE CIÊNCIAS DE SAÚDE


MICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA II

BORDETELLA X HAEMOPHILUS

Hélder Alfredo, MBsc, PhD


Elementos do 10º grupo

 Abdul Faque
 Liriel Belo
 Lucineide Luís
 Neemias Alfandega
 Stela Marijane
Bordetella spp
Fisiologia e estrutura
Genero: Borditella
Familia: Alaligenaceae
● A Bordetella pertussis é uma Betaproteobacteria;
● Cocobacilo, Gram-negativo, pleomorfico e aeróbio estrito;
● Não apresenta Flagelo (imóvel), não formam esporos;
● Apresentam aproximadamente de 0,2 a 0,5 micrómetro de comprimento
● Meios de cultura Ágar Regan-Lowe e Bordet-Gengou;
● Agente causador da Coqueluche.
● Coloniza o trato respiratório
Fisiologia e Estrutura

Actualmente são reconhecidas 3 espécies causadoras de doenças nos seres humanos:


• Bordetella pertussis: Agente etiológico da coqueluche
• Bordetella parapertussis: forma mais branda da coqueluche
• Bordetella bronchiseptica: doenças em animais domésticos e imunossuprimidos

A classificação das espécies de Bordetella é baseada em suas características de crescimento,


habilidades bioquímicas e propriedades antigênicas.
B. pertussis pode ser cultivada em meios de cultura suplementados com amido, sangue e
albumina. Oxidam aminoácidos e não fermentam carboidratos.
As outras espécies de Bordetella são menos fastidiosas e podem crescer em meio ágar-sangue
e ágar MacConkey.
Patogenia
Patogenia
Factores de Virulencias

 Hemaglutinina, liga-se aos glicolípidos sulfatados sobre a membrana das células


respiratórias ciliadas, e ainda ao CR3 presente na superfície dos leucócitos
polimorfonucleados. A sobrevivência da bactéria dentro da célula permite que esta escape aos
anticorpos formados;

 Toxina Pertussis, é uma toxina A-B clássica que consiste numa subunidade tóxica e
cinco subunidades de ligação.

Foram ainda identificadas duas outras adesinas na B. Pertussi: pilli e pertactina, sendo
esta última encontrada na superfície das bactérias.
Patogenia
Factores de virulência
 Toxina Adenilato Ciclase ou Hemolisina, é bifuncional, sendo activada pela
calmodulina intracelular. Esta toxina catalisa a conversão de adenosina trifosfato em adesina
monofosfato cíclico nas células eucariotas;

 Toxina Dermonecrótica, é termo-lábil e em baixas doses causa vasoconstrição dos


vasos sanguíneos periféricos, podendo conduzir a um isquémia localizada, migração de
leucócitos para os espaços extra-vasculares e hemorragia. No entanto em altas doses possui
reacções fatais;

 Citotoxina Traqueal, é um monómero de peptidoglicano da parede celular que possui


baixo peso molecular e tem uma afinidade específica para as células epiteliais ciliadas.baixas
concentrações provoca ciliostase e em concentrações mais elevadas conduz à extrusão das
células ciliadas.
Transmissão e Propagação

Principal local de infecção: cílios da mucosa respiratória.

Penetração das ● A transmissão ocorre de pessoa a


bactérias pessoa atraves da inalação de
gotículas espalhadas no ar pela fala,
Adesão às células tosse ou espirros de pessoas
epiteliais ciliadas contaminadas.

Toxinas danificam o
epitélio

Ciliostase e secreção
de muco viscoso
Manifestações clinicas e Fases da Doença
De modo geral, a coqueluche dura cerca de 3 semanas, com período de incubação
de 7~10 dias e seus sintomas podem ocorrer em 3 fases distintas:
● Catarral . O indivíduo apresenta sintomas gerais como rinorréia serosa (secreção de muco pelo
nariz), mal-estar, pode ter febre baixa, anorexia, ou seja, sintomas similares a um resfriado

● Paroxística inicia-se após 1 ou 2 semanas e caracteriza-se pela expulsão das células ciliadas do
tracto respiratório, existe uma eliminação do muco condicionada e por vezes ausente;

● Convalescente nessa são observadas as convulsões, encefalopatia, a hipoxia cerebral, pneumonia ,


hemorragia subconjuntival.
Prevenção e Vacinação
A vacina contra a coqueluche está
sempre combinada àquelas contra o tétano e
a difteria, chamada tríplice bacteriana, DTP
(difteria, tétano e pertussis). Existem 2 tipos
de vacina contra Coqueluche:

● Vacina Inativada: utiliza suspensões de


B. pertussis mortas por tratamento
químico ou por aquecimento. Mantém
os componentes celulares.

● Vacina Acelular: utiliza componentes


antigênicos do B. pertussis.
Remoção de componentes tóxicos
(ex. LOS)
Tratamento
O tratamento é feito por administração
de antibióticos, sendo os mais indicados os
macrolídeos:
● Eritromicina;

● Azitromicina;

● Claritromicina.

A azitromicina é a utilizada principalmente para crianças


menores de um mês de vida, por ser um pouco menos tóxica;
A claritromicina não é recomendada para crianças desta faixa
etária.
Diagnóstico Laboratorial
Amostra: mucosa da nasofaringe

Microscopia
 Deve ser utilizada a técnica de imunofluorescência directa para examinar a amostra.
 Devem ser também utilizados anticorpos contra B. parapertussis para a detecção de
formas
ligeiras de tosse convulsa causada por esta espécie.

Amplificação do Ácido Nucleico


Testes de amplificação de ácido nucleico apresentam maior sensibilidade e especificidade
Deteção de IgG ou IgA pode ser usada como teste confirmatório

Identificação
O B. pertussis é identificado pelas suas características microscópicas e morfologia
colonial em meios selectivos e a sua reactividade com anti-soro específico.
Diagnóstico~Laboratorial
Cultura
Quando os meios inoculados chegam ao laboratório são incubados em
aerobiose a 35ºC, numa câmara húmida. As colónias são de tal modo
pequenas que apenas podem ser observadas após 3 ou mais dias de
incubação. Apesar das condições excelentes de cultura apenas metade dos
pacientes infectados apresentam culturas positivas.

Teste serologico
É difícil interpretar os resultados de testes serológicos devido à baixa
sensibilidade dos padrões de cultura e observação. No caso de se utilizarem
estes testes devem ser feitos múltiplos de modo a aumentar a sensibilidade do
resultado
Epidemiologia

A coqueluche é uma doença uneversal tendo como reservatorio o Homem. Embora a


incidência da coqueluche, a qual é associada com morbidade e mortalidade, tenha sido
reduzida consideravelmente após a introdução de vacinas em 1949, a doença ainda é
endêmica no mundo.
Anualmente, ocorrem, aproximadamente:
➔ 16 milhões de casos de coqueluche
➔ 200 mil mortes pela doença
 5ª maior causa de óbitos em crianças abaixo de 5 anos de idade;
 Populações aglomeradas: Incidência maior na primavera e no verão;
 Coqueluche tem períodos de ressurgimento;
Haemophilus spp
Fisiologia e estrutura
Género Haemophilus
Família Pasteurela e Acinobacillus
• São pequenos cocobacilos Gram negativos pleomórficos
• Aerobios e anaerobios facultativo, imoveis, não esporulados
• Microrganismos associados a membranas mucosas
• Necessitam de meios e cultivo enriquecidos com HEME (fator X) e NAD (fator V) para
uma produção de energia adequada.
• São parasitas obrigatorios
Principais espécies causadoras de doenças em seres humanos:
Haemophilus influenzae
Haemophilus ducreyi
Fisiologia e estrutura
H. influenzae – maior grupo de patogenos no humano
• Cápsula polissacarídica com propriedades antigênicas – 6 sorotipos, a => f;
• A cápsula do tipo b é composta por polirribitol fosfato
• Antes da introdução da vacina sorotipo b causava a maior parte das doenças graves e
invasivas, como meningite e septicemia. Com o advento da vacina contra o tipo b,os sorotipos
c e f , além das linhagens não-encapsuladas passaram a ser as responsáveis pela maioria das
doenças.
• Além da divisão sorológica, são divididos em 8 biotipos, (I a VIII), de acordo com suas
(propriedades bioquímicas) => fins epidemiológicos
• Causa doenças somente em seres humanos;
Patogenia

As linhagens encapsuladas (sorotipo b, biotipo I) é incomum, mas está envolvida com


doenças disseminadas sistêmicas em crianças não vacinadas.
Adesinas e fimbrias medeiam a colonização das bactérias na orofaringe;
Produzem uma protease IgA que degrada a IgA secretora , facilitando sua aderência à
mucosa respiratória.
Componentes da parede celular como LPS e glicopeptídios prejudicam a função
ciliar que está relacionado ao dano no epitélio respiratório do trato respiratório lesado,
as bactérias podem entrar na corrente sanguínea e atingir as meninges.
H. ducreyi – cancro mole (cancroide) doença sexualmente transmissível
Doenças

Espécies de Haemophilus associadas a doenças humanas


Doenças e Manifestações clinica
As doenças causadas por Haemophilus são:
Epiglotite é caracterizada por obstrução da arvore respiratorias causada por celulite e edema
dos tecidos supraglóticos. As crianças com epligotite apresentem faringite, febre e dificuldade
respiratória, que podem progredir rapidamente para a completa obstrução das vias aéreas e
morte
Cancróide é uma doença sexualmente transmitida, mais frequentemente detectada nos
homens, o que deriva do facto de muitas das mulheres serem assintomáticas. Após 5 a 7 dias
da exposição ao microrganismo verifica-se o aparecer de um pústula com base eritematosa na
região genital ou peri-anal, de seguida a lesão sofre ulceração e torna-se dolorosa.

 Otite, Sinusite e Doenças das Vias Aéreas, geralmente são causadas pelas estirpes não-
capsuladas de H. influenzae, pois estas na sua maioria são microrganismos oportunistas.
Epidemiologia

As espécies de Haemophilus comumente colonizam seres humanos embora as espécies


capsuladas de Haemophilus, particularmente H. influenzae do tipo b, sejam membros pouco
comuns da microbiota normal

A maioria das infecções ocorre em crianças de 6 meses a 6 anos de idade, com maior
incidência entre seis meses e um ano devido a diminuição na concentração de IgG da mãe
na criança associada à incapacidade da criança gerar anticorpos suficientes até
aproximadamente os dois anos.
Distribuídas mundialmente mas a sua incidências variam entre grupos raciais
Com introdução de vacinas reduziu significativamente a incidências em crianças
Tratamento, prevenção e controle
• As infecções graves são tratadas com cefalosporinas de amplo espectro, azitromicina ou
fluoroquinolonas;
• Aproximadamante 30% das cepas são resistente a ampicilina
• As infecções menos graves como (sinusite, otite) são tratadas com amoxicilina, caso haja
susceptibilidade tambem podem ser tratadas com ampicilina
• A maioria da H. ducrey são susceptiveis à eritromicina
• Imunização ativa com vacinas conjugadas (PRP- poliribitol fosfato => antígenos capsulares).
• Profilaxia com rifampicina é usada para eliminar o estado de portador de H. influenzae em
crianças.
 H. ducreyi
• Utilizar preservativo.
• Lavar os genitais após a relação sexual
Diagnostico Laboratorial

Amostra:
 LCR, hemocultura, e os líquidos de punção internas
 H. ducreyi – amostras devem ser colhidas nas bases e bordos das ulceras utilizando uma
zaragatoa ou um aspiração
Microscopia
Se for feita de forma cuidadosa a detecção de espécies de Haemophilus é tão sensível quanto
específica. No caso de meningite são identificados cocobacilos gram-negativos no líquido
cefalorraquidiano, sendo a coloração de Gram utilizada para o diagnóstico rápido de artrite e
de doenças do tracto respiratório inferior causadas por estes microrganismo.
Diagnostico Laboratorial
Cultura
 Contem hemina e o NAD pode ser adicionado

 Adição de bacitracina facilita o isolamento de H. influenzae

 Incubada 24-48 horas a 37℃ numa atmosfera aeróbia enriquecida com 5-10% de CO2

 As estirpes capsuladas do tipo b podem ser detetadas presença de halo

 Ausência de hemólise no meio Agar sangue


Diagnostico Laboratorial

Identificação e confirmação
 O H. influenzae é facilmente identificado pela demonstração da exigências do Factor X e V pelas
suas propriedades bioquímicas
 O H. influenzae é catalase-positivo, necessita de Factor X e V, consegue fermentar apenas glicose.
 O H. parainfluenzae pode ser catalase-positivo, necessita apenas de Factor V e fermenta glicose e
sacarose.

 Fenómeno satelitismo
Caracteriza se pelo crescimento ao redor das colónias de
estafilococos em ágar sangue de carneiro causando a
liberação de nicotinamida dinucleotídeo (NAD, ou fator V)
no meio de cultura, proporcionando o fator de crescimento
necessário para H. influenzae.
Obrigado!!

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