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DOENÇAS DO TRATO RESPIRATÓRIO

Doenças bacterianas do trato respirató rio


superior
Superior é composto por nariz, faringe (garganta) e estruturas associadas, incluindo
a orelha média e as tubas auditivas (de Eustáquio); os ductos dos seios e os ductos na -
solacrimais do aparato lacrimal (produtor de l ágrimas) se abrem na cavidade nasal; as
tubas auditivas da orelha média se abrem na porção superior da garganta.

Faringite estreptocócica

• Infecção do trato respiratório superior causada por estreptococos do grupo A (GAS).


• Esse grupo de bactérias gram-positivas é composto unicamente por Streptococcus pyogenes. A
faringite é caracterizada por uma inflamação local e febre.
• Com frequência, ocorre tonsilite, e os linfonodos do pescoço tornam-se inchados e sensíveis. Outra
complicação frequente é a otite média. A patogenicidade dos GAS é acentuada por sua resistência à
fagocitose. Também são capazes de produzir enzimas especiais, chamadas de estreptoquinases, que
lisam coágulos de fibrina, e estreptolisinas, que são citotóxicas para as células dos tecidos, hemácias
e leucócitos protetores.
• Antigamente, o diagnóstico da faringite era baseado no cultivo da bactéria a partir de amostras de
swabs de garganta. Hoje, existe uma ampla variedade de testes rápidos disponíveis comercialmente
para a avaliação de casos de faringite, o que reflete o fato de milhões de pacientes procurarem
tratamento para a doença a cada ano.
Escarlatina ou Febre Escarlate

• Quando a linhagem de Streptococcus pyogenes causadora da faringite estreptocócica produz uma


toxina eritrogênica (associada à vermelhidão), a infecção resultante é chamada de febre escarlate
(escarlatina).
• Quando a linhagem produz essa toxina, significa que a bactéria foi antes infectada por um
bacteriófago lisogênico [informação genética de um bacteriófago (vírus bacteriano) foi incorporada
ao cromossomo da bactéria, de modo que as características da bactéria foram alteradas].
• A toxina provoca uma erupção cutânea de coloração avermelhada, que provavelmente consiste em
uma reação de hipersensibilidade cutânea à circulação da toxina, e também uma febre alta. A língua
adquire uma aparência manchada, semelhante a um morango, e, em seguida, à medida que ela
perde sua membrana superior, torna-se muito vermelha e aumentada.

Difteria --> Notificação compulsória

• Causada por um bastonete Gram-positivo,


Corynebacterium diphtheriae;
• Transmissão via aerossóis ou excreção cutânea;
• O C. diphtheriae causas uma variedade de doenças;
• Produção de toxina;
• A vacina com toxóide diftérico não previne a
colonização, mas protege o indivíduo dos efeitos
letais da toxina

Sintomas

• Febre, mal-estar e fadiga;


• Respiração ruidosa e rouquidão;
• Erupções e úlceras;
• Membrana grossa e acinzentada, cobrindo as amígdalas e podendo cobrir outras estruturas da
garganta

Exames microscópicos e diagnóstico

• Lesões satélites no esôfago ou nas vias aéreas inferiores;


• Liberação da exotoxina causa necrose do epitélio e extravasamento de um exsudato
fibrinossupurativo denso;
• Linfomas verdadeiros de células B monoclonais;
• Para confirmação do diagnóstico, o médico deverá solicitar coleta de secreção de nasofaringe para
cultura e em casos de suspeita de difteria cutânea (na pele), devem ser coletadas amostras das
lesões da pele;
Notificação compulsória

Doenças bacterianas do trato respirató rio


inferior
Inferior é composto pela laringe (caixa de voz), traqueia, br ônquios e os alvéolos; os
alvéolos são pequenos sacos de ar que formam o tecido pulmonar; dentro dos alv éolos, o
oxigênio e o dióxido de carbono são trocados entre os pulmões e o sangue; nossos pulmões
contêm mais de 300 milhões de alvéolos, com uma área para trocas gasosas de 70 m2 ou
mais em um adulto; membrana de camada dupla que envolve os pulm ões é a pleura, ou
membranas pleurais; ma membrana mucosa ciliada reveste o trato respirat ório inferior até
os brônquios menores e os auxilia a impedir que os microrganismos alcancem os pulm ões.

Coqueluche --> Notificação compulsória

• Causada pelo cocobacilo gram-negativo Bordetella pertussis;


• Doença respiratória aguda altamente contagiosa;
• Caracterizada por paroxismos violentos de tosse, seguidos por um “guincho” inspiratório alto;

Patogenia

• A Bordetella pertussis coloniza a borda


emescova do epitélio brônquico e também
invade macrófagos;
• As condições do trato respiratório induzem a
bactéria a produzir coordenadamente
numerosos fatores de virulência, incluindo
uma hemaglutinina, fímbrias, toxina da
coqueluche e uma toxina hemolisina-
adenilato-ciclase;
• A hemaglutinina filamentosa liga-se a
carboidratos na superfície das células epiteliais respiratórias, bem como as integrinas CR3 nos
macrófagos;
• A toxina da coqueluche é uma exotoxina composta de cinco peptídeos distintos, incluindo um
peptídeo catalítico S1 que mostra homologia com os peptídios catalíticos da toxina colérica e a
toxina termolábil da E. coli;
• A toxina ADP-ribosila e inativa proteínas de ligação aos nucleotídeos de guanina, de modo que essas
proteínas G deixam de transduzir sinais dos receptores da membrana plasmática do hospedeiro;
• Outras toxinas incluem uma hemolisina importante na colonização inicial: um lipossacarídeo
bacteriano, que possui atividade de endotoxina e uma pequena toxina de peptideoglicana, que
competem por sítios de 5- hidroxitriptamina nas células epiteliais respiratórias;
• Juntas essas toxinas reduzem o número de células epitelias respiratórias ciliadas e diminuem a
quantidade de cílios por células;

Sintomas

• Leve: - Mal-estar geral; - Coriza; - Tosse seca; - Febre;


• Moderado: - Tosse passa a ser severa e descontrolada, comprometendo a respiração; - A crise de
tosse pode provocar vômitos ou cansaço extremo;

Exame microscópico e diagnóstico

• As bactérias uma laringotraqueobronquite que, nos casos intensos, produz erosão da mucosa
brônquica, hiperemia e exsudato mucopurulento copioso;
• Os alvéolos permanecem abertos e intactos, a não ser que sofram um infecção secundária;
• Paralelamente a uma linfocitose periférica acentuada, há hipercelularidade e aumento dos folículos
linfáticos da mucosa e dos linfonodos peribrônquicos;
• O diagnóstico ocorre mediante isolamento da B. pertussis pela cultura de material colhido da
nasofaringe, com técnica adequada;
• Também pode ser feito pela técnica de reação em cadeia de polimerase (PCR) em tempo real

Notificação compulsória

Tuberculose

• Nas últimas décadas, a coinfecção com o vírus HIV


tem sido um fator importante no aumento da
suscetibilidade à infecção e também na rápida
progressão da infecção para a doença ativa.
• Outros fatores são as crescentes populações de
indivíduos suscetíveis em prisões e outras
instalações superlotadas, bem como indivíduos
idosos ou subnutridos.
• A tuberculose é uma doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, um
bacilo delgado, aeróbio obrigatório. Os bacilos crescem lentamente, muitas vezes formam
filamentos e tendem a crescer em aglomerados.
• Na superfície de um meio líquido, seu crescimento parece ter a forma de um bolor, o que sugeriu o
nome do gênero Mycobacterium (myco significa fungo).
• Outra espécie de micobactéria, a Mycobacterium bovis, é um patógeno principalmente do gado.
• M. bovis é a causa da tuberculose bovina, que é transmissível aos seres humanos através do leite ou
de alimentos contaminados. As infecções por M. bovis causam uma TB que afeta principalmente os
ossos ou o sistema linfático.
• As micobactérias coradas com carbol-fucsina não podem ser descoradas com ácido ou álcool e,
assim, são classificadas como ácido resistentes. Essa característica reflete a composição incomum
da parede celular, que contém grandes quantidades de lipídeos. Esses lipídeos também podem ser
responsáveis pela resistência da micobactéria a estresses ambientais, como o ressecamento. De
fato, essas bactérias podem sobreviver por semanas em escarro seco e são muito resistentes aos
antimicrobianos químicos usados como antissépticos e desinfetantes.
• A tuberculose é um exemplo especialmente interessante do balanço ecológico entre hospedeiro e
parasito em uma doença infecciosa. Um hospedeiro geralmente não fica ciente dos patógenos da
tuberculose que invadem seu corpo e são derrotados, o que ocorre 90% das vezes. Se as defesas
imunes falham, contudo, o hospedeiro fica consciente da doença resultante.
• A TB é mais comumente adquirida pela inalação do bacilo. Somente as partículas muito finas,
contendo de 1 a 3 bacilos, alcançam os pulmões, onde geralmente são fagocitadas por um
macrófago nos alvéolos. Os macrófagos de pessoas saudáveis tornam-se ativados pela presença dos
bacilos, e, em geral, os destroem. Cerca de três quartos dos casos de TB afetam os pulmões, contudo
outros órgãos também podem se tornar infectados

Patogênese da tuberculose

• Um fator importante na patogenicidade das micobactérias provavelmente consiste no fato de que os


ácidos micólicos da parede celular estimulam fortemente uma resposta inflamatória no
hospedeiro. Entretanto, pessoas mais saudáveis serão capazes de anular uma potencial infecção por
meio dos macrófagos ativados, principalmente se a dose infectante for baixa.

1. Se a infecção progredir, o hospedeiro isola os patógenos em uma lesão fechada, chamada de tubérculo
(que significa protrusão ou saliência).

2. Quando a doença é interrompida neste momento, as lesões cicatrizam lentamente, tornando-se


calcificadas. Elas aparecem claramente nos filmes de raios X e são chamadas de complexos de Ghon. (A tomografia
computadorizada [TC] é mais sensível do que os raios X na detecção das lesões de TB.)
3. Se as defesas do corpo falham nesse estágio, o tubérculo rompe-se e libera bacilos virulentos nas vias
aéreas do pulmão e, então, nos sistemas circulatório e linfático.

• A tosse, o sintoma mais evidente da infecção pulmonar, também dissemina a infecção através de
aerossóis contendo bactérias.
• O escarro pode se tornar sanguinolento à medida que os tecidos são lesionados, e, por fim, os vasos
sanguíneos podem se tornar tão erodidos que se rompem, resultando em hemorragia fatal. A
infecção disseminada é chamada de tuberculose miliar.

Diagnóstico da tuberculose

• As pessoas infectadas com tuberculose respondem com uma imunidade celular contra a bactéria.
→ Essa forma de resposta imune, em vez da imunidade humoral, desenvolve-se porque o patógeno
está localizado principalmente dentro de
macrófagos.
• Essa imunidade, que envolve células T
sensibilizadas, é a base do teste cutâneo da
tuberculina, um teste de triagem para a
infecção. Um teste positivo não indica
necessariamente doença ativa. Nesse teste,
uma proteína purificada derivada da bactéria
da TB, obtida por precipitação de culturas em
caldo, é injetada cutaneamente. Se a pessoa
injetada foi infectada com TB no passado, as
células T sensibilizadas reagem com essas proteínas e ocorre uma reação de hipersensibilidade
tardia, em cerca de 48 horas. Essa reação se manifesta como endurecimento e vermelhidão da área
em torno do local de injeção. Um teste de tuberculina positivo em crianças muito pequenas é uma
indicação provável de um caso ativo de TB. Em pessoas mais velhas, pode indicar somente a
hipersensibilidade resultante de uma infecção prévia ou vacinação, e não um caso atualmente ativo.
Contudo, é uma indicação de que exames subsequentes são necessários, como um raio X de tórax
ou uma TC para a detecção de lesões pulmonares, além de tentativas de isolamento da bactéria.
• O passo inicial no diagnóstico laboratorial de casos ativos é um exame microscópico de esfregaço,
como o escarro.
• Nos últimos anos, alguns progressos têm sido observados no desenvolvimento de testes
diagnósticos rápidos, pelo menos nos países mais desenvolvidos.
• Os testes sanguíneos QuantiFERON-TB Gold In-Tube (QFT-GIT) e T-SPOT TB (T-Spot) mensuram o
IFN-γ de um indivíduo. Eles são os testes preferenciais para utilização em amostras de indivíduos que
foram vacinados com a BCG.
• Um novo teste de PCR automatizado (Xpert MTB/RIF) pode diagnosticar a TB por meio da detecção
do M. tuberculosis dentro de 90 minutos. Ao mesmo tempo, ela determina a resistência da bactéria
ao principal antibiótico contra a TB, a rifampicina. → A PCR pode ser conduzida por profissionais
relativamente não especializados, mas possui a desvantagem de apresentar um alto custo.
• Evidências indicam que, comparados ao teste cutâneo, estes testes rápidos possuem uma maior
especificidade e menos reatividade cruzada em indivíduos vacinados com a BCG. Todavia, eles não
distinguem infecção latente de infecção ativa.
Pneumonia pneumocócica
Streptococus --> catalase negativa --> S. pneumoniae é alpha-hemolítico
• Causada por S. pneumoniae.
• S. pneumoniae é uma bactéria ovoide gram-positiva.
• Esse micróbio também é uma causa comum de otite média, meningite e sepse.
• Os pares de células são circundados por uma cápsula densa, que torna o patógeno resistente à fagocitose.
• Essas cápsulas também são a base da diferenciação sorológica dos pneumococos em pelo menos 90
sorotipos. A maioria das infecções humanas é causada por apenas 23 variantes e estas são a base das
vacinas atuais.
• A pneumonia pneumocócica envolve ambos os
brônquios e os alvéolos.
• Os sintomas incluem febre alta, dificuldade de
respirar e dor torácica. Os pulmões têm um aspecto
avermelhado, pois os vasos sanguíneos estão
dilatados. Em resposta à infecção, os alvéolos
enchem-se com algumas hemácias, neutrófilos e
fluido dos tecidos circundantes.
• O escarro tem cor de ferrugem, devido ao sangue
proveniente dos pulmões, vindo com a tosse. Os
pneumococos podem invadir a corrente sanguínea, a
cavidade pleural que circunda o pulmão e,
ocasionalmente, as meninges. Nenhuma toxina bacteriana foi relacionada claramente à patogenicidade.
• Um diagnóstico presuntivo pode ser feito por meio do isolamento do pneumococo a partir de amostras de
garganta, escarro e outros fluidos.
• Os pneumococos podem ser diferenciados de outros estreptococos α-hemolíticos observando-se a inibição
do crescimento próximo a um disco de optoquina (cloridrato de etil-hidrocupreína) ou realizando-se um
teste de solubilidade em bile.
• Um novo teste que detecta um antígeno específico de S. pneumoniae na urina pode ser realizado dentro do
consultório médico e, com 93% de acurácia, pode realizar um diagnóstico em 15 minutos.
• A resistência à penicilina tem sido um problema crescente, e diversos outros antimicrobianos,
principalmente macrolídeos e fluoroquinolonas, estão sendo utilizados, em vez da penicilina.
• Uma vacina pneumocócica conjugada foi introduzida recentemente e tem sido efetiva na prevenção da
infecção pelos sete sorotipos que ela contém. Ela também apresentou um efeito coletivo indireto, mostrado
pela redução de outras doenças, como a otite média, atribuída aos pneumococos.
Pneumonia por Haemophilus influenzae

• Haemophilus influenzae é um cocobacilo gram-negativo, e uma coloração de Gram do escarro é


capaz de diferenciar este tipo de pneumonia da pneumonia pneumocócica.
• Pacientes em condições como alcoolismo, desnutrição, câncer ou diabetes são especialmente
suscetíveis. Na identificação diagnóstica do patógeno é utilizado um meio especial que determina a
necessidade dos fatores X e V. As cefalosporinas de segunda geração são resistentes às β-lactamases
produzidas por muitas linhagens de H. influenzae e, portanto, são geralmente os antimicrobianos de
escolha. Microorganismo fastidioso

Pneumonia por micoplasma

• Os micoplasmas, que não possuem paredes celulares, não crescem sob as condições normalmente
usadas na recuperação da maioria dos patógenos bacterianos, têm aspecto altamente variável; são
confundidas com pneumonias virais.
• A bactéria Mycoplasma pneumoniae é o agente causador da pneumonia por micoplasma.
• é um tipo comum de pneumonia em jovens adultos e crianças,(cerca de 20% das pneumonias)
• Os sintomas, que persistem por três semanas ou mais, incluem febre baixa, tosse e cefaleia.
• As vezes, eles são graves o suficiente para conduzir à hospitalização.
• Outras designações para a doença são pneumonia atípica primária (i. e., a pneumonia mais comum
não causada por pneumococos) e pneumonia ambulante.
• Quando isolados de amostras de garganta e de escarro crescem em um meio contendo soro equino
e extrato de levedura, alguns formam colônias distintas com aspecto de “ovo frito”.
• As colônias são tão pequenas que devem ser observadas através de ampliação. O diagnóstico
baseado na recuperação dos patógenos pode não ser útil no tratamento, pois podem ser necessárias
até três semanas ou mais para que os organismos de crescimento lento se desenvolvam. Contudo,
os testes diagnósticos têm sido altamente aperfeiçoados nos últimos anos. Eles incluem a reação em
cadeia da polimerase (PCR, de polymerase chain reaction) e testes sorológicos que detectam
anticorpos IgM contra M. pneumoniae.
• O tratamento com antibióticos, as tetraciclinas, induz o desaparecimento dos sintomas, masnão
elimina as bactérias, as quais são carreadas pelos pacientes por muitas semanas.

Legionelose ñ necessário estudar

• Bactéria é Legionella pneumophila, um bastonete aeróbio gram-negativo, capaz de se replicar


dentro de macrófagos.
• A doença é caracterizada por uma febre alta de 40,5°C, tosse e sintomas gerais de pneumonia.
• Não parece haver transmissão interpessoal;os micróbios podem crescer na água das torres de
resfriamento de ar-condicionado, o que pode significar que algumas epidemias em hotéis, distritos
comerciais urbanos e hospitais tenham sido causadas pela transmissão pelo ar; surtos recentes
foram rastreados até banheiras de hidromassagem, umidificadores, chuveiros, fontes decorativas e
até mesmo terra para cultivo.
• O método mais bem-sucedido de desinfecção da água em hospitais que precisam controlar a
contaminação por Legionella, tem sido a instalação de sistemas de ionização por cobreprata.
• A incidência real é estimada em mais de 25 mil casospor ano. Homens com idade superior a 50 anos
de idade são mais propensos a contrair legionelose, sobretudo fumantes pesados, alcoólatras ou
pessoas cronicamente doentes.
• L. pneumophila também é a responsável pela febre de Pontiac, é outra forma de legionelose; seus
sintomas incluem febre, dores musculares e geralmente tosse; a condição é leve e autolimitada;
durante surtos de legionelose, pode haver ocorrência de ambas as formas.
• O melhor método diagnóstico consiste na cultura em um meio seletivo contendo extrato de levedura
e carvão.
• O exame de amostras respiratórias pode ser feito por métodos de anti-corpo fluorescente, e um
teste com sonda de DNA também estádisponível.
• A eritromicina e outros antibióticos macrolídeos, como a azitromicina, são os antimicrobianos de
escolha para o tratamento.

Psitacose (ornitose) ñ necessário estudar

• Descobriu-se, que a doença também pode ser contraída de muitas outras aves, como pombos,
galinhas, patos e perus. Assim, o termo mais geral, ornitose, entrou em uso.
• O agente causador é Chlamydophila psittaci, uma bactéria gram-negativa, intracelular obrigatória.
• O nome do gênerofoi alterado de Chlamydia para Chlamydophila.
• Uma das diferenças entre as clamídias e as riquétsias, que também são bactérias intracelulares
obrigatórias, é que as:
o Clamídias formam pequenos corpos elementares como parte de seu ciclo de vida;
o Riquétsias, os corpos elementares são resistentes ao estresse ambiental; assim, podem ser
transmissíveis pelo ar e não requerem uma mordedura para transferir o agente infeccioso
diretamente de um hospedeiro para outro.
• A psitacose é uma forma de pneumonia que, em geral, provoca febre, tosse, cefaleia e calafrios;
infecções subclínicas são muito comuns, e o estresse parece aumentar a suscetibilidade à doença;
desorientação ou mesmo delírio, em alguns casos, indicam que o sistema nervoso pode estar
envolvido.
• A doença raramente é transmissível de um ser humano para outro, mas normalmente é
disseminada pelo contato com fezes e outras secreções de aves.
• Um dos modos de transmissão mais comuns:inalação de partículas secas de fezes.
• As aves em si geralmente têm diarreia, penas arrepiadas, doença respiratória e um aspecto
geralmente letárgico.
• Os funcionários de lojas de animais e pessoas envolvidas na criação apresentam um maior risco de
contrair a doença.
• O diagnóstico é feito por meio do isolamento da bactéria em ovos embrionados ou em cultura de
células.
• Testes sorológicos podem, então, ser usados para identificar o organismo isolado.
• Não existe uma vacina disponível, contudo as tetraciclinas são antibióticos efetivos para o
tratamento de seres humanos e animais. A imunidade efetiva não resulta da recuperação, mesmo
quando altos títulos de anticorpo estão presentes no soro.
• -100 mortes anualmente EUA → O principal risco é o diagnóstico tardio.

Pneumonia por clamídia ñ necessário estudar

• Originalmente, o patógeno era considerado uma


linhagem de C. psittaci, mas atualmente recebe o
nome de Chlamydophila pneumoniae e a doença é
conhecida como pneumonia por clamídia.
Clinicamente, ela é semelhante à pneumonia por
micoplasma. (Também existe uma forte evidência da
associação entre C. pneumoniae e aterosclerose, a
deposição de gorduras que obstrui artérias.)
• A doença aparentemente é transmissível de uma
pessoa para outra, provavelmente pela via
respiratória.
• Vários testes sorológicos são úteis no diagnóstico,
porém os resultados são complicados por variações
antigênicas.
• O antibiótico mais efetivo é a tetraciclina.

Febre Q ñ necessário estudar

• Causada pela bactéria parasito intracelular obrigatória, Coxiella burnetii, membro das
gamaproteobactérias.
• Ela tem a capacidade de se multiplicar intracelularmente e é resistente o suficiente para sobreviver à
transmissão pelo ar (a maioria das bactérias intracelulares, como as riquétsias, não são)
• A febre Q apresenta uma ampla variedade de sintomas clínicose 60% dos casos assintomáticos.
• Sintomas febre alta, cefaleia, dores musculares, tosse e uma sensação de indisposição pode persistir
por meses;
• O coração também é envolvido em cerca de 2% dos pacientes agudos e é responsável pelas raras
fatalidades.
• Em casos de febre Q crônica, a manifestação mais conhecida é a endocardite. Um período de 5 a 10
anos pode se passar entre a infecção inicial e o aparecimento de endocardite, e uma vez que esses
pacientes mostram poucos sinais de doença aguda, a associação com a febre Q com frequência é
desconsiderada. A antibioticoterapia e o diagnóstico precoce têm diminuído a taxa de mortalidade
da febre Q crônica para menos de 5%.
• A C. burnetii é um parasito de vários artrópodes, sobretudo os carrapatos do gado, e é transmissível
entre os animais pelas picadas de carrapatos. Os animais infectados incluem gado, cabras e ovelhas,
bem como a maioria dos animais mamíferos domésticos. A infecção em animais geralmente é
subclínica. O carrapato do gado dissemina a doença entre o rebanho leiteiro, e os micróbios são
disseminados nas fezes, no leite e na urina do gado infectado. Uma vez que a doença esteja
estabelecida no rebanho, ela é mantida pela transmissão por aerossóis. A doença é disseminada
para os seres humanos através da ingestão de leite não pasteurizado e pela inalação de aerossóis
contendo micróbios, gerados em celeiros de gado leiteiro, principalmente durante o parto, a partir
de material placentário, o qual contém cerca de 1 bilhão de bactérias por grama.
• A inalação de um único patógeno é suficiente para causar infecção
• Muitos funcionários de fábricas de laticínios, frigoríficos, fábricas de processamento de carne e
curtumes estão sob risco.
• A temperatura de pasteurização do leite, que originalmente visava eliminar os bacilos da TB, foi
ligeiramente elevada, em 1956, para assegurar a eliminação de C. burnetii. Em 1981, foi descoberto
um corpo semelhante a um endósporo, o qual pode ser o responsável por esta resistência ao calor.
Esse corpo de resistência é mais semelhante ao corpo elementar das clamídias que aos endósporos
bacterianos típicos.
• O patógeno pode ser identificado por isolamento e crescimento em ovos embrionados de galinha ou
em cultura de células. Para o teste do soro dos pacientes em laboratório, podem ser usados testes
sorológicos para a identificação de anticorpos específicos anti-Coxiella.
• Uma vacina para pessoas que trabalham em laboratório e outras pessoas sob alto risco está
disponível.
• A doxiciclina tem sido recomendada para o tratamento. O crescimento de C. burnetii no interior de
macrófagos durante a infecção crônica confere à bactéria resistência ao fármaco, a atividade
bactericida pode ser restaurada por meio da combinação de doxiciclina e cloroquina, um
antimalárico. A cloroquina eleva o pH do fagossomo, aumentando a eficiência da doxiciclina.
Doenças Virais do trato respiratório superior
Rinovírus

• Família: Picornavírus;
• Responsável por 60% dos resfriados comuns;
• Genoma de RNA de filamento único, circundado por capsídeo não encapsulado comporto por quatro
proteínas e respondem por mais de 100 sorotipos’
• RVH-A, RVH-B e RVH-C;
• Causa mais comum de infecção no trato respiratório superior;
• Pode estar associado a infecções do trato respiratório inferior (RVH-C): exacerbações da doença
pulmonar crônica, bronquiolite grave em neonatos e pneumonia fatal em idosos e adultos
imunocomprometidos;

Fisiopatologia

• Fenda ou “cânion”: localiza-se na superfície do rinovírus que é inacessível aos anticorpos e não varia
entre os imunótipos e é o suposto local de fixação do vírus as células do hospedeiro;
• Receptor humano do rinovírus: ICAM-1 (CD-54);
• As lesões nas células epiteliais são relativamente leves e mediada por bradicininas, que acarreta
secreção excessiva de muco;
• O rinovírus não causa destruição ou efeito citopático evidente nas células, mas compromete a
barreira epitelial devido a presença de espécies reativas de oxigênio; assim, contribui para a invasão
de outros patogenos respiratórios, levando a complicações secundárias;
• O rinovírus induz resposta de anticorpos IgG e IgA específicos para certo sorotipo; assim sendo, não
há reinfecção pelo mesmo rinovírus;

Transmissão

• Por meio do ar e por contato (mãos; utensílios);


• Pode ficar viável em objetos por até 24 horas;

Sintomas

• Congestão e corrimento nasal;


• Garganta irritada e com dor;
• Espirros;
• Febre não é comum, podendo haver calafrios;
• Pode apresentar também otite média aguda e rinossinusite;
• Apresenta sintomas mais graves, resultando em bronquiolite e pneumonia;
• Diagnóstico laboratorial: isolamento viral, pois multiplica-se com facilidade;

Doenças Virais do trato respiratório inferior


Pneumonia viral

• A pneumonia viral pode ocorrer como uma complicação da gripe, do sarampo ou mesmo da varicela.
Demonstrou-se que uma série de vírus entéricos e outros causam pneumonia viral, porém os vírus
são isolados e identificados em menos de 1% das infecções pneumônicas. Nos casos de pneumonia
para os quais nenhuma causa é determinada, a etiologia viral com frequência é presumida se a
pneumonia por micoplasma foi excluída.
• Nos últimos anos, os coronavírus emergiram como agentes causadores de pneumonia. Em 2003, o
coronavírus associado à síndrome respiratória aguda severa (SARS, de severe acute respiratory
syndrome) emergiu na Ásia e se disseminou para vários países.
• Desde 2004, nenhum caso de SARS foi relatado no mundo. Em 2012, o coronavírus associado à
síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS-CoV, de Middle East respiratory syndrome
coronavirus) foi identificado pela primeira vez na Arábia Saudita e, em seguida, disseminou-se para
diversos outros países.
• A PCR é utilizada para a confirmação de casos de SARS e MERS-CoV.

Vírus sincicial respiratório (RSV)

• Membro do gênero Pneumovirus.


• O RSV é provavelmente a causa mais comum de infecção aguda fatal do trato respiratório em
crianças e bebês
• Ocorrem em torno de 4.500 mortes por RSV a cada ano nos Estados Unidos, principalmente em
lactentes de 2 a 6 meses de idade.
• O vírus também pode causar um tipo de pneumonia potencialmente letal em adultos mais idosos,
indivíduos em que a doença é facilmente identificada incorretamente como gripe (influenza).
• As epidemias ocorrem durante o inverno e no início da primavera. Quase todas as crianças são
infectadas aos dois anos, das quais em torno de 1% requer hospitalização.
• O RSV algumas vezes está envolvido em casos de otite média.
• O nome do vírus é derivado de sua característica de causar fusão celular (formação de sincício)
quando cultivado em cultura de células.
• Os sintomas são tosse e sibilos, que duram mais de uma semana. Há a ocorrência de febre somente
quando existem complicações bacterianas.
• Diversos testes sorológicos rápidos estão disponíveis atualmente, que utilizam amostras de
secreções respiratórias para detectar tanto o vírus quanto seus anticorpos.
• A imunidade naturalmente adquirida é muito fraca. Uma imunoglobulina foi aprovada para proteger
lactentes com problemas pulmonares de alto risco.
• Vacinas protetoras estão sendo testadas clinicamente.
• Para a quimioterapia em situações de risco à vida, quando o custo é justificado, a gravidade dos
sintomas muitas vezes pode ser reduzida por meio do fármaco antiviral ribavirina, administrado por
aerossol.
• O mais recente tratamento aprovado, normalmente reservado aos pacientes de alto risco, é o
anticorpo monoclonal humanizado palivizumab (Synagis).

Influenza (gripe)

• Pertencem à família Orthomyxoviridae e possuem genoma de RNA segmentado;


• Há três tipos de vírus da influenza: A, B e C;
• Subtipos do vírus da Influenza A (H1N1 e H3N2);
• O vírus H3N2 vem sofrendo alterações antigênicas importantes, durante uma mesma temporada de
gripe;

Classificação

• Os vírus da influenza do tipo A são classificados em subtipos : hemaglutinina (HA ) e neuraminidase


(NA);
• 18 subtipos de HA e 11 de NA;

Mutações

• Antigenic drift ou variação antigênica;


• Antigenic shift ou rearranjo antigênico;

Epidemiologia

• As epidemias anuais, resulta em 1 bilhão de casos de Influenza no mundo, resultando em torno de 3


a 5 milhões de casos graves e aproximadamente 250.000 a 500.000 mortes;
• Todo ano, no Brasil, ocorre uma epidemia de gripe sazonal; Tipo B
• Em 2009, um novo vírus da Influenza A (novo subtipo H1N1), originado no México, se espalhou
rapidamente pelo mundo. Ficou conhecido o vírus Influenza pandêmico H1N1 2009;
Transmissão e controle

• A transmissão ocorre por contato direto ou indireto;


• O período de incubação da Influenza dura de 1 a 4 dias;
• O período de transmissibilidade é de 1 dia antes do início dos sintomas e até 7 dias após o início dos
sintomas;
• Após duas a três semanas da vacinação começa a produção de anticorpos contra a Influenza com
uma eficácia de 50-85%

Infecções Fúngicas do trato respiratório


Aspergilus

• O Aspergillus é um fungo ubíquo que causa alergias (pulmão de cervejeiro), em pessoas de outro
modo normais, e sinusite, pneumonia e fungemia sérias em pessoas neutropênicas → Contagem
anormalmente baixa de um tipo de glóbulos brancos (neutrófilos).
• As espécies de Aspergillus secretam três toxinas que podem ser importantes nas doenças humanas;
• O carcinógeno aflatoxina é produzido por espécies de Aspergillus que crescem na superfície de
amendoins e pode ser uma causa importante de câncer hepático, observado principalmente na
África;
• A restrictocina e mitogilina são ribotoxinas que inibem a síntese de proteínas pelas células do
hospedeiro por meio da degradação de RNAm;
• A sensibilização aos esporos de Aspergillus produz uma alveolite alérgica por indução de reações de
hipersensibilidade tipos III e IV;
• A aspergilose broncopulmonar alérgica, que está associada à hipersensibilidade originária de
colonização superficial da mucosa brônquica e, com frequência, ocorre em pacientes asmáticos,
pode acarretar, mais tarde, doença pulmonar obstrutiva crônica;
• A aspergilose colonizadora (aspergilomas) significa o crescimento do fungo em cavidades
pulmonares com invasão mínima ou inexistente dos tecidos;
• Os pacientes com aspergilomas apresentam, em geral, hemoptise recorrente;
• A aspergilose invasiva é uma infecção oportunista confinada a hospedeiros imunossuprimidos e
debilitados;
• As lesões pulmonares assumem a forma de pneumonia necrosante com focos cinzentos,
arredondados e bem delineados e bordas hemorrágicas, muitas vezes chamadas de lesões em alvo;

Galactomanana
Sintomas

• Febre acima de 38˚C; Tosse com sangue ou catarro; Sensação de falta de ar; Coriza e dificuldade para
sentir cheiros;

Pbmicose (Paracoccidioides brasiliensis)

• Agente causador: Paracoccidioides brasiliensis;


• Forma de contaminação: habita o solo de áreas endêmicas. Sob temperatura de 35-37ºC assume a
forma leveduriforme e corresponde à forma parasitária no tecido do hospedeiro;
• Inalação de conídios (esporos produzidos pela forma miceloide dos fungos);

Fisiopatogenia

• Estes esporos convertem-se em leveduras invasivas nos pulmões, assumindo-se que sua
disseminação ocorra por via linfo - hematogênica;
• Chegam à via aérea inferior, onde há formação de um complexo primário, com possível
disseminação do fungo por via linfática e hematogênica para outros órgãos, na dependência da
quantidade de inóculos, da patogenicidade e da virulência do fungo, assim como da integridade do
sistema de defesa e de possíveis fatores genéticos;

Sintomas
Diagnóstido diferencial para TB
• As infecções aparentes são, em geral, crônicas e progressivas, mas comumente não são fatais;
• Existem 3 padrões:
o Mucocutâneas: as infecções muito frequentemente envolvem a face, em especial as bordas
mucocutâneas do nariz e da cavidade oral. Linfonodos regionais aumentam de tamanho,
tornam-se necróticos e drenam material necrótico através da pele;
o Linfáticas: ocorre aumento indolor de linfonodos cervicais, supraclaviculares ou axilares;
o Viscerais: caracterizadas por lesões focais que causam aumento, de fígado, baço e
linfonodos abdominais, algumas vezes com dor abdominal concomitante;
• As infecções podem ser mistas, envolvendo combinações dos três padrões;

Histoplasmose

• Agente causador: Histoplasma capsulatum;


• Forma de contaminação: Partículas de excretas de morcegos e pássaros contaminadas por esporos
do fungo;
Fisiopatogenia

• O fungo se multiplica dentro de macrófagos não estimulados e lisam as células do hospedeiro;


• Infecção controlada por células T auxiliares que reconhecem os antígenos da parede celular fúngica;
• Células T secretam interferon-Y que estimula os macrófagos a destruírem o fungo;
• O Histoplasma induz a secreção de FNT-alfa pelos macrófagos que estimula a destruição do
Histoplasma;
• Pacientes imunossuprimidos podem sofrer contaminação disseminada;
• Produção de granulomas que sofrem necrose coagulativa e geram áreas de consolidação;
• Essas áreas também sofrem liquefação, formando cavidades;
• Essas lesões formam fibrose calcificação;

Sintomas

• Febre; Calafrios; Cefaleia; Mialgias; Tosse; Dispneia; Dor torácica;


• Sintomas similares a tuberculose;
• Diagnóstico microscópico
• Encontro do fungo em secreções e/ou tecidos e nas reações sorológicos específicas;
• Biópsia: pulmão, linfonodos e medula óssea em pacientes com a doença disseminada;

Estudar/ pesquisar dímero D

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