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Tuberculose

Profa. Marina Mariko Sugui


UFMT - Enfermagem
4º. semestre
• É uma doença contagiosa crônica no qual os pulmões são o
alvo primário, embora qualquer órgão possa ser infectado.

 Mycobacterium tuberculosis hominis (bacilos de Koch):


bacilo imóvel, em forma de grupo de contas, delgado, ácido
resistente e aeróbio obrigatório.

granuloma esférico com necrose caseosa central

OBS: M. tuberculosis bovis (tuberculose bovina): leite infectado


Grupos de Mycobacterium tuberculosis
 Epidemiologia

• Maior causa de morte por um único organismo infeccioso


(doença bacteriana) em todo mundo;
• 8.000.000 novos casos/ano e 2.000.000 óbitos/ano;
• No Brasil: 124.000 casos novos/ano;
• ↑ risco de infecção para pessoas infectadas por HIV,
população de rua, pessoas subnutridas (áreas empobrecidas)
e imigrantes de região onde a doença é endêmica;
• Diferenças raciais e étnicas;
• > frequência entre idosos: reativação de infecção adquirida
anteriormente durante a vida.
 Transmissão

• Infecção transportada pelo ar, disseminada por partículas


diminutas invisíveis, presentes nas secreções respiratórias das
pessoas com tuberculose ativa núcleos de gotículas.
Tossir, espirrar e falar cria gotículas respiratórias, as quais
evaporam, deixando os organismos em suspensão no ar e
são circulados por correntes de ar.

Viver em condições aglomeradas e confinadas aumenta o


risco de disseminação da doença
• Tuberculose bovina: leite de vacas infectadas, afeta
inicialmente o trato gastrointestinal (erradicada devido a
pasteurização e inspeção do rebanho).
 Patogenia

• Idade, condições imunológicas da pessoa infectada e carga


total de microorganismos.

Alguns pacientes exibem apenas uma infecção indolente


(assintomática), em outros a tuberculose evolui até doença
destrutiva disseminada. Muitas pessoas encontram-se
infectadas pelo M. tuberculosis e não desenvolvem sintomas
clínicos.

 infecção tuberculosa: crescimento do microrganismo,


produzindo doença sintomática ou não.
 tuberculose ativa: subconjunto de infecções tuberculosas
manifestadas por doença sintomática destrutiva.
 Estágios da Tuberculose

• Tuberculose primária: ocorre na primeira exposição ao


microorganismo e pode seguir um curso indolente ou
agressivo. Pessoa que não teve contato prévio ou resposta
imunológica, desenvolve-se em menos de 10% dos adultos
normais infectados, com maior frequência em crianças e em
pacientes imunossuprimidos.

• Tuberculose secundária: refere-se a doença que se desenvolve


após a infecção primária (reativação da infecção primária).
Resulta da reativação de bacilos endógenos latentes ou de
reinfecção com bacilos exógenos

• Tuberculose miliar: infecção em localizações disseminadas que


produzem lesões nodulares amarelas, pequenas e múltiplas em
vários órgãos.
Tuberculose Primária

• Patogenia:

M. tuberculosis inalados são depositados nos alvéolos

Fagocitados por macrófagos (proliferação)

degradação de micobactérias por macrófagos


(apresentação de Ags para linfócitos T)

Respostas imunológicas de hipersensibilidade e celular

Reação granulomatosa intensa e necrose caseosa


• Patologia

 Foco de Ghon: lesão granulomatosa circunscrita, branco-


acinzentada que contém o bacilo da tuberculose,
macrófagos modificados e outras células imunes.

Parte central do foco apresenta necrose caseosa

Complexo de Ghon: foco de Ghon periférico e linfonodos


mediastínicos ou hilares.

 Tecido cicatricial: lesão primária encapsulada (número de


organismos inalados é pequeno e a resistência do corpo
adequada) calcificação (radiografia).
Granuloma calcificado no pulmão
Granuloma Tuberculoso
Tuberculose primária
Tuberculose primária
Tuberculose Miliar
Tuberculose miliar
• Manifestações Clínicas:

 Tuberculose primária: geralmente assintomática;


 Doença primária progressiva: sintomas insidiosos e
inespecíficos (febre, perda de peso, fadiga e suores noturno)
ou súbito (febre alta, pleurisia, derrame pleural e linfadenite)
 Doença pulmonar ativa: tosse inicialmente seca, mas se
torna produtiva, com escarro purulento e as vezes rajado de
sangue;

 Tuberculose disseminada:
sintomas específicos variam de
acordo com os órgãos afetados.
Tuberculose Primária

Bacilo da tuberculose evoca resposta inflamatória crônica


típica, inflamação granulomatosa.

Imunidade celular mediada e reações de hipersensibilidade

Evolução da doença

Infecção primária ou reativa


Tuberculose Secundária

Representa a reativação de tuberculose pulmonar primária


ou de uma nova infecção em hospedeiro previamente
sensibilizado.

 classicamente localizada no ápice dos lóbulos superiores


de um ou ambos os pulmões (↑ tensão do O2);

 hipersensibilidade: bacilos produzem uma resposta


tecidual (isolação do foco de infecção);
 cavitação (fonte de infecção): disseminação da
micobactéria na direção das vias aéreas;
• Patologia

 resposta imune celular após um intervalo latente


(granulomas e necrose tissular);
 lesão mal definida, fibrótica e difusa, que exibe áreas
focais de necrose de caseosa.

Cavidade tuberculosa: 3 a 10 cm de diâmetro, situada nos


ápices dos lobos superiores. A parede compõe-se de uma
membrana interna delgada, cinza, que compreende nódulos
necróticos moles, uma zona média de tecido de granulação e
uma borda colagenosa externa. A luz é preenchida por material
caseoso contendo o bacilo.

Focos cicatrizam-se e calcificam


Tuberculose cavitária
• Complicações das lesões pulmonares da tuberculose
secundária

 cicatrização e calcificação;
 disseminação para outras áreas;
 fibrose pleural e aderências;
 ruptura de uma lesão caseosa, liberando bacilos para a
cavidade pleural;
 erosão para o brônquio;
 implantação dos bacilos na laringe (rouquidão e dor);
 disseminação de bacilos pelo corpo (tuberculose miliar).
Tuberculose pulmonar secundária
• Manifestações clínicas
 tuberculose secundária localizada: assintomático;

 sintomas sistêmicos: tosse, indisposição, anorexia, perda de


peso, febre e transpiração noturna (relacionados as citocinas
liberadas pelos macrófagos ativados );

 escarro: mucóide e depois purulento;

 hemoptise:

 dor pleurítica: infecção às superfícies


pleurais.
 Diagnóstico

• Testes cutâneos à tuberculina e estudos radiográficos do


tórax.

Teste de Mantoux: injeção intradérmica de tuberculina


(derivado protéico purificado padrão). Mede-se o diâmetro
transverso no local do teste após 48 a 72 horas.
 reação de 5mm ou mais: positivo em pessoas com HIV ou em
alto risco de infecção;
 elevação de 10mm ou mais: pessoas não imunossuprimidas, mas
pertencem a grupos de risco;
 induração de 15mm: pessoas que não pertencem a qualquer um
desse grupos.
• pesquisas de bacilos álcool-acido-resistente (B.A.A.R) e
cultura dos escarro de pacientes suspeitos.
Teste cutâneo de tuberculina ou Teste de Mantoux
 Tratamento

• terapia antimicobacteriana da tuberculose: isoniazida (INH),


rifampicina, pirazinamida, etambutol e estreptomicina.

Tuberculose ativa exige o uso de múltiplas drogas:


quimioterapia é necessária por um período relativamente
longo.

Bacilo apresenta elevada freqüência de mutações e tende


adquirir resistência a qualquer droga
• vacina do bacilo de Calmette-Guérin (BCG): cepa atenuada de
M. tuberculosis bovis, usada na prevenção da tuberculose.
História natural e espectro da tuberculose
O tratamento da tuberculose está disponível
gratuitamente nos postos de saúde.

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