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Tuberculose

APG 16

CONCEITO
Pode infectar qualquer órgão, porém
Doença infecciosa causada pela costuma afetar o pulmão, uma vez que
micobactéria Mycobacterium tuberculosis. proliferam em ambientes ricos em o2
(aeróbios estritos)
AGENTE ETIOLÓGICO
↳ Tendência nos lobos superiores e
partes mais altas dos lobos
inferiores, onde a ventilação e
conc. de o2 é maior

Outros tipos de M. tuberculosis


M. avium-intracellulare (complexo
MAI)
Características: M. tuberculosis hominis (mais
virulenta em humanos)
↳ bactérias aeróbias (proliferam na
presença de oxigênio) de crescimento
lento (metabolismo voltado para a
formação da capsula) Disseminado pelo ar em partículas
(núcleos goticulares ou gotículas de
↳ morfologia: com forma de bastonetes
Flügge) acumuladas nas secreções
finos, são células alongadas
respiratórias de infectados em atividade
↳ parede celular única e complexa,
devido a presença de lipídeos que ↳ Evaporam e permanecem
interferem no processo de fixação do suspensos no ar, sendo
corante na parede, necessitando de transportados pelas correntes, ou
outros meios de coloração, como a seja, aglomeração e confinação
coloração de Ziehl-Neelsen – aumentam seu risco de contágio
aparência típica corada em vermelho.
↳ não formam esporos (estruturas de
resistência) pois conseguem EPIDEMIOLOGIA
sobreviver devido sua parede rica em
lipídeos como o: Em todo o mundo, a tuberculose (TB) é a
✸ Ácido micólico -> dificulta a principal causa de mortes por um único
estrada de agentes microbianos agente infeccioso.
hidrofílicos, dificultando a
Foi causa de 50% de todas as mortes
fagocitose
durante o século XIX e início do XX.
Estima-se 9 milhões de casos/ano
Historicamente associada a pobreza, Foco de Ghon -> bacilos+macrófagos+cel
condições de vida como saneamento e
alimentação. Quantidade alta -> reação de
hipersensibilidade produz necrose
Voltou a ser interesse mundial devido caseosa macia
associação com AIDS.
A presença das células inflamatórias resulta
Estima-se, por exemplo, que o tempo de na liberação de enzimas que podem causar
exposição necessário para uma infecção lesão tecidual e necrose.
bem-sucedida seja entre 100 e 200
horas, dependendo da intensidade e da
proximidade do contato.
Nódulo de Ghon: nódulo pulm. calcificado
Calcula-se que durante um ano, em uma Linfonodos hilares/mediastinal calficado
comunidade, uma fonte de infecção
poderá infectar em média até 15 pessoas = Complexo de Ranke

FISIOPATOLOGIA

Barreiras mecânicas:
Pelos nasais, a angulação das vias
aéreas, o turbilhonamento aéreo, a
secreção traqueobrônquica e
principalmente o cleareance muco-ciliar

Primeira exposição:
1. Inalação dos núcleos goticulares e
posterior deposição nos alvéolos
2. Reação imune de fagocitose pelos
macrófagos alveolares
3. Resistência à fagocitose (lipídeos da
parede impedem a fusão dos
fagossomos e lisossomos)
4. Bacilos da tuberculose se multiplicam
5. Macrófagos infectados as decompõem
e apresentam ao linf. T
6. Linfócito T sensibilizado estimula os
macrófagos a aumentarem sua conc.
de enzimas líticas
7. Enzimas também destroem os tecidos
adjacentes
8. Resposta imune resulta na formação
de lesão granulomatosa (foco de
Ghon)
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS acometidos demoram uma média de 3
meses*
Tuberculose primária: forma da doença
*Tosse seca, evoluindo para produtiva com
que ocorre em indivíduos não expectoração mucosa ou purulenta,
sensibilizados anteriormente. geralmente em pequena quantidade, e
ocasionalmente associada à hemoptise
↳ Em consequência da inalação
de núcleos goticulares

Latente: a infecção primária não causa Atelectasias, grandes cavitações, o


sintomas e a bactéria permanece dentro padrão miliar, as lesões de grande
do granuloma, sem se multiplicar. acometimento inflamatório agudo, o
desenvolvimento de pneumotórax,
↳ Esse estado de infecção derrame pleural, e as lesões avançadas
silenciosa é chamado de da doença, em consequência ao padrão
latência, e pode durar anos, fibrótico restritivo estabelecido,
décadas ou até a vida toda. estabelecem a dispneia como
Não transmissível. manifestação importante do quadro.

Reativação: Em algumas situações,


como queda na imunidade ou doenças
que afetam o sistema imunológico, a M. EXAMES COMPLEMENTARES
tuberculosis pode se reativar e sair do
granuloma, causando uma nova fase de
Os exames utilizados na investigação
multiplicação e invasão dos tecidos
diagnóstica da tuberculose podem ser:
pulmonares.
bacteriológicos, bioquímicos, citológicos,
Quadro clínico: sintomatologia indolente, radiológicos, histopatológicos,
de intensidade crescente, com períodos imunológicos e àqueles baseados na
de remissão e bem estar. biologia molecular.

Pode ocasionar a demorar na procura por


assistência médica – 66% dos
DIAGNÓSTICO

Os métodos de triagem usados mais


Sintomatologia: comumente para diagnosticar tuberculose
pulmonar são intradermorreação à
✸ Tosse tuberculina e radiografias do tórax.
✸ Hemoptise
✸ Dispneia ✸ Intradermorreação com
✸ Dor torácica tuberculina: significa que já houve
✸ Rouquidão contato/ exposição com a bactéria
✸ Febre
✸ Sudorese
✸ Perda ponderal
215, 2016. Disponível em:
https://periodicos.pucpr.br/index.php/cienc
História clínica: imedbiol/article/view/17656. Acesso em:
10 abr. 2023.
✸ Contato com alguém com
tuberculose PORTH, C. M. Fisiopatologia: Conceitos e
✸ Presença de fatores de risco Aplicações. 2. ed. Rio de Janeiro:
✸ Sinais e sintomas sugestivos Guanabara Koogan, 2009.
✸ Histórico de tratamento anterior

Exame bacteriológico

✸ Baciloscopia direta do escarro

Exame radiológico

Achados:

↳ Consolidação lobar ou segmentar


com linfoadenomegalia hilar
↳ Complexo de Ranke (nódulo de
ghon+calcificação de linfonodo
hilar)
↳ Derrame pleural
↳ Cavitações

TRATAMENTO

O tratamento da tuberculose é realizado


com a combinação de antibióticos
específicos, com o objetivo de erradicar a
infecção bacteriana.

Os fármacos principais usados para tratar


TB são INH, rifampicina, pirazinamida
(PZA), etambutol e estreptomicina.

REFERÊNCIAS:

SILVA, J. C.; MENDONÇA, V. C.;


BARROS, E. B.; et al. Tuberculose:
revisão de literatura. Revista de Ciências
Médicas e Biológicas, v. 15, n. 2, p. 209-

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