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Felipe D Rodrigues

TB
 Causada principalmente pela Mycobacterium
tuberculosis

 Tuberculose é uma doença infectocontagiosa que  família das micobactérias


pode ser causada por qualquer uma das 7 espécies  bacilos discretamente curvos
do complexo Mycobacterium tuberculosis
 parede celular com lipídios de alto peso
 A principal é a M. tuberculosis  molecular – ácido micólico
preferência pelo parênquima pulmonar;
transmissão por partículas de aerossol  identificadas pelo método Bacilo Álcool-Ácido
produzidas pela tosse, espirro ou fala Resistente (BAAR)
 No meio rural, o principal agente etiológico
é o M. bovis  adquirido pela ingestão de
leite ou derivados não pasteurizados
produzidos a partir de gado contaminado 
maior frequência de manifestações
extrapulmonares

EPIDEMIOLOGIA
 O Brasil pertence ao grupo de 30 países definido
pela OMS como prioritário para o controle da TB
 Países com 90% da carga global da doença
 BR  71 mil casos novos por ano, com pouco
mais de 4 mil óbitos
 Cerca de 10% dos casos novos apresentam  M. tuberculosis é um agente patogênico, que vive
coinfecção pelo HIV do parasitismo de seu único reservatório  o ser
humano
 O grupo mais afetado pela TB no Brasil é o dos
negros (pretos e pardos)  mais da metade dos  Por ser estritamente aeróbio, procura
casos novos microambientes com altas tensões de O2, como
os ápices pulmonares
 Subconjunto de alto risco  presidiários
 Coeficiente de incidência 28x maior que o  De todos os infectados, somente cerca de 5-10%
da população geral adoecem, com muitos se tornando fontes de
infecção.
 Em nível mundial, a maioria dos casos novos
 Adultos com forma cavitaria/bacilífera
ocorre na Ásia (55%) e na África (33%)
pulmonar
 Menor o percentual das Américas (3%),
 Cada indivíduo bacilífero infecta cerca de
inclusive menor que o da Europa (5%).
10-15 pessoas por ano
 Os casos novos coinfectados pelo HIV somam
15% do total mundial, e cerca de 80% destes TRANSMISSÃO E INFECTIVIDADE
ocorrem na África
 A fala, o espirro e, principalmente, a tosse de um
 Para que a cadeia de transmissão da TB seja
doente com tuberculose pulmonar bacilífera
efetivamente quebrada, a OMS recomenda que o
lançam no ar gotículas contaminadas de tamanhos
percentual de cura em cada país seja de no
variados  gotículas de Flügge
mínimo 85%, com taxas de abandono inferiores
a 5%.  Somente as gotículas desidratadas, com pequeno
 Brasil possui taxa média de cura de 74,5% diâmetro, contendo um a dois bacilos em
com 10,8% de abandono suspensão, conseguem atingir bronquíolos e
alvéolos e iniciar infecção  núcleos de Wells

AGENTE ETIOLÓGICO
Felipe D Rodrigues

CHANCE DE INFECÇÃO
 Chance de infecção após contato com paciente
bacilífero depende:
 Concentração de bacilos expelidos pelo
paciente tuberculoso
 Intensidade e frequência do contato
 Condições ambientais
 Resistência natural do indivíduo
INSTALAÇÃO DA PRIMOINFECÇÃO
ELIMINAÇÃO DE BACILOS PELA FONTE
 Primoinfecção  eventos decorrentes do primeiro
 A maioria dos indivíduos infectados pelo BK não contato com o agente infeccioso
é bacilífera
 no BRASIL, a primo-infecção é mais comum na
 Só os que desenvolvem tuberculose doença infância e na adolescência, mas pode acontecer
podem eliminar bacilos e transmitir em qualquer idade
 Ainda dos que adoecem, nem todos eliminar  Ao alcançar o espaço alveolar, o bacilo da
bacilos tuberculose é inicialmente fagocitado por
macrófagos locais
 Multibacilíferos – representados principalmente
pelas formas pulmonar cavitaria e laríngea da  Esses fagócitos são incapazes de destruir ou
doença – são definidos pela presença de BAAR mesmo inativar o bacilo, que então se
positivo  transmitem tuberculose! prolifera livremente em seu interior
 Paucibacilíferos – geralmente as formas não  Após acumular um grande número de bacilos, a
cavitarias – definidos pelo BAAR negativo, mas célula se rompe e morre, liberando-os para
com cultura ou teste rápido molecular (TRM-TB) infectar outros macrófagos
positivos  só 5% de chance de transmitir
 Neste momento, novos fagócitos são atraídos
 Não bacilíferos – formas extrapulmonares de para o local, desenvolvendo-se um pequeno foco
tuberculose pneumônico
 Número de bacilos pode ultrapassar 100 mil
INTENSIDADE E FREQUÊNCIA DE
CONTATO  Os bacilos são drenados para linfonodos hilares
e mediastinais  continuam se proliferando em
 estima-se que na prática pelo menos 20-200 interior de macrófagos  em seguida atingem
bacilos sejam necessários para desencadear corrente sanguínea  vão para diversos órgãos
infecção e sistemas, nos quais também se proliferam
 contatos esporádicos raramente são infectados , já  Proliferação bacilar alta, visto que imunidade
a chance de transmissão em contatos domiciliares específica ainda não se instalou
beira os 30-50%
SURGIMENTO DA IMUNIDADE
FATORES AMBIENTAIS
 Após 2-10 semanas, a imunidade celular
 as partículas infectantes podem ficar dispersas no específica se desenvolve plenamente, permitindo
ar por algumas horas, mas são rapidamente uma defesa eficaz contra o M. tuberculosis.
“diluídas” se estiverem em ambientes ao ar livre
 Os CD4 específicos contra os antígenos bacilares
 costumam ser inativadas pela luz se proliferam ativam macrófagos pela liberação
ultravioleta solar de interleucinas (IL-2)
 já em ambiente confinado e pouco iluminado,  Os macrófagos aumentam seu citoplasma,
risco >80% alguns ganhando aspecto semelhante ao das células
epiteliais (“células epitelioides”), além de
PATOGÊNESE multiplicar sua capacidade bactericida
Felipe D Rodrigues
 Estas células então se acumulam em volta  Quando a carga de bacilos é muito grande, a
do foco de infecção primária e nos focos de resposta imunológica tende a ser exacerbada,
disseminação linfonodal e hematogênica formando focos maiores de granuloma caseoso
 Em 95% dos casos, a infecção tuberculosa  Em alguns pacientes as células do
será efetivamente controlada em todos granuloma conseguem conter o processo 
esses focos, permanecendo o paciente foco “regressivo”
absolutamente assintomático
 Mas em outros, elas apenas tentam sem de
 A reunião de macrófagos circundados por um fato conseguir  progressão da lesão
infiltrado de linfócitos compõe o granuloma – inflamatória e formação dos focos
hipersensibilidade IV
 Pode conter no seu interior as células
gigantes de Langerhans  fusão de vários
macrófagos ativados
 no centro da reação granulomatosa surge
uma área de necrose “sólida” do tipo
caseosa  granuloma caseoso

“progressivos”
 um pequeno número de bacilos permanece
latente (inativos, porém viáveis) no interior  No cáseo os bacilos se proliferam com muita
desses granulomas dificuldade, devido à baixa tensão de O2 e pH
 um ou mais desses focos podem ser ácido  se ele for mantido, maior chance do
reativados no futuro, determinando uma processo estabilizar
nova proliferação de bacilos e tuberculose  Liquefação da necrose caseosa  liberação
pós-primária excessiva de enzimas destrutivas pelos
 O foco granulomatoso pulmonar onde tudo macrófagos ativados que circundam o foco
começou é chamado de “foco primário” ou caseoso
nódulo de Ghon  Os produtos da degradação do cáseo
 Geralmente único e localizado no terço aumentam a osmolaridade local  puxa
médio (lobo médio, língula, parte inf. do água  transforma o material em um
lobo sup. Ou parte sup. Do lobo inf.) excelente meio de cultura  bacilo pode se
proliferar em ambiente extracelular
 É comum a calcificação homogênea desse
nódulo após cicatrização  Se a lesão atinge um brônquio, erodindo sua
parede e permitindo contato com ambiente rico
MECANISMO DA DOENÇA em O2, a proliferação bacilar se exacerba ainda
mais
 O desenvolvimento da tuberculose-doença vai
depender da “guerra entre bacilo e hospedeiro”  Surge então a caverna tuberculosa  ambiente
propício para acúmulo de muito bacilo de Koch
 A lesão tecidual é decorrente da resposta
imune do hospedeiro  O material liquefeito é despejado na árvore
brônquica, levando à disseminação
endobrônquica da tuberculose, além de ser
expelido ao meio externo
Felipe D Rodrigues

PATOLOGIA TB PRIMÁRIA TÍPICA

 Existem três tipos de lesão parenquimatosa na  Forma mais comum nas crianças entre 2-12 anos
tuberculose: cuja resposta imunológica dos linfonodos hilares e
mediastinais é exacerbada
 (1) proliferativa, (2) exsudativa, (3) mista
 Geralmente há uma grande adenomegalia hilar
 Lesão proliferativa e/ou mediastinal  pode levar à compressão
brônquica  atelectasia
 Há a formação de granulomas caseosos
bem formados – tubérculos – que  A ruptura do foco caseoso para o brônquio resulta
desenvolvem cápsula fibrosa em pneumonia tuberculosa
 A infecção fica contida dentro desses focos
inflamatórios TB PRIMÁRIA PROGRESSIVA
 Lesão exsudativa  pneumonia tuberculosa  Ocorre em pacientes que se infectam com um
grande inóculo de bacilos, ou quando as defesas
 os alvéolos são preenchidos por macrófagos imunológicas estão deprimidas
e neutrófilos, entremeados à necrose caseosa
 o foco primário evolui para uma grande área de
 A resposta exsudativa costuma ocorrer nos
inflamação granulomatosa e exsudativa 
focos de disseminação broncogênica
pneumonia tuberculosa
 A confluência dessas áreas pode levar à
 o local mais comum dessa pneumonia é no
formação de grandes focos caseosos que se
terço médio do pulmão
liquefazem e viram novas “cavernas”.
 Podem surgir grandes focos caseosos locais que, ao
 Pequenos inóculos formam lesões proliferativas,
se liquefazerem, transformam-se em “cavernas” e
enquanto grandes inóculos geram lesões
disseminam a doença para outros lobos pulmonares
exsudativas
 Mas comumente há a presença dos dois tipos de TB MILAR
lesão no mesmo paciente  lesão do tipo misto
 Esta forma é mais comum em crianças menores
de dois anos e não vacinadas com BCG, ou então
SÍNDROMES DA TUBERCULOSE em pacientes com imunodepressão moderada a
grave
 A doença tuberculosa se desenvolve em apenas
10% dos indivíduos infectados  Normalmente, os focos primário e da proliferação
linfo-hematogênica são contidos quando há a
 Em 5% dos casos a primo-infecção evolui instalação da imunidade e permanecem latentes
diretamente para a doença  tuberculose
primária  Nessa forma, os focos não são contidos e evoluem
com progressão da lesão e grande proliferação
 Ocorre dentro dos primeiros 3 anos de
bacilar
infecção
 O interstício pulmonar e meninges são os tecidos
 Nos outros 5% a doença desenvolve-se após 3
mais afetados, mas a doença também está presente
anos da primo-infecção (décadas depois) 
no sistema reticuloendotelial (fígado, baço,
tuberculose pós-primária
linfonodos,medula óssea, etc.)
 Pode ser decorrente da reativação de um
foco latente da primo-infecção ou por uma  Milar  aspecto macroscópico multinodular
reinfecção (nova inalação de bacilos) pulmonar

 Tuberculose primária  forma clássica em


crianças pequenas
 Tuberculose pós-primária  ocorre quase que
exclusivamente em pessoas com mais de 15 anos
de idade

TUBERCULOSE PRIMÁRIA
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 podem apresentar quadro
oligossintomático/assintomático  grande
infectantes da comunidade!
 A faixa etária entre 15-30 anos é a mais propensa a
este tipo de tuberculose pulmonar

CASOS ESPECIAIS
 Idoso
 frequentemente apresentam uma forma
semelhante à tuberculose primária
progressiva, com infiltrados pneumônicos
predominando nos lobos médio e inferior
 AIDS
TB PÓS-  Possui espectro amplo, bastante dependente
PRIMÁRIA do grau de imunodepressão
 CD4 entre 350-500  padrão cavitário,
 Se desenvolve em paciente infectados a mais de 3 igual a TB pós-primária no adulto
anos
 CD4 abaixo de 350  tendência exsudativa
 Pode ocorrer por:
 Imunodepressão extrema  reação
 Reativação de um foco latente inflamatória inespecífica, com neutrófilos,
linfócitos e macrófagos junto com muitos
 Reinfecção – inalação de novos bacilos
bacilos  lesão tuberculosa não reativa
 Os focos intersticiais (focos de Simon) que se  São mais propensos a TB milar
disseminaram pelo parênquima pulmonar durante a
primo infecção contêm o bacilo na forma latente
PROVA TUBERCULÍNICA (PT) OU
 por mecanismos como a queda (mesmo que sutil) PPD
da imunidade, os bacilos são novamente
reativados e voltam a se proliferar nos macrófagos  identifica os indivíduos infectados pelo bacilo de
 Os segmentos posteriores dos lobos superiores e Koch, seja “infecção latente” (ILTB) ou “infecção
o segmento superior dos lobos inferiores doença” (TB).
(segmento 6) são os mais acometidos por motivos  O PPD (tuberculina) contém os principais
como: antígenos do M. tuberculosis
 Maior tensão de O2 nos alvéolos da porção  após 2-10 semanas, surge uma memória
superior imunológica pela seleção de linfócitos T helper
 Menor drenagem linfática desses segmentos (CD4+) específicos contra o BK

 a reinfecção após inalação de nova carga de bacilos  a partir desse momento, ao injetarmos o PPD na
determina uma doença com as mesmas derme do paciente, surge uma lesão indurada e
características da reativação eritematosa cerca de 48-72hapós a injeção 
hipersensibilidade tipo IV
 Como a “memória imunológica” já está
desenvolvida, a reação granulomatosa se instala
rapidamente, juntamente com áreas de necrose
caseosa
 é muito comum a formação de um grande foco
caseoso que evolui com liquefação e eliminação
do material na árvore brônquica, acarretando:
 surgimento da caverna tuberculosa
 disseminação broncogênica
 transmissão da infecção
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 A prova tuberculínica é feita com a administração  Achados radiológicos extremamente sugestivos
intradérmica de 2 UT (“Unidades Tuberculínicas”)
 Adenopatia hilar e/ou mediastinal ipsilateral
no 1/3 médio da face anterior do antebraço
ao foco primário
esquerdo
 Foco localizado mais
 equivalente a 0,1 ml da solução padrão
comumente no lobo
utilizada no Brasil (PPD-RT 23).
médio
 A leitura é feita 48-72h após (podendo estender  No local do foco, o RX
o prazo até 96h, caso o paciente não compareça mostra um pequeno
na data marcada), medindo-se o tamanho da infiltrado, que pode ser
induração, e não do eritema nodular  nódulo de
 o ponto de corte para a interpretação do teste Ghon
varia em função da população estudada e seu  achados radiológicos
respectivo risco de adoecimento tendem a desaparecer ao
 vacinação recente por BCG pode gerar falso- longo de 6 meses a 1 ano,
positivo mesmo sem tratamento específico

 principalmente se administrada após 1 ano de  foco primário pode deixar um nódulo


vida pequeno calcificado  tuberculoma

APRESENTAÇÃO COMPLICAÇÕES
CLINICORRADIOLÓGICA  Atelectasia  devido à compressão de um
brônquio pela adenopatia hilar
 classificadas em:
 Pneumonia tuberculosa  ruptura de um
 (1) tuberculose primária; (2) tuberculose pós- linfonodo infectado para dentro de um
primária; (3) tuberculose primária do adulto; brônquio
(4) tuberculose na aids
 Evolução para a forma linfo-hematogênica
TUBERCULOSE PULMONAR (miliar)  mais comum em crianças < 2 anos
PRIMÁRIA não vacinadas pelo BCG;
 Tuberculose primária progressiva  ocorre
 Paciente se infectou a menos de 3 anos; quase
principalmente nas crianças desnutridas e nos
sempre autolimitada; crianças
indivíduos HIV positivos
 Encontrada principalmente nas crianças recém-  foco primário evolui para um infiltrado
infectadas, predominando nas com < 4 anos progressivamente maior, capaz de cavitar e
 Esse grupo possui forte predisposição a disseminar o bacilo para outros segmentos
adenopatia hilar e mediastinal pulmonares

 Sintomas aparecem logo após a viragem


tuberculínica  entre 2-10 semanas da primo-
infecção
 Quadro clínico semelhante a uma pneumonia
atípica
 Febre baixa (38-39ºC) e tosse seca
 A síndrome febril da tuberculose primária dura
em média 14-21 dias, podendo chegar até 2-3
meses (se sem tratamento)
 Estado geral costuma estar preservado
 Em <5% dos casos pode levar a:
 Eritema nodoso; conjuntivite flictenular;
(artrite/artralgia)
Felipe D Rodrigues

TUBERCULOSE PÓS-PRIMÁRIA
 é a forma crônica de tuberculose pulmonar; típica
de indivíduos entre 15-40 anos; forma responsável
pela transmissão da doença na população
 ocorre em paciente já infectados há mais de 3 anos
 são PPD positivos há bastante tempo
 um ou mais focos bacilares hematogênicos
localizados no interstício pulmonar são
reativados (focos de Simon)
 ou o paciente pode ser reinfectado com
uma nova carga de bacilos
 o foco geralmente está localizado no segmento
posterior do lobo superior
 menos frequentemente, no segmento
superior do lobo inferior
 Aqui há a liquefação da necrose caseosa, erosão infiltrado no lobo inferior contralateral,
da parede brônquica e criação da caverna por disseminação broncogênica
tuberculosa  paciente multibacilífero
 na TC temos a presença de nódulos esparsos e
 maioria é oligossintomática imagens de infiltrado do tipo “brotos de árvore”
ou “brotamento”
 A principal queixa é a tosse crônica, que pode ser
seca, mucoide ou com expectoração purulenta,
associada ou não a hemoptoicos.
 Ao longo de vários meses, ele vai perdendo peso
e muitos relatam febre vespertina (38-38,5ºC) e
sudorese noturna
 Quando o paciente procura o médico, a doença já
evoluiu e ele já contaminou cerca de 15 pessoas,
geralmente crianças
 Exames laboratoriais
 Anemia leve, normocítica-normocrômica
 aumento de VHS  linfadenopatia hilar e/ou mediastinal NÃO é
característica do quadro pós-primário em HIV-
 raramente uma leucocitose neutrofílica ou
linfocítica (de até 15.000mm3), monocitose
ou monocitopenia COMPLICAÇÕES

 elevação de enzimas hepáticas  Ao contrário da tuberculose pulmonar primária, a


forma pós-primária não é autolimitada
 eventualmente hiponatremia por SIADH
 A doença tende a progredir lentamente
 Os bacilos que se proliferam na “caverna pelo pulmão
tuberculosa” são lançados na árvore brônquica,
disseminando-se para qualquer lobo ou  Para tentar resolver o processo tuberculoso, o
segmento pulmonar  surge novos infiltrados, sistema imune ativa fibroblastos  causa
do mesmo lado ou contralaterais fibrose parenquimatosa em áreas acometidas 
destruição irreversível da área afetada, surgindo
 Imagem em escada  característica dessa forma várias sequelas:
de tuberculose
 Retrações, bronquiectasias, cavidades com
 presença de um infiltrado no lobo superior paredes fibrosadas (focos para aspergiloma)
(onde se encontra a cavidade) e de um
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e pulmão vicariante (hiperinsuflação  Se CD4 < 200  tb com quadro
compensatória) clinicorradiológico atípico
 Quando a fibrose é extensa, o paciente evolui com  Infiltrado intersticial difuso – semelhante a
dispneia e posteriormente com cor pulmonale e pneumocistose
insuficiência respiratória
 Derrame pleural e adenopatia
 Os bacilos disseminados podem gerar tuberculose hilar/mediastinal passam a ser mais
endobrônquica ou laríngea frequentes

 Tuberculose endobrônquica pode acarretar:  Padrões radiológicos na TB pulmonar em HIV+

 Estenose brônquica (com atelectasia),  (1) padrão de TB pulmonar primária – 36%;


broncorreia e/ou hemoptise  (2) padrão de TB pulmonar pós-primária ou
 Tuberculose laríngea pode acarretar rouquidão apical – 30%;
 (3) padrão pneumocistose-símile – 14%;
 Franca hemoptise não é comum
 (4) radiografia de tórax normal – 13%;
 Acontece se há corrosão de vasos
pulmonares ou brônquicos na parede da  (5) padrão miliar – 4%
caverna tuberculosa
 A “caverna tuberculosa” pode se estender para DIAGNÓSTICO
a pleura, com risco de se formar uma fístula
broncopleural  pode acarretar pneumotórax  PACIENTE ADULTO (TB PÓS-
bacilos vão para espaço pleural  empiema PRIMÁRIA)
tuberculoso
 a confirmação diagnóstica de tuberculose
TUBERCULOSE PRIMÁRIA DO REQUER a demonstração da presença do BK
ADULTO no corpo do paciente

 Quando um adulto desenvolve a forma primária da  3 métodos:


doença, pode seguir um curso semelhante ao da  Teste rápido molecular
infância, mas na maioria das vezes, não há
adenopatia hilar e/ou mediastinal  Baciloscopia

 O adulto é mais propenso à tuberculose pleural  Cultura


primária do que à tuberculose pulmonar primária  Mas podemos considerar a hipótese de TB e
 Pacientes diabéticos, gastrectomizados, iniciar tratamento mesmo sem confirmação
desnutridos ou HIV positivos possuem uma micobacteriológica  diagnóstico
chance maior de adoecer após a primoinfecção clinicoepidemiológico
 No caso que não podemos usar exames
 Às vezes, após a primoinfecção, o adulto
laboratoriais
desenvolve a forma apical semelhante à
tuberculose pós-primária  DX só vai ser posto em xeque se não houver
melhora com o tratamento
 Aqui, o foco primário foi controlado, mas o
período de latência foi curto, havendo uma
reativação precoce no foco intersticial do
lobo superior
TESTE RÁPIDO MOLECULAR (TRM-TB)
TUBERCULOSE NA AIDS
 PCR  detecta a presença de DNA do M.
 O paciente HIV positivo tem uma chance tuberculosis
aumentada de desenvolver tuberculose-doença
 Resultado pronto em 2 horas
 Pode ser por reativação, reinfecção ou infecção
primária (viragem tuberculínea)  Sensibilidade de 90% e especificidade de 99%
 Se CD4 > 200  tb tende a se apresentar de  Teste pode ser feito em uma única amostra de
forma semelhante à tb do imunocompetente  escarro
forma cavitaria
Felipe D Rodrigues
 Atualmente, no Brasil, o TRM-TB representa o
método de escolha para a pesquisa de tuberculose
pulmonar ou laríngea em adultos e adolescentes CULTURA + TSA

 Mas ainda não está disponível em algumas  A cultura para BK possui elevada sensibilidade e
localidades especificidade

 Detecta DNA de micobactérias vivas ou mortas  As principais vantagens desses meios são o baixo
 NÃO SERVE PARA ACOMPANHAR custo e a menor chance de contaminação
RESPOSTA AO TRATAMENTO 
acompanhamento com baciloscopias mensais  Grande desvantagem  demora para o
crescimento micobacteriano (14 a 30 dias,
BACILOSCOPIA podendo se estender até 60 dias)

 pesquisa direta do bacilo de Koch através do  Toda cultura + deve ser submetida ao TSA
exame microscópico (Teste de Sensibilidade Antimicrobiana).

 método de Ziehl-Neelsen é a técnica de  Fármacos inicialmente testados  rifampicina,


coloração mais utilizada isoniazida, pirazinamida, etambutol e
estreptomicina
 Quando o material analisado for o escarro, devem
ser coletadas 2 amostras em momentos distintos  Se resistência for encontrada, há testagens
adicionais  Canamicina, amicacina,
 uma na consulta, e a outra na manhã do capreomicina e ofloxacina
dia seguinte
 se a baciloscopia for feita em materiais biológicos ESTRATÉGIAS PARA CONFIRMAÇÃO
que não escarro, a sensibilidade é mais baixa e DIAGNÓSTICA DE TB
deve-se fazer uma cultura para BK também
 sempre que o TRM-TB estiver disponível, ele
 UMA BACILOSCOPIA POSITIVA EM deverá ser solicitado perante a suspeita de
QUALQUER AMOSTRA INDICA tuberculose
TUBERCULOSE ATIVA.
 Em se tratando de TB pulmonar ou laríngea,
 Exame de escolha para acompanhar uma única amostra de escarro basta
resposta terapêutica
 existem situações onde – além do TRM-TB – a
cultura com teste de sensibilidade (TSA)
também deve ser solicitada  grupos de maior
vulnerabilidade para TB
 índios
 presidiários
 HIV+
 População de rua
 Profissionais de saúde
 Contatos de TB MR
 CASO NOVO  paciente nunca recebeu
tratamento anti-TB ou o fez por < 30 dias
 RETRATAMENTO  o paciente é uma recidiva
(após cura confirmada ou tratamento completo), ou
então um reingresso após abandono, tendo deixado
de tratar a TB por período > 30 dias consecutivos.
Felipe D Rodrigues
 CASO NOVO:  Histopatologia  indicada no DX de tuberculose
extrapulmonar e TB milar

PACIENTE < 10 ANOS


 A criança com TB primária é tipicamente
paucibacilar e, portanto, o estudo do escarro
costuma ser negativo, mesmo com a utilização
do TRM-TB
 Logo, o diagnóstico em crianças < 10 anos pode
ser CONFIRMADO por uma análise conjunta de
critérios clínicos, radiológicos e pela escala de
pontos
 todo possível retratamento deve coletar, após
suspeita diagnóstica, os três exames  Escala de pontos:
confirmatórios ao mesmo tempo: TRM-TB,
baciloscopia e cultura  >= 40  diagnóstico muito provável 
tratamento deve ser iniciado
 a confirmação de TB nos casos de
retratamento só pode ser feita através de  30-35  diagnóstico possível  tratamento
baciloscopia e/ou cultura pode ou não ser iniciado; critério médico

 Mas TRM-TB devem continuar sendo  <30-25  diagnóstico pouco provável 


solicitados pois mostra rapidamente se há investigação deve prosseguir com exames
ou não genes de resistência a rifampicina

 Caso o TRM-TB não esteja disponível, a conduta


preconizada passa a ser a realização de mais complexos
baciloscopia
 Em crianças pequenas que têm dificuldade para
 Nesta situação a cultura é obrigatória,
expectorar (geralmente < 6 anos), a cultura do
independentemente do resultado das
lavado gástrico, realizado de manhã bem cedo,
baciloscopias
pode ser realizada

OUTROS EXAMES COMPLEMENTARES


TRATAMENTO
 RX de tórax  detecta imagens sugestivas de
tuberculose, sendo indispensável a realização do  TDO –Tratamento Diretamente Observado –
exame bacteriológico baseado em 5 princípios:
 Tem como função principal a exclusão de  Compromisso político com a estratégia e
doenças pulmonares associadas mobilização da sociedade

 TC  detecta a doença em casos onde o raio X  Garantia de exames bacteriológicos de


simples apresenta resultados imprecisos qualidade
 Tratamento padronizado e supervisionado
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 Fornecimento eficaz de medicamentos  esquema básico  6 meses
 Sistema de monitoramento dos casos (desde  tb meningoencefálica e osteoarticular  12m
notificação até encerramento)
 nos 2 casos a duração da fase intensiva é igual  2
TDO meses

 No Brasil, TODOS os casos de tuberculose  O esquema básico pode ser usado em


devem ser submetidos ao TDO GESTANTES nas doses habituais, porém é
preciso associar piridoxina (vit. B6) 50 mg/dia
 TODO AUMENTA A ADESÃO  reduz risco da isoniazida
 CONTRUÇÃO DE VÍNCULO COM O  O tratamento sob regime de internação
DOENTE hospitalar estará indicado nas seguintes situações:
 O ideal é a observação diária, de segunda a sexta,  Meningoencefalite tuberculosa (sempre
feita pelo profissional de saúde na própria unidade internar na fase inicial).
de saúde.
 Intolerância aos medicamentos
 Para ser considerado TDO o paciente deve ter, no incontrolável em ambulatório.
mínimo, 24 doses observadas pelo profissional
 Mau estado geral.
de saúde durante a fase intensiva do tratamento
(dois primeiros meses), e 48 doses na fase de  Intercorrências clínicas ou cirúrgicas
manutenção (meses subsequentes) relacionadas ou não à TB que necessitem de
tratamento hospitalar.
TERAPIA TUBERCULOSTÁTICA
 Vulnerabilidade social (ex.: morador de
 Os esquemas de tratamento atualmente rua) ou grupo com alto risco de abandono,
preconizados para a tuberculose “sensível” são: especialmente se for retratamento, falência
ou TB-MDR
 Esquema básico (idade < 10 anos)  2
RHZ/4 RH; EFEITOS COLATERAIS
 Esquema básico (idade ≥ 10 anos)  2
 Efeitos menores e efeitos maiores
RHZE/4 RH;
 Esquema para meningoencefalite e TB
osteoarticular (idade < 10 anos)  2
RHZ/10 RH + corticoterapia (exceto na
forma osteoarticular);
 Esquema para meningoencefalite e TB
osteoarticular (idade ≥ 10 anos)  2
RHZE/10 RH + corticoterapia (exceto na
forma osteoarticular).
 R = rifampicina; H = isoniazida; Z =
pirazinamida; E = etambutol.
 Indicações do esquema básico:
 Casos novos de TB pulmonar ou
extrapulmonar (exceto meningoencefalite e
TB osteoarticular), infectados ou não por
HIV
 Retratamento (exceto meningoencefalite e
TB osteoarticular)
 a principal diferença em relação à faixa etária
está no acréscimo do ETAMBUTOL para os
pacientes com idade ≥ 10 anos
 nos menores de 10 anos possui toxicidade
ocular
Felipe D Rodrigues
 Efeitos menores  não indicam suspensão  Pacientes com baciloscopia inicial
de tratamento fortemente positiva (++ ou +++) que
mantêm essa situação até o 4º mês de
 Efeitos maiores  levam a suspensão
tratamento
temporária do tratamento; em muitas vezes
há a mudança no esquema  Positividade inicial da baciloscopia, seguida
de negativação e retorno da positividade
após o quarto mês, por dois meses
consecutivos

RESISTÊNCIA DO BACILO DE KOCH

ACOMPANHAMENTO
 O controle de tratamento nos pacientes
bacilíferos é feito através de baciloscopias ESQUEMA PARA TB-RR
seriadas do escarro, idealmente a cada mês, mas
de forma obrigatória no segundo, quarto e sexto  Com a incorporação do Teste Rápido Molecular
meses. (TRM-TB), a identificação de casos com
resistência à rifampicina passou a ser feita em até
 Situações onde se pode considerar o 2h
prolongamento da fase de manutenção, de forma
individualizada:  Em 80% das vezes o BK com resistência à
rifampicina também é resistente à isoniazida (TB-
 Persistência de poucos bacilos no escarro MDR)
após o quinto ou sexto mês.
 Esquema de tratamento para TB-RR
 Resposta clinicorradiológica insatisfatória,
mesmo que a baciloscopia do escarro seja  8 Cm3EZLfxTrd/10 ELfxTrd
negativa
 Cm = capreomicina, E = etambutol, Z =
 TB pulmonar cavitária cuja baciloscopia pirazinamida, Lfx = levofloxacino, Trd =
persiste positiva após segundo mês de terizidona
tratamento.
 O 3 do Cm significa que deve se tomado 3 vezes
 Monorresistência à R ou H, caso o paciente por semana  IV, ambulatorial
não apresente melhora clinicorradiológica
satisfatória  Após antibiograma, tratamento pode ou não ser
revisto
 HIV/aids.
 DM  Paciente com boa evolução pode fazer 18 meses de
tratamento
FALÊNCIA TERAPÊUTICA  Os com baciloscopia e/ou cultura positiva
ao final do 6º mês devem completar 24
 Todo paciente com critérios de falência meses
terapêutica deve receber o “esquema padrão
para multirresistência” ou “esquemas especiais” CONTROLE CONTATOS
individualizados, de acordo com o perfil de
sensibilidade  Contato é toda pessoa que convive com o caso-
índice no momento em que este recebe o
 FALÊNCIA:
diagnóstico de tuberculose
 Persistência de baciloscopia positiva ao
final do tratamento
Felipe D Rodrigues
 Se o caso-índice for uma criança, é  Realizar busca ativa de Sintomáticos
MANDATÓRIO avaliar todos os contatos, pois Respiratórios (SR)  investigar a presença de
com certeza ela adquiriu a doença de algum adulto tosse (qualquer que seja o motivo da consulta) e
bacilífero solicitar exame do escarro nos indivíduos SR!
 Se houver sintomas sugestivos de TB (adultos e  SR  todo indivíduo com tosse por tempo >= 3
crianças)  investigar com RX de tórax, pesquisa semanas
micobacteriológica do escarro, além de outros
exames específicos conforme cada caso.  Em populações com maior vulnerabilidade para
TB, a definição muda
 Feito o diagnóstico de TB ativa, deve-se
iniciar o tratamento.  Diabéticos  SR se tosse >= 2 semanas
 Profissionais da saúde, portadores de HIV,
 Adulto ou adolescente (≥ 10 anos) assintomático
indígenas, presidiários, imigrante e
= realizar Prova Tuberculínica (PT) ou IGRA.
moradores de rua  SR com tosse de
 PT < 5 mm  repetir PT em 8 semanas; qualquer duração
conversão = diferença >= 10mm; se não
houver conversão e alta e orientação; se tiver
conversão, realizar RX  se normal =
Infecção Latente por Tuberculose (ILTB); VACINA BCG
se suspeito, prosseguir com investigação
 A BCG, sigla decorrente da expressão Bacilo de
 PT > 5mm ou IGRA positivo  realizar Calmette-Guérin, é o nome da vacina
RX  se normal, tratar ILTB; se suspeito, antituberculosa preparada com uma subcepa do
prosseguir com investigação Mycobacterium bovis atenuada por repicagens
sucessivas
 Crianças (< 10 anos) assintomáticas = realizar
raio X de tórax e prova tuberculínica ou IGRA.  vacina de micróbio vivo
 RX suspeito  prosseguir investigação –  Dose única: RN com peso ≥ 2 kg.
escore de pontos para DX de TB
 A vacina é indicada para crianças da faixa
 RX normal  avaliar PT ou IGRA; tratar etária de 0 a 4 anos, 11 meses e 29 dias de
ILTB nas mesmas situações que no adulto vida
ou adolescente
 Em crianças, a aplicação da BCG diminui a
 Contatos portadores do HIV  após afastar TB incidência de formas graves de tuberculose
doença, tratar ILTB, independentemente de (redução de 75%), como a meningite tuberculosa
qualquer outro fator. e a tuberculose miliar, formas que predominam
nas crianças < 4 anos e nos imunodeprimidos
TRATAMENTO ILTB  Mas a vacina NÃO ACARRETA UMA
REDUÇÃO DO NÚMERO TOTAL DE
 O tratamento da ILTB reduz a chance de evolução
CASOS DE TB
para “tuberculose doença” em 60-90%.
 O mais importante é a QUANTIDADE DE
PARACOCCO
AGENTE ETIOLÓGICO
 A paracoccidioidomicose ou blastomicose sul-
americana
 O agente é o fungo Paracoccidioides brasiliensis
(paracoco), um fungo dimórfico, presente no solo
e restos de vegetais nas áreas rurais na América
Latina
DOSES INGERIDAS
 No Brasil os casos desta micose são registrados
INTERROMPER CADEIA DE especialmente nas zonas rurais dos estados das
regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul
TRANSMISSÃO
Felipe D Rodrigues

 Hiperpigmentação cutânea, anorexia,


TRANSMISSÃO E EPIDEMIOLOGIA sintomas gastrointestinais, hipotensão,
hipoglicemia e distúrbios eletrolíticos
 Via respiratória
(insuficiência adrenal).
 O paciente se contamina pela inalação do fungo
durante as atividades agrícolas FORMA CRÔNICA (TIPO ADULTO)
 NÃO HÁ TRANSMISSÃO INTERPESSOAL  Predomínio de resposta Th2
 Mais frequente entre os 40 e 60 anos, sendo muito  90% dos casos
mais comum (14:1) no sexo masculino
 A apresentação clínica típica é uma história de
 Há presença de receptores de estrógenos meses de evolução com tosse, expectoração e
nas formas infectantes do fungo, que atuam dispneia aos esforços, com lenta progressão
inibindo a transformação destes em
leveduras.  A semiologia do aparelho respiratório é pobre,
em contraste com as alterações radiológicas
 Mas como a forma aguda incide em uma (dissociação clinicorradiológica).
populaçãomuitas vezes pré-púbere), nessa forma
de doença a incidência é igual  A febre e o emagrecimento costumam ser mais
acentuados na forma aguda, podendo estar
ausentes na forma crônica
APRESENTAÇÃO CLÍNICA
 As lesões mucosas acometem lábios, mucosa
 Durante a formação do complexo primário (foco oral, orofaríngea ou mesmo a laringe, traqueia
pulmonar + adenopatia satélite), o agente sofre ou esôfago, manifestando-se como rouquidão
disseminação linfo-hematogênica, igual a TB inexplicada, tosse seca e/ou odinofagia
 Os órgãos mais acometidos são:  radiografia de tórax da
paracoccidioidomicose, com um infiltrado
 pulmões; linfonodos; mucosas labial, oral,
misto bilateral simétrico peri-hilar (asa de
faríngea, laríngea e traqueal; pele; fígado e
baço.
 As principais formas de apresentação clínica:

FORMA AGUDA/SUBAGUDA (TIPO


JUVENIL)
 Predomínio de resposta Th1
 É a forma característica da criança e de adultos
até 30 anos de idade
 manifestações são basicamente do sistema
reticuloendotelial:
 adenomegalia generalizada,
hepatoesplenomegalia  igual “síndrome
de mononucleose”
 O paciente pode apresentar febre, adinamia e
perda de peso.
 Adenite supurativa  evolução com fistulização e
liberação de secreção purulenta (adenite
supurativa)
 A adenopatia pode acometer o hilo hepático,
determinando icterícia obstrutiva morcego);

 Pode haver comprometimento das adrenais em  As lesões de pele são polimórficas, apresentando-
5% dos casos se como pápulas, placas, ectimas, úlceras ou
lesões vegetantes
Felipe D Rodrigues
 A forma crônica pode evoluir com uma síndrome  Sorologia  sensibilidade e especificidade de
disseminada, apresentando características da 90%
forma aguda associada e frequente insuficiência
 Imunodifusão, ELISA
adrenal
 HIV + CD4 < 250, transplantados e pacientes
 Também utilizada como CONTROLE de
cura
com neoplasias hematológicas são
suscetíveis a essa apresentação

EXAMES COMPLEMENTARES TRATAMENTO


 Na forma crônica, a radiografia de tórax é o  Terapia com ataque e manutenção
exame principal e encontra-se quase sempre
alterada  Normalmente usa a mesma droga, mas
podemos atacar com uma e fazer manutenção
 Já a forma aguda muitas vezes poupa os com outra
pulmões.
 a maioria dos esquemas tem duração de 6 a 12
 A doença cursa caracteristicamente com infiltrado meses
pulmonar bilateral simétrico peri-hilar,
acometendo predominantemente os terços médios.  basear a duração na melhora clínica e sorológica
 Principais padrões radiológicos:  A droga de escolha (embora de custo mais alto)
para a paracoccidioidomicose é o itraconazol 100-
 Infiltrado micronodular: com nódulos de 200 mg/dia, via oral, 1x/dia.
diferentes tamanhos, ao contrário da
tuberculose miliar e da histoplasmose miliar;  Cetoconazol (200-400 mg/dia) é uma opção
mais barata, porém menos potente e mais
 Alveolar, de distribuição simétrica peri-hilar associada a efeitos adversos graves
(“asa de morcego”); (hepatotoxicidade, bloqueio da síntese de
 Intersticial, reticular ou reticulonodular; testosterona).
 Cavitário, com pequenas cavitações  anfotericina B  reservada para os casos mais
irregulares e confluentes; graves, disseminados
 Fibrótico, com estrias grosseiras, do hilo  As drogas de mais baixo custo no tratamento da
para a periferia pulmonar, com ou sem áreas paracoccidioidomicose, embora menos potentes,
enfisematosas  padrão da sequela são as sulfonamidas
pulmonar da doença.
 Sulfametoxazol + trimetropima (bactrim)
 Em caso de insuficiência adrenal, pode haver
hipoglicemia, hiponatremia, hipercalemia e
eosinofilia. CORTICOIDE
 Os efeitos imunossupressores dos corticoides
DIAGNÓSTICO começam a aparecer clinicamente a partir da dose
acumulada equivalente a 600 mg de prednisona,
 É feito por: e tornam-se mais intensos progressivamente.
 pesquisa direta do fungo (material clareado  60mg ao dia  imunossupressão alcançada
por hidróxido de potássio ou tinta Parker) em 10 dias
 cultura (rendimento baixo) do material  Com a dose de 20 mg ao dia  após 30 dias
colhido do escarro, aspirado linfonodal ou
raspado daslesões cutâneas  5 mg ao dia  imunossupressão em 120
dias
 Se os resultados forem negativos  exame
histológico (biópsiapulmonar, linfonodal, cutânea),  quando se faz a pulsoterapia com
metilprednisolona intravenosa na dose de 1g, a
 Mostra o fungo corado pelo método da imunossupressão é obtida já no primeiro dia
prata-metenamina(Gomori).
COMENTÁRIOS PROF
Felipe D Rodrigues
 imunocompotente  tb extrapulmonar pleural  é
a extrapulmonar que mais aparece
 hiv+  tb extrapulmonar ganglionar
 paracocco é mais comum lesão na boca
 no nariz se pensa mais em outras doenças,
como leishmaniose
 paracocco é mais comum comprometer adrenal e
SN
 tb tem realmente muito abandono de tratamento
 pensar em qualquer pessoa com tosse crônica
 mas na população em risco, deve-se
realmente investigar e excluir
 principalmente PRESIDIÁRIO e morador
der rua

Ze capa god

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