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SÍFILIS habitantes
➢ Taxa de detecção nas gestantes →
• Sífilis = lues, mal venéreo, mal álico, sifilose, 21,4/1.000 nascidos vivos
lues venérea ➢ Taxa de incidência de sífilis congênita
→ 9/1.000 nascidos vivos
• A sífilis é uma infecção bacteriana sistêmica, ➢ Taxa de mortalidade por sífilis
crônica, curável e exclusiva do ser humano congênita → 8,2/100.000 nasc. vivos
• Se não tratada, evolui para estágios de • existe uma alta taxa de co-infecção pelo HIV
gravidade variada → pode acometer entre HSH (homens que fazem sexo com
diversos órgãos e sistemas do corpo homens) com sífilis
• Transmissão: ➢ Cerca de 42% dos HSH com sífilis estão
infectados pelo HIV
➢ Sexual → principal
➢ Vertical
AGENTE ETIOLÓGICO
• Evolução caracterizada por episódios
sintomáticos (doença ativa) interrompidos • Treponema pallidum → espiroqueta
por períodos de latência anaeróbia de movimentos lentos
• A maioria das pessoas com sífilis é ➢ Penetra o organismo através da pele ou
assintomática mucosas → no local da inoculação,
gera a lesão da fase primária ➔
• Se não tratada, pode ser grave e acometer protossifiloma ou cancro duro
sistema nervoso e cardiovascular
• Precisa de umidade para se desenvolver →
por isso crescem principalmente na boca e
EPIDEMIOLOGIA regiões genitoanais
• 2016 → cerca de 20 milhões de casos de
sífilis em adolescentes e adultos, entre 15 e TRANSMISSÃO DA SÍFILIS
49 anos, sendo 6,3 milhões de casos novos.
• transmissibilidade maior nos estágios
• 2014 → taxa média de 17,2 casos por iniciais (sífilis primária e secundária),
100.000 mulheres e 17,7 casos por diminuindo gradualmente com o passar do
100.000 homens tempo (sífilis latente recente/tardia).
➢ Mais prevalente no Pacífico ocidental, ➢ Isso pois há muitos treponemas nas
seguido por África e América lesões da sífilis primária e secundária
➢ taxa de detecção de sífilis adquirida ➢ Essas lesões se tornam raras ou
(100.000 hab), taxa de detecção de sífilis inexistentes a partir do 2º ano da doença
em gestantes
• Espiroquetas penetram diretamente nas
membranas mucosas ou entram por
abrasões na pele
• Taxa de transmissão vertical em gestantes
é de 80% intraútero
➢ Pode acontecer durante o parto
também, se mãe com lesão sifilítica
➢ Infecção do feto influenciada pelo
estágio da doença na mãe (maior nos
estágios primário e secundário) e pelo
tempo que o feto foi exposto
➢ Acometimento fetal gera 30-50% de
morte in útero, parto pré-termo ou
morto neonatal
CLASSIFICAÇÃO SÍFILIS SECUNDÁRIA
SÍFILIS LATENTE
• Período em que não se observa nenhum
sinal ou sintoma
• DX exclusivamente pela reatividade dos
testes treponêmicos e não treponêmicos
• A maioria dos DX ocorre nesse estágio
• Principais apresentações da sífilis terciária:
• Classifica-se em:
➢ Lesões cutâneo-mucosas → tubérculo
➢ Recente → menos de um ano de
ou gomas – 15%
evolução
➢ Neurológicas → tabes dorsalis, mielite
➢ Tardia → mais de um ano de evolução
transversa e demência – 8 a 10%
• Aproximadamente 25% dos pacientes não ➢ Cardiovasculares → aneurisma aórtico
tratados intercalam lesões de pela aortite sifilítica, estenose
secundarismo com os períodos de latência, coronariana e insuficiência aórtica
durante um a dois anos da infecção ➢ Articulares → atropatia de Charcot
SÍFILIS E GRAVIDEZ
• Apesar de cerca de 20% dos recém-natos de
gestantes infectadas não tratadas não
apresentarem sintomas, a doença pode se
relacionar a diversas complicações, como:
➢ Crescimento intrauterino restrito
➢ Óbito fetal
➢ Óbito neonatal
➢ Parto prematuro
➢ Anomalias congênitas
TESTES NÃO TREPONÊMICOS
RESPOSTA IMUNOLÓGICA AO
TRATAMENTO DA SÍFILIS
• Resposta imunológica adequada → teste
não treponêmico não reagente ou uma
queda na titulação em 2 diluições em até 6
meses para sífilis recente e queda na
titulação em 2 diluições em até 12 meses
para sífilis tardia
• A resolução dos sinais e sintomas após o
tratamento, caso estes tenham estado • A persistência de resultados reagentes em
previamente presentes, é indicativa de testes não treponêmicos após o tratamento
resposta à terapia adequado e com queda prévia da titulação
em pelo menos duas diluições, quando
REAÇÃO DE JARISCH-HERXHEIMER descartada nova exposição de risco durante
o período analisado, é chamada de “cicatriz
• é um evento que pode ocorrer durante as 24 sorológica” (serofast) → não caracteriza falha
horas após a primeira dose de penicilina, terapêutica
em especial nas fases primária ou secundária
• há exacerbação das lesões cutâneas – com RETRATAMENTO DE SÍFILIS:
eritema, dor ou prurido, mal-estar geral, REATIVAÇAO OU REINFECÇÃO
febre, cefaleia e artralgia → regridem
espontaneamente após 12 a 24 horas • São critérios de retratamento e necessitam de
conduta ativa do profissional de saúde:
➢ Pode ser controlada com o uso de
analgésicos simples, sem precisar ➢ Ausência de redução da titulação em
descontinuar o tratamento duas diluições no intervalo de seis
meses (sífilis recente, primária e
• Gestantes que apresentam essa reação secundária) ou 12 meses (sífilis tardia)
podem ter risco de trabalho de parto após o tratamento adequado OU
prematuro, pela liberação de ➢ Aumento da titulação em duas
prostaglandinas em altas doses diluições ou mais (ex.: de 1:16 para
➢ Mas é um risco menor do que o não 1:64; ou de 1:4 para 1:16); OU
tratar a sífilis ➢ Persistência ou recorrência de sinais e
sintomas clínicos.
SÍFILIS EM GESTANTES • Precoce → manifestações clínicas durante
os 2 primeiros anos de vida
• As gestantes devem ser testadas para sífilis • Tardia → manifestações clínicas evidentes
na 1ª consulta, no início do 3º trimestre e na após 2 anos de idade
internação para o parto, em caso de
aborto/natimorto ou história de exposição
SÍFILIS CONGÊNITA PRECOCE
de risco/violência sexual;
• A maioria das crianças é assintomática ao
• As gestantes com testes rápidos reagentes
nascer
para sífilis deverão ser consideradas como
portadoras de sífilis até prova em contrário; • Em 20% dos RN haverá sinais clínicos
➢ deverão ser tratadas no momento da
• A maior parte das lesões surge até os três
consulta → Benzilpenicilina benzatina
meses de idade, sendo a maioria ainda nas
• Os benefícios suplantam o custo e o risco do primeiras cinco semanas
tratamento com benzilpenicilina benzatina;
LESÕES CUTÂNEO MUCOSAS
• O atraso do tratamento no aguardo de
resultados de teste complementar faz com • são evidentes em até 70% das crianças
que o profissional perca tempo e a infectadas
oportunidade de evitar a transmissão • lesões maculopapulares, vermelho-
vertical da sífilis acobreada
➢ Cada semana que uma gestante com ➢ torna-se mais amarronzada com o
sífilis passa sem tratamento é mais passar do dias
tempo de exposição e risco de
infecção para o feto • mais evidentes em mãos e pés
SÍFILIS CONGÊNITA
• Gestantes nas fases primárias e secundária
possuem risco de transmissão vertical de 70
a 100% dos casos
• Transmissão pode ser em qualquer fase da
gestação, mas risco aumenta com o avanço
da idade gestacional
• é fundamental a realização de testes
padronizados durante o pré-natal para a
correta identificação dos casos.
➢ O tratamento adequado da gestante
pode prevenir a sífilis congênita • placas mucosas podem ser evidenciadas ao
redor da cavidade oral e na região genital.
• A infiltração placentária pode causar
redução do fluxo sanguíneo para o feto e • lesões do condiloma plano podem ser
levar a um quadro de CIUR ou óbito fetal evidenciadas após os primeiros dois ou três
meses de vida
QUADRO CLÍNICO E DX • rinite → frequentemente é a primeira
manifestação → indica o acometimento do
• Sífilis congênita precoce e tardia trato respiratório superior e cursa com
secreção nasal mucosa, que pode tornar-se
sanguinolenta
LESÕES ÓSSEAS • Sequelas da periostite na fase aguda:
➢ bossa frontal (fronte olímpica),
• As alterações ósseas acometem até 80% das ➢ espessamento da junção
crianças não tratadas esternoclavicular (sinal de
• Costumam ser múltiplas e simétricas Higoumenáki)
➢ arqueamento da porção média da
• Costumam resolver-se espontaneamente tíbia (tíbia em sabre)
nos primeiros 6 meses de vida
• Anormalidades dentárias:
• periostite e desmineralização da cortical e ➢ dentes de Hutchinson e molares em
osteocondrite formato de amora
SISTEMA HEMATOPOIÉTICO • Face:
• Anemia, trombocitopenia e leucopenia ou ➢ maxilar curto;
leucocitose são achados comuns ➢ nariz em sela, com ou sem perfuração
do septo nasal;
LESÕES NO SNC ➢ rágades (por fissurasperibucais).
• O quadro de neurossífilis pode se LABORATÓRIO
desenvolver mesmo na ausência de outras
manifestações clínicas
PESQUISA DIRETA DO TREPONEMA
• Algumas crianças podem apresentar
manifestações agudas nos primeiros • não é habitualmente realizada
meses de vida, enquanto outras ➢ microscopia de campo escuro
desenvolvem um quadro mais protraído, ➢ imuno-histoquímica
com manifestações mais evidentes no final do
primeiro ano devida AVALIAÇÃO SOROLÓGICA
LESÕES OCULARES • pesquisa de anticorpos contra o treponema
• Pode haver coriorretinite na fase aguda, com ➢ testes treponêmicos
o fundo do olho apresentando um aspecto ➢ testes não treponêmicos
de “sal e pimenta” • TT → uso limitado no neonatal → IgG
maternos podem passar pela placenta
SÍFILIS CONGÊNITA TARDIA ➢ Se realizado após 18 meses, TT positivo
• São associadas com o processo de sugere infecção
cicatrização das lesões encontradas na • TNT → permite diagnóstico e seguimento
sífilis precoce e com reações a um processo terapêutico
inflamatório persistente ainda em curso
➢ um resultado reagente no teste não
treponêmico em crianças menores de
18 meses só deverá ser valorizado
quando o título encontrado for maior
do que o materno em duas diluições
OUTROS EXAMES
• radiografia de ossos longos
• avaliação de liquior
• hemograma, perfil hepático e eletrólitos
• avaliação audiológica e oftalmológica
LINFOGRANULOMA FASE DE DISSEMINAÇÃO LINFÁTICA
REGIONAL
• Causado pela Chlamydia trachomatis
• A adenite pode evoluir em nódulos
➢ Gram-negativa inguinais superficiais dolorosos ou
➢ obrigatoriamente intracelular bulbões, que frequentemente
➢ sorotipos L1, L2 e L3. rompem a pele com
• 3x mais frequente em mulheres do exsudação de descarga
que em homens purulenta
TRATAMENTO
• Doxiciclina
➢ Gestação → azitromicina
DONOVANOSE
• É uma IST crônica progressiva, que acomete
preferencialmente pele e mucosas das
regiões genitais, perianais e inguinais.
• É pouco frequente, ocorrendo na maioria
das vezes em climas tropicais e subtropicais
• A região genital é afetada em 90% dos
casos e a inguinal em 10%.
• lesão primária pode ocorrer na vulva, na
vagina ou na cérvice e apresentar-se como
pápulas indolores ou úlceras necrosantes
com bordas friáveis.
• adenopatia inguinal usualmente está ausente DIAGNÓSTICO
• causada pela Klebsiella granulomatis • Realizado através da identificação dos
(Donovania granulomatis) corpúsculos de Donovan em esfregaço
➢ bacilo gram negativo, pleomórfico, com coloração de Wright, Giemsa ou
imóvel, raramente cultivável Leishman ou histopatológico
QUADRO CLÍNICO
• O quadro clínico inicia-se com ulceração de
borda plana ou hipertrófica, bem
delimitada, com fundo granuloso,
vermelho vivo e de sangramento fácil.
• A ulceração evolui lenta e
progressivamente, podendo se tornar
vegetante ou ulcerovegetante.
➢ As lesões costumam ser múltiplas,
sendo frequente a configuração em
"espelho" nas bordas cutâneas e/ou
mucosas
• Na mulher, a forma elefantiásica é uma HERPES GENITAL
sequela tardia, sendo observada quando há
predomínio de fenômenos obstrutivos • Doença incurável e recorrente.
linfáticos. • É a IST ulcerativa mais frequente, seguida
pelo cancro duro
• Existem cerca de 100 espécies virais na
família Herpesviridae, sendo oito de
interesse médico.
➢ HSV-1; HSV-2; Tipo 3: varicela-zóster;
Tipo 4: Epstein-Barr vírus; Tipo 5:
citomegalovírus; Tipo 6: exantema
súbito; Tipo 7; Tipo 8: relacionado a
indivíduos com sarcoma de Kaposi
• Embora o HSV-1 esteja associado • Quando há acometimento do colo do útero,
primariamente à infecção oral e perioral é comum o corrimento vaginal, que pode
(herpes labial) e o HSV-2 à infecção genital, ser abundante.
ambos podem causar infecções em qualquer
parte do corpo • Nas mulheres, as lesões são mais frequentes
nos pequenos lábios, no clitóris, nos
• Incubação média de 6 dias grandes lábios, na fúrcula e no colo do
útero
QUARO CLÍNICO • Entre os homens, o acometimento da uretra
pode provocar corrimento e disúria, e
• As manifestações da infecção pelo HSV raramente é acompanhado de lesões
podem ser divididas em primoinfecção extragenitais.
herpética e surtos recorrentes
➢ Nos homens, as lesões são mais
• muitas pessoas que adquirem a infecção frequentes na glande e no prepúcio
por HSV nunca desenvolverão
manifestações e que a proporção de • A linfadenomegalia inguinal dolorosa
infecções sintomáticas é estimada entre 13 e bilateral está presente em 50% dos casos.
37% • Após a infecção genital, o HSV ascende
pelos nervos periféricos sensoriais,
PRIMOINFECÇÃO penetra nos núcleos das células dos
gânglios sensitivos e entra em um estado
• A primoinfecção herpética tem um período
de latência.
de incubação médio de seis dias.
• As lesões cutâneas sucedem os sintomas INFECÇÕES RECORRENTE
prodrômicos em horas ou dias.
• Após a infecção genital primária por HSV-2
• Estas são transmitidas por contato direto ou ou HSV-1, respectivamente, 90 e 60% dos
fômites. pacientes desenvolvem novos episódios nos
primeiros 12 meses, por reativação viral.
• Em geral, é uma manifestação mais grave,
caracterizada pelo surgimento de lesões • Essa reativação se deve a quadros
eritemato papulosas de um a três milímetros infecciosos, exposição à radiação
de diâmetro, que rapidamente evoluem ultravioleta, traumatismos locais,
para vesículas sobre base eritematosa, menstruação, estresse físico ou emocional,
muito dolorosa e de localização variável na antibioticoterapia prolongada e/ou
região genital imunodeficiência
CULTURA
• Técnica mais específica.
• A sensibilidade varia de acordo com o
estágio sendo progressivamente menor em
lesões vesiculosas, pustulosas, ulceradas
ecrostosas.
• Sua execução na prática é de menor
importância
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