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• 2018, BR → 75,8 casos por 100.

000
SÍFILIS habitantes
➢ Taxa de detecção nas gestantes →
• Sífilis = lues, mal venéreo, mal álico, sifilose, 21,4/1.000 nascidos vivos
lues venérea ➢ Taxa de incidência de sífilis congênita
→ 9/1.000 nascidos vivos
• A sífilis é uma infecção bacteriana sistêmica, ➢ Taxa de mortalidade por sífilis
crônica, curável e exclusiva do ser humano congênita → 8,2/100.000 nasc. vivos
• Se não tratada, evolui para estágios de • existe uma alta taxa de co-infecção pelo HIV
gravidade variada → pode acometer entre HSH (homens que fazem sexo com
diversos órgãos e sistemas do corpo homens) com sífilis
• Transmissão: ➢ Cerca de 42% dos HSH com sífilis estão
infectados pelo HIV
➢ Sexual → principal
➢ Vertical
AGENTE ETIOLÓGICO
• Evolução caracterizada por episódios
sintomáticos (doença ativa) interrompidos • Treponema pallidum → espiroqueta
por períodos de latência anaeróbia de movimentos lentos
• A maioria das pessoas com sífilis é ➢ Penetra o organismo através da pele ou
assintomática mucosas → no local da inoculação,
gera a lesão da fase primária ➔
• Se não tratada, pode ser grave e acometer protossifiloma ou cancro duro
sistema nervoso e cardiovascular
• Precisa de umidade para se desenvolver →
por isso crescem principalmente na boca e
EPIDEMIOLOGIA regiões genitoanais
• 2016 → cerca de 20 milhões de casos de
sífilis em adolescentes e adultos, entre 15 e TRANSMISSÃO DA SÍFILIS
49 anos, sendo 6,3 milhões de casos novos.
• transmissibilidade maior nos estágios
• 2014 → taxa média de 17,2 casos por iniciais (sífilis primária e secundária),
100.000 mulheres e 17,7 casos por diminuindo gradualmente com o passar do
100.000 homens tempo (sífilis latente recente/tardia).
➢ Mais prevalente no Pacífico ocidental, ➢ Isso pois há muitos treponemas nas
seguido por África e América lesões da sífilis primária e secundária
➢ taxa de detecção de sífilis adquirida ➢ Essas lesões se tornam raras ou
(100.000 hab), taxa de detecção de sífilis inexistentes a partir do 2º ano da doença
em gestantes
• Espiroquetas penetram diretamente nas
membranas mucosas ou entram por
abrasões na pele
• Taxa de transmissão vertical em gestantes
é de 80% intraútero
➢ Pode acontecer durante o parto
também, se mãe com lesão sifilítica
➢ Infecção do feto influenciada pelo
estágio da doença na mãe (maior nos
estágios primário e secundário) e pelo
tempo que o feto foi exposto
➢ Acometimento fetal gera 30-50% de
morte in útero, parto pré-termo ou
morto neonatal
CLASSIFICAÇÃO SÍFILIS SECUNDÁRIA

• Podemos dividir em CONGÊNITA e • Ocorre, em média, entre 6 semanas a 6


ADQUIRIDA meses após a cicatrização do cancro
➢ Mas podem acontecer em até 2 anos
• Adquirida pode ser classificada em:
➢ Adquirida recente – até 1 anos após • As manifestações são variadas, mas tendem a
infecção → primária, secundária e seguir uma cronologia própria
latente recente
• Inicialmente, é uma erupção macular
➢ Adquirida tardia – mais de 1 ano de
eritematosa pouco visível (roséola)
evolução → latente tardia e terciária
➢ Principalmente no tronco e raiz dos
membros
➢ Nessa fase são comuns as placas
mucosas e lesões acinzentadas e
pouco visíveis nas mucosas
• As lesões cutâneas progridem para lesões
mais evidentes, papulosas eritemo-
acastanhadas (sífilis papulosas) → podem
atingir todo o tegumento, sendo frequentes
nas genitais
➢ Habitualmente atingem a região plantas
e palmar, com um colarinho de
escamação não característico, em geral,
FORMAS CLÍNICAS não pruriginosa
• Clinicamente, classifica-se a sífilis em • Mais adiante, podem ser identificados
primária, secundária e terciária condilomas planos nas dobras mucosas,
especialmente na área anogenital → lesões
• Latência → intervalo aparentemente úmidas e vegetantes que podem ser
silencioso entre as manifestações clínicas confundidas com verrugas anogenitais da
HPV
SÍFILIS PRIMÁRIA
➢ Alopecia em clareiras e madarose
• Incubação → 10 a 90 dias (média de 3 podem surgir
semanas)
• O secundarismo é acompanhado de
• A primeira lesão é uma úlcera rica em micropoliadenopatia, sendo característica a
treponemas → cancro duro identificação dos linfonodos epitrocleares.
➢ Ocorre no local da entrada da bactéria • São comuns sintomas inespecíficos como
➢ Única e indolor febre baixa, mal-estar, cefaleia e adinamia
➢ Bordas bem definidas e regular
➢ Base endurecida e fundo limpo • Atualmente tem se tornado mais frequentes
➢ Sua duração pode variar muito – em uveítes
geral, 3-8 semanas
• A neurossífilis meningovascular pode
➢ Seu desaparecimento independe de
acompanhar essa fase
tratamento
➢ Considerar em paciente
• A lesão primária é acompanhada de imunodeprimido
linfadenopatia regional
• Toda erupção cutânea sem causa
determinada deve se investigar sífilis.
• Os sintomas desaparecem em algumas
semanas, independentemente de
tratamento, trazendo a falsa impressão de
cura
SÍFILIS TERCIÁRIA
• Ocorre aproximadamente em 15 a 25% das
infecções não tratadas, após um período
variável de latência, podendo surgir entre 2
e 40 anos depois do início da infecção
• A inflamação causada pela sífilis nesse
estágio provoca destruição tecidual
• É comum o acometimento dos sistemas:
➢ Nervoso, cardiovascular (aneurisma
aórtico) e articular (Artropatia de
Charcot)
• Há a formação de tubérculos ou gomas
sifilíticas (tumorações com tendência a
liquefação) na pele, mucosas, ossos ou
qualquer tecido
• As lesões podem causar desfiguração,
incapacidade e até morte

SÍFILIS LATENTE
• Período em que não se observa nenhum
sinal ou sintoma
• DX exclusivamente pela reatividade dos
testes treponêmicos e não treponêmicos
• A maioria dos DX ocorre nesse estágio
• Principais apresentações da sífilis terciária:
• Classifica-se em:
➢ Lesões cutâneo-mucosas → tubérculo
➢ Recente → menos de um ano de
ou gomas – 15%
evolução
➢ Neurológicas → tabes dorsalis, mielite
➢ Tardia → mais de um ano de evolução
transversa e demência – 8 a 10%
• Aproximadamente 25% dos pacientes não ➢ Cardiovasculares → aneurisma aórtico
tratados intercalam lesões de pela aortite sifilítica, estenose
secundarismo com os períodos de latência, coronariana e insuficiência aórtica
durante um a dois anos da infecção ➢ Articulares → atropatia de Charcot
SÍFILIS E GRAVIDEZ
• Apesar de cerca de 20% dos recém-natos de
gestantes infectadas não tratadas não
apresentarem sintomas, a doença pode se
relacionar a diversas complicações, como:
➢ Crescimento intrauterino restrito
➢ Óbito fetal
➢ Óbito neonatal
➢ Parto prematuro
➢ Anomalias congênitas
TESTES NÃO TREPONÊMICOS

• Infecção pode acometer feto em qualquer • detectam anticorpos anticardiolipina não


idade gestacional específicos para os antígenos do T. pallidum
➢ permitem análise quantitativa e
• As taxas de transmissão vertical da sífilis qualitativa
são maiores nas infecções recentes (< 1
ano) → maior carga de espiroquetas • nos testes não treponêmicos deve-se
analisar a amostra pura e diluída, em
virtude do fenômeno prozona
➢ se teste for reativo, a amostra deve ser
diluída em um fator dois de diluição,
até a última diluição em que não haja
mais reatividade no teste → o resultado
final é expresso em 1:2, 1:4, 1:8, etc
• utilizados para diagnóstico e também para
MÉTODOS DIAGNÓSTICOS monitoramento da resposta ao tratamento e
controle de cura
• Exames diretos e testes imunológicos
• os mais comumente usados no BR → VDRL,
EXAMES DIRETOS DA SÍFILIS RPR e USR

• se realiza a pesquisa ou detecção do T. • falso-reagente pode ocorrer → por isso


pallidum em amostras coletadas diretamente sempre realizar testes troponêmicos e não
das lesões troponêmicos
• os não treponêmicos
tornam-se reagentes cerca de 1 a 3
semanas após o aparecimento do
cancro duro
• Pessoas com títulos baixos
em testes não treponêmicos, sem
registro de tratamento e sem data de
infecção conhecida, são
consideradas como portadoras de
sífilis latente tardia, devendo ser
tratadas
• VDRL sugestivo de infecção:
TESTES IMUNOLÓGICOS DE SÍFILIS ➢ Títulos maiores que 1:4 (1:8, 1:16, etc)
➢ Aumento dos títulos em 3x em
• são os mais utilizados sorologias sequenciais (p.ex., 1:4 →
1:16)
• Há a realização de pesquisa de anticorpo em
➢ Positivação dos títulos em pacientes
amostra de sangue total, soro ou plasma
com sorologia prévia negativa
• São treponêmicos e não treponêmicos
FENÔMENO PROZONA INTERPRETAÇÃO
• consiste na falta de reatividade no teste • Primeiro teste + teste complementar e suas
realizado em uma amostra que, embora possíveis interpretações e conduta
contenha anticorpos não treponêmicos,
apresenta resultado não reagente quando é
testada sem diluir
TT (+) + TNT (+)
INTERPRETAÇÕES
• ocorre por excesso de anticorpos em
relação à quantidade de antígenos, com • Diagnóstico de sífilis
formação de imunocomplexos solúveis,
➢ Classificação do estágio clínico a ser
gerando resultados falso-negativos
definida de acordo com o tempo de
infecção e o histórico de tratamento
TESTES TREPONÊMICOS
• Cicatriz sorológica → tratamento anterior
• detectam anticorpos específicos documentado com queda de titulação em
produzidos contra os antig. de T. pallidum pelo menos 2 diluições
• são os primeiros a se tornarem reagentes CONDUTA
• em 85% dos casos permanecem reagentes • Tratar, realizar monitoramento com testes
por toda a vida, mesmo após tratamento → não treponêmico e notificar caso de sífilis
não são indicados para acompanhamento
• Se cicatriz sorológica, apenas orientas
• Há vários tipos de testes não treponemicos:
➢ Teste rápido (TR) → são os mais TT (+) + TNT (-)
indicados para início de diagnóstico;
resultado em até 30 minutos INTERPRETAÇÕES
➢ Testes de hemaglutinação (TPPA) e de
aglutinação de partículas (MHA-TP) • Realiza-se 3º teste treponêmico com
➢ Teste de imunofluorescência indireta metodologia diferente do primeiro
(FTA-Abs) ➢ Se reagente → dx de sífilis ou cicatriz
➢ Ensaios imunoenzimáticos – ELISA → sorológica
elevada sensibilidade e capacidade de ➢ Se não reagente, considera-se
automação resultado falso-reagente para o
primeiro teste, excluindo-se dx de sífilis
➢ Se 3º teste não disponível, analisar
história e clínica
CONDUTA

• Se sífilis, tratar, monitorar e notificar


• Se cicatriz sorológica, apenas orientar
• Para os concluídos como ausência de sífilis,
apenas orientar

TNT (+) + TNT (+)


INTERPRETAÇÕES

• Igual o do TT (+) + TNT (+)


CONDUTA

• Igual o do TT (+) + TNT (+)


TNT (+) + TNT (-) • Mas para a confirmação do DX é necessária
solicitação de testes diagnósticos
INTERPRETAÇÕES
• Nas fases sintomáticas é possível a
• Realiza-se um 3º teste treponêmico com realização de exames diretos, enquanto os
metodologia diferente do primeiro → o testes imunológicos podem ser utilizados
resultado final do fluxograma será definido tanto na fase sintomática quanto na fase de
pelo resultado desse 3º teste latência
➢ Se reagente, diagnóstico de sífilis ou
• Recomenda-se sempre iniciar a
cicatriz sorológica investigação por um teste treponêmico
➢ Se não reagente, considera-se
resultado falso-reagente para o • A combinação de teste aumenta o Valor
primeiro teste → negativo para sífilis Preditivo Positivo (VPP) de um resultado
reagente no teste inicial
• Cicatriz sorológica → tratamento anterior
documentado com queda da titulação em
pelo menos 2 diluições
CONDUTA

• Quando sífilis, tratar, realizar


monitoramento com teste não treponêmico
e notificar caso da sífilis
• Se cicatriz, orientar
• Se ausência de sífilis, orientar

TNT (-) OU TT (-) + NÃO REALIZAR TESTE


TRATAMENTO
COMPELMENTAR SE 1º TESTE FOR NÃO • A benzilpenicilina benzatina é o
REAGENTE E NÃO HOUVER SUSPEITA medicamento de escolha para o tratamento
CLÍNICA de sífilis, sendo a única medicação com
eficácia documentada durante a gestação
INTERPRETAÇÃO
• Outras opções para não gestantes, como
• Ausência de infecção ou período de doxiciclina e ceftriaxona, devem ser usadas
incubação (janela imunológica) de sífilis somente em conjunto com um
recente acompanhamento clínico e laboratorial
CONDUTA rigoroso

• Em caso de suspeita clínica e/ou • tratamento imediato, com benzilpenicilina


epidemiológica, solicitar nova coleta em benzatina, após apenas um teste reagente
30 dias para sífilis (TT ou TNT) para as seguintes
situações, independentemente da
• Mas se o dx de sífilis for o mais provável, presença de sinais e sintomas de sífilis:
não retardar o tratamento e não arriscar o ➢ Gestantes
não retorno do paciente ➢ Vítimas de violência sexual
➢ Pessoas com chance de perda de
DIAGNÓSTICO DE SÍFILIS seguimento
➢ pessoas com sinais/sintomas de sífilis
• O dx de sífilis exige uma correlação entre primária ou secundária
dados clínicos, resultados de testes ➢ pessoas com DX prévio de sífilis
laboratoriais, histórico de infecções
passadas e investigação de exposição • mesmo assim, deve-se realizar o segundo
teste
• A presença de sinais e sintomas compatíveis ➢ melhor analise diagnóstica, controle de
com sífilis favorece a suspeição clínica cura e tratamento de parcerias sexuais
(interrompe cadeia de transmissão)
• para qualquer paciente sintomático com MONITORAMENTO PÓS-
suspeite, e impossibilidade de realizar
TRATAMENTO DE SÍFILIS
qualquer teste, iniciar empiricamente
tratamento para sífilis recente, assim como • Para o seguimento, testes não
para os parceiros sexuais treponêmicos devem ser realizados
• aplicação de benzilpenicilina benzatina → mensalmente em gestantes
administrada exclusivamente por IM ➢ No restante da população, a cada 3
➢ região ventro-glútea meses até o 12º mês de
acompanhamento
• não deixar de aplicar por medo de reações
adversas • Escolhido um teste específico, continuar com
o mesmo nas próximas coletas
➢ possibilidade de anafilaxia é de 0,002%
• A pessoa tratada com sucesso pode ser
ESQUEMAS liberada de novas coletas após um ano de
seguimento pós-tratamento
• A resposta ao tratamento é classificada em:
➢ Resposta imunológica adequada
➢ Critérios de retratamento: reativação
e/ou reinfecção

RESPOSTA IMUNOLÓGICA AO
TRATAMENTO DA SÍFILIS
• Resposta imunológica adequada → teste
não treponêmico não reagente ou uma
queda na titulação em 2 diluições em até 6
meses para sífilis recente e queda na
titulação em 2 diluições em até 12 meses
para sífilis tardia
• A resolução dos sinais e sintomas após o
tratamento, caso estes tenham estado • A persistência de resultados reagentes em
previamente presentes, é indicativa de testes não treponêmicos após o tratamento
resposta à terapia adequado e com queda prévia da titulação
em pelo menos duas diluições, quando
REAÇÃO DE JARISCH-HERXHEIMER descartada nova exposição de risco durante
o período analisado, é chamada de “cicatriz
• é um evento que pode ocorrer durante as 24 sorológica” (serofast) → não caracteriza falha
horas após a primeira dose de penicilina, terapêutica
em especial nas fases primária ou secundária
• há exacerbação das lesões cutâneas – com RETRATAMENTO DE SÍFILIS:
eritema, dor ou prurido, mal-estar geral, REATIVAÇAO OU REINFECÇÃO
febre, cefaleia e artralgia → regridem
espontaneamente após 12 a 24 horas • São critérios de retratamento e necessitam de
conduta ativa do profissional de saúde:
➢ Pode ser controlada com o uso de
analgésicos simples, sem precisar ➢ Ausência de redução da titulação em
descontinuar o tratamento duas diluições no intervalo de seis
meses (sífilis recente, primária e
• Gestantes que apresentam essa reação secundária) ou 12 meses (sífilis tardia)
podem ter risco de trabalho de parto após o tratamento adequado OU
prematuro, pela liberação de ➢ Aumento da titulação em duas
prostaglandinas em altas doses diluições ou mais (ex.: de 1:16 para
➢ Mas é um risco menor do que o não 1:64; ou de 1:4 para 1:16); OU
tratar a sífilis ➢ Persistência ou recorrência de sinais e
sintomas clínicos.
SÍFILIS EM GESTANTES • Precoce → manifestações clínicas durante
os 2 primeiros anos de vida
• As gestantes devem ser testadas para sífilis • Tardia → manifestações clínicas evidentes
na 1ª consulta, no início do 3º trimestre e na após 2 anos de idade
internação para o parto, em caso de
aborto/natimorto ou história de exposição
SÍFILIS CONGÊNITA PRECOCE
de risco/violência sexual;
• A maioria das crianças é assintomática ao
• As gestantes com testes rápidos reagentes
nascer
para sífilis deverão ser consideradas como
portadoras de sífilis até prova em contrário; • Em 20% dos RN haverá sinais clínicos
➢ deverão ser tratadas no momento da
• A maior parte das lesões surge até os três
consulta → Benzilpenicilina benzatina
meses de idade, sendo a maioria ainda nas
• Os benefícios suplantam o custo e o risco do primeiras cinco semanas
tratamento com benzilpenicilina benzatina;
LESÕES CUTÂNEO MUCOSAS
• O atraso do tratamento no aguardo de
resultados de teste complementar faz com • são evidentes em até 70% das crianças
que o profissional perca tempo e a infectadas
oportunidade de evitar a transmissão • lesões maculopapulares, vermelho-
vertical da sífilis acobreada
➢ Cada semana que uma gestante com ➢ torna-se mais amarronzada com o
sífilis passa sem tratamento é mais passar do dias
tempo de exposição e risco de
infecção para o feto • mais evidentes em mãos e pés

• Monitoramento sorológico deve ser • pênfigo sifilítico → lesões desde o


mensal até o termo nascimento que costumam ser bolhosas
➢ Após o parto, seguimento é trimestral
até o 12º mês de acompanhamento

SÍFILIS CONGÊNITA
• Gestantes nas fases primárias e secundária
possuem risco de transmissão vertical de 70
a 100% dos casos
• Transmissão pode ser em qualquer fase da
gestação, mas risco aumenta com o avanço
da idade gestacional
• é fundamental a realização de testes
padronizados durante o pré-natal para a
correta identificação dos casos.
➢ O tratamento adequado da gestante
pode prevenir a sífilis congênita • placas mucosas podem ser evidenciadas ao
redor da cavidade oral e na região genital.
• A infiltração placentária pode causar
redução do fluxo sanguíneo para o feto e • lesões do condiloma plano podem ser
levar a um quadro de CIUR ou óbito fetal evidenciadas após os primeiros dois ou três
meses de vida
QUADRO CLÍNICO E DX • rinite → frequentemente é a primeira
manifestação → indica o acometimento do
• Sífilis congênita precoce e tardia trato respiratório superior e cursa com
secreção nasal mucosa, que pode tornar-se
sanguinolenta
LESÕES ÓSSEAS • Sequelas da periostite na fase aguda:
➢ bossa frontal (fronte olímpica),
• As alterações ósseas acometem até 80% das ➢ espessamento da junção
crianças não tratadas esternoclavicular (sinal de
• Costumam ser múltiplas e simétricas Higoumenáki)
➢ arqueamento da porção média da
• Costumam resolver-se espontaneamente tíbia (tíbia em sabre)
nos primeiros 6 meses de vida
• Anormalidades dentárias:
• periostite e desmineralização da cortical e ➢ dentes de Hutchinson e molares em
osteocondrite formato de amora
SISTEMA HEMATOPOIÉTICO • Face:
• Anemia, trombocitopenia e leucopenia ou ➢ maxilar curto;
leucocitose são achados comuns ➢ nariz em sela, com ou sem perfuração
do septo nasal;
LESÕES NO SNC ➢ rágades (por fissurasperibucais).
• O quadro de neurossífilis pode se LABORATÓRIO
desenvolver mesmo na ausência de outras
manifestações clínicas
PESQUISA DIRETA DO TREPONEMA
• Algumas crianças podem apresentar
manifestações agudas nos primeiros • não é habitualmente realizada
meses de vida, enquanto outras ➢ microscopia de campo escuro
desenvolvem um quadro mais protraído, ➢ imuno-histoquímica
com manifestações mais evidentes no final do
primeiro ano devida AVALIAÇÃO SOROLÓGICA
LESÕES OCULARES • pesquisa de anticorpos contra o treponema
• Pode haver coriorretinite na fase aguda, com ➢ testes treponêmicos
o fundo do olho apresentando um aspecto ➢ testes não treponêmicos
de “sal e pimenta” • TT → uso limitado no neonatal → IgG
maternos podem passar pela placenta
SÍFILIS CONGÊNITA TARDIA ➢ Se realizado após 18 meses, TT positivo
• São associadas com o processo de sugere infecção
cicatrização das lesões encontradas na • TNT → permite diagnóstico e seguimento
sífilis precoce e com reações a um processo terapêutico
inflamatório persistente ainda em curso
➢ um resultado reagente no teste não
treponêmico em crianças menores de
18 meses só deverá ser valorizado
quando o título encontrado for maior
do que o materno em duas diluições

OUTROS EXAMES
• radiografia de ossos longos
• avaliação de liquior
• hemograma, perfil hepático e eletrólitos
• avaliação audiológica e oftalmológica
LINFOGRANULOMA FASE DE DISSEMINAÇÃO LINFÁTICA
REGIONAL
• Causado pela Chlamydia trachomatis
• A adenite pode evoluir em nódulos
➢ Gram-negativa inguinais superficiais dolorosos ou
➢ obrigatoriamente intracelular bulbões, que frequentemente
➢ sorotipos L1, L2 e L3. rompem a pele com
• 3x mais frequente em mulheres do exsudação de descarga
que em homens purulenta

• Afeta, predominantemente o • Fecha-se um trajeto e


sistema retículo-histiocitário abrem-se outros, o que resulta em aspecto
semelhante a um bico de regador.
➢ Preferencialmente os linfonodos
inguinais e ilíacos • No homem, a linfadenopatia inguinal se
desenvolve entre uma a seis semanas após
• Disseminação via linfática a lesão inicial; geralmente unilateral (em
• Incubação de 3 a 21 dias 70% dos casos)

• Etiopatogenia: apresenta 3 fases • Na mulher, a localização da adenopatia


depende do local da lesão de inoculação
➢ Fase de inoculação, a de disseminação
linfática regional e a fase de sequelas FASE DE SEQUELAS

QUADRO CLÍNICO • O comprometimento linfonodal evolui


com supuração e fistulização por orifícios
• A manifestação clínica mais comum é a múltiplos, que correspondem a linfonodos
linfadenopatia inguinal e/ou femoral, já individualizados, parcialmente fundidos
que esses sorotipos são altamente invasivos em uma grande massa
aos tecidos linfáticos
• Lesão da região anal pode levar à proctite
FASE DE INOCULAÇÃO e à proctocolite hemorrágica
• A obstrução linfática crônica leva à
• Inicia-se por pápula, pústula ou exulceração
elefantíase genital, que na mulher é
indolor, que desaparece sem deixar
denominada estiomene
sequela.
➢ Muitas vezes, não é notada pelo
paciente DIAGNÓSTICO
• No homem, localiza-se no sulco coronel, • Na maioria dos casos, o diagnóstico do
frênulo e prepúcio Linfogranuloma Venéreo (LGV) é realizado
em bases clínicas, não sendo rotineira a
• Na mulher, ocorre na parede vaginal comprovação laboratorial
posterior e fúrcula
➢ Assim, esse diagnóstico deve ser
➢ Pode haver formação de úlcera crônica considerado em todos os casos de
na fúrcula, com fundo granulomatoso e adenite inguinal, elefantíase genital,
friável → síndrome de Clémont-Simon estenose uretral ou retal

• Recomenda-se a pesquisa de C. trachomatis
em praticantes de sexo anal que
apresentem úlceras anorretais
➢ Principalmente o ELISA

TRATAMENTO
• Doxiciclina
➢ Gestação → azitromicina
DONOVANOSE
• É uma IST crônica progressiva, que acomete
preferencialmente pele e mucosas das
regiões genitais, perianais e inguinais.
• É pouco frequente, ocorrendo na maioria
das vezes em climas tropicais e subtropicais
• A região genital é afetada em 90% dos
casos e a inguinal em 10%.
• lesão primária pode ocorrer na vulva, na
vagina ou na cérvice e apresentar-se como
pápulas indolores ou úlceras necrosantes
com bordas friáveis.
• adenopatia inguinal usualmente está ausente DIAGNÓSTICO
• causada pela Klebsiella granulomatis • Realizado através da identificação dos
(Donovania granulomatis) corpúsculos de Donovan em esfregaço
➢ bacilo gram negativo, pleomórfico, com coloração de Wright, Giemsa ou
imóvel, raramente cultivável Leishman ou histopatológico

• incubação de 30 dias a 6 meses (média de


50 dias)

QUADRO CLÍNICO
• O quadro clínico inicia-se com ulceração de
borda plana ou hipertrófica, bem
delimitada, com fundo granuloso,
vermelho vivo e de sangramento fácil.
• A ulceração evolui lenta e
progressivamente, podendo se tornar
vegetante ou ulcerovegetante.
➢ As lesões costumam ser múltiplas,
sendo frequente a configuração em
"espelho" nas bordas cutâneas e/ou
mucosas
• Na mulher, a forma elefantiásica é uma HERPES GENITAL
sequela tardia, sendo observada quando há
predomínio de fenômenos obstrutivos • Doença incurável e recorrente.
linfáticos. • É a IST ulcerativa mais frequente, seguida
pelo cancro duro
• Existem cerca de 100 espécies virais na
família Herpesviridae, sendo oito de
interesse médico.
➢ HSV-1; HSV-2; Tipo 3: varicela-zóster;
Tipo 4: Epstein-Barr vírus; Tipo 5:
citomegalovírus; Tipo 6: exantema
súbito; Tipo 7; Tipo 8: relacionado a
indivíduos com sarcoma de Kaposi
• Embora o HSV-1 esteja associado • Quando há acometimento do colo do útero,
primariamente à infecção oral e perioral é comum o corrimento vaginal, que pode
(herpes labial) e o HSV-2 à infecção genital, ser abundante.
ambos podem causar infecções em qualquer
parte do corpo • Nas mulheres, as lesões são mais frequentes
nos pequenos lábios, no clitóris, nos
• Incubação média de 6 dias grandes lábios, na fúrcula e no colo do
útero
QUARO CLÍNICO • Entre os homens, o acometimento da uretra
pode provocar corrimento e disúria, e
• As manifestações da infecção pelo HSV raramente é acompanhado de lesões
podem ser divididas em primoinfecção extragenitais.
herpética e surtos recorrentes
➢ Nos homens, as lesões são mais
• muitas pessoas que adquirem a infecção frequentes na glande e no prepúcio
por HSV nunca desenvolverão
manifestações e que a proporção de • A linfadenomegalia inguinal dolorosa
infecções sintomáticas é estimada entre 13 e bilateral está presente em 50% dos casos.
37% • Após a infecção genital, o HSV ascende
pelos nervos periféricos sensoriais,
PRIMOINFECÇÃO penetra nos núcleos das células dos
gânglios sensitivos e entra em um estado
• A primoinfecção herpética tem um período
de latência.
de incubação médio de seis dias.
• As lesões cutâneas sucedem os sintomas INFECÇÕES RECORRENTE
prodrômicos em horas ou dias.
• Após a infecção genital primária por HSV-2
• Estas são transmitidas por contato direto ou ou HSV-1, respectivamente, 90 e 60% dos
fômites. pacientes desenvolvem novos episódios nos
primeiros 12 meses, por reativação viral.
• Em geral, é uma manifestação mais grave,
caracterizada pelo surgimento de lesões • Essa reativação se deve a quadros
eritemato papulosas de um a três milímetros infecciosos, exposição à radiação
de diâmetro, que rapidamente evoluem ultravioleta, traumatismos locais,
para vesículas sobre base eritematosa, menstruação, estresse físico ou emocional,
muito dolorosa e de localização variável na antibioticoterapia prolongada e/ou
região genital imunodeficiência

• As vesículas se rompem e originam • O quadro clínico das recorrências é menos


ulcerações dolorosas, com bordas lisas, de intenso que o observado na primo-infecção
mínima profundidade, não ultrapassando 1 ➢ pode ser precedido de sintomas
mm e que não sangram à manipulação prodrômicos característicos, como
prurido leve ou sensação de
• Posteriormente, são recobertas por crostas
"queimação", mialgias e "fisgadas"
sero-hemáticas que cicatrizam por
nas pernas, quadris e região
completo
anogenital
• A recorrência tende a ser na mesma
localização da lesão inicial, geralmente, em
zonas inervadas pelos nervos sensitivos
sacrais
• O quadro local na primoinfecção costuma
ser bastante sintomático e, na maioria das ➢ Apresentam-se como vesículas
vezes, é acompanhado de manifestações agrupadas sobre base eritematosa,
gerais que evoluem para pequenas úlceras
arredondadas ou policíclicas.
➢ febre, mal-estar, mialgia e disúria,
com ou sem retenção urinária.
➢ Pode durar de duas a três semanas.
DIAGNÓSTICO
IMUNOFLUORESCÊNIA DIRETA
• Pesquisa de anticorpos monoclonais com
eficácia semelhante à cultura, mas de
menor custo, fácil realização e maior rapidez
do resultado.
• Os anticorpos contra o herpes
desenvolvem-se após a infecção primária e
permanecem por toda a vida.

CULTURA
• Técnica mais específica.
• A sensibilidade varia de acordo com o
estágio sendo progressivamente menor em
lesões vesiculosas, pustulosas, ulceradas
ecrostosas.
• Sua execução na prática é de menor
importância

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