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Notificação Compulsória da Sífilis

• 1986: Sífilis congênita


• 2005: Sífilis em gestantes
• 2010: Sífilis adquirida
DADOS EPIDEMIOLÓGICOS
OMS > mais de 1 milhão de casos de IST por dia
mundialmente.

Ao ano estima-se 357 milhões de IST de novas infecções,


entre clamídia, gonorreia, sífilis e tricomoníase.

A sífilis afeta um milhão de gestantes por ano em todo o


mundo, levando a mais de 300 mil mortes fetais e neonatais e
colocando em risco de morte prematura mais de 200 mil
crianças.
Incidência de Sífilis no Brasil

Fonte: Sinan 2020


• Sífilis adquirida/100.000 hab.
• Sífilis em gestantes/nascidos vivos x 1000
• Sífilis congênita/1.000 nascidos vivos
Incidência de Sífilis Adquirida
Incidência de Sífilis em Gestante
Incidência de Sífilis Adquirida por
sexo e em Gestante
Cadeia de transmissão da sífilis adquirida

Comunicante
Parceiro (a) Sexual

Porta de Entrada
Via sexual Modo de transmissão
Novo Hospedeiro
Indivíduo que mantém Direto mediato por
relação sexual sem relação sexual
proteção

Bioagente
Treponema Pallidum Porta de Saída
Via sexual
Reservatório
Indivíduo doente ou
portador
Cadeia de transmissão da sífilis congênita

Porta de Entrada
Via hematogênica
fetal (vasos do cordâo
Novo Hospedeiro umbilical)
Feto de mãe portadora da Modo de transmissão
sífilis adquirida Vertical da mãe para o
feto por meio da via
transplacentária

Bioagente Porta de Saída


Treponema Pallidum Via hematogênica
materna

Reservatório
Mulher gestante com
sífilis
Sífilis Adquirida e Sífilis Congênita

Descrição:
•A sífilis é uma infecção bacteriana sistêmica, de
evolução crônica, quando não tratada progride ao
longo dos anos

Agente etiológico:
•Treponema pallidum (bactéria – espiroqueta).
Transmissão:
•Predominantemente sexual (forma adquirida)
•Materno-fetal (forma congênita)
•Transmissão sanguínea
Sífilis Adquirida e Sífilis Congênita

• Período de incubação:
De 10 a 90 dias, média de 21 dias, a partir do
contato sexual infectante.

• Período de transmissibilidade:
- Adquirida a presença de lesões, estágios iniciais da
infecção (sífilis primária e secundária), sendo
reduzido na latente e terciária
- A transmissão vertical ocorre em qualquer fase
gestacional
Sífilis Primária

• Cancro duro: úlcera rica em treponemas, geralmente única e


indolor, com borda bem definida e regular, base endurecida e
fundo limpo, que ocorre no local de entrada da bactéria (pênis,
vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca, ou outros locais do
tegumento)

• Acompanhada de linfadenopatia regional (acometendo


linfonodos localizados próximos ao cancro duro).

• Permanece de 3 a 8 semanas e desaparece com ou sem


tratamento
PRIMÁRIA: Cancro duro

• Base endurecida
• Rosada ou ulcerada
• Única, pouco dolorosa
• Fundo liso e brilhante
• Secreção serosa escassa
Sífilis Primária
Sífilis Primária
Sífilis Secundária
• Média entre 6 semanas e 6 meses após a cicatrização do
cancro, mas pode ocorrer em um período de até dois anos
• Marcada pela disseminação dos treponemas pelo organismo
• Sintomas dura em média, entre 4 e 12 semanas
• Pápulas palmoplantares, placas e condilomas planos
• Micropoliadenopatia
• Alopécia em clareira e madarose são achados eventuais
• As lesões desaparecem independentemente de tratamento, e
aproximadamente 25% dos pacientes podem apresentar
recrudescimento
Sífilis Secundária
Sífilis Secundária
Sífilis Secundária
Sífilis Latente

• Período em que não se observa nenhum sinal ou


sintoma
• A maioria dos diagnóstico ocorre nesse estágio
• Dividida em latente recente (menos de dois anos de
infecção) e latente tardia (mais de dois anos de infecção)
• Aproximadamente 25% dos pacientes não tratados
intercalam lesões de secundarismo com os períodos de
latência, durante um a dois anos da infecção.
Sífilis Terciária
• Ocorre aproximadamente em 15% a 25% das infecções
não tratadas
• Podendo surgir entre 01 e 40 anos depois do início da
infecção
• Destruição tecidual do sistema nervoso e do sistema
cardiovascular
• Formação de gomas sifilíticas (tumorações com tendência
a liquefação) na pele, mucosas, ossos ou qualquer tecido.
As lesões podem causar desfiguração, incapacidade e até
morte.
Sífilis Terciária
Sífilis Terciária
Lesões cutâneo mucosas
Sífilis Terciária
Lesões cutâneo mucosas
Diagnóstico
• Microscopia de campo escuro: pesquisa do T. pallidum nas

lesões primárias e secundárias da sífilis, em adultos ou em

crianças.

• Clínico-epidemiológico

• Testes não treponêmicos (VDRL) e treponêmicos

• Raio X ossos longos para diagnóstico da sífilis congênita.


Tratamento
• Primária: Penicilina benzatina 2,4milhões IM,
dose única;
• Secundária: Penicilina benzatina 2,4milhões IM,
repetida após 1 semana;
• Terciária: Penicilina benzatina 2,4milhões IM
semanal por 3 semanas

“As aplicações de Penicilina G Benzatina, em


cada série serão divididas em 1.200.000 UI em
cada glúteo”.
Sífilis Congênito

• Transmissão da mãe para o feto

• Morte perinatal em 40% das

crianças infectadas
Sífilis Congênito

• Resulta da disseminação hematogênica do


Treponema pallidum da gestante infectada não
tratada ou inadequadamente tratada para o seu
concepto, por via transplacentária ou no momento
do parto.
• A transmissão pode ocorrer em qualquer fase da
gestação ou no parto.
Sífilis na Gestação

• A incidência de sífilis em parturientes é quatro vezes


maior que a da infecção pelo HIV.

• É considerada infectada toda gestante que durante o


pré-natal, no momento do parto ou curetagem apresente
evidência clínica de sífilis, com teste positivo ou não.
Sífilis na Gestação
• Cutâneo mucosas;
• Aumento do fígado, do baço;
• Iciterícia, anemia;
• Lesões ósseas;
• Prematuridade: baixo peso, insuficência
respiratória;
• Cegueira, surdez, deficiência mental;
• Malformações no feto;
• Aborto.
Manifestações clínicas

Pode ocorrer aborto, natimorto ou óbito neonatal, bem como


sífilis congênita “sintomática” ou “assintomática” ao
nascimento.

Hoje, predominam as formas oligo ou assintomáticas.


Didaticamente, divide-se a sífilis congênita em precoce ou
tardia, conforme a manifestação clinica tenha aparecido antes
ou depois dos dois primeiros anos de vida.
SÍFILIS CONGÊNITA TARDIA

Caracteriza-se pelo aparecimento de estigmas que, em geral,


resultam da cicatrização das lesões iniciais produzidas pelo
treponema.

As principais características da sífilis congênita tardia são fronte


“olímpica”, nariz “em sela”, dentes incisivos medianos superiores
deformados, molares em “amora”, mandíbula curta, arco palatino
elevado, surdez e dificuldade no aprendizado.
Sífilis Congênito
Sífilis Congênito
Cuidado no período neonatal

• Toda gestante deve realizar VDRL;


• Todo RN, cuja mãe seja positiva,
deverá realizar o VDRL.
DIAGNÓSTICO

Clínico
Epidemiológico
Laboratorial (VDRL e FTA-abs); hemograma e Raio X
de ossos longos e exame líquor (LCR)
TRATAMENTO

Penicilina cristalina e procaína.

Seguimento: pelo menos por 2 anos com controle de exame


VDRL.

Aos 18 meses de idade realizar FTA-abs para confirmação


do caso.

Notificação Compulsória regular em 7 dias.


Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Guia de Vigilância
em Saúde / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. ,
Coordenação-Geral de Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviços. – 3ª. ed. –
Brasília : Ministério da Saúde, 2019. 740 p.

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