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As Infecções Sexualmente Transmissíveis

são doenças transmitidas por meio da


relação sexual, seja de homem com mulher,
homem com homem ou mulher com mulher.
Em geral, a pessoa infectada transmite ISTs
para seus parceiros, principalmente no ato
da penetração.
As ISTs são doenças graves que podem
causar esterilidade, aborto, problemas de
saúde, alguns tipos de cânceres,
deficiência físico-mental, entre outros.
Sífilis
Embora a sífilis seja uma IST de tratamento
fácil e disponível em todas as unidades de
saúde, ainda existe uma efetiva mobilização
dos serviços de saúde em torno da detecção
de casos dessa doença.
Essa preocupação deve-se ao conhecimento
das consequências decorrentes da evolução
da sífilis sem tratamento adequado.
Outra razão para o empenho dos profissionais
de saúde é a possibilidade de transmissão da
doença de mãe para filho, durante a gestação,
causando uma síndrome denominada sífilis
congênita (porque é adquirida durante a
gestação). Seu período de incubação varia de
10 a 90 dias.
É uma doença infecciosa causada pela
bactéria Treponema pallidum.
Todas as pessoas sexualmente ativas
devem realizar o teste para diagnosticar a
sífilis, principalmente as gestantes, pois a
sífilis congênita pode causar aborto, má
formação do feto e/ou morte ao nascer.
O teste deve ser feito na 1ª consulta do
pré-natal, no 3º trimestre da gestação e no
momento do parto.
Sua transmissão ocorre na relação
sexual, transfusão de sangue
contaminado, e transfusão
transplacentária (a partir do quarto mês
de gestação).
• A sífilis é causada pela bactéria
Treponema pallidum, que pode atingir
qualquer tecido ou órgão e tende a
evoluir cronicamente.
Sífilis Primária:
Conhecida como cancro duro, caracteriza-se pela
presença do cancro duro, que é uma lesão
ulcerada, única, indolor, de bordos bem definidos
e fundo liso.
Geralmente, localiza-se na genitália externa ou
outros locais por onde o Treponema penetrou o
corpo (ânus, reto, lábios, boca, mamas ou dedos).

Na mulher, a sífilis pode ser assintomática,


independente da localização do treponema, o que
possibilita a disseminação da doença. Sua lesão
aparece após 1 semana a 3 meses. Por se tratar
de lesão indolor, as pessoas continuam
mantendo relação sexual e transmitindo a doença.
Sífilis Secundária:
Ocorre entre 6 e 8 semanas após o
surgimento do cancro duro.
Suas manifestações surgem após a
disseminação do Treponema para
todo o corpo, por meio da corrente
sanguínea e vasos linfáticos.
É uma fase caracterizada por lesões de
pele, pequenas manchas acobreadas,
denominadas roséolas sifilíticas, nas
regiões palmar, plantar, inguinal, entre
as nádegas, tronco, face e membros
superiores.
Sífilis Terciária:
A sífilis pode ser diagnosticada através
de critérios clínicos baseados nos
sinais e sintomas apresentados, ou por
diagnóstico laboratorial, pela realização
de exames de sangue, que podem ser
inespecíficos (VDRL) ou específicos (FT-
Abs, TPHA) para a detecção do T.
pallidum na corrente sanguínea, sendo
este último utilizado como teste
confirmatório.
O tratamento da sífilis deve ser iniciado o
quanto antes, tanto no caso do portador
como no de seu parceiro. Também é
aplicável a gestantes ou a bebês, filhos de
gestantes não tratados. Consiste na
administração de antibióticos,
preferencialmente a penicilina Benzatina®,
sendo feito adequadamente pode haver a
cura. Sempre deve ser orientado
abstinência sexual, até que se confirme a
cura da doença.
O VDRL deve ser repetido 6 meses, 1 e 2
anos, após o tratamento. A prevenção
ocorre com a devida proteção da genitália.
Fase da doençaTratamento
recomendadoAlternativaExame para
confirmar a cura:
✔ Sífilis primária e secundária: Dose única
de Benzetacil (total de 2,4 milhões de
unidades)Doxiciclina 100 mg, 2 vezes ao dia por
15 diasVDRL em 3, 6 e 12 meses
✔ Sífilis latente recente1 injeção única de
Benzetacil (total de 2,4 milhões de
unidades)Doxiciclina 100 mg, 2 vezes ao dia por
15 diasVDRL em 3, 6, 12 e 24 meses
✔ Sífilis latente tardia1 injeção de Benzetacil por
semana, durante 3 semanas (total de 7,2
milhões de unidades)Doxiciclina 100 mg, 2
vezes ao dia por 30 diasVDRL em 3, 6, 12, 24,
36, 48 e 72 meses
✔ Sífilis terciária1 injeção de Benzetacil
por semana, durante 3 semanas (total
de 7,2 milhões de
unidades)Doxiciclina 100 mg, 2 vezes
ao dia por 30 diasVDRL em 3, 6, 12,
24, 36, 48 e 72 meses
✔ NeurosífilisInjeções de Penicilina
cristalina por 14 dias (18 a 24 milhões
de unidades por dia)Injeção de
ceftriaxona 2g por 10 a 14 diasVDRL
em 3, 6, 12, 24, 36, 48 e 72 meses
Tratamento durante a gravidez:
O tratamento para a sífilis na gestante
apenas deve ser feito com antibióticos
derivados da Penicilina, como Amoxicilina
ou Ampicilina, uma vez que os outros
antibióticos podem provocar malformações
no feto.
Caso a grávida seja alérgica à Penicilina o
médico poderá recomendar fazer o
tratamento após a gravidez, se a doença
estiver latente ou usar a Eritromicina em
forma de comprimidos durante 15 a 30 dias,
dependendo da semana de gestação
Sífilis Congênita
A Sífilis congênita acontece quando a
bactéria responsável pela doença,
o Treponema pallidum, passa da mãe
para o bebê durante a gestação ou no
momento do parto, caso a mulher tenha
lesões na região genital causadas pela
bactéria.
A transmissão da mãe para o bebê
pode acontecer em qualquer momento
da gestação, sendo mais frequente em
mulheres que nunca realizaram o
tratamento para sífilis ou não fizeram o
tratamento corretamente. A sífilis
congênita pode resultar em alterações
no desenvolvimento do bebê, parto
prematuro, aborto espontâneo, baixo
peso ao nascer ou morte do bebê
quando gravemente infectado.
Os principais sintomas de sífilis
congênita precoce são:

✔ Prematuridade;
✔ Baixo peso;
✔ Manchas brancas e vermelhas com descamação
da pele;
✔ Feridas no corpo;
✔ Aumento do fígado;
✔ Pele amarelada;
✔ Problemas respiratórios, podendo haver
pneumonia;
✔ Anemia;
Doença infecciosa causada por uma
bactéria, que causa um processo
inflamatória na mucosa uretral,
denominado uretrite gonocócica.
A gonorréia é popularmente
conhecida como gota matinal, porque
é comum a saída de secreção pelo
meato uretral, pela manhã, quando o
doente se levanta e vai realizar a
primeira micção.
Após o contágio, o agente infeccioso
causa uma infecção superficial, mas a
gonorreia pode evoluir com algumas
complicações se não tratada
adequadamente, causando inflamação e
infecções em vários órgãos e tecidos,
como o coração, articulações, ovários e
meninges, que são atingidos porque o
gonococo pode subir através do trato
urinário e se disseminar pelos sistemas
linfáticos e circulatório.
Os sintomas são dor ou ardência ao urinar,
e corrimento uretral purulento e fétido,
podendo haver febre.
CONDILOMA ACUMINADO
Sua transmissão ocorre principalmente
através da relação sexual. Porém
também pode ocorrer ao se
compartilhar roupas íntimas, toalhas,
em assentos sanitários e de forma
iatrogênica, com utilização de material
mal esterilizado.
Seu tratamento é feito em ambulatório com
cauterização química (por podofilina ou ácido
tricloroacético) ou térmica (criocauterização).
Porém, quando a lesão cresce demasiadamente,
pode haver a necessidade de ser retirada
cirurgicamente.
• Todas essas formas de tratamento não
erradicam o vírus, apenas impedem o
desenvolvimento da doença.

• O tratamento é capaz de exterminar as lesões


em até 80% das vezes.
• É extremamente necessária a abstinência sexual
durante todo o tratamento e o controle deve ser
feito anualmente.
CANCRO MOLE
Doença causada por uma bactéria chamada
Haemophilus ducrey, de contágio
exclusivamente sexual.
• Sua principal característica é o surgimento de
várias lesões, entre 2 e 5 dias após o contágio –
que ocorre pelo contato com a secreção que sai
das lesões do parceiro sexual.
• As lesões são dolorosas, de fundo irregular
coberto de secreção fétida e amarelada, e com
facilidade para o sangramento.
• Seu diagnóstico é feito a partir do quadro
clínico e exame de esfregaço da lesão.
O tratamento é realizado com antibióticos,
podendo-se fazer a drenagem dos
linfonodos para proporcionar alívio da dor.

• Os cuidados de orientação aos clientes


incluem abstenção de relações sexuais,
higiene cuidadosa da genitália, estímulo à
adesão ao tratamento e encaminhamento
do parceiro á consulta na unidade de
saúde.
HERPES GENITAL
Embora possa provocar lesões em
qualquer parte do corpo, acomete
principalmente os órgãos genitais, cerca de
3 a 14 dias após o contágio, que pode ser
sexual.
O vírus ao multiplicar-se na pele ou mucosa
da genitália, causa pequenas lesões
vesiculosas (em forma de bolhas),
agrupadas, que se rompem dando origem a
úlceras e, depois, a crostas. Anteriormente
ao surgimento das lesões, pode haver
sensação de ardor e prurido local.
Tricomaníase
A tricomoníase é muito mais frequente nas mulheres
do que nos homens.
• É causada por um protozoário chamado
Trichomonas vaginalis, que atinge a mucosa genital
após a relação sexual com indivíduos portador,
assintomático ou não.
• O doente apresenta corrimento amarelado espesso
ou amarelo esverdeado, presença de bolhas, odor
fétido, dor no ato sexual, ardência e prurido na
região genital.
• O entanto, afirma-se que mais de 50% das mulheres
portadoras são assintomáticas.
• Assim como em muitas IST, o diagnóstico pode ser
realizado através dos sinais e sintomas
apresentados e também com a realização de exames
laboratoriais.
• O tratamento é feito à base de antifúngicos.
O QUE PODEMOS FAZER PARA
AUXILIAR A PREVENÇÃO DE ISTs /
AIDS?
Uso de preservativos, em todas as relações
sexuais que envolvem sexo oral e penetração
vaginal ou anal. Além de serem de fácil utilização,
encontram-se disponíveis nas unidades de
saúde e apresentam baixo custo quando
adquiridos em estabelecimentos comerciais;
• Redução de parceiros sexuais, para diminuir as
chances de transmissão de IST;
• Auto-exame dos genitais, com um auxílio de
um espelho. Em caso de detecção de alguma
alteração, deve-se procurar os serviços de
saúde;
• Fazer higiene após o ato sexual, objetivando
diminuir o risco de contaminação de IST / AIDS;
• Não compartilhar seringas e agulhas com
outros usuários de drogas injetáveis,
procurando utilizar apenas materiais
descartáveis
HPV
O condiloma acuminado, HPV conhecido
também como verruga genital, crista de galo,
figueira ou cavalo de crista, é causada pelo
Papiloma vírus humano (HPV). Atualmente,
existem mais de 100 tipos de HPV - alguns
deles podendo causar câncer, principalmente
no colo do útero e no ânus (16 e 18, presentes
em 70% dos casos de câncer de colo do útero,
e o 6 e 11, presentes em 90% dos casos de
verrugas genitais).
Sinais e Sintomas

A infecção pelo HPV normalmente causa


verrugas de tamanhos variáveis. No
homem, é mais comum na cabeça do pênis
(glande) e na região do ânus.
Na mulher, os sintomas mais comuns
surgem na vagina, vulva, região do ânus e
colo do útero
HIV E AIDS:

Ataca o sistema imunológico,


responsável por defender o organismo
de doenças. As células mais atingidas
são os linfócitos T CD4+. A aids é o
estágio mais avançado da doença. Como
esse vírus ataca as células de defesa do
nosso corpo, o organismo fica mais
vulnerável a diversas doenças, de um
simples resfriado a infecções mais
graves como tuberculose ou câncer.
Ter o HIV não é a mesma coisa que ter a
aids. Há muitos soropositivos que vivem
anos sem apresentar sintomas e sem
desenvolver a doença. Mas, podem
transmitir o vírus a outros pelas relações
sexuais desprotegidas, pelo
compartilhamento seringas
contaminadas ou de mãe para filho
durante a gravidez e a amamentação. Por
isso, é sempre importante fazer o teste e
se proteger em todas as situações
Sinais e Sintomas

Quando ocorre a infecção pelo vírus causador


da aids, o sistema imunológico começa a ser
atacado. E é na primeira fase, chamada de
infecção aguda, que ocorre a incubação do
HIV (tempo da exposição ao vírus até o
surgimento dos primeiros sinais da doença).
Esse período varia de 3 a 6 semanas. E o
organismo leva de 30 a 60 dias após a
infecção para produzir anticorpos anti HIV. Os
primeiros sintomas são muito parecidos com
os de uma gripe, como febre e mal-estar. Por
isso, a maioria dos casos passa despercebido.
Transmissão vertical

A taxa de transmissão do HIV de mãe para


filho durante a gravidez, sem qualquer
tratamento, pode ser de 20%. Mas em
situações em que a grávida segue todas as
recomendações médicas, a possibilidade
de infecção do bebê reduz para níveis
menores que 1%. As recomendações
médicas são: o uso de remédios
antirretrovirais combinados na grávida e no
recém-nascido, o parto cesáreo e a não
amamentação.
Cuidados com o recém-nascido
Além dos cuidados tradicionais,
recomenda-se:
Dar a primeira dose do AZT oral ainda
na sala de parto, logo após os cuidados
imediatos ou nas primeiras duas horas
após o nascimento permanecendo por
45 dias.
Fazer exame de sangue completo para
acompanhar uma possível anemia (falta
de ferro) pelo uso do AZT, repetindo
após 6 e 16 semanas.
A criança deve ter alta da maternidade
com consulta marcada em serviço
especializado para seguimento de
crianças expostas ao HIV. A data da
primeira consulta não deve ser
superior a 30 dias, a partir da data do
nascimento.
Hepatite
Elas correm o risco das doenças
evoluírem (tornarem-se crônicas) e
causarem danos mais graves ao fígado
como cirrose e câncer. Para saber se há
a necessidade de realizar exames que
detectem as hepatites observe se você
já se expôs a algumas dessas situações:
Contágio fecal-oral: condições
precárias de saneamento básico e água,
de higiene pessoal e dos alimentos
(vírus A e E);
Transmissão sanguínea: praticou sexo
desprotegido, compartilhou seringas,
agulhas, lâminas de barbear, alicates de
unha e outros objetos que furam ou
cortam (vírus B,C e D);
Transmissão sanguínea: da mãe para o
filho durante a gravidez, o parto e a
amamentação (vírus B,C e D)
Sintomas:
Febre;
Fraqueza;
Mal-estar;
Dor abdominal;
Enjoo/náuseas;
Vômitos;
Perda de apetite;
Urina escura (cor de café);
Icterícia (olhos e pele amarelados);
Fezes esbranquiçadas
Hepatite A

Sua transmissão é fecal-oral, por


contato entre indivíduos ou por meio de
água ou alimentos contaminados pelo
vírus. Geralmente, não apresenta
sintomas. Quando surgem, costumam
aparecer de 15 a 50 dias após a infecção.
Hepatite B

É uma doença infecciosa está presente


no sangue, no esperma e no leite
materno, a hepatite B é considerada
uma doença sexualmente transmissível.
Entre as causas de transmissão estão:
Por relações sexuais sem camisinha
com uma pessoa infectada, da mãe
infectada para o filho durante a
gestação,
O parto ou a amamentação, ao
compartilhar material para uso de
drogas (seringas, agulhas, cachimbos),

De higiene pessoal(lâminas de barbear


e depilar, escovas de dente, alicates de
unha ou outros objetos que furam ou
cortam) ou de confecção de tatuagem
e colocação de piercings
Hepatite C

O vírus C, assim como o vírus causador


da hepatite B, está presente no sangue.
Tendo as mesmas causas de
transmissão com diferencial na
transmissão vertical e sexual, essas
formas são mais rara de ocorrer.
Hepatite D

Pode ocorrer ao mesmo tempo em que


a contaminação pelo vírus B ou atacar
portadores de hepatite B crônica
(quando a infecção persiste por mais de
seis meses). Nesses casos, o fígado
pode sofrer danos severos, como
cirrose ou até mesmo formas
fulminantes de hepatite. Pelo caráter
grave dessa forma de hepatite, o
diagnóstico deve ser feito o mais rápido
possível.
Hepatite E

De ocorrência rara no Brasil e comum


na Ásia e África, a hepatite do tipo E é
uma doença infecciosa viral. Sua
transmissão é fecal-oral, por contato
entre indivíduos ou por meio de água ou
alimentos contaminados pelo vírus
Papel da Enfermagem Diante
de Resultado Positivo:
Reafirmar o caráter confidencial e voluntário da
testagem anti-HIV.
Garantir à pessoa o tempo necessário para que
ela assimile o impacto do diagnóstico e
expresse dúvidas e sentimentos.
Embora que o resultado positivo não significa
morte, ressaltando que a infecção é controlada.
Ressaltando a importância de
acompanhamento médico e psicossocial para o
controle da infecção.
Encaminhar o paciente para o serviço
especializado,
com atendimento multidisciplinar e grupos
comunitários de apoio.

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