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Infecções

Ist sexualmente
transmissíveis
TODOS POR UMA GRANDE CAUSA

Autores: Juliana Campos de Pinho Resende, Maria Clara Batista Guedes,


Emanuelle Fossail de Abreu, Letícia Schaefer Debarry, Clara Schulze
Boeing Campos, Ingrid Lins dos Santos e Juliene Pimenta de Melo.

BELO HORIZONTE, MG
2023
Sumário
1. O que são ISTs?………………………..………………….………03
2. Quais são os principais sintomas?……………………….04
3. ISTs mais comuns……………………………………………….05
a. Gonorreia ……………………………………………………..05
b. HPV………………………………………………………………..07
c. HIV………………………………………………………………...09
d. Herpes Genital……………………………………………….10
e. Sífilis……………………………………………………………...13
f. Tricomoníase………………………………………………...16
g. Cancro mole…………………………………………………..18
4. Medidas preventivas…………………………………………...20
Você sabia que “DST” passou a ser conhecida como “IST”?

1. O que são ISTs?

São infecções causadas por vírus, bactérias ou fungos e são transmitidas


principalmente por meio do contato sexual (oral, vaginal, anal) com uma
pessoa infectada. Elas também podem ser transmitidas da mãe para criança
durante a gestação ou por contato de mucosas ou feridas na pele com
secreções contaminadas.

Alguns exemplos de ISTs:


Herpes genital;
Cancro mole;
HPV;
Doença inflamatória pélvica (DIP);
Donovanose;
Gonorreia;
Sífilis;
Infecção por Clamídia;
Tricomoníase.
2. Quais são os principais
sintomas?
ISTs aparecem principalmente no órgão genital, mas podem surgir em outras partes do
corpo. Elas podem se manifestar por:

Feridas;
Corrimentos;
Verrugas anogenitais;
Dor pélvica;
Ardência ao urinar;
Lesões de pele;
Aumento de ínguas, entre outros.

Verrugas angogenitais Feridas Dor pélvica

Lesões na pele Tipos de corrimentos


3. ISTs mais comuns
a. Gonorreia
É a segunda IST mais predominante no mundo. Também é conhecida como
blenorragia, pingadeira e esquentamento.

Agente etiológico
É uma infecção causada pela bactéria
Neisseria gonorrheae, também conhecida
como Gonococ. Ela se desenvolve e
reproduz em áreas quentes e úmidas do
corpo, como órgãos genitais, boca,
garganta, olhos e outros.

Neisseria gonorrhea

Transmissão
Acontece por meio de relações sexuais
desprotegidas, seja oral, anal ou vaginal.
Também pode ser transmitida da mãe para
o bebê durante o parto.
Sinais e sintomas
Ela pode ser assintomática na maioria das vezes para mulheres, por isso é muito
importante que elas consultem regularmente seu médico ginecologista. Os
sintomas mais comuns são:

Desconforto ou ardência ao urinar;


Corrimento de coloração branco amarelado;
Inflamação da uretra;
Aumento da necessidade de ir ao banheiro para urinar;
Dor de garganta e comprometimento da voz (em caso de relação íntima oral);
Inflamação do ânus (em caso de relação íntima anal).

Tratamento e controle
O tratamento da Gonorreia é simples e barato, disponível na
maioria dos postos de saúde. É importante avisar todos os
parceiros sexuais que tiveram contato com a pessoa infectada nos
últimos 60 dias para que sejam testadas. Quem teve contato
sexual com pacientes nas últimas 2 semanas deve realizar
tratamento mesmo sem apresentar sintomas.
b. HPV
HPV é uma doença causada pelo Papilomavírus Humano, que se manifesta em
forma de infecção subclínica. Seu diagnóstico é realizado por meio de exames
clínicos e laboratoriais, dependendo do tipo de manifestação.

Agente etiológico
É causada pelo vírus Papilomavírus humano,
que infecta pele ou mucosas, tanto de
homens quanto de mulheres. Ele provoca
verrugas anogenitais (na região genital e
ânus) e câncer, dependendo do tipo de vírus.

Papilomavírus humano

Transmissão
As principal forma de transmissão do HPV é por
via sexual, incluindo o contato oral-genital, genital-
genital ou manual-genital. Porém, a transmissão
pode ocorrer também através do contato direto
com a pele ou mucosa infectada.
Sinais e sintomas
A maioria das pessoas não apresentam sintomas. Em alguns casos, o HPV pode
não apresentar sinais por anos, ou apresentar manifestações subclínicas (não
visíveis a olho nu).
Lesões clínicas: verrugas na região genital e no ânus (podem ser únicas ou
múltiplas, de tamanhos e formas variadas. Em geral são assintomáticas, mas
podem causar coceira no local).
Lesões subclínicas: encontradas nos mesmos lugares de aparição das verrugas
e também não apresentam sintomas ou sinais.

Tratamento e controle
O tratamento consiste na destruição das lesões, independente da remoção, essas
verrugas podem diminuir, se manter ou aumentar em número.
Deve ser individual para cada paciente, considerando as características de
manifestação da infecção;
São químicos, cirúrgicos e estimuladores de imunidade;
Podem ser domiciliares ou ambulatoriais;
O tratamento das lesões não elimina o vírus, as lesões podem voltar a aparecer. Nesse
caso, o tratamento deve ser reiniciado.
c. HIV
HIV é a sigla em inglês para “vírus da imunodeficiência humana”, que é o
causador da Aids, uma doença que ataca o sistema imunológico (sistema que
defende o corpo de doenças).

Agente etiológico
O HIV é um retrovírus da subfamília dos
Lentiviridae.

Família Retrovidae e Subfamília Lentivirinae

Transmissão
A transmissão do HIV ocorre de várias formas:
Sexo vaginal, oral ou anal sem preservativo;
Compartilhamento de seringas/agulhas;
Transfusão de sangue infectado;
Da mãe (se infectada) para o filho durante a gestação, parto ou
amamentação;
Instrumentos cortantes contaminados.
Sinais e sintomas
Primeira fase: são facilmente confundidos com uma gripe: febre e mal-estar, por
isso acabam passando despercebidos.
Segunda fase: assintomática (ocorre a interação entre as células de defesa e as
mutações do vírus, mas o organismo não enfraquece o suficiente para ocorrer a
imunossupressão)
Terceira fase: O organismo fica cada vez mais sensível e propício a infecções
comuns. Os sintomas mais comuns são: febre, diarréria, febre, sudorese
noturna e emagrecimento.
Estado crítico: AIDS (uma doença crônica que danifica o sistema imunológico e a
capacidade do organismo de se defender contra outras infecções).

Tratamento e controle
Não existe cura conhecida para o HIV atualmente,
porém os vários anos de pesquisa permitem que
pessoas infectadas pelo vírus tenham qualidade de
vida. o tratamento inclui:
acompanhamento e exames periódicos;
Medicamentos antirretrovirais (conhecidos
como coquetéis) só são introduzidos quando os
exames constatarem sua necessidade.
d. Herpes genital
O Herpes Genital é uma doença sexualmente transmissível de alta prevalência, que
pode afetar tanto homens como mulheres.

Agente etiológico
É causada pelo vírus herpes simplex-1 (HSV-
2) e herpes simplex-2 (HSV-2). É uma
infecção comum em todo o mundo e a
maioria das pessoas com sorologia positiva
para herpes genital não sabe que possui o
vírus.
Vírus HSV
Transmissão
A transmissão ocorre predominantemente pelo
contato sexual (inclusive orogenital). Também
pode haver transmissão da mãe para o filho
durante o parto. A via mais comum de
transmissão é o contato com as lesões
ulceradas, mas também pode ocorrer através do
paciente assintomático.
Sinais e sintomas
Sabe-se que muitos indivíduos infectados por HSV não desenvolvem
manifestações clínicas. As manifestações clínicas clínicas existentes podem ser
divididas entre primoinfecção e recorrência.
A primoinfecção é a manifestação mais severa, caracterizada pelo aparecimento
de lesões de 1 a 3 milímetros de diâmetro, que rapidamente evoluem para
vesículas, que se rompem, surgindo pequenas úlceras arredondadas ou
policíclicas, que tem regressão espontânea entre 7 a 10 dias, podendo haver
cicatriz. Além do quadro local, a infecção pode ser acompanhada de febre, mal
estar, mialgia, disúria e infecção urinária (principalmente em mulheres).
A recorrência tem tendência de aparecer na mesma localização da lesão inicial,
seguindo a mesma sequência da primoinfecção, mas com menor intensidade. A
tendência dos surtos é de se tornarem menos intensos e menos frequentes
com o passar do tempo.

Tratamento e controle
Para a maioria dos pacientes com primeiro episódio de HSV genital, recomenda-se
terapia antiviral por via oral. O tratamento idealmente deve ser iniciado 72 horas
após o aparecimento da lesão.
e. Sífilis
A sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) curável e exclusiva do ser
humano. Pode apresentar várias manifestações clínicas e diferentes estágios (sífilis
primária, secundária, latente e terciária).

Agente etiológico
É causada pela bactéria Treponema pallidum.
Após contato inicial com a bactéria, esta
pode permanecer no corpo da pessoa por
décadas para só depois manifestar-se
novamente.

Treponema pallidum

Transmissão
A sífilis pode ser transmitida por relação sexual sem camisinha com uma
pessoa infectada ou para a criança durante a gestação ou parto.
Sinais e sintomas
Sífilis primária:
Ferida, geralmente única, no local de entrada da bactéria (pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca,
ou outros locais da pele), que aparece entre 10 a 90 dias após o contágio. Essa lesão é rica em bactérias.
• Normalmente não dói, não coça, não arde e não tem pus, podendo estar acompanhada de ínguas
(caroços) na virilha.

Sífilis secundária:
• Os sinais e sintomas aparecem entre seis semanas e seis meses do aparecimento e cicatrização da ferida
inicial.
• Pode ocorrer manchas no corpo, que geralmente não coçam, incluindo palmas das mãos e plantas dos
pés. Essas lesões são ricas em bactérias.
• Pode ocorrer febre, mal-estar, dor de cabeça e ínguas pelo corpo.

Sífilis latente – fase assintomática:


• Não aparecem sinais ou sintomas.
• É dividida em sífilis latente recente (menos de dois anos de infecção) e sífilis latente tardia (mais de dois
anos de infecção).
• A duração é variável, podendo ser interrompida pelo surgimento de sinais e sintomas da forma
secundária ou terciária.

Sífilis terciária:
• Pode surgir de dois a 40 anos depois do início da infecção.
• Costuma apresentar sinais e sintomas, principalmente lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e
neurológicas, podendo levar à morte.
Tratamento e controle

O tratamento de escolha é a penicilina benzatina (benzetacil). Esta é, até o


momento, a principal e mais eficaz forma de combater a bactéria causadora da
doença. Quando a sífilis é detectada na gestante, o tratamento deve ser
iniciado o mais rápido possível, com a penicilina benzatina. Este é o único
medicamento capaz de prevenir a transmissão vertical, ou seja, de passar a
doença para o bebê. A parceria sexual também deverá ser testada e tratada
para evitar a reinfecção da gestante.
f. Tricomoníase
É uma ist causada por um protozoário, o Trichomonas vaginalis,
encontrado com mais frequencia na genitália feminina.

Agente etiológico
O Trichomonas vaginalis é um parasita
eucariota flagelado anaeróbio facultativo,
infectando mais mulheres do que homens.

Trichomonas vaginalis

Transmissão
A forma de transmissão da tricomoníase é através da relação sexual sem
preservativo.
Sinais e sintomas
Nas mulheres, a infecção geralmente começa com uma secreção vaginal de cor
amarelo-esverdeada, espumosa, com odor de peixe. A área genital pode ficar
irritada e dolorida e pode haver dor durante as relações sexuais. Em casos graves,
a área genital e a pele circundante podem ficar inflamadas e os tecidos ao redor
da abertura da vagina (lábios) podem ficar inchados. A maioria dos homens com
tricomoníase da uretra (o tubo que leva a urina da bexiga para fora do corpo) não
tem sintomas ou somente sintomas leves, mas eles ainda podem infectar seus
parceiros sexuais. Alguns homens têm uma secreção espumosa saindo do pênis,
dor durante a micção e urgência de urinar com frequência.

Tratamento e controle
As mulheres são geralmente tratadas com um ciclo de sete dias de antibióticos –
metronidazol ou tinidazol. Os homens podem ser tratados com uma dose única.
Seus parceiros sexuais devem ser tratados simultaneamente ou as mulheres
podem ser reinfectadas. As pessoas infectadas devem se abster de relações
sexuais até a infecção estar curada ou elas podem reinfectar seus parceiros
sexuais.
g. Cancro Mole
É uma doença causada pela bactéria Haemophilus ducreyi, que afeta
ambos os sexos. Essa bactéria pode ser transmitida através do contato
sexual sem uso de preservativo.

Agente etiológico
O Haemophilus ducreyi é um
cocobacilo gram-negativo,
pleomórfico, ou seja, possui grande
diversidade celular. Essa bactéria é
a causadora da IST cancro mole,
sendo considerado um parasita
obrigatório e não produz toxinas.

Haemophilus ducreyi
Transmissão
A forma de transmissão do cancro mole é por via do contato sexual sem
o uso de preservativo feminina ou masculina com uma pessoa infectada
com a bactéria.
Sinais e sintomas
Os principais sintomas incluem:
feridas na região genital, bem dolorosas e com pus;
feridas abertas e podem sangrar com facilidade;
dor na região genital;
irritação na região genital;
dor ao urinar;
queimação ao urinar;
presença de sangue na urina;
corrimento malcheiroso pela uretra (em ambos os sexos);
dor durante relações sexuais;
dor ao evacuar;
febre, fraqueza e cansaço;
surgimento de gânglios na virilha.

Tratamento e controle
O tratamento se dá primeiramente com o uso de medicamentos, seja ele oral
ou injetáveis que combatem a bactéria causadora do cancro mole e que
ajudam a diminuir os sintomas, por exemplo, ceftriaxona em um única injeção
no músculo e azitromicina ou ciprofloxacino ou eritromicina por via oral em
uma única dose. Nesse caso, o tratamento deve ser orientado por um médico
ginecologista ou urologista, e deve ser seguido à risca para que não haja a
possibilidade da bactéria retornar ou causar algum outro problema de saúde.
De certa forma, pacientes que possuem cancro mole devem se abster de
relações sexuais desprotegidas para evitar a transmissão da doença para
outras pessoas.
4. Medidas preventivas
A maioria das medidas preventivas relacionadas a ISTs em geral se resume em
usar preservativos, tanto feminino quanto masculino, e realizar exames
preventivos, porém em algumas doenças citadas acima há outras formas de
se prevenir com mais eficácia, quando se relaciona a mais de um método de
prevenção.

HPV
No caso do HPV, existe a vacina que é a medida mais eficaz de se prevenir contra
a infecção. Ela é distribuída gratuitamente pelo SUS, sendo indicada para:

Meninas e meninos de 9 a 14 anos, com esquema de 2 doses;


Mulheres e Homens que vivem com HIV, transplantados de órgãos sólidos, de
medula óssea ou pacientes oncológicos na faixa etária de 9 a 45 anos, com
esquema de três doses ( 0, 2, 6 meses) , independentemente da idade.
HIV
No caso do HIV é importante observar o próprio corpo durante a higiene pessoal
e procurar o serviço de saúde ao perceber qualquer sinal ou sintoma. Entretanto
uma grande ajuda é imunizar-se para hepatite A (HAV), hepatite B (HBV) e HPV,
também é importante realizar juntamente com o/a parceiro(a) a testagem para
HIV e outras ISTs.
5 - Referências Bibliográficas
ISTs: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-
z/i/ist#:~:text=Sobre%20IST,uma%20pessoa%20que%20esteja%20infectada.

Gonorreia: http://antigo.aids.gov.br/pt-br/publico-geral/infeccoes-sexualmente-
transmissiveis/gonorreia-e-clamidia
HPV: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-
z/h/hpv#:~:text=O%20HPV%20(sigla%20em%20inglês,Infecção%20Sexualmente%20
Transmissível%20(IST)
http://antigo.aids.gov.br/pt-br/publico-geral/infeccoes-sexualmente-
transmissiveis/condiloma-acuminado-papilomavirus-humano-hpv

HIV: https://bvsms.saude.gov.br/hiv-e-aids/
https://www.saude.pr.gov.br/Pagina/HIVAids
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/a/aids-hiv
https://www.bio.fiocruz.br/index.php/br/sintomas-transmissao-e-prevencao-
nat-
hiv#:~:text=Febre%2C%20aparecimento%20de%20gânglios%2C%20crescimento,no
%20esôfago%20e%20no%20intestino

Herpes Genital: https://dive.sc.gov.br/index.php/herpes-genital


https://bvsms.saude.gov.br/herpes-simples/
Sífilis : https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/sifilis
https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/sifilis/amp/
Cancro Mole: https://www.rededorsaoluiz.com.br/doencas/cancro-mole
https://www.rededorsaoluiz.com.br/doencas/cancro-mole
https://www.msdmanuals.com/pt-
br/casa/infec%C3%A7%C3%B5es/doen%C3%A7as-sexualmente-transmiss%C3%ADveis-
dsts/cancro-mole
Medidas preventivas: https://bvsms.saude.gov.br/dezembro-vermelho-campanha-
nacional-de-prevencao-ao-hiv-aids-e-outras-infeccoes-sexualmente-
transmissiveis2/#:~:text=O%20uso%20do%20preservativo%2C%20masculino,hepatites
%20virais%20B%20e%20C.
https://www.bio.Fiocru.br/index.php/br/sintomas-
transmissao-e-prevencao-hiv-dpp
https://unaids.org.br/prevencao-combinada/
https://portal.fiocruz.br/noticia/prevencao-e-tratamento-do-
hpv

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