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Spiritual and Religious Coping (SRC) and depression among family caregivers of pediatric cancer patients View project
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■■ INTRODUÇÃO
Em oncologia pediátrica, inúmeros e complexos desafios estão presentes, muitos relacionados às
mudanças existenciais que permeiam o mundo da criança, do adolescente e da família e daqueles
que profissionalmente cuidam desses pacientes. O estigma, os aspectos negativos relacionados
aos clusters de sintomas e o sofrimento atribuídos ao câncer ampliam o desconforto associado
a esse diagnóstico, que é uma das realidades mais difíceis a ser enfrentada por uma criança ou
adolescente e seus familiares.1,2
Aliados ao diagnóstico de câncer, ainda estão presentes outros tantos desafios; entre eles, a
busca:1
■■ pela qualidade de vida (QV) das crianças e dos adolescentes e de suas famílias;
■■ por tratamentos eficientes;
■■ por recursos de diagnóstico precisos e rápidos;
■■ por políticas que garantam acesso equitativo à terapêutica;
■■ por profissionais com competência, habilidades e atitudes para as relações interpessoais.
As taxas de cura do câncer e sobrevida melhoraram significativamente nas últimas décadas, mas
os tratamentos são de longa duração, debilitantes, intensivos e resultam em efeitos tardios da
própria terapêutica, que podem acarretar mudanças fundamentais na vida de todos os envolvidos.
■■ OBJETIVOS
Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de:
Tumores do sistema
nervoso central
Osteossarcoma
Principais neoplasias
Sarcoma de Ewing
infantojuvenis
Rabdomiossarcoma
Tumor de Wilms
Neuroblastoma
Retinoblastoma
Quimioterapia
Cirurgia
Pancitopenia
Náuseas e vômitos
Princípios da terapêutica
oncológica Mucosite
Enfermagem no manejo de
sinais e sintomas decorrentes Anorexia
do tratamento oncológico
Reações de pele
Alopecia
Efeitos tardios do
tratamento oncológico
Diagnóstico precoce
Impacto do câncer
Particularidades em infantojuvenil na família
oncologia pediátrica
Comunicação de má notícia
Cuidados paliativos
Caso clínico
Conclusão
90
■■ ASPECTOS INTRODUTÓRIOS EM ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
CUIDADOS DE ENFERMAGEM À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE COM CÂNCER E À SUA FAMÍLIA
A seguir, serão abordados os aspectos epidemiológicos das neoplasias pediátricas, bem como
elementos gerais da oncologia pediátrica e as principais neoplasias infantojuvenis.
A estimativa de incidência por câncer infantojuvenil se dá por meio dos Registros de Câncer de
Base Populacional (RCBP).6 No Brasil, a estimativa para o ano de 2014, válida também para 2015,
aponta para a ocorrência de aproximadamente 576 mil casos novos de câncer (considerando
todos os tipos de tumores). O percentual mediano dos tumores pediátricos encontrados nos RCBP
brasileiros situa-se próximo de 3% e, assim, depreende-se que ocorrerão cerca de 11.840 casos
novos de câncer em menores de 19 anos.5
A mortalidade por neoplasias encontra-se entre as cinco principais causas de óbitos no Brasil
desde os primeiros anos de vida e na faixa dos 5 aos 18 anos de idade, que frequentemente
recebe menor prioridade das ações de vigilância em saúde.6
Em 2011, ocorreram 2.812 óbitos por câncer em crianças e adolescentes (de 0 a 19 anos). Tais
dados denotam a importância atual do câncer na formulação de políticas públicas e ações de
saúde à população pediátrica e de adolescentes oncológicos.7
■■ sexo e idade;
■■ localização da neoplasia;
■■ extensão da neoplasia;
■■ tipo histológico;
■■ questões inerentes à organização do sistema de saúde quanto a diagnóstico precoce, referência
para o tratamento, qualidade da terapêutica e suporte social.5
Anteriormente, o câncer era quase sempre associado à morte, mas, atualmente, a taxa
de cura ultrapassa 70% dos casos, principalmente quando a detecção é precoce e o
tratamento, especializado.8
Vários fatores corroboram a melhora dos resultados, como o avanço tecnológico na terapêutica,
medidas de detecção precoce, cuidado personalizado, equipes multidisciplinares e especializadas,
inclusão de doses combinadas de quimioterapia e de terapia alvo-molecular, bem como o
desenvolvimento de pesquisas clínicas.7 O tipo de câncer infantojuvenil mais incidente na maioria
das populações é a leucemia (25 a 35%), e são muito prevalentes os tumores de sistema nervoso
central (SNC) e os linfomas.5
91
■■ processo de carcinogênese;
■■ suscetibilidade e bases moleculares das neoplasias pediátricas;
■■ principais genes alterados durante o processo carcinogênico.
Processo de carcinogênese
O processo de carcinogênese, ou seja, o mecanismo de desenvolvimento dos tumores,
em geral, ocorre lentamente, e pode levar vários anos para que uma célula maligna
prolifere e dê origem a um tumor visível.
Muitas funções celulares precisam ser alteradas para que ocorra o surgimento de um tumor, como:9
■■ instabilidade genética;
■■ crescimento autônomo;
■■ invasão;
■■ potencial replicativo ilimitado;
■■ angiogênese.
O processo de surgimento de um tumor é dividido em três estágios, conforme apresenta o Quadro 1.9
Quadro 1
ESTÁGIOS DE SURGIMENTO DE UM TUMOR
Estágio Descrição
Iniciação As células sofrem efeito dos agentes cancerígenos (primeiro mutágeno),
que provocam alterações em alguns de seus genes. Nessa fase, as
células encontram-se “iniciadas” para ação de um segundo mutágeno.
Promoção Em razão das ações do segundo mutágeno, ocorrem proliferação
celular e desenvolvimento tumoral. Mecanismos celulares não
conseguem reparar os danos sofridos. Múltiplas mutações e seleção
clonal asseguram cada vez mais variantes anormais e mais agressivas,
levando à progressão da doença.
Progressão Caracteriza-se pelo aumento progressivo da atividade mitótica
e irreversível das células alteradas. Essa piora biológica está
relacionada com a capacidade maligna do tumor e sua perda de
diferenciação. Nesse estágio, o câncer já está instalado e evolui com
as manifestações clínicas.
92
Suscetibilidade e bases moleculares das neoplasias pediátricas
CUIDADOS DE ENFERMAGEM À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE COM CÂNCER E À SUA FAMÍLIA
As mutações podem ser produzidas por mutágenos ambientais, como carcinógenos químicos e
radiação, entre outros, ou podem surgir durante o metabolismo celular normal, particularmente a
partir da formação de formas de oxigênio reativas.9,10 É quase impossível ocorrer a magnitude de
replicações do DNA sem a introdução de mutações.
A mutação, quando envolve genes que controlam o crescimento ou que protegem a estabilidade
do genoma, pode dar origem a um clone de células que possuem um potencial de crescimento
anormal. A ocorrência de mutações sucessivas em genes semelhantes resulta em clones cada vez
mais aberrantes, até que surja um fenótipo maligno.
Uma única mutação não é suficiente para causar câncer. Estima-se que um mínimo
de quatro a sete genes que sofreram mutações é necessário para a transformação
de uma célula normal em um fenótipo maligno em adultos, enquanto, na infância, são
necessárias poucas alterações, como dois ou três genes.10
A maioria das neoplasias pediátricas é resultado de mutações somáticas, ou seja, grande parte
está restrita às células que se originaram da primeira célula alterada e não são transmitidas por
hereditariedade.10
Acresce-se que todo câncer é uma doença genética, porém nem todo câncer é hereditário. Apenas
5 a 10% de todas as neoplasias são hereditárias, geralmente seguindo um padrão mendeliano de
herança autossômica dominante, ou seja, há 50% de chances de essa mutação ser transmitida
para os filhos. As SNHs estão associadas a maior risco de o indivíduo com mutação germinativa
desenvolver câncer durante a vida.11
Quadro 2
1,5% 20,7%
Hepatite 12,3% Linfomas
Tumores
4,7% de células
Renal
germinativas
2,5%
Retinoblastoma
6,8%
6,1% Sarcomas partes
Neuroblastoma de moles
A leucemia inicia sempre na medula óssea e, posteriormente, invade o sangue periférico, podendo
atingir vários órgãos. De acordo com a célula de origem, o fenótipo leucêmico é definido pela etapa
da diferenciação celular; assim pode corresponder à linhagem linfoide ou da mieloide.
■■ LLA;
■■ LMA;
■■ leucemia mieloide crônica (LMC);
■■ leucemia mielomonocítica juvenil (LMJ).
A LLA responde a, aproximadamente, 80% das leucemias diagnosticadas em crianças a cada ano,
e a LMA diz respeito a 20% dos casos.
■■ palidez;
■■ anemia;
■■ fadiga;
■■ hepatomegalia e esplenomegalia;
■■ linfadenopatia;
■■ febre em consequência de infecções;
■■ faringite;
■■ petéquias e outras manifestações hemorrágicas;
■■ dor óssea;
■■ hipertrofia gengival;
■■ infiltração cutânea e infecções oportunistas, como candidíase e herpes, em razão da depressão
do sistema imunológico.
Aproximadamente 75 a 80% das crianças e adolescentes com LLA são curados com
quimioterapia combinada.1
96
Linfomas
CUIDADOS DE ENFERMAGEM À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE COM CÂNCER E À SUA FAMÍLIA
Os linfomas originam-se no sistema linfático ou sistema imune e são divididos em dois grandes
grupos:14
No Brasil, a DH e o LNH são o segundo tipo de neoplasia mais incidente na faixa de 0 a 19 anos.
Esses linfomas representam de 10 a 15% de todos os cânceres da infância e adolescência. No
tocante ao sexo, nesse grupo, são duas vezes mais frequentes no sexo masculino. A maioria
desses tumores é de alto grau de diferenciação e comprometimento clínico agressivo.1,14
Doença de Hodgkin
Os LNHs correspondem à aproximadamente 80% dos casos de linfoma. Podem ser oriundos de
células B ou T (a maioria é originada de células B). O LNH apresenta padrão de crescimento difuso
ou multicêntrico e tende a se disseminar nos estágios iniciais da doença. Esses linfomas podem
ter origem em tecido extranodal, ou seja, tecidos não linfoides, como:
■■ trato gastrintestinal;
■■ pele;
■■ mucosa oral.
Conforme a malignidade progride e os linfonodos vão se tornando mais numerosos e fixos, outros
grupos de linfonodos são gradualmente atingidos e ocorre invasão local de tecidos adjacentes.
■■ perda de peso;
■■ febre;
■■ sudorese noturna.
O linfoma de Burkitt – que tem sido associado ao vírus Epstein-Barr em 95% dos casos
– é um tipo de LNH de células B que acomete principalmente os ossos gnáticos.
■■ africano – endêmico na África Central, atinge crianças em torno dos 7 anos de idade e acomete
principalmente os ossos da mandíbula e da maxila;
■■ americano – atinge crianças e acomete frequentemente a região abdominal;
■■ associado a pacientes com vírus da imunodeficiência adquirida (HIV).
■■ meduloblastoma;
■■ ependimoma;
■■ astrocitoma;
■■ gliomas de tronco cerebral;
■■ tumor teratoide rabdoide atípico.
Os astrocitomas são classificados como gliomas de baixo grau, incluindo o astrocitoma pilocítico
juvenil, o astrocitoma fibrilar difuso e o oligodendroglioma, entre outros. A cirurgia é curativa e,
mesmo com a ressecção incompleta, a sobrevida livre de progressão é longa. A radioterapia pode
ser indicada no controle local das lesões não ressecáveis. A sobrevida desses pacientes é de
aproximadamente 95%, e os astrocitomas não pilocíticos apresentam pior prognóstico.1,15
Osteossarcoma
O osteossarcoma é constituído por células fusiformes malignas que produzem osteoide ou osso e
representa aproximadamente 44% de todos os tumores ósseos primários abaixo dos 20 anos de
idade, correspondendo a 2,6% de todas as neoplasias da infância e adolescência. Essa neoplasia
é mais comum em meninos, apresentando pico de incidência aos 16 anos.7
99
Com relação à localização, o osteossarcoma pode afetar qualquer osso e apresenta-se geralmente
ao redor do joelho e no úmero proximal. O local primário do tumor está associado com a sobrevida,
pois os pacientes que apresentam tumor primário em osso distal possuem melhor prognóstico do
que aqueles localizados na região axial.
Etiologicamente, a maioria dos osteossarcomas não tem causa identificável, apesar de alguns
estudos apontarem certos fatores predisponentes, como a irradiação e os agentes químicos
(metilclorantreno e óxido berílio).
Clinicamente, a dor no local da lesão é o sintoma mais referido e caracteriza-se como intermitente,
profunda e, por vezes, de difícil manejo. Outros sinais e sintomas persistentes incluem:
■■ claudicação;
■■ edema;
■■ massa palpável na superfície do fêmur;
■■ limitação das atividades diárias.
Sarcoma de Ewing
O sarcoma de Ewing, mais incidente no sexo masculino, faz parte de uma família de tumores
de origem neuroectodérmica. Tais tumores ocorrem geralmente na segunda década de vida e
representam aproximadamente 4% das neoplasias que acometem crianças e adolescentes, sendo
o segundo tipo de tumor ósseo maligno mais comum nesta faixa etária.7 O sarcoma de Ewing
ósseo (SEO) representa 60% dos casos dos tumores da família Ewing.
Os sítios de incidência dos tumores primários dos SEOs, em ordem decrescente, são:
■■ no tronco – 32%;
■■ nas extremidades – 26%;
■■ na cabeça e no pescoço – 18%;
■■ no retroperitônio – 16%;
■■ em outros sítios – 8%.
Clinicamente, os SEOs manifestam-se por dor localizada e progressiva, febre, perda de peso,
anemia, prostração e lesões próximas às articulações, as quais podem limitar os movimentos; já
os tumores próximos à coluna vertebral e sacral determinam sintomas pela irritação e compressão
das raízes nervosas.
Os fatores prognósticos mais importantes dos sarcomas de Ewing estão associados ao sítio
do tumor primário, ao volume tumoral e à presença de metástases. Nos SEOs, os sítios mais
favoráveis para metástases são a extremidade distal e a localização central (crânio, clavícula,
vértebras e costelas). Meninas com SEO apresentam melhor prognóstico do que meninos.
Rabdomiossarcoma
Os rabdomiossarcomas, ou sarcomas de partes moles, são neoplasias malignas originadas na
célula mesenquimal primitiva. Constituem-se em um grupo heterogêneo de neoplasias, pois
podem se desenvolver em qualquer parte do organismo.
Os sarcomas de partes moles são classificados de acordo com o tecido maduro a que se
assemelham, como as neoplasias semelhantes à musculatura estriada e lisa, ao tecido de suporte
(fáscia e sinóvia), ao tecido conectivo e ao tecido vascular.1
■■ dor;
■■ paralisia de nervos cranianos;
■■ secreção nasal;
■■ congestão dos seios nasais;
■■ cefaleia;
■■ hematuria;
■■ obstrução urinária;
■■ constipação;
■■ corrimento vaginal.
■■ pulmão – 50%;
■■ medula óssea – 25%;
■■ linfonodos – 20%;
■■ ossos – 10%.
Tumor de Wilms
O tumor de Wilms – nefroblastoma – é o tumor renal maligno mais comum na infância e
representa de 5 a 10% dos tumores infantojuvenis. Acomete igualmente ambos os sexos, e seu
pico de incidência varia entre o segundo e o terceiro ano de vida (é raro em recém-nascidos),
sendo que 90% dos indivíduos acometidos têm menos de 7 anos de idade.
Cerca de 10% dos pacientes possuem anomalia isolada associada ao tumor de Wilms, como:
■■ hemi-hipertrofia;
■■ criptorquidismo;
■■ hipospádia;
■■ aniridia.
O tumor de Wilms apresenta-se com mais frequência como massa regular em abdome ou em
flanco, assintomática, geralmente descoberta pelos pais ou pelo pediatra durante exame físico
rotineiro. Tal massa, ao exame de palpação, é percebida preenchendo a loja renal, podendo
ultrapassar a linha média.1
102
O nefroblastoma manifesta-se clinicamente por:
CUIDADOS DE ENFERMAGEM À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE COM CÂNCER E À SUA FAMÍLIA
Neuroblastoma
O neuroblastoma é o tumor sólido extracraniano mais comum em crianças e representa
cerca de 8 a 10% de todos os tumores malignos na infância. São tumores derivados das células
neuroepiteliais primitivas da crista neural, constituídos por neuroblastos em diferentes estágios de
diferenciação, e ocorrem na região medular da glândula adrenal ou nos gânglios simpáticos do
abdome, tórax e pescoço. O local primário mais frequente é o abdome (40%), e os principais sítios
metastáticos são medula óssea, fígado, pele e gânglios.1,7
■■ medicações maternas;
■■ tabaco;
■■ álcool;
■■ fármacos – anfetaminas, antidepressivos, relaxantes musculares, analgésicos e ansiolíticos.
■■ sudorese;
■■ taquicardia;
■■ hipertensão arterial;
■■ irritabilidade;
■■ rubor facial.
Retinoblastoma
O retinoblastoma é um tumor embrionário raro que se origina na retina neural. Trata-se do tumor
maligno intraocular mais frequente em crianças, que incide igualmente em ambos os sexos e não
exibe diferenças entre raças ou entre acometer o olho direito ou o esquerdo.1
O retinoblastoma pode ser uni ou bilateral. Os casos bilaterais sempre são relacionados com
mutações germinativas. A forma hereditária é diagnosticada no primeiro ano de vida e corresponde
a 40% dos casos dessa neoplasia. Esses pacientes, por apresentarem um dos alelos mutados em
todas as células do corpo, possuem maior risco de desenvolvimento de outras neoplasias durante
a vida (principalmente se submetidos anteriormente à radiação), particularmente:
■■ osteossarcomas;
■■ sarcomas de partes moles;
■■ melanoma cutâneo;
■■ carcinoma de mama.
branca intraocular. Esse sinal pode ocorrer desde as fases iniciais do desenvolvimento tumoral
até as fases mais avançadas da doença. Já as manifestações clínicas da doença metastática são
variadas, a depender dos locais acometidos – os mais comuns são a órbita, os linfonodos pré-
auriculares e cervicais, a medula óssea, os ossos, o fígado e o SNC.16
ATIVIDADE
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
A) F – V – V – V.
B) V – F – V – V.
C) V – F – F – V.
D) V – V – V – F.
Resposta no final do artigo
105
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
Resposta no final do artigo
A) No trato gastrintestinal.
B) No abdome.
C) Na cabeça e no pescoço.
D) Nos membros superiores.
Resposta no final do artigo
13. Assinale a alternativa correta quanto ao tipo de tumor sólido mais comum na infância,
localizado fora do SNC.
A) Neuroblastoma.
B) Nefroblastoma.
C) RMS.
D) Hepatoblastoma.
Resposta no final do artigo
108
14. Correlacione as colunas sobre as neoplasias e, após, assinale a alternativa que
CUIDADOS DE ENFERMAGEM À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE COM CÂNCER E À SUA FAMÍLIA
A) 8 – 4 – 5 – 1 – 2 – 9 – 7 – 3 – 6.
B) 5 – 4 – 8 – 7 – 2 – 9 – 1 – 6 – 3.
C) 4 – 5 – 2 – 8 – 9 – 7 – 3 – 1 – 6.
D) 5 – 7 – 4 – 8 – 1 – 2 – 9 – 6 – 3.
Resposta no final do artigo
109
■■ PRINCÍPIOS DA TERAPÊUTICA ONCOLÓGICA
TRATAMENTO CONVENCIONAL
As últimas duas décadas podem ser consideradas um marco histórico, em razão de avanços nas
áreas de tecnologia e biologia molecular, contribuindo sobremaneira para o aumento da sobrevida
de crianças e adolescentes com câncer.
■■ cirurgia;
■■ quimioterapia;
■■ radioterapia.
Quimioterapia
A quimioterapia antineoplásica consiste no emprego de substâncias químicas, isoladas ou em
combinação, com o objetivo de tratar neoplasias. Corresponde a uma modalidade de tratamento
sistêmico, que contrasta com a cirurgia e a radioterapia, mais antigas e de atuação localizada.
O período que antecedeu o uso dos fármacos quimioterápicos, em que a base do tratamento
oncológico era constituída pela utilização da cirurgia, acrescido de radioterapia, demonstrou que
as neoplasias pediátricas apresentavam percentual elevado de metástases a distância. Adicionar
uma modalidade terapêutica com vistas à eliminação de micrometástases e que auxilie na
redução da carga tumoral de neoplasias sólidas, inicialmente sem possibilidade cirúrgica, mudou
o paradigma do tratamento do câncer infantojuvenil.17
Quadro 3
CLASSIFICAÇÃO DA QUIMIOTERAPIA ANTINEOPLÁSICA
SEGUNDO SUA FINALIDADE
Quimioterapia Indicação
Indica-se quando o tratamento sistêmico é a terapêutica definitiva para a doença,
Curativa
como nos casos de linfomas e leucemias.
Indica-se quando o tratamento sistêmico tem o objetivo de aumentar a
chance de cura após determinado procedimento cirúrgico, associado ou não
à radioterapia. Por exemplo, tumores que tenham alto potencial de recidiva
Adjuvante beneficiam-se de quimioterapia pós-cirúrgica, adjuvante, com o objetivo de
eliminar micrometástases. Assim, a quimioterapia adjuvante objetiva a destruição
dessas células residuais, de forma a permitir períodos mais prolongados de
remissão ou até mesmo a cura definitiva.
Indica-se quando o tratamento sistêmico é realizado antes do tratamento curativo,
visando menos radicalidade no procedimento cirúrgico e, ao mesmo tempo,
diminuindo o risco de metástases a distância. Por exemplo, em tumores não
Neoadjuvante passíveis de ressecção cirúrgica inicial em razão de grandes massas tumorais
que podem comprometer a integridade e a função de membros ou órgãos, a
quimioterapia pré-cirúrgica pode ser útil para diminuir as dimensões tumorais,
permitindo melhor controle local com a cirurgia e/ou a radioterapia.
Consiste na utilização de mais de um agente citostático em combinação, dado
que as células tumorais sofrem mutações, o que pode resultar em resistência
Combinada ou aos quimioterápicos. A maioria dos regimes terapêuticos utiliza o emprego de
poliquimioterapia medicamentos de maneira combinada, que objetivam superar a resistência
primária da neoplasia a algum dos quimioterápicos e prevenir a resistência
adquirida e alcançar efeito sinérgico entre os fármacos.
Indica-se quando o objetivo não é a cura, mas a paliação das consequências da
Paliativa
doença. Diz respeito ao manejo dos sintomas e visa à melhora da QV.
111
Quadro 4
Pode-se também classificar os agentes quimioterápicos de acordo com sua estrutura química e
sua função em nível celular e de acordo com a especificidade de ação no ciclo de divisão celular.
Os fármacos de maior emprego no tratamento do câncer incluem:17
■■ alquilantes polifuncionais;
■■ antimetabólitos;
■■ antibióticos antitumorais;
■■ inibidores do fuso mitótico.
Mecanismo de ação
A maioria dos quimioterápicos produz seus efeitos citotóxicos, interferindo em algum estágio de
síntese ou função do DNA e RNA:17
■■ os agentes alquilantes causam dano ao DNA ao propiciar reação covalente com as bases
nitrogenadas;
■■ os quimioterápicos da classe dos antimetabólitos bloqueiam a síntese de nucleotídeos ou
incorporam-se ao DNA;
■■ os quimioterápicos inibidores da topoisomerase atuam inibindo essa enzima, que é responsável
por manter a estrutura tridimensional da molécula de DNA durante a replicação, a transcrição,
o reparo e a recombinação.
112
A classe de quimioterápicos derivados de plantas não age diretamente na função dos ácidos
CUIDADOS DE ENFERMAGEM À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE COM CÂNCER E À SUA FAMÍLIA
nucleicos, porém se liga à tubulina, essencial para formação do fuso mitótico (Figura 2).18
O amplo espectro de mutações geradas pela instabilidade genética das células tumorais pode dar
origem a células com mecanismos de resistência aos quimioterápicos. O padrão de resistência
pode ser:1
Radioterapia
A radioterapia é um tratamento que utiliza radiação ionizante com finalidade terapêutica
e tem por objetivo atingir e destruir as células malignas, impedindo sua multiplicação
e/ou determinando a morte celular; ao mesmo tempo, a radioterapia preserva o tecido
normal adjacente.
113
A radiação é a energia na forma de ondas ou de partículas que pode ser proveniente de elementos
radioativos naturais ou artificiais ou emitidos por aparelho. A unidade de medida da radiação
utilizada em radioterapia é o gray (Gy) ou o centigray (cGy). Ao serem ionizados, os elementos
químicos reagem entre si, modificando as moléculas das quais fazem parte. O efeito físico
causador das alterações químicas pode afetar as células de vários modos, seja provocando morte
prematura, seja impedindo ou retardando a divisão celular, ou de modo permanente e, nessa
condição, podendo ser transmitida para as células-filhas.17
A ação da radiação nas células pode ocorrer por efeito direto nos componentes celulares, como
no DNA, proteínas e lipídeos, ou por efeito indireto – interagindo com a água, produzindo radicais
livres –, que representa cerca de 70% do efeito produzido pelas radiações.1
A extensão da excisão cirúrgica adequada varia, pois depende do tipo de câncer e do local
envolvido. Para muitas neoplasias, a cirurgia definitiva exige apenas uma excisão local ampla,
com margens suficientes de tecido normal. A magnitude da ressecção cirúrgica é alterada quando
a cirurgia está integrada a modalidades adjuvantes de tratamento.
■■ à cura;
■■ ao prolongamento da vida, no caso de pacientes não curáveis;
■■ ao alívio de sintomas claramente definidos;
■■ ao controle local da doença como forma de evitar complicações subsequentes.
■■ produtos naturais;
■■ práticas de corpo e mente;
■■ práticas de manipulação baseadas no corpo.
115
São vários os benefícios obtidos com o uso de práticas de corpo e mente e de manipulação
baseadas no corpo:
■■ alívio de sintomas;
■■ melhora do bem-estar;
■■ enfrentamento da doença;
■■ diminuição da toxicidade do tratamento convencional;
■■ prevenção de recorrência da doença;
■■ melhora significativa do sistema imunológico.
A prece e a massagem terapêutica têm sido reportadas como as TCs mais utilizadas em
crianças, embora as terapias de mente e corpo e as relacionadas a produtos naturais
continuem a ser bastante usadas.20
Estão descritas na PNPIC as TCs oferecidas gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS): 22
Enfermeiros estão em uma posição ideal para educar pacientes oncológicos, uma
vez que são capacitados para realizar atividades de ensino, em razão de seu preparo
técnico-científico e por serem líderes dos grupos que prestam assistência ininterrupta
ao paciente.
116
Prescrever e proporcionar TCs devem ser vistos como atividades complementares ao tratamento
CUIDADOS DE ENFERMAGEM À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE COM CÂNCER E À SUA FAMÍLIA
convencional, que potencializam os efeitos terapêuticos. Além disso, são um dos escopos da
prática de enfermagem delineada por organizações profissionais, nos Estados Unidos (American
Nurses Association), no Canadá (Canadian Nurses Association) e no Brasil (COFEN).20,23
Isso é exemplificado nos estudos com modelos animais sobre o sickness behavior, que
compreende alterações fisiológicas como febre, dor, aumento da atividade do eixo hipotálamo-
hipófise-adrenal e sistema nervoso autônomo (SNA), e comportamentos modificados durante o
curso da doença, como distúrbios do sono, perda do interesse por atividades cotidianas, anorexia
e diminuição da interação social e do interesse sexual. Assim, a definição de sickness behavior dá
espaço ao surgimento de um novo conceito aplicado à saúde humana, o de clusters de sintomas
neuropsicológicos.
■■ humor deprimido;
■■ fadiga;
■■ perturbação cognitiva;
■■ distúrbios do sono;
■■ aumento da sensibilidade à dor.
117
ATIVIDADE
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
Resposta no final do artigo
17. Assinale a opção INCORRETA quanto aos efeitos colaterais associados à toxicidade
gastrintestinal no tratamento quimioterápico.
A) Náuseas e vômitos.
B) Anorexia.
C) Cistite.
D) Mucosite.
Resposta no final do artigo
118
18. Analise as afirmativas sobre o tratamento de câncer em população infantojuvenil.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE COM CÂNCER E À SUA FAMÍLIA
Estão corretas:
A) Apenas I e II.
B) Apenas I e III.
C) Apenas II e III.
D) Todas afirmativas.
Resposta no final do artigo
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
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20. Assinale a alternativa correta quanto aos efeitos considerados tardios do tratamento
radioterápico.
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119
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O conhecimento dos efeitos adversos indesejáveis e das alternativas para controle e prevenção,
quando possível, é indispensável no manejo dos pacientes com câncer.4 Nessa sessão, será
dada ênfase ao manejo dos principais sinais e sintomas decorrentes do tratamento oncológico,
elencando-se algumas intervenções de enfermagem:
Pancitopenia
medula óssea suprimida pelos fármacos quimioterápicos torna-se incapaz de repor os elementos
sanguíneos circulantes, envelhecidos ou mortos. As consequências imediatas são a leucopenia
(diminuição de leucócitos ou glóbulos brancos), a anemia (diminuição do número de eritrócitos) e
a trombocitopenia (diminuição do número de plaquetas). O conjunto dessas alterações ocorrendo
simultaneamente denomina-se pancitopenia.
Ao período de nadir segue o de recuperação medular, que leva o sangue periférico a atingir valores
próximos aos normais.1,17 A primeira alteração sanguínea perceptível é a leucopenia, pois a vida-média
dos granulócitos é de 6 a 8 horas. A segunda queda hematológica perceptível é a das plaquetas, com
vida-média de 7 a 10 dias, e a terceira queda diz respeito às alterações nos eritrócitos, cuja vida-
média de 120 dias é perceptível em tratamentos mais prolongados ou severos. 17
A enfermagem deve estar atenta aos sinais e sintomas das infecções mais comuns (periodontais,
vias aéreas superiores, pulmonares, gastrintestinais, cutâneas, perineais e relacionadas aos
cateteres) para detectá-las precocemente e atuar no seu controle. O reconhecimento de infecções
em pacientes neutropênicos pode ser difícil ou retardado, em razão da ausência dos sinais
clássicos de resposta inflamatória.1,27
Intervenções de enfermagem
cinco minutos na área puncionada depois de retirada a agulha. Aplicar gelo e/ou curativo
compressivo no local, se necessário;
■■ evitar administração de produtos que contenham ácido acetilsalicílico;
■■ proporcionar ao paciente durante a internação um ambiente seguro, para evitar acidentes,
quedas ou traumas;
■■ instruir o paciente e/ou os familiares que indivíduos portadores ou recentemente curados de
doenças infectocontagiosas não devem visitá-lo;
■■ evitar procedimentos invasivos sempre que possível – passagem de cateteres, tomada de
temperatura retal, enemas e aplicação de supositórios, entre outros;
■■ promover aporte hídrico e calórico adequado. Neutropenias mais severas exigem dieta livre de
frutas e vegetais não cozidos. Acionar o nutricionista;
■■ providenciar alimentação balanceada e rica em ferro durante os períodos de hospitalização
para aqueles pacientes anêmicos;
■■ administrar oxigênio aos pacientes com anemia mais severa, com queixa importante de
dispneia. Monitorar saturação de oxigênio;
■■ efetuar atividades de educação em saúde para o paciente e/ou familiares em relação à
terapêutica e aos procedimentos médicos, conferindo-lhes graus crescentes de autonomia na
realização dos cuidados necessários. Por exemplo, orientá-lo quanto ao uso de escovas de
dentes macias e, nos casos mais graves, realizar a limpeza da cavidade oral apenas com
bolas de algodão embebidas em água bicarbonatada a 3%. Orientar os pais de crianças
plaquetopênicas quanto à observação rigorosa, no sentido de evitar quedas, acidentes e/ou
traumas.
Náuseas e vômitos
Náuseas e vômitos são efeitos adversos comuns relacionados à quimioterapia sistêmica. Quando
intensos, afetam a condição nutricional, o equilíbrio hidreletrolítico e a QV do paciente, geram
intensa ansiedade e estresse e contribuem para abandono do tratamento.
■■ palidez cutânea;
■■ taquicardia;
■■ hiperpneia;
■■ fraqueza;
■■ tontura;
■■ sudorese;
■■ dor em região da garganta e epigastro;
■■ contratura do diafragma e músculos abdominais;
■■ sialorreia.
123
Quadro 6
CLASSIFICAÇÃO DE NÁUSEAS E VÔMITOS
Classificação Descrição
Agudos Ocorrem 1 ou 2 horas após a aplicação dos quimioterápicos,
resolvem-se em 24 horas, apresentam caráter emetogênico de
grande parte dos antineoplásicos e são sensíveis ao tratamento
com fármacos antieméticos.
Tardios Persistem ou desenvolvem-se 24 horas após a administração
do quimioterápico, em razão da continuidade dos efeitos dos
metabólitos das medicações antineoplásicas sobre o SNC e o
trato gastrintestinal.
Antecipatórios Ocorrem antes da aplicação do antineoplásico citotóxico. Nota-se
maior êxito sobre os fenômenos agudos.
Como a terapêutica antiemética por vezes não é eficiente em alguns pacientes, especialmente
no controle do vômito tardio e antecipatório, tem-se empregado cada vez mais medidas não
farmacológicas associadas ao tratamento convencional, objetivando potencializar os efeitos
terapêuticos e aumentar o autocontrole do paciente. Algumas incluem, principalmente, as
intervenções comportamentais (relaxamento, imagem guiada, hipnose, técnicas de distração,
brincadeiras, arte de teatro [clown], acupressure) e intervenções dietéticas.17
124
Intervenções de enfermagem
CUIDADOS DE ENFERMAGEM À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE COM CÂNCER E À SUA FAMÍLIA
Mucosite
Em geral, a mucosite oral inicia-se com uma queixa de sensibilidade maior aos alimentos ácidos,
como os sucos de frutas cítricas, e a intolerância aos alimentos muito quentes e/ou muito
frios. Caracteriza-se por hiperemia, edema, ulceração, sialorreia, dor, queimação e, por vezes,
hemorragia e infecção secundária. Consequentemente, há comprometimento da ingestão de
alimentos e líquidos, da comunicação verbal, da higiene oral e da autoimagem, além de ocasionar
dor, às vezes de difícil manejo.
A mucosite causada pela radioterapia pode persistir por muitas semanas após o término
do tratamento, levando à xerostomia; nesses casos, é comum o surgimento de infecções
secundárias, especialmente a candidíase, prolongando ainda mais o fenômeno.1,17
respeito a mudanças:
Intervenções de enfermagem
As intervenções de enfermagem em caso de mucosite compreendem:17,27
Mudanças no paladar, perda geral de sabor e aversão a determinados alimentos, líquidos e odores
são ocorrências comuns associadas ao tratamento quimioterápico que levam à anorexia.17
Intervenções de enfermagem
Reações de pele
As reações de pele ou radiodermites são efeitos adversos significativos e específicos advindos
da área irradiada durante o tratamento. Em geral, essas reações cursam com muita dor, são
estressantes, muitas vezes dose-limitante e consideradas inevitáveis, principalmente em áreas
como cabeça e pescoço, mama e períneo. Com frequência, apenas a interrupção do tratamento
melhora a reação de pele.
Intervenções de enfermagem
Alopecia
As células e os tecidos responsáveis pela diferenciação e crescimento do cabelo têm atividade
mitótica e metabolismo acelerados, uma vez que o tecido germinativo da raiz capilar produz
aproximadamente 0,35mm de cabelo a cada 24 horas. Os quimioterápicos que atuam na fase
de síntese do DNA e mitose atacam indiscriminadamente as células em replicação normais e as
células malignas, causando alopecia parcial ou completa.
Embora a queda de cabelo induzida pela quimioterapia não seja um evento clinicamente
importante, constitui-se em um dos mais devastadores efeitos colaterais considerados
pelo paciente. A depender do grau de importância atribuído ao cabelo, a alopecia
pode impactar negativamente a autoimagem e a atividade social e alterar relações
interpessoais do indivíduo. Mesmo quando bem vivenciada pelo paciente, pode gerar
constrangimento indireto, uma vez que a alopecia geralmente desperta curiosidade e
comentários e é socialmente vista como doença grave.17,27
Intervenções de enfermagem
Sintomas subjetivos como a FRC podem ser negligenciados pela equipe de saúde e subestimados
pela família ou considerados como consequências inevitáveis da doença e sua terapêutica, seja
pela incompreensão em relação aos seus mecanismos biológicos, pela carência de instrumentos
de mensuração validados para a população infantojuvenil ou pelo relato pouco claro dos pacientes,
sobretudo pela falta de protocolos para manejo desse sintoma.29
Várias intervenções têm sido utilizadas no manejo da FRC. No que tange às medidas
farmacológicas, tem-se mostrado como opção promissora para o tratamento da FRC o uso de
psicoestimulantes como parte de uma terapia multimodal (por exemplo, o metilfenidato), além
dos agentes estimuladores de eritropoietina para correção da anemia e os corticoides. As medidas
não farmacológicas incluem:30
Recente revisão integrativa objetivou identificar e analisar evidências oriundas de estudos acerca
da utilização de TCs como recurso terapêutico para o manejo da FRC e do estresse psicológico
em crianças e adolescentes com câncer. Os nove estudos analisados englobaram as seguintes
intervenções:
Entre os nove estudos, seis exibiram associação estatisticamente significante sobre os níveis
de FRC e/ou estresse, evidenciando que, após o uso das TCs, houve diminuição significativa
desses sintomas. Esse estudo apontou que tais terapias sugerem, de fato, ser complementares ao
tratamento convencional e podem ser vislumbradas como tradutoras de melhorias dos sintomas
da FRC e do estresse psicológico em crianças e adolescentes com câncer.31
131
■■ analisar o padrão de FRC desde o início do sintoma, duração, período, alterações ao longo
do dia, fatores associados que intensificam ou aliviam e a interferência nas atividades diárias,
recreativas e sociais, entre outras;
■■ mensurar a intensidade da FRC mediante utilização de escalas validadas para crianças e
adolescentes brasileiros com câncer;
■■ estimar o impacto da FRC sobre funções cognitivas como memória e concentração;
■■ avaliar o nível de atividade atual e anterior, o padrão de humor e a quantidade e qualidade do
sono e descanso;
■■ esclarecer ao paciente e seus familiares que a FRC é comum no curso da doença e tratamento
e que não significa falha na terapêutica ou progressão da doença;
■■ sugerir o cumprimento de um programa sistemático de exercícios físicos, progressivamente
mais intensos, de preferência com a supervisão de um fisioterapeuta, educador físico e/ou
médico do esporte;
■■ explorar e sugerir estratégias para a conservação de energia. Propor a busca de equilíbrio
entre períodos de descanso e de atividades;
■■ encorajar a busca de relaxamento, a massagem terapêutica, a distração por meio da arte de
teatro clown, o brinquedo terapêutico dramático e atividades de lazer.
maioria dos órgãos pode ser afetada pelo câncer, e seu tratamento e os distúrbios são compostos
por alterações do crescimento e desenvolvimento, déficits cognitivos, infertilidade, disfunção de
órgãos e sistemas e neoplasias secundárias, entre outros (Quadro 7).1
Quadro 7
Enquanto alguns efeitos tardios do tratamento oncológico podem ser identificados ainda
na infância e juventude, durante o seguimento do paciente pós-tratamento, sem trazer
grandes consequências, outros tantos podem persistir e tornar-se problemas crônicos e
influenciar a progressão de outras doenças associadas ao envelhecimento.
Em razão do potencial de sequelas em longo prazo provenientes dos efeitos tardios, secundários à
neoplasia e à respectiva terapêutica, é recomendado que os sobreviventes de câncer infantojuvenil
sejam acompanhados integralmente, tendo como base o tratamento recebido, com rastreamento
de indivíduos assintomáticos e vigilância no tocante às neoplasias secundárias.1,32,33
134
CUIDADOS DE ENFERMAGEM À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE COM CÂNCER E À SUA FAMÍLIA
ATIVIDADE
Estão corretas:
A) Apenas I.
B) Apenas II.
C) Apenas III.
D) Todas afirmativas.
Resposta no final do artigo
I – Os achados clínicos da LLA são bastante variáveis, embora a tríade febre, palidez
e apatia seja frequente.
II – Anorexia, adenopatia, hipertrofia gengival, hepatomegalia, papiledema, dor óssea
e epistaxe constituem características clínicas das leucemias.
III – A leucopenia é um quadro que se aplica a complicações das leucemias para valores
de leucócitos superiores a 5.000/mm3 relacionada com hematopoiese suprimida.
Estão corretas:
A) Apenas I.
B) Apenas II.
C) Apenas I e II.
D) Todas afirmativas.
Resposta no final do artigo
135
28. Cite pelo menos quatro fatores que contribuem para a anorexia do paciente com
câncer.
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29. Quais são os possíveis efeitos das reações de pele advindos da área irradiada durante
o tratamento?
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30. Em relação à alopecia, analise as afirmativas.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE COM CÂNCER E À SUA FAMÍLIA
Estão corretas:
A) Apenas I e II.
B) Apenas I e III.
C) Apenas II e III.
D) Todas afirmativas.
Resposta no final do artigo
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A) 4 – 7 – 5 – 6 – 1 – 3 – 2.
B) 6 – 7 – 4 – 5 – 3 – 1 – 2.
C) 4 – 6 – 5 – 7 – 2 – 3 – 1.
D) 5 – 6 – 7 – 1 – 3 – 2 – 4.
Resposta no final do artigo
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35. Cite quatro efeitos tardios do tratamento oncológico causados pela radioterapia e
pela quimioterapia.
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138
■■ PARTICULARIDADES EM ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
CUIDADOS DE ENFERMAGEM À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE COM CÂNCER E À SUA FAMÍLIA
DIAGNÓSTICO PRECOCE
O diagnóstico precoce do câncer é uma estratégia de prevenção secundária, que inclui medidas
para detecção de lesões em fases iniciais da doença a partir de sinais e sintomas clínicos. Pode
influenciar positivamente o prognóstico do câncer, reduzindo a morbidade e a mortalidade pela
doença. Uma das modalidades de prevenção secundária é o rastreamento, que visa detectar o
câncer antes mesmo de produzidos sinais e sintomas clínicos.
139
Pacientes com o diagnóstico de RMS em estágio inicial, por exemplo, têm possibilidade de
sobrevida em cinco anos de 90%; entretanto, se forem diagnosticados com doença metastática,
a possibilidade de sobrevida em cinco anos é inferior a 30%. Além disso, o atraso no diagnóstico
está relacionado com maior possibilidade de efeitos tardios e sequelas.
Uma cadeia de cuidados é deflagrada quando um paciente com câncer é visto por um profissional
até que seja feito o diagnóstico e instituído o tratamento efetivo. Os pontos dessa cadeia de
cuidados, nos quais podem ocorrer atrasos capazes de interferir negativamente no prognóstico
do paciente oncológico, incluem:6
■■ o tempo gasto desde o início dos sintomas até a procura pelo primeiro contato médico, que
pode ser atribuído à idade do paciente, ao nível de instrução/educação do seu cuidador, ao tipo
do tumor e sua localização e ao acesso aos serviços de saúde;
■■ o intervalo de tempo gasto entre o primeiro contato médico, a suspeita diagnóstica e a avaliação
oncológica, que é determinado pelo índice de suspeição e pelo tempo para o encaminhamento
e pela funcionalidade do sistema de referência e contrarreferência;
■■ o intervalo de tempo gasto para se confirmar o diagnóstico, o que depende da estrutura do
serviço para o qual o paciente foi encaminhado e se esse serviço possui unidade e equipe
especializada em oncologia pediátrica.
Quadro 8
As famílias exercem grande influência sobre o curso do câncer e o indivíduo doente, principalmente
quando esse paciente é criança ou adolescente. Quando bem orientadas, elas podem auxiliar
o membro afetado pela doença na utilização dos recursos de adaptação de forma mais eficaz,
respeitando suas possibilidades e limitações. Alguns pais, entretanto, demonstram altos níveis
de estresse e não conseguem sentir-se suficientemente seguros para confiar nos cuidados
oferecidos pela equipe de enfermagem e de saúde, por isso é importante a presença de uma
equipe multiprofissional qualificada para oferecer ao paciente e à sua família o acolhimento de que
necessitam, assim como o cuidado personalizado.35,36
141
Em razão de sua gravidade, o câncer gera nos pais sentimento de culpa que leva à negação da
doença e a atitudes superprotetoras, o que, muitas vezes, culmina no processo de luto antecipado.
Diante de tal fragilidade, os pais podem modificar as regras do cotidiano, perder o equilíbrio familiar
e até mesmo negligenciar os cuidados com os outros filhos.
Os irmãos apresentam atitudes que, por vezes, são difíceis de serem superadas, como
ressentimento, ciúmes, culpa, ansiedade, raiva, problemas na escola, preocupações
hipocondríacas e sintomas somáticos. O grupo familiar tende a se isolar e a se fechar em torno
de si mesmo, e os irmãos não conseguem compartilhar seus sentimentos com os pais ou com os
amigos e sofrem sozinhos. Em todos os casos, a família deve ser assistida, e os irmãos devem
fazer parte das preocupações permanentes da equipe multidisciplinar.1
Observa-se que as questões não resolvidas, alienadas e problemáticas que persistem desde a
época do tratamento continuam presentes em alguns aspectos da vida dos pacientes oncológicos
e seus familiares, produzindo efeitos negativos visíveis ou latentes.
O enfermeiro precisa estar atento aos sinais de sofrimento psíquico durante todo
o processo e propor intervenções de prevenção e de tratamento para as sequelas
psicológicas dos pacientes oncológicos e seus familiares, de modo a primar pelo
equilíbrio da dinâmica existencial familiar.1,35
COMUNICAÇÃO DE MÁ NOTÍCIA
Notícias difíceis podem ser transmitidas com certa frequência em oncologia pediátrica, uma vez
que o diagnóstico de câncer desencadeia uma série de mudanças na vida do paciente e da família.
Destacam-se como más notícias difíceis aquelas referentes a:37
■■ diagnóstico;
■■ recidivas;
■■ cirurgias mutiladoras;
■■ toxicidade da quimioterapia;
■■ efeitos adversos da radioterapia;
■■ cuidados paliativos.
Na prática clínica, são comuns as queixas de pacientes e familiares que receberam má notícia
sobre sua saúde ou de membros de sua família de maneira inadequada e nunca mais se
esqueceram desse infeliz momento. Assim, transmitir má notícia é uma atividade complexa, que
exige preparo e sensibilidade do profissional de saúde.38
142
CUIDADOS DE ENFERMAGEM À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE COM CÂNCER E À SUA FAMÍLIA
Má notícia pode ser compreendida como aquela que altera drástica e negativamente a
perspectiva do paciente em relação ao seu futuro.
A forma como a má notícia é dada pode interferir na compreensão e no ajustamento dos pacientes
sobre ela. Nesse processo de comunicação, é o profissional quem primeiro recebe a má notícia,
cabendo-lhe a árdua tarefa de comunicá-la aos pacientes e familiares, geralmente em meio a uma
agenda sobrecarregada, em espaço pouco propício ao acolhimento e à privacidade. 38
O preparo para a comunicação de má notícia deve iniciar pelo desenvolvimento de
escuta qualificada e pelo contato com a experiência singular do outro – é preciso
valorizar e aprimorar a capacidade de empatia com aquele que sofre.38
No caso específico da comunicação com crianças com câncer e suas famílias, o processo é complexo:
Pesquisa apontou as preferências dos pais sobre o modo como desejariam receber as más
notícias, incluindo clareza, detalhes e certeza, salientando as características positivas da criança,
informação específica sobre especialidades de referência, serviços e apoio e a comunicação
realizada por um profissional que lhes seja familiar.37
Recente estudo, cujo objetivo foi descrever a experiência de mães de crianças e adolescentes
com câncer quando da comunicação de má notícia, verificou que um dos aspectos em comum
nos diferentes grupos focais analisados foi o impacto da revelação do diagnóstico de câncer,
associado a sentimentos de dor, sofrimento e medo da morte; no entanto, esses elementos
estavam entrelaçados pela esperança da cura. A escolha das palavras e do local da comunicação
interfere tanto na compreensão da família e do paciente sobre a doença quanto na satisfação com
o atendimento.39
143
CUIDADOS PALIATIVOS
Questões relativas às últimas fases da vida e ao próprio processo de morte e morrer, atualmente,
têm se tornado objeto de discussão e de reflexão no campo da saúde, da filosofia, da antropologia
e da sociologia. Existe um consenso entre os pesquisadores quando afirmam que não se deve
preservar a vida biológica a qualquer custo se isso implicar mais dor e sofrimento ao paciente e,
sobretudo, perda da autoestima e dignidade.
Os CPs devem se iniciar desde o diagnóstico, acompanhando todo o tratamento, podendo ser
oferecidos em instituições de alta complexidade, centros de saúde e domicílio, até que, se a
terapêutica curativa falhar, estes configurem com exclusividade o cuidado oferecido ao paciente e
caracterizem, ainda, a atenção aos familiares no momento do luto.41-42
Introduzir conceitos relacionados aos CPs é uma tarefa difícil, que requer tempo, conscientização
e qualificação. Consiste em uma mudança lenta e gradual de conceitos enraizados mesmo no
profissional de saúde, que, desde a graduação, é treinado para os aspectos curativos. Ademais, a
grade curricular, tanto médica quanto de enfermagem, não prepara para enfrentar a difícil situação
da morte do paciente e a desestruturação da dinâmica familiar. A morte de uma criança nunca é
vista como um processo natural e apresenta sérias repercussões para família, amigos, cuidadores
e sociedade.
ATIVIDADE
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A) Tipo do tumor.
B) Localização do tumor.
C) Acesso aos serviços de saúde.
D) Contagem de eosinófilos.
Resposta no final do artigo
145
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39. O enfermeiro precisa estar atento aos sinais de sofrimento psíquico durante todo
o processo e propor intervenções de prevenção e de tratamento para as sequelas
psicológicas dos pacientes oncológicos e seus familiares. Justifique essa afirmação.
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I – Má notícia pode ser compreendida como aquela que altera drástica e negativamente
a perspectiva do paciente em relação ao seu futuro.
II – A forma como a má notícia é dada não interfere na compreensão dos pacientes
sobre ela e no seu ajustamento à mesma.
III – O preparo para uma comunicação de uma má notícia deve iniciar pelo
desenvolvimento de escuta qualificada e fazer contato com a experiência singular
do outro – é preciso valorizar e aprimorar a capacidade de empatia.
Estão corretas:
A) Apenas I e II.
B) Apenas I e III.
C) Apenas II e III.
D) Todas afirmativas.
Resposta no final do artigo
41. O que torna complexo o processo da comunicação com crianças com câncer e suas
famílias?
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42. Em relação aos CPs, analise as afirmativas.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE COM CÂNCER E À SUA FAMÍLIA
Estão corretas:
A) Apenas I e II.
B) Apenas I e III.
C) Apenas II e III.
D) Todas afirmativas.
Resposta no final do artigo
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■■ CASO CLÍNICO
CEL, sexo masculino, 2 anos e 6 meses, admitido na unidade de oncologia pediátrica
em hospital, em isolamento protetor com o diagnóstico (desde os 2 anos) de LLA, para
realizar antibioticoterapia decorrente de neutropenia febril. Natural e procedente de Três
Lagoas (MS), é o terceiro filho de MDB, do lar, 25 anos (G3P2A0) – os outros dois
com idades de 5 e 4 anos. MDB permanecerá com a criança durante todos os dias de
internação e queixa-se da dificuldade em continuar no hospital, por conta dos outros
filhos, uma vez que seu esposo trabalha durante o dia e só pode ficar com as crianças
no período noturno (renda mensal de R$ 1.000,00). Em razão de a criança necessitar de
frequentes internações, MDB mostra-se muito cansada e preocupada.
147
■■ peso aos 2 anos de idade – 9.500g, aos 2 anos e 4 meses – 10.000g e atual – 10.000g;
■■ estatura – 85cm (2 anos de idade), 86cm (2 anos e 4 meses) e 88cm (atual);
■■ temperatura axilar – 38,2ºC;
■■ frequência respiratória (FR) – 60ipm, sem uso de musculatura assessória e/ou sinais
de desconforto;
■■ frequência cardíaca (FC) – 135bpm;
■■ pressão arterial (PA) – 95x54mmHg;
■■ saturação de oxigênio (SatO2) = 97%, em ar ambiente.
A criança apresenta apatia com o ambiente e com a equipe e deambula pouco pelos
corredores. Quanto à linguagem, verbaliza algumas palavras, como “mamãe, papai,
água”. Um dos diagnósticos de enfermagem levantados pelo enfermeiro do plantão
anterior foi o de Fadiga.
CEL mantém sonda nasogástrica (SNG) em narina esquerda para receber dietoterapia
(fórmula infantil – 180mL de 3/3h), com pouca aceitação por via oral. Mantém acesso
venoso central do tipo cateter totalmente implantado em região de subclávia esquerda,
onde recebe as medicações e a quimioterapia. Apresenta eliminações fisiológicas sem
alterações, diurese de coloração amarelo claro e, em média quantidade e evacuação,
fezes semipastosas acastanhadas, ambas em fraldas. Exibe pequenas lesões no períneo.
148
CUIDADOS DE ENFERMAGEM À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE COM CÂNCER E À SUA FAMÍLIA
ATIVIDADE
44. De acordo com as habilidades que um enfermeiro deve ter para esses momentos,
como se deve proceder no caso clínico apresentado em relação ao diagnóstico
Fadiga?
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■■ CONCLUSÃO
O adoecimento de uma criança ou adolescente, especialmente com câncer, afeta sobremaneira
os relacionamentos familiares, bem como as dimensões externas à estrutura familiar, exigindo
reflexões e adaptações, tanto por parte deles quanto dos seus familiares, diante de todo o ônus
psicossocial que lhes é imposto.
Assim, a enfermagem que atua em oncologia pediátrica necessita direcionar especial atenção e
escuta, tanto ao paciente quanto aos seus familiares, visando acolher e valorizar a sua participação
autônoma e colaborativa nas tomadas de decisões e cuidados.
Atividade 3
Resposta: A
Comentário: O processo de carcinogênese é o mecanismo de desenvolvimento dos tumores. Esse
processo é dividido em três estágios: iniciação, promoção e progressão.
149
Atividade 6
Resposta: C
Comentário: O câncer hereditário é transmitido a gerações futuras, porque a mutação ocorre nas
células germinativas (gametas), e não nas células somáticas. Entretanto, o câncer somente vai
ocorrer quando houver uma segunda mutação em uma célula somática.
Atividade 7
Resposta: A
Comentário: O tipo de câncer infantojuvenil mais comum na maioria das populações é a leucemia
(25 a 35%). O segundo tipo mais incidente em países desenvolvidos é o tumor do SNC. Os
linfomas correspondem ao terceiro tipo de câncer mais comum em países desenvolvidos. Já nos
países em desenvolvimento, como no caso do Brasil, ocupam a segunda posição, ficando atrás
apenas das leucemias. Os neuroblastomas também são bastante prevalentes.
Atividade 8
Resposta: D
Comentário: Os cânceres infantojuvenis têm, na sua maioria, curtos períodos de latência, são mais
agressivos, crescem rapidamente, porém respondem melhor ao tratamento e têm bom prognóstico.
A maioria das neoplasias pediátricas é resultado de mutações somáticas, ou seja, estão restritas às
células que se originaram da primeira célula alterada, e não são transmitidas por hereditariedade.
Atividade 9
Resposta: B
Comentário: A DH tem como característica marcante a presença de um número variado de células
grandes, com núcleos múltiplos ou multilobulados, as células Reed-Sternberg, as únicas neoplá-
sicas na doença.
Atividade 10
Resposta: D
Comentário: O osteossarcoma é mais comum no sexo masculino, apresentando pico de incidência
aos 16 anos (no estirão de crescimento do adolescente).
Atividade 11
Resposta: C
Comentário: Os locais mais frequentemente acometidos pelos RMS incluem cabeça e pescoço
(40%), trato geniturinário (25%), extremidades (20%) e tronco (10%).
150
Atividade 12
CUIDADOS DE ENFERMAGEM À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE COM CÂNCER E À SUA FAMÍLIA
Resposta: B
Comentário: O retinoblastoma apresenta-se como uma massa branca originária da retina neuros-
sensorial, com a presença frequentemente de flocos de calcificação. O sinal mais frequente de
apresentação do retinoblastoma intraocular é a leucocória, ou pupila branca, uni ou bilateral. A
doença pode ser uni ou bilateral, sendo os casos bilaterais sempre relacionados com mutações
germinativas (retinoblastoma hereditário). A maioria dos casos de retinoblastoma é esporádica, e
não hereditária.
Atividade 13
Resposta: A
Comentário: As neoplasias mais comuns da infância são as que acometem o sistema hematopoi-
ético. Em relação às neoplasias sólidas, as mais comuns são as do SNC, porém essa não é uma
das opções. O tumor mais comum entre os listados é o neuroblastoma, que é um tumor sólido,
localizado fora do SNC, mais comum na infância, respondendo a 8% dos tumores pediátricos.
O nefroblastoma, ou Tumor de Wilms, é a segunda neoplasia sólida abdominal mais comum em
crianças e responde a 6% dos tumores pediátricos. O RMS é um sarcoma de partes moles.
Atividade 14
Resposta: B
Atividade 16
Resposta: Os quimioterápicos podem ser classificados conforme sua atuação sobre o ciclo celular em:
■■ ciclo-inespecíficos – atuam nas células que estão ou não no ciclo proliferativo, como, por
exemplo, a mostarda nitrogenada;
■■ ciclo-específicos – atuam somente nas células que se encontram em proliferação, como é o
caso da ciclofosfamida;
■■ fase-específicos – atuam em determinadas fases do ciclo celular, como o metotrexato (fase S)
e o estoposido (fase G2).
A razão dos efeitos colaterais consiste no fato de que a maioria dos agentes neoplásicos não
possui especificidade, ou seja, não destrói seletiva e exclusivamente as células tumorais, mas é
tóxica aos tecidos de rápida proliferação, caracterizada por alta atividade mitótica e ciclos celulares
curtos.
Atividade 17
Resposta: C
Comentário: A cistite não é efeito colateral, e sim um tipo de infecção.
Atividade 18
Resposta: B
Atividade 20
Resposta: D
151
Atividade 25
Resposta: C
Comentário: A leucopenia é um quadro que se aplica a complicações das leucemias para valores
de leucócitos inferiores a 4.000/mm3 relacionada com hematopoiese suprimida.
Atividade 26
Resposta: C
Atividade 27
Resposta: D
Comentário: Em caso de mucosite, devem ser indicados alimentos líquidos e frios.
Atividade 30
Resposta: D
Atividade 32
Resposta: B
Atividade 33
Resposta: A
Atividade 37
Resposta: D
Comentário: Fatores que podem interferir no diagnóstico precoce do câncer infantojuvenil são o
tempo gasto desde o início dos sintomas até a procura pelo primeiro contato médico, a idade do
paciente, os seus cuidadores (nível de educação), a doença (tipo do tumor, localização) e o acesso
aos serviços de saúde.
Atividade 40
Resposta: B
Comentário: A forma como a má notícia é dada interfere, sobremaneira, na compreensão dos
pacientes sobre ela e no seu ajustamento.
Atividade 42
Resposta: B
152
■■ REFERÊNCIAS
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