Você está na página 1de 5

Carcinoma urotelial

da bexiga
Especialidades Cirúrgicas - Urologia
Professor Coordenador: Prof. Dr. Luís Campos Pinheiro

André Trinidad 2019169 | José Pereira e Silva 2019316 | Marta


Marques Correia 2019240
Epidemiologia Histopatologia Sinais e Sintomas
➔ >90% das neoplasias do trato urinário são Tumores uroteliais Mais comum:
carcinomas uroteliais (CUT) ➔ Hematúria indolor (80-85% dos casos)
➔ 90-95% dos CUT são na bexiga ➔ Tumores não invasivos Outros (cerca de 20%):
uroteliais ➔ Sintomas irritativos (ex. disúria, urgência
➔ Neoplasia da bexiga (90% são CUT em países ➔ Carcinoma urotelial infiltrativo miccional, aumento da frequência
desenvolvidos): ➔ Variantes: microcístico, urinária)
◆ 9ª mais comum mundialmente micropapilar, plasmacitóides,
◆ Se doença avançada:
118 mil casos e 52 mil mortes em 2012, na
sarcomatóide, células ➔ Sintomas constitucionais (anorexia,
Europa
gigantes, mal diferenciado, perda de peso, fadiga)
◆ Incidência aumenta com a idade
◆ Idade média: 73 anos rico em lípidos, células ➔ Outros relacionados com a doença
◆ 4x mais frequente no homem claras. avançada e metastização
◆ Dor óssea em caso de
metástase óssea;
Carcinoma de células escamosas
Fatores de risco ◆ Dispneia, toracalgia, tosse,
Adenocarcinoma efusão pleural em caso de
➔ Tabagismo metástase pulmonar;
➔ Exposição a carcinogénios químicos Modificáveis Carcinoma de pequenas células ◆ Dor QSD, hepatomegália,
➔ Radiação pélvica
icterícia, ascite em caso de
➔ Cistite crónica → Schistosoma haematobium Sarcoma
➔ Medicamentos → fenacetina, ciclofosfamida, metástase hepática.
pioglitazona Carcinoma misto
➔ Hábitos alimentares

➔ Idade e sexo masculino


N.M

➔ Genética (Cowden e retinoblastoma)


➔ Raça caucasiana
Marcha diagnóstica Diagnóstico Diferencial Estadiamento
História Clínica e Exame Objetivo sugestivos ● Nefrolitíase T-tumor primário
● ITU Tx- o tumor primário não pode ser avaliado
● Carcinoma de células T0- não há evidência de tumor primário
renais Ta- carcinoma papilar não invasivo
● Doença glomerular Tis- carcinoma in situ (“flat tumour”)
Exames laboratoriais
➔ ● Coagulopatia T1- tumor invade tecido conjuntivo subepitelial
Urina II - avaliar a hematúria
➔ Urocultura - excluir ITU ● Rabdomiólise T2- tumor invade o músculo
➔ Citologia urinária - identificação de células tumorais ● Trauma uretral ➔ T2a-invade músculo superficial
➔ T2b-invade músculo profundo
T3- tumor invade tecido perivesical
Ecografia - deteção inicial e gold standard ➔ T3a- microscopicamente
➔ Caso negativo ou inconclusivo → Fazer cistoscopia ➔ T3b- microscopicamente (extravesical)
➔ >5mm fazer RTU-V T4- invasão de tecidos adjacentes
➔ T4a- próstata, vesículas seminais, útero ou
vagina
➔ T4b- invade a parede pélvica ou abdominal
Cistoscopia RTU-V + biópsia →
Permite fazer biópsia resultado definitivo
Permite confirmação de diagnóstico N- gânglios linfáticos regionais
Nº de lesões Nx- gânglios regionais não podem ser avaliados
N0- sem metástase nos gânglios regionais
Localização N1- metástase apenas em 1 gânglio regional
Aspecto (papilar ou infiltrativo) N2- metástase em múltiplos gânglios regionais
N3- metástase em gânglios linfáticos ilíacos comuns
TC/RM Outros exames-avaliação
➔ Estadiamento metastização
➔ RX tórax M-metástases à distância
➔ Deteção de metástases M0- sem metástases à distância
➔ Cintigrafia óssea
➔ Exames laboratoriais AST ALT M1a- metástase em gânglios linfáticos não
regionais
*A visualização do tumor por exames de imagem exclui a necessidade de cistoscopia* M1b- outras metástase à distância
Tratamento e follow up TaT1 (NMIBC)
Prognóstico
EORTC 2006
Risco de Para: Doentes com QT Intravesical
Invasão
Recidiva
Tumor Terapêutica Follow-up Indica: Risco de recidiva e progressão a 1 e 5 anos
e/ou Avalia: Nº tumores, diâmetro, recidiva prévia, estadio T TNM,
Progressão
CIS concurrente, grau OMS 1973

Primário, Isolado, Baixo grau/bem RTU-V + QT intravesical Cistoscopia aos 3 meses EORTC 2016
Baixo
diferenciado (LG/G1), <3cm, sem CIS (instilação dose única mitomicina ou epirubicina) (Se negativa: 12 meses, anualmente por 5 anos) Para: Doentes com BCG manutenção 1 a 3 anos
Indica: Risco de progressão, recidiva, sobrevivência disease-
Não preenche critérios para Tumor de Baixo,
RTU-V + QT intravesical 1 ano Cistoscopia aos 3 meses specific
Médio ou (Se negativa: cistoscopias 3-6 meses até 5 anos,
Alto ou Muito Alto risco
RTU-V + BCG intravesical 1 ano anualmente após 5 anos)
Avalia: Recidiva prévia, Nº tumores, idade, grau OMS 1973
Não
Músculo- Cistoscopia + Citologia CUETO
RTU-V + QT intravesical 1-3 anos + BCG intravesical
Invasivo
T1, Alto grau, CIS, >3cm, múltiplo, 3 anos
3/3 meses até 2 anos, 6/6 meses até 5 anos, Para: Doentes com 12 doses BCG Intravesical 5-6 meses
Alto anualmente após 5 anos
recorrente/recidivas ou
+
pós- RTU-V
Cistectomia radical + linfadenectomia pélvica
Uro TC ou IVU anualmente Indica: Risco de progressão e recidiva
Avalia: Idade, sexo, recidiva prévia, nº tumores, estadio T
Cistectomia radical + linfadenectomia pélvica
Muito Alto
Sem resposta BCG, múltiplo ou recidiva T1
Ou
Se tratados de forma conservadora, follow—up TNM, CIS associado, grau OMS 1973
G3 idêntico ao de Alto Risco
BCG intravesical 1-3 anos
EAU NMIBC 2021
Cistoscopia + Citologia Indica: Risco de progressão a 1, 5 e 10 anos
Cistectomia radical + linfadenectomia pélvica
3/3 meses até 2 anos, 6/6 meses Avalia: Nº tumores, diâmetro, idade, CIS associado, estadio T
+
N0 ou
TC Toraco-abdomino-pélvica
TNM, grau OMS 1973 ou 2004/2022
RTU-V paliativa + RT + QT neoadjuvante cisplatina
3/3 meses até 2 anos, 6/6 meses até aos 5 anos

Músculo-Invasivo (MIBC)
M0
● Local: Recidiva 5 a 15% após cistectomia
Músculo- Cistoscopia + Citologia ● Distância: Recidiva até 50% 3 anos após cistectomia
QT neoadjuvante cisplatina + Cistectomia radical + 3/3 meses até aos 5 anos
Invasivo
linfadenectomia pélvica +
≥N1
Ou TC Toraco-abdomino-pélvica
RTU-V paliativa + RT + QT neoadjuvante cisplatina 3/3 meses até 2 anos, 6/6 meses até aos 5 anos CIS
Ocorre progressão para doença músculo-invasiva:
● Em 54% doentes sem tratamento
● 10 a 20% de doentes com resposta completa a BCG
QT paliativa cisplatina ou gemcitibina/carboplatina ou
M1 Qualquer N pembrolizumab ou QT
+ Manutenção com avelumab ● 66% de doentes sem resposta a BCG ou QT
Bibliografia e Webgrafia
1. Gontero, P. et al. (2023). EAU Guidelines on Non-Muscle-invasive Bladder Cancer (TaT1 and CIS).
European Association of Urology.
2. Witjes, J.A. et al. (2023). EAU Guidelines on Muscle-invasive and Metastatic Bladder Cancer. European
Association of Urology.
3. Robbins and Cotran, et al, Pathologic Basis of Disease, 10a edição, Elsevier.
4. https://next.amboss.com/us/article/6i0jsf (acedido a 14/03/2023)
5. Lerner, Seth. et al. (2023). Overview of the initial approach and management of urothelial bladder
cancer. UpToDate. Consultado em: 15/03/2023
6. Epidemiology and risk factors of urothelial (transitional cell) carcinoma of the bladder – UpToDate
7. Pathology of bladder neoplasms – UpToDate
8. Harrison, T. (2022). Harrison's principles of internal medicine, 21th Ed. New York: McGraw Hill
Education.
9. EAU Guidelines. Edn. presented at the EAU Annual Congress Milan 2023. ISBN 978-94-92671-19-6.
10. Treatment of metastatic urothelial cancer of the bladder and urinary tract - UpToDate
11. Miyazaki J, Nishiyama H. Epidemiology of urothelial carcinoma. Int J Urol. 2017;24(10):730-734.
doi:10.1111/iju.13376

Você também pode gostar