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Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB
Departamento de Saúde I - Campus Jequié
Odontologia - 2020.1
Disciplina: Patologia Buco-Dental
Docente: Maria da Conceição Andrade de Freitas
Discentes: Bárbara Andrade, Clarissa Caricchio, Deborah Evelyn, Geysiane Dourado e Jocleber Santos.
Recapitulando
Componentes da Neoplasia:
● Parênquima
● Estroma
● Nomenclatura Células parenquimatosas
● Diferenciação Grau de semelhança às células normais
➔ Bem diferenciadas
➔ Indiferenciadas ou anaplásicas
● Características de células anaplásicas:
➔ O pleomorfismo
➔ Núcleos hipercromáticos
➔ Relação anormal núcleo-citoplasma
➔ Presença de mitoses atípicas

ALMEIDA, 2016.
Nomenclatura dos Tumores
Tecido de Tumor
Origem Maligno

Epitélio Carcinoma Melanoma

Gândula Adenocarcinoma

Variações histológicas:
Conjuntivo Sarcoma fibrossarcoma, lipossarcoma,
angiossarcoma, osteossarcoma
e condrossarcoma.
Hematopoiético Linfoma

ALMEIDA, 2016.
Tipos de
01 Câncer
Incidência por Sítio Anatômico

LÍNGUA 5% 4%
5%
LÁBIO
ASSOALHO DA 10%
BOCA
GLÂNDULA 46%
SALIVAR
12%
MUCOSA

GENGIVA 18%
PALATO

RHODUS et al., 2014.


Carcinoma Epidermóide
● Carcinoma espinocelular
● A causa é multifatorial
➔ Fatores extrínsecos e intrínsecos
● Lesão potencialmente maligna
● Indolor na fase inicial
● Apresentação clínica variada:
➔ Exofítica
➔ Endofítica
➔ Leuco e/ou eritroplásica
➔ Ulcerada
➔ Endurecida
➔ Irregular

NEVILLE, 2016.
● Osso: “Roído por traça”
● Vermelhão do lábio
➔ Raios UV
● Intraoral: Língua e Assoalho bucal
● Gengivais do rebordo alveolar
● Histopatologia
➔ Ilhas e cordões epiteliais
➔ Invasão do tec. conjuntivo
➔ Pérolas de queratina
➔ Pode haver infiltrado inflamatório

NEVILLE, 2016.
Laboratório Virtual, UFRGS.
Carcinoma Mucoepidermóide

● Glândula salivar
● Neoplasia mais comum
➔ 4% a 10% nas Maiores
➔ 13% a 23% nas Menores
● Histopatologia
➔ Mistura de células
➔ Produtoras de Muco
➔ Células epidermóides
➔ Pode haver infiltrado inflamatório

NEVILLE, 2016.
SARCOMA LINFOMA
● São muito raros
● Linfoma de Burkitt
● Fibrossarcomas
➔ Tec. linfóide: Linfócitos B
➔ Fibroblastos
➔ Vírus Epstein-Barr
● Lipossarcoma
➔ Malária
➔ Adipócitos
● Ossos gnáticos
➔ Língua e bochecha

NEVILLE, 2016.
Câncer de Garganta
Sítios do Câncer da Orofaringe:
● Base da língua
● Amígdalas*
● Palato mole
● Úvula
Sítios do Câncer da Laringe
● Supraglote
● Glote (Cordas Vocais)*
● Subglote
Novo fator de risco: HPV (Papilomavírus)

INCA, 2018.
NEVILLE, 2016.

QUINTANA, 2018.
BOECHEM. et al., 2007.
Classificação
02 TNM
O sistema TNM utiliza como base para descrever a extensão
anatômica da doença.

O sistema mais usado para a classificação de tumores


malignos - União Internacional contra o Câncer - UICC.

T N M
Ausência ou
Extensão do Ausência ou
presença e a
tumor extensão de presença de
metástase em metástase à
primário
linfonodos regionais distância
Ministério da Saúde, 2004.
Ministério da Saúde, 2004.

TNM SUBCLASSIFICAÇÃO

T N M
T - Tumor primário N - Linfonodos regionais M - Metástase a distância
TX - O tumor primário não NX - Linfonodos regionais MX - Metástases à distância
pode ser avaliado não podem ser avaliados não podem ser avaliadas
T0 - Não há evidência de N0 - Ausência de metástase M0 - Ausência de metástase a
tumor primário em linfonodos regionais distância
Tis - Carcinoma in situ N1, N2, N3 - M1- Metástase à distância
T1, T2, T3, T4 - Tamanho Comprometimento crescente
crescente e/ou extensão dos linfonodos regionais
local do tumor primário
TNM
● Clínica pré-tratamento PLANEJAMENTO DO
● O estadiamento clínico IMPORTÂNCIA NO TRATAMENTO
utiliza-se de dados que DIAGNÓSTICO
vem do exame físico. ● Dar indicações sobre o
pTNM TNM é o mais usado para prognóstico;
● Classificação a classificação, descrição ● Ajudar na avaliação dos
histopatológica de extensão anatômica resultados do tratamento;
pós-cirúrgica; dos tumores malignos. ● Facilitar a troca de
● O estadiamento patológico Assim como, do tipo de informações entre os
tem por base as tumor e da relação centros de tratamento;
evidências conseguidas tumor-hospedeiro. ● Contribuir para a pesquisa
antes do tratamento;
continuada e
● Somente aplicável aos
padronizada;
tumores operáveis.

ALMEIDA, 2016.
INCA, 2019.
Casos
03 Clínicos
Caso clínico - Estágio Inicial
● Paciente homem, médico, 63 anos, caucasiano;
● Sentia massa estranha no bordo direito da língua há cerca de um mês;
● Exame objetivo - zona exofítica de superfície irregular, com 3,5 cm de comprimento no seu eixo maior (fig. 1);

Figura 1 - Lesão exofítica e avermelhada no bordo


direito da língua. COIMBRA et al., 2011.
● Biópsia incisional - carcinoma epidermóide
queratinizado, de superfície verrugosa, com
infiltração do córion e plano muscular
subjacente (fig. 2);
● O tumor foi classificado como T2 N0 M0;
● Paciente operado com eliminação do tumor
com margens de segurança de 1 cm;
● 15 dias após a cirurgia - estado geral bom
mas a língua tinha um desvio para a direita
e o doente exibia alguma dificuldade na fala;
● Terapia de fala. Figura 2 - Observação ao Microscópio Óptico de cortes
histológicos retirados da peça Cirúrgica
COIMBRA et al., 2011.
Caso clínico - Estágio Avançado
● Paciente mulher, 17 anos;
● Sem história ou hábitos tóxicos;
● Sintomatologia de odinofagia- dor na deglutição do alimento, do
esôfago para o estômago;
● Exame intra oral- edema a nível do terço posterior da
hemilinguagem esquerda. Não apresenta trismo ou língua
presa. No exame cervical, a linfadenopatia é palpável nos níveis
I, II e III bilaterais;
● TC cervicofacial (Fig. 1)- lesão em hemilíngua esquerda com
Fig. 1- Imagens de TC do paciente. Corte
pressão à linha média e acometimento do assoalho da boca.
axial. Tumor de hemilinguagem
Linfadenopatia nos níveis de gânglio cervical bilateral II, III e IV;
esquerda.
● Estágio IV A, classificado como T4aN2cM0. SAURA et al., 2017
● PET (Tomografia por Emissão de Pósitrons)- Hipermetabolismo na hemilinguagem
esquerda e adenopatia em nível III esquerdo (Figura 2).
● O tratamento decidido é quimioterapia de indução seguida por quimiorradioterapia;

Figura 2- Imagens de PET antes do tratamento quimioterápico e


radioterápico.
SAURA et al., 2017
● Apresentou recidiva após 5
meses de seguimento, sendo
realizada glossectomia parcial;
● Após 12 meses sem doença,
apresentou nova recidiva local
que foi operada;
Ressonância magnética Último estudo de TC
● Foi acompanhada e não
(RM) pós-radiação e cervical facial da
apresentou mais sinais de quimioterapia. O diâmetro paciente. Sem sinais de
doença. do tumor diminui. recorrência loco-regional.

SAURA et al., 2017


04 Diagnóstico
Diagnóstico do câncer oral
● Anamnese;
● Exame físico (part. estomatologista);
● Biópsia/histopatológico (em conj ou não com métodos de imagem);
● Estadiamento;
● Planejamento de tratamento;

OBS.: marcadores tumorais metástases

Avaliação intra oral com espátula. iStock


Histopatológico
Aparência geral
● Parênquima e estroma
desorganizado;
● Pleomorfismo;
● Núcleos hipercromáticos;
● Mitoses atípicas;
● Displasia;
● Pode ocorrer invasão de
vasos linfáticos, vasculares,
hemorragias e necrose;
● Infiltrado inflamatório;
● Ulceração na pele.

CEC. Rafael de Sousa Santos.


UFJF.
Exame físico
O que observar?
● Úlceras traumáticas:
● Nódulo de crescimento
rápido, consistente e
indolor;
● Úlcera que não cicatriza;
● Dificuldade de
movimentação da língua;
● Presença de sangue na
saliva;
● Dentes com mobilidade;
● Apinhamento dental;
Silvio Boraks. Diagnóstico bucal. 2ª ed.
Exame físico

O que observar?

● Lesões brancas;
● Lesões negras;
● Lesões vermelhas;

Silvio Boraks. Diagnóstico bucal. 2ª ed.


Tipos de Câncer
Carcinomas, sarcomas, linfomas e mielomas.
Carcinoma espinocelular:

● Forma úlcero-vegetante-infiltrativa;
● Contorno nítido e irregular, superfície rugosa, base firme à palpação;
● Fixa a estruturas adjacentes;
● Aspecto geral de “couve-flor”;
● Lábio, gengiva/rebordo, palato, mucosa jugal, língua e soalho bucal.

CEC.Boraks.
Silvio Rafael Diagnóstico
de Sousa Santos.
bucal.UFJF.
2ª ed.
Tipos de Câncer
Carcinomas, sarcomas, linfomas e mielomas.
Sarcomas:

● Mais raro na boca;


● Tumor maligno de crescimento rápido que atinge grandes dimensões;
● Extremamente invasivo;
● A mucosa que o recebe quase sempre permanece íntegra.

Silvio Boraks. Diagnóstico bucal.


Unicamp.
2ª ed.
Tipos de Câncer
Carcinomas, sarcomas, linfomas e mielomas.
Linfomas:

● Acometem os gânglios e/ou tecidos linfáticos.

LINFOMA DE BURKITT:Uniceub. Gabriela


Silvio Boraks. Velaníbucal.
Diagnóstico de Souza.
2ª ed.2018
Tipos de Câncer
Carcinomas, sarcomas, linfomas e mielomas.

Mielomas:

● Células plasmáticas;
● Distúrbios ósseos e alterações das imunoglobulinas (alteração tumoral
medular);
● Forma difusa no organismo, por vezes é confundido com osteoporose.

Silvio Boraks. Diagnóstico bucal.


Mieloma
2ª ed. pt.
05 Prevenção
Fatores de Risco
● O que são os fatores de risco?
● Causas externas e Causas internas.
● Fatores genéticos.
● Associação de dois ou mais fatores.

INCA, 2021
Fatores de risco

Consumo de Exposição ao sol


Tabagismo
bebidas alcoólicas sem proteção

Excesso de HPV
gordura corporal

INCA, 2021
Como prevenir o câncer de boca?
01- Prevenção primária:

Não fumar

Evitar o consumo de
bebidas alcoólicas

Boa alimentação

Higiene oral adequada

INCA, 2021
02- Prevenção 03- Prevenção
secundária: terciária:
● Rastreamento do câncer.
● Diagnóstico e técnica
● Identificar lesões.
para tratamento.
● Técnica de exame
● Análise da gravidade do
intrabucal.
quadro.

UICC, 2021.
Referências
● ALMEIDA, Oslei P. Organizadores: KRIGER, Léo; MOYSÉS, Samuel J.; MOYSÉS, Simone T..
Coordenadora: MORITA, Maria C.. Patologia oral - Série ABENO: Odontologia Essencial: parte clínica.
São Paulo: Artes Médicas, 2016;
● BOECHEM, Nicolau T. et al. Carcinoma de pequenas células de amígdala: relato de caso raro. Revista
Brasileira de Otorrinolaringologia, vol. 73 (2) mar./abr., 2007. Disponível em
<http://oldfiles.bjorl.org/triologico2007/anais/artigos/4103.htm>. Acesso em: 07 de junho de 2021.
● BORAKS, Silvio. Diagnóstico Bucal. Editora Artes Médicas. 1996. 2ª ed.;
● BRASIL. Ministério da saúde. Instituto Nacional do Câncer - INCA. Estariamento.Publicado em 22 de
abril de 2019. Disponível em: <. https://www.inca.gov.br/estadiamento#main-content>. Acesso em: 04
de junho d e2021;
● BRASIL.. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Instituto Nacional de Câncer. TNM:
classificação de tumores malignos / traduzido por Ana Lúcia Amaral Eisenberg. 6. ed. - Rio de Janeiro:
INCA, 2004;
● COIMBRA, Filipe et al. Carcinoma do bordo da língua em fase inicial. Apresentação de dois casos
clínicos. Revista Portuguesa de Estomatología, Medicina Dentária e Cirugia Maxilofacial, v. 52, n. 2, p.
77-82, 2011;
● DENADAI, Rafael et al. Retalho de Bernard-Webster para reconstrução do lábio inferior após exérese de
carcinoma espinocelular: uma análise dos resultados funcionais. Revista Brasileira de Cirurgia Plástica,
2015;30(1):8-17;
● Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Patologia e Estomatologia.
Neoplasias. Disponível em:<http://patoestomatoufrgs.com.br/patologia-bucal/2_neoplasias.php>.
Acesso em 06 de junho de 2021;
● Imagem avaliação intra oral com espátula. Disponível em
<https://www.istockphoto.com/br/fotos/esp%C3%A1tula-de-l%C3%ADngua >. Acesso em 07/06/2021 às
19h 32min;
● Imagem histopatológica mieloma. Disponível em <https://mieloma.pt/o-mieloma/tipos-de-mieloma>.
Acesso em 07/06/2021 às 21h 03min;
● Imagem histopatológica osteossarcoma. Disponível em <http://anatpat.unicamp.br/lamosso4.html>.
Acesso em 07/06/2021 às 20h 43min;
● LEMOS JUNIOR, Celso Augusto; ALVES, Fábio de Abreu; PEREIRA, Cassius Carvalho Torres e BIAZEVIC,
Maria Gabriela Haye. Câncer de boca baseado em evidências científicas. Rev. Assoc. Paul. Cir. Dent.
[online]. 2013, vol.67, n.3, pp. 178-186. ISSN 0004-5276;
● MINISTÉRIO DA SAÚDE. Instituto Nacional do Câncer. Tipos de Câncer. Publicado em 19 de novembro
de 2018. Disponível
em:<https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-boca/profissional-de-saude>. Acesso em 02
de junho de 2021;
● NEVILLE, Brad W. et al. Patologia Oral e Maxilofacial. 4ª edição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016;
● QUINTANA, Pablo G.. Quando a cirurgia é indicada para o tratamento de tumor de Laringe. Publicado
em 21 de novembro de 2018. Disponível
em:<https://cabecaepescocosp.com.br/tumor-de-laringe-cirurgia/>. Acesso em 07 de junho de 2021;
● RHODUS, Nelson L.; KERR, A. Ross; PATEL, Ketan. Oral cancer: leukoplakia, premalignancy, and
squamous cell carcinoma. Dental Clinics, v. 58, n. 2, p. 315-340, 2014;
● SANTOS, Rafael de Sousa. Aspectos clínicos e histológicos de carcinomas espinocelulares orais: Série
de casos. / Rafael de Sousa Santos. – 2018. 37f. : il.;
● SAURA, Esther F. et al. Carcinoma escamoso de cavidad oral en paciente menor de edad; Revista de
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● SOUZA, Gabriela Velaní de. Linfoma de Burkitt: uma ampla visão diagnóstica. 2018;
● WONG, T. S. C.; WIESENFELD, D. Oral cancer. Australian dental journal, v. 63, p. S91-S99, 2018.
Agradecemos a atenção de
todos vocês!

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